PASTOR CELSO SOARES NETO

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terça-feira, 1 de março de 2011

ESTUDOS SOBRE LIDERANÇA



 

 

ESTUDOS SOBRE  LIDERANÇA

 



Dedicatória:

                A todos aqueles que são “nascidos de novo” (João 3), para que possam estar firmes na Palavra, conhecendo as profecias, crendo nelas, observando os sinais dos tempos, para que não sejam “confundidos por Ele na Sua vinda” (1 Jo 2:28), “Tendo o vosso viver honesto entre os gentios; para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, glorifiquem a Deus no dia da visitação, pelas boas obras que em vós observem” (1 Pe 2:12). Sabendo, principalmente, que: “... ainda um pouquinho de tempo, e o que há de vir virá, e não tardará” (Hb 10:37).
                Aos ainda não salvos, com a esperança de que se arrependam e creiam, o quanto antes (Lucas 12:20), no Senhor Jesus Cristo, ÚNICO caminho que leva ao Pai (João 14:6), sabendo que “em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4:12).
                 E, principalmente:

“... ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus sábio, seja honra e glória para todo o sempre. Amém”.
(1Tm 1:17)



SOBRE VERSÃO

 

Pastor  Celso Soares Neto, filho de Pedro Maria Filho e Zilda Maria de Jesus, nascido em 15/01/1967, na cidade de Dores do Indaiá/MG a Avenida da Saudade 181 (conhecida com Beco do Cemitério),  onde vivi com meus pais e 14 (quatorze) irmãos, todos filhos de um mesmo casamento. Criado com muito amor e disciplina, também com grandes dificuldades financeiras.

Minha mãe padecia de diversas enfermidades, sendo assim fui praticamente criado por minhas duas irmãs Márcia e Aparecida.

Vim para Belo Horizonte ao 17(dezessete) anos para trabalhar no Banco Mercantil do Brasil, onde trabalhei por 11 (onze) anos, fui criado nesta época por minha irmã Branca e seu esposo Amadeu no qual foram meus segundo pais, de onde sai para casar em 1990.

Já casado passamos 06 (seis) anos sem Jesus em nosso casamento, mas faço menção ao meu cunhado Gerson Lopes Cançado, (in memorian) esposo da minha irmã Maria José, que muito me falava sobre Jesus, dando-me um Novo Testamento cumprindo assim em minha vida a palavra do Senhor que a semente (palavra) lançada não voltará vazia, também a minha amada sogra Maria das Mercês de Souza (in memorian) que tanto orou por mim e minha esposa.

Nos casamos na Igreja Batista do Barreiro, casamento celebrado pelo Pastor Carlos (conhecido como Carlão).

No tempo determinado por Deus, aceitei Jesus na Igreja Pentecostal Jesus é Amor, liderada pela Missionária Nilza, minha mãe na fé. Fui muito auxiliado,  por minha cunhada Mercês Maria, que aliás tem me ajudado espiritualmente até nos dias de hoje. Ao aceitar Jesus fui chamado para fazer parte do quadro de ceifeiros de sua obra, onde fui pastor por 04 (quatro) anos no Bairro Sol Nascente em Ibirité/MG.

Sendo direcionado pelo Senhor vim para Igreja Pentecostal Varões de Guerra, Congregação João Gomes Cardoso, onde permaneço até esta data, sendo pastor dirigente. Fui recebido pelo pastor presidente Ralph A. Assé, que me confiou a liderança desta igreja.


FORMAÇÃO TEOLÓGICA E ACADÊMICA


Médio em Teologia

STPMG - Seminário Teológico Pentecostal de MG

Registro: Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas nº 58.306, Livro A, Folha 3 e 4, CNPJ 16.748.089/0001-09

Capelania Cristã

ALACE - Associação Latino Americana de Capelania Evangélica

Registro do diploma: 2º cartório de registro de títulos e documentos de BH, nº 88.4683

Bacharel em Teologia Ministerial

ALACE - Associação Latino Americana de Capelania Evangélica

Registro: nº 11.9760, Lei Federal nº 10.51169, livro A, CNPJ 07.618.054/0001-04, com sede a Avenida Afonso Pena, 262/2009, Centro BH/MG

Registro do Aluno: 0209/05

Registro do diploma: 90.2832, no 2º cartório de registros e documentos/BH

Obs.: Nenhuma destas formações teriam sentido na minha vida se não fosse a presença viva e real do Espírito Santo de Deus no qual sempre agradeço essa dádiva que me foi concedida gratuitamente pela graça no Nosso Senhor e Salvador Jesus, que tributo toda honra, glória e louvor para Ele e por Ele até o fim dos séculos. Amém.


Bacharel em Administração (incompleto)

Instituto J. Andrade de Ensino Superior

Juatuba /MG

Registro do aluno: 11.01723



PONTOS DE UMA LIDERANÇA EFICAZ.


Nenhum homem será um grande líder, se quiser fazer tudo sozinho, ou se quiser receber todo o crédito só para ele (Andrew Carnergie)


Liderança é a capacidade de criar uma visão apaixonante, transformá-la em realidade e mate-la por um louco período de tempo.

I-I. PRINCIPIOS E CARACTERISTICAS QUE UM LIDER DEVE TER.

VISÂO:

Um líder antes de tudo ele deve ser um visionário, ter a habilidade de pensar naquilo que não existe e mapear o futuro com excelência em mente. O seu cérebro tem que ter  a capacidade de criar mapa de um território não explorado.
Todo sucesso importante é preciso de uma visão arrojada temos grandes exemplos de lideres que tiveram visões arrojadas e mudaram o curso do mundo e de um povo:

Cristovam Colombo visualizou a descoberta das América antes de descobri-las e convenceu os reis da Espanha a transformar essa visão em realidade. Mahatma Gand anteviu a libertação da Índia sem violência. Martin Luther King Jr visualizou os cidadãos americanos com iguais direitos civis. John Kennedy visualizou o homem pisando na lua quase uma década antes dessa ocorrência.

É importante ressaltar que nem só de visão vive um líder, pois não adianta flertar o escuro.

COMPROMETIMENTO

Comprometer-se é muito mais do que simplesmente se envolver em uma tarefa.

Exemplo:

Se no seu café da manhã lhe é servido ovos com presunto, a galinha que botou os ovos estava envolvida, mais o porco estava comprometido (deu a vida para se tornar presunto). O líder em uma empresa deve se comprometer-se de corpo e alma na sua manifestação da visão e este deve se propor a fazer o que se fizer necessário para que isso ocorra.
O comprometimento gera uma energia que permite ao sonho virar meta e a meta trasformar-se em realidade sem comprometimento a visão será apenas um sonho no mundo da lua.
Comprometimento gera responsabilidade, poder e confiança. Esse é o segredo dos campeões, que suam a camisa pelo prazer de conquistar a vitória. Mas somente suar a camisa não basta é preciso também levar em conta os outros pontos como:




COMUNICAÇÃO
Um líder não existe sem seguidores. Para que o líder conquiste e mantenha um grupo de pessoas disposta a segui-lo  é imprescindível que ele saiba comunicar persuasivamente a sua visão. O  significado de um líder é  o resultado que você obtém.
A primeira preocupação de um líder, em termos de comunicação é conversar a linguagem dos seus seguidores. Refiro-me a linguagem num sentido muito mais amplo do que o idioma. Linguagem engloba o conjunto dos sentidos por onde a  informação é transmitida e recebida.
Como regra geral  seja humano, evite jargões, escute ativamente, observe os, feedbacks e quando tiver de criticar, critique o comportamento e não a pessoa.

INTEGRIDADE
Integridade significa um comportamento com a verdade, abertura e transparência, que conduzem á confiança. Um líder sem integridade é como um carro com pneus vazios. Por melhor que seja o motor. Por mais gasolina que exista no tanque e por mais habilidoso que seja o motorista esse carro não vai ser capaz de ir muito longe.
Um líder integro é sempre sensível as pessoas, as suas necessidades, e está sempre disposto a servir. É generoso por natureza e está interessado em mais do que simplesmente dinheiro ou poder posicional.

REALIDADE
Ter consciência da sua realidade atual é imprescindível para estabelecer uma meta e propor-se a alcançá-la.
Você tem que está a par de como é percebido pelos outros, estar a par da sua realidade atual lhe dá poder sobrevivência, permitindo cuidar de si próprio e dos que estão com você no mesmo barco. Se você não consegue sobreviver do que lhe ter sonhos e ser um visionário?


“Lideres, siga ou saia do caminho”



II – OS TRÊS PONTOS FRACOS DE UMA LIDERANÇA.

I - LIDERANÇA DESEPREPARADA

“Quando um cego conduz outro, os dois vãos para o abismo”

Este aspecto é tão importante que muitas pessoas, afirmam se este o único ponto fraco verdadeiro em uma empresa. Todo o resto deriva desta fraqueza. A final a empresa é o retrato de quem lidera e tudo que acontece nela resulta de suas ações. Qualquer transformação significativa na organização começa coma a consciência da liderança. A visão do líder incentiva a equipe a trabalhar pelo sonho a ser realizado. Quando os lideres não tem consciência do desafio da organização ou empresa transforma-se em um navio sem rumo.




II - FALTA DE OUSADIA
Deus nos deu ousadia e coragem pra guerrear, pra conquistar”
(Sonhos de Deus – Musica: Saul Gutma).

A falta de ousadia é fatal á própria vida das pessoas, porque as impede de sonhar. E sem sonhos elas se transformam em estatua, criaturas apáticas, sem entusiasmo nem energia para realizar coisa alguma. Sem coragem, o ser humano nunca conseguirá saltar no escuro.
Eis o salto mais difícil: Aquele que precisa vencer a distância entre a cabeça e o coração.

II - METAS QUE NÃO SE REALIZAM
Se o bom Samaritano tivesse ficado nas boas intenções, nós nunca ouviríamos falar dele”  (Margaret Thatcher)

Cada vez que uma meta é estabelecida, uma nova fonte de energia é mobilizada, a esperança de mudança é estimulada, o medo do novo é criado, muita tensão, expectativas, sonhos acalentados... a equipe fica entusiasmada e... Nada! Os relatórios permanecem desprezados, no fundo de uma gaveta...
Quando a Organização ou Empresa inicia um novo projeto e o abandona não desperdiça somente o projeto, joga fora também a confiança dos seus colaboradores e de sua equipe. “Por isso só prometa o que puder cumprir e cumpra o que prometeu”


III – COMO FAZER E O QUE FAZER PARA QUE SEUS LIDERADOS FAÇÃO O QUE VOCÊ LÍDER QUER?
(COM BASE NO LIVRO GERENTE MINUTO)

I – ESTABELECER METAS E OBJETIVOS
Quando a um estabelecimento de metas e objetivos, os seus liderados trabalham melhor, pois, os mesmos tem um objetivo comum e um foco.

II – ELOGIO
COMO ELOGIAR?
Não demore – Não deixe para depois.
Saiba usar ferramentas como:
Telefone
E-mail e etc.

III – REPREENÇÃO
Diga o que você estar sentindo sinceramente.
Incentive – Valorize.
Faça ver que acabou.
Seja duro com o comportamento e não com a pessoa.

No fim a pessoa vai estar motivada a fazer tudo de uma forma diferente. Tudo dependerá de um bom feedback.



A liderança é um dos temas mais importantes da atual administração e negócios. Empresas e profissionais cada vez mais buscam informações sobre as melhores práticas de liderança. Porém, somente informação não garante uma liderança eficaz. É preciso mais do que isso. É necessário uma mudança de atitudes.

Os velhos hábitos e crenças acerca da liderança precisam ser modificados por novos conceitos e práticas. Então, segue abaixo cinco dicas para uma liderança eficaz.


5 DICAS PARA LIDERANÇA EFICAZ

1. RESPEITO - liderar pessoas exige respeito do líder perante os demais. A época em que o líder era o capataz que mandava e humilhava seus funcionários já acaba ou há muito tempo. As pessoas hoje em dia querem ser tratadas com o devido respeito de quem sabe de seus direitos e deveres.

2. OUVIR - O líder que ouve sua equipe consegue melhores resultados do que aqueles que só falam e manda fazer. Porém, é preciso ter cuidado para não exagerar. O líder é aquele que toma as decisões. Portanto, ouvir é importante, mas não pode se deixar levar por tudo o que os outros falam. Tem que filtrar e encontrar as melhores respostas advindas do grupo e de sua experiência.

3. FOCO - Para liderar pessoas é fundamental que o líder tenha um foco bem definido e consiga repassar isso para seus seguidores ou funcionários. As pessoas carecem de direção. Quanto mais claras forem as metas, melhores serão os resultados.

4. AVALIAR - É papel da liderança avaliar os funcionários constantemente e fornecer feedback sobre seus resultados e comportamentos. Avaliar significa definir metas e fazer o acompanhamento contínuo, fornecendo orientações e elogios quando necessários e pertinentes.

5. APRENDER - O líder tem que ser um eterno aprendiz. Talvez esta seja a mais importante dica. Pois é através do aprendizado que ele poderá aprimorar suas competências de liderança. Descobrir seus pontos fracos e utilizar suas qualidades com mais resultados. Aprender significa participar de cursos e seminários sobre liderança, realizar leituras sobre gestão de pessoas, participarem de fóruns sobre o tema, ouvir seus subordinados, dar e receber feedback, além de trocar experiências com outras pessoas. Aprender ainda vai, além disso, tudo.

Qual sua dica sobre liderança? O que você considera importante para uma liderança eficaz? Comente, participe, dê sua opinião










OS 12 MAIORES ATRIBUTOS DA LIDERANÇA
 
"Liderança" é um tema que vem sendo discutido desde os mais remotos tempos pelo homem. Ser líder, formar líderes, parece ser um desafio constante do homem e das organizações. Aqui vão alguns resultados de pesquisa feitas na Europa com mais de 500 executivos de todos os tipos de indústria. Essa pesquisa é muito interessante. Ela mostra coisas simples, objetivas e fornece conselhos úteis para todos nós que desejamos vencer, alcançar o sucesso pessoal e profissional.
Espero que a leitura atenta destas descobertas e seus comentários possam trazer benefícios reais aos leitores.
DISPOSIÇÃO PARA TENTAR O QUE NÃO FOI TENTADO ANTES

Nenhum empregado deseja ser guiado por um administrador a
quem falte coragem e autoconfiança. É o estilo de liderança positiva aquele eu ousa nas tarefas e se vale de oportunidades não tentadas anteriormente.
Um Gerente de Vendas bem sucedido irá às ruas e venderá junto com seus vendedores quando o mercado está difícil ou quando o pessoal de vendas encontrar-se sob extrema pressão. Tal gerente sabe que se arrisca a tornar-se impopular. Contudo, ao liderar pelo exemplo, manterá a motivação da equipe.

AUTO- MOTIVAÇÃO

O Gerente que não consegue se auto-motivar não tem a menor chance de ser capaz de motivar os outros..
UMA PERCEPÇÃO AGUDA DO QUE É JUSTO
Esta é uma grande qualidade de um líder eficaz e a fim de ter o respeito da equipe, o gerente deve ser sensível ao que é direito e justo. O estilo de liderança segundo o qual todos são tratados de forma justa e igual sempre cria uma sensação de segurança. Isso é extremamente construtivo e um grande fator de nivelamento.
PLANOS DEFINIDOS
O líder motivado sempre tem objetivos claros e definidos e planejou a realização de seus objetivos. Ele planeja o trabalho e depois trabalha o seu plano coma participação de seus subordinados.
PERSEVERANÇA NAS DECISÕES
O gerente que vacila no processo decisório mostra que não está certo de si mesmo, ao passo que um líder eficaz decide depois de ter feito suficientes considerações preliminares sobre o problema. Ele considera mesmo a possibilidade de a decisão que está sendo tomada, vir a se revelar errada.

Muitas pessoas que tomam decisões erram algumas vezes. Entretanto, isto não diminui o respeito que os seguidores têm por elas. Sejamos realistas: um gerente pode tomar decisões certas, mas um líder eficaz decide e mostra sua convicção e crença na decisão ao manter-se fiel a ela, sabendo, no entanto, reconhecer quando erra. Assim, seu pessoal tem força para sustentar aquela decisão junto com o gerente.

O HÁBITO DE FAZER MAIS DO QUE AQUILO PELO QUAL SE É PAGO
Um dos ônus da liderança é a disposição para fazer mais do que é exigido do pessoal. O gerente que chega antes dos empregados e que deixa o serviço depois deles é um exemplo deste atributo de liderança.
UMA PERSONALIDADE POSITIVA
As pessoas respeitam tal qualidade. Ela inspira confiança e também constrói e mantém uma equipe com entusiasmo.
EMPATIA
O líder de sucesso deve possuir a capacidade de colocar-se no lugar de seu pessoal, de ser capaz de ver o mundo pelo lado das outras pessoas. Ele não precisa concordar com essa visão, mas deve ser capaz de entender como as pessoas se sentem e compreender seus pontos de vista.
DOMÍNIO DOS DETALHES
O líder bem sucedido entende e executa cada detalhe do seu trabalho e, é evidente, dispõe de conhecimento e habilidade para dominar as responsabilidades inerentes à sua posição.
DISPOSIÇÃO PARA ASSUMIR PLENA RESPONSABILIDADE
Outros ônus da liderança é assumir responsabilidade pelos erros de seus seguidores. Caso um subalterno cometa um erro, talvez por incompetência, o líder deve considerar que foi ele quem falhou. Se o líder tentar mudar a direção dessa responsabilidade, não continuará liderando e dará insegurança a seus seguidores. O clichê do líder é: "A responsabilidade é minha".
DUPLICAÇÃO
O líder de sucesso está sempre procurando maneiras de espelhar suas habilidades em outras pessoas. Dessa forma ele faz os outros evoluírem e é capaz de "estar em muitos lugares diferentes ao mesmo tempo".
Talvez este seja um dos maiores atributos de um líder: ser capaz de desenvolver outros lideres. Pode-se julgar um líder pelo número de pessoas em que ele refletiu os seus talentos e fez evoluir.

    UMA PROFUNDA CRENÇA EM SEUS PRINCÍPIOS

A expressão "A menos que batalhemos por alguma causa, nos deixaremos levar por qualquer causa" resume bem a importância de ter-se uma causa pela qual valha a pena viver e trabalhar. Nada cuja aquisição tenha valor é muito fácil. O líder de sucesso tem a determinação de atingir objetivos não importando os obstáculos que surjam pelo caminho. Ele acredita no que está fazendo com a determinação de batalhar por sua realização.

Minha sugestão é a de que você leia uma, duas ou três vezes cada um desses atributos e medite cada um deles à luz de sua própria realidade como um profissional que tem a função de gerenciar, comandar, liderar pessoas. Detenha-se sobre cada um dos atributos e dê a você mesmo uma nota de zero a 10 em cada um deles, fazendo um propósito de auto–aperfeiçoamento. Repita essa auto-avaliação semanalmente.



Cargos ou cargas?


“Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo” (Gl 6.2)
Temos a tendência natural para cargos. E como a temos! Podemos até lutar por eles. Cargos geralmente trazem status, posição, destaque. Como gostamos dessas coisas! O grande problema do homem é conquistar o seu espaço mesmo que isto implique em passar por cima dos outros, fazendo dos ombros do próximo um degrau para a sua ascensão. Apreciamos ser admirados e vocacionado. O nosso ego gosta do topo, do pódio, de estar por cima da carne seca.
Nas igrejas, associações, ordens, convenções os cargos são disputados. Há indicações políticas, conchavos. Há, muitas vezes, manipulações, politicagem e atitudes e ações maquiavélicas. Soube que um irmão nosso, executivo de uma das nossas juntas, estava muito doente e havia elementos da organização buscando apoio para substituí-lo e até já havia candidatos. Não queriam levar a sua carga, mas o seu cargo. Isto me causa asco e é, no mínimo, lamentável e indigno quando se trata de líderes que conhecem o Senhor.
Os cargos podem exaltar o homem. Alimentam o seu ego, principalmente quando se usa para o seu próprio benefício. Para se auto-apascentar. Os cargos são atraentes. Produzem brilho nos olhos de quem os deseja. São valorizados a peso de ouro. Fazem diferença no trato. Produzem, se não tivermos cuidado, acepção de pessoas, tão condenada pelo Senhor na Sua Palavra (Tg 2.1,9). Eles podem nos insensibilizar.
Os cargos podem trazer o apego ao ter em detrimento do ser. Eles, muitas vezes, afastam os seus possuidores da humildade e da dependência de Deus. Pessoas agridem umas às outras por causa deles. Lá no mundo há até morte por sua disputa. Nesta reflexão, gostaria de destacar mais as cargas do que os cargos. Confesso que estes não são o meu forte por mais que eu tenha uma tendência natural para eles.
As cargas (tristezas, calamidades, sofrimento) não são populares. Não atraem. Não trazem sucesso. Não alimentam o ego, mas o condenam à morte. Porque as cargas desencadeiam um processo de definhamento do ego. Processo de inanição. O Senhor deseja que levemos as cargas uns dos outros. Que ajudemos uns aos outros com profundo amor. Quando levamos as cargas de um irmão estamos cumprindo a lei de Cristo, ou seja, o novo mandamento. “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros” (João 13.34). É a lei do dono da Igreja, que é organismo e também organização. Cristo é o nosso modelo de carregador amoroso. Ele levou sobre si as nossas culpas, os nossos pecados como uma grande carga.
Então, “se um irmão cair no pecado, outro que ‘anda no Espírito’ (Gl 5.16; 22-26) tem a responsabilidade de corrigi-lo, evitando que aquele esteja sobrecarregado pelo erro (6.1; Tg 5.19,20; Jd 22,23). Ajudando o outro a superar o pecado mostra o amor que cumpre tanto a lei de Moisés como a de Cristo” (Gl 6.2; 5.14). Como é pedagógico quando ajudamos o nosso irmão na solução de um problema; nas amputações da vida; quando está desempregado ou doente!
Precisamos levar as cargas uns dos outros. Elas só são levadas com o amor que tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (1 Co 13.4-8). Cargas enfraquecem ego e fortalecem o espírito. As emoções ficam equilibradas. A sensibilidade espiritual aumenta. Só pode levá-las quem está comprometido com Jesus. Quem está nesta condição ama o próximo, porque foi salvo pelo evangelho da graça. Cargas são para o cristão autêntico, genuíno, que está morto para as suas preferências, para os seus interesses. O cristão que está morto com Cristo (Gl 2.20). Cargas são para o discípulo de Cristo, que toma a sua cruz e segue o Mestre. Cargas são para as pessoas que amam o seu Senhor. São para os que amam a Igreja. Que fazem toda a diferença.
Levar cargas não cansa porque o trabalho é feito em Cristo. Nele nós descansamos. Por isso, cargas são para aqueles que aspiram, oram e trabalham para a expansão do Reino de Deus em toda a terra. Levadas com amor e abnegação exaltam a Pessoa de Cristo e abençoam o nosso irmão. Ninguém levou tantas cargas como Ele! Ele as suportou porque amava o Pai e nos amava. Foi obediente ao Pai. Que Jesus maravilhoso, majestoso e amoroso!
Cargas são para pessoas com a fé de Abraão; com a persistência de Jacó; com a humildade e a pureza de José; com a submissão e a mansidão de Moisés; com o coração amoroso de Davi; com a sabedoria de Salomão; com a sensibilidade de Jeremias; com a firmeza de Isaias; com a intrepidez e ousadia de João Batista e com autoridade inquestionável do Mestre.
Cargas que fortalecem o crente. Que ajudam o crente a crescer na graça e conhecimento de Cristo. Recebidas por homens e mulheres que um dia morreram para si mesmos e para o mundo, e passaram a viver para Cristo, o Senhor, Aquele que levou o peso terrível por todos nós na cruz do Calvário. Aquele que viveu e ensinou a coerência da cruz, a coerência do amor.

João 17:6-26
A igreja é o único organismo vivo capaz de levar a mensagem que pode transformar o homem caído. Certamente os projetos governamentais e a mobilização da sociedade a favor do homem podem trazer muitos benefícios à vida humana. Mesmo que os governantes do mundo se juntassem e se voltassem a favor da vida, ainda assim eles seriam limitados no alcance do homem em sua integralidade.
Só o Evangelho pode penetrar o coração, só Jesus pode perdoar pecados, só o Espírito Santo pode transformar as mentes. A igreja é o único organismo instituído pelo Deus Todo Poderoso para levar as novas de salvação e para isso toma o Seu Filho e o coloca como cabeça da Igreja (Ef 1:20-23 – Mt 28:18-20). O texto de João 17, nos ensina que o Senhor Jesus desejava que a sua igreja desse continuidade a sua mensagem e para isso orou.
Que a Igreja tenha a percepção da Glória de Deus – v. 22
A palavra glória, no grego, vem de doxa e significa a manifestação visível do esplendor, poder e majestade de Deus. Assim quando Jesus ora para que percebamos a glória de Deus, seu desejo é que sintamos continuamente o esplendor, poder e majestade de Deus em nosso meio. Sempre que a presença de Deus se faz sentir no meio do seu povo o resultado disso é um avivamento espiritual.
O desejo de Deus sempre foi e é manifestar a sua glória, revelar-se ao homem para resgatá-lo do pecado. Desde que o homem caiu em pecado desobedecendo a ordem do Senhor, Ele está em busca do homem.
Quando Deus chamou Abraão e disse que nele faria uma grande nação Ele fez com o propósito que todas as famílias da terra fossem abençoadas. A tarefa da nação de Israel era revelar à glória de Deus às nações e ao terem esta revelação muitos se voltariam para o Deus eterno.
No NT esta responsabilidade passa a Igreja. Revelar a glória de Deus aos homens de todo o mundo é tarefa da igreja, tão digna, tão altíssima, tão realizadora e tão urgente que os anjos desejaram fazê-lo.
Jesus orou, ”eu lhes dei a glória que me deste” (v.22). para que tenham unidade e o mundo creia que me enviaste. Revelar esta glória é uma responsabilidade individual e coletiva da igreja. O mundo deve olhar para nossas vidas e ver a glória de Deus e se isso não acontece é porque não temos vivido para isso.
Orou para que sejamos unidos no amor de Deus – v. 21 e 23
Ele orou para que fossemos unidos em amor. Quando amamos uns aos outros somos capazes de abalar o mundo e o inferno. O que abala o inferno não é o prédio bonito que temos, o que abala o inferno é a vida de amor de uns pelos outros. “Veja como eles se amam” era o testemunho do mundo para com os primeiros cristãos.
Hoje, muitos cristãos não estão vivenciando esta dimensão do amor e esta é uma das razões porque o testemunho da igreja na sociedade é fraco, raquítico, inofensivo.
Em I Co 11 Paulo orienta sobre a ceia e deixa um alerta. Ele mostra que muitos não estão discernindo o corpo – comem e bebem indignamente, ou seja, não amam o corpo. Separam um membro do corpo e dizem ”não quero nada com você”. Quem aqui pode dizer para seu olho, fica aí, “não quero nada com você”. Ou então, se o seu ouvido está doendo, dizer “agüenta sozinho”.
O texto da ceia diz que quando fazemos isso não estamos discernindo o corpo e por isso o apóstolo diz: “por causa disso, há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem”.
É amor que fortalece a igreja, é o amor que dá vida à igreja, é o amor que revela a presença do Espírito Santo e é o amor que gera a glória de Deus. E o avivamento acontece.
Jesus disse que seriamos conhecidos como seus discípulos pelo amor que teríamos uns pelos outros. Jesus orou para que fossemos unidos no amor e que as nossas diferenças não fossem instrumentos de divisão, mas sim de estímulo para andarmos juntos.
Jesus orou para que prosseguíssemos na Missão que ele nos confiou - v. 17,18
A Igreja tem uma missão. O Pai jamais pegaria o Seu Filho e o colocaria como cabeça de um organismo, se este organismo não tivesse a maior missão da face da terra - anunciar a glória de Deus entre os homens.
Esta é a tarefa da Igreja e ela é tão desafiadora, tão grande, que implica na inclusão de todos os filhos de Deus. Todos nos somos chamados a participar.
O grande desafio da missão dos nossos dias é continuar. Nos últimos dez anos muitas igrejas estagnaram sua ação missionária. Só continuam realizando algumas ações porque têm recursos financeiros e acham que isso é tudo. Outras regrediram e outras tantas pararam.
A igreja brasileira cresceu na sua membresia. As estatísticas dizem que somos 40 milhões de evangélicos (não estamos discutindo a qualidade), mas, a igreja evangélica no Brasil não avançou.
Se hoje temos duzentos e cinqüenta mil igrejas e apenas quatro mil missionários transculturais, isso significa que precisamos de 62 igrejas para um missionário ou temos 0,001% de missionários da membresia da igreja. Crescemos? Crescemos! Avançamos? Não avançamos. Jesus orou para que prosseguíssemos.
Apesar dos ataques suicidas serem levados quase ao vivo pela TV, passados 2.000 anos de cristianismo, a realidade é: 1/3 da população do mundo não ouviu sobre o nome de Jesus, 93 tribos indígenas não tem presença evangélica, 1132 municípios brasileiros têm menos de 5% de evangélicos e 33.000 comunidades ribeirinhas carecem de uma presença consistente da igreja de Jesus.
Duas razões para este quadro.
Primeira: o envolvimento dos cristãos é muito pequeno, o movimento de oração pela obra missionária é acanhado, a disposição para sermos missionários é frágil, os recursos têm sido insuficientes porque um número pequeno de cristãos está se envolvendo financeiramente.
Segunda: nos últimos anos a maioria dos líderes ficou mais preocupada com o modelo da igreja do que com a sua natureza
Jesus orou para que continuássemos a cumprir a tarefa. Que prosseguíssemos sem esmorecer, sem tréguas. Que não desistíssemos diante das provações e lutas que seguiriam aqueles que crêem.
Concluindo
Jesus orou e ordenou para que refletíssemos a sua glória entre os homens. Jesus orou para que na diversidade nos amássemos e isso seria testemunho ao mundo. Jesus orou para que prosseguíssemos na missão que é de levar o evangelho a toda criatura.
Estes são os grandes desafios.


A adoção da tecnologia como estratégia para a evangelização
Temos mais de seis bilhões de seres humanos no planeta Terra. Uma parcela significativa destes bilhões, mas pequena diante da obra e do esforço de Jesus Cristo, é constituída de discípulos cristãos.
Jesus exortou-nos a orar para que o Senhor enviasse pastores para cuidar das suas ovelhas, como pode ser lido no capítulo nove do Evangelho segundo Mateus (versículos 36 a 38): “Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não tem pastor. E então dirigiu a seus discípulos: A seara na verdade é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara”.
O problema de todos os pastores: excesso de demanda pelo seu tempo
Como agradá-Lo? Como atender Seu pedido? Os pastores chamados para essa missão já são demandados para o indispensável tempo de oração e leitura diárias, para suas inúmeras funções relacionadas direta ou indiretamente a administração e para os infindáveis acontecimentos imprevistos dentro de sua igreja, que exigem mais do que 24 horas diárias de dedicação. E as multidões lá fora, aflitas e exaustas, sem pastor, aguardando-os com seus problemas? Como utilizar seu entendimento e recursos para multiplicar suas mensagens, levando-as a alcançar o maior número de pessoas?
Será a tecnologia um meio que Deus possibilitou para auxiliar os pastores na sua missão?
Os pastores já a têm usado cotidianamente quando consultam o Evangelho via software, ou, igualmente, quando enviam e recebem e-mails dos seus presbíteros e ovelhas. A efetiva questão está em definir a extensão que se deve utilizar a tecnologia a favor do atendimento do chamado do Senhor, e como conseguir sua implantação.
Entre os recursos tecnológicos disponíveis hoje para a evangelização (ainda pouco utilizados) estão a transmissão da celebração ao vivo via web, os arquivos de áudio e vídeo disponibilizados nos sites e os blogs,  entre outros. Quem tem feito uso desse recurso não tem queixas dos resultados obtidos: inúmeras pessoas indecisas, desconfiadas, magoadas, incrédulas ou que temem, por outros motivos, aproximar-se da igreja, fazem seu primeiro contato via web acessando os textos e os vídeos, ou ainda assistindo a celebração à distância, como forma de conhecer melhor a comunidade.
Outras possibilidades mais inovadoras poderiam estar na evangelização remota. Podemos, por exemplo, pensar em escalar um irmão ligado a igreja para instalar um terminal de rede digital (quiosque) em regiões com população sem conexão a web (mais de 85% da população brasileira) e acessá-lo no horário da celebração, permitindo aos moradores do bairro, via telão, se alegrarem com as mensagens relacionadas à Palavra do Senhor.
E quem tem dificuldade com a tecnologia? Como adotá-la?
Alguns pastores - como muitos de nós - tem dificuldade para compreender os procedimentos usuais para aproveitar os recursos da tecnologia. Para superar essas limitações, há excelentes profissionais e empresas que podem assessorar a igreja nos seus propósitos de inovar e avançar no campo da tecnologia.
De acordo com essa estratégia, existe também uma ação simples, confiável e econômica, mas poderosa em seus efeitos positivos: a convocação entre os irmãos da igreja daqueles que têm facilidade em lidar com ela.
Devemos evitar cair na tentação de deixarmos as coisas para amanhã, por falta de iniciativa, e correr riscos de não aproveitarmos integralmente os talentos recebidos. Como remédio para evitar esse mal, em Gálatas 6.2, o apóstolo Paulo exorta os irmãos: “Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo”.
O trabalho em equipe feito com o amor no coração, fruto do Espírito Santo, gera alegria e paz a todos os participantes, facilitando o desenvolvimento dos projetos, a sua implantação, e a conseqüente acolhida daqueles que anseiam e precisam pertencer a uma comunidade cristã.


Uma das mais fortes tentações que um pastor ou líder tem em sua jornada é a vontade de desistir. Quantas vezes isso já não deve ter passado pela sua cabeça? Creio que todos os líderes, de fato, vivem este tipo de experiência. Podem até não declarar publicamente mas, lá no seu íntimo, isso já deve ter sido uma opção pensada. Como podemos lidar com esta possibilidade quando ela parece ser a saída mais honrosa para um tempo de lutas? Como lidar de forma sábia com a vontade de desistir? Sugiro algumas ações:
Examine sua saúde, veja se esta reação não está ligada ao seu estado físico ou mental. Às vezes, você precisa de descanso, férias, uma mudança de rotina ou de ritmo. Lembre-se: você é um ser humano, não uma máquina e mesmo as máquinas têm limites.
Examine seu coração, observe se esta vontade de desistir não está ligada a questões e reações repetitivas, ligadas a problemas do passado, mas que em seu interior ainda não foram resolvidos e assentados em sua alma. Sempre é tempo de buscar restauração.
Examine seu espírito, veja se há pecado dominando a sua vida, se sua comunhão com o Senhor encontra-se em baixa e qual o motivo para isso; avalie onde está a visão que lhe impulsionava antes, e aonde ela foi parar, e o que a minou; reflita se você está dando ouvidos a alguma mentira diabólica. Ele adora nos fazer desistir dos sonhos de Deus para nós.
Procure o apoio de pessoas positivas, de fé, sinceras e maduras que sejam capazes de ajudar você a avaliar a situação de forma segura, ampla e sem falsidade. Peça a oração dos irmãos e invista tempo em oração, cultive uma comunhão mais íntima com Jesus. Na luz do Senhor vemos a luz, por isso derrame a sua vida diante de Deus, faça boas leituras que lhe ajudem a pensar na situação de maneira mais clara.
Em resumo, não tente levar a carga sozinho. Procure ajuda, não se fixe somente na idéia de desistir, estudando as opções existentes e as possíveis, à luz de tudo aquilo que Deus lhe mostrar em meio a todas as ações acima sugeridas.
Como líder, você sempre estará propenso a situações de pressão intensa, e a vontade de desistir muitas vezes parecerá a saída, mas se há um momento em que devemos ser muito criteriosos ao tomar decisões é exatamente quando estamos sobre forte pressão.
Muitas vezes a sua grande vitória, a grande virada, está a apenas um passo antes da desistência. Talvez você já esteja em vias de alcançar a vitória sonhada e aí você para e desiste. Não faça isso. Deus lhe chamou para completar a corrida. “Desista” apenas quando você tiver todas as certezas possíveis e, ainda assim, pare e pergunte: é isso mesmo que Deus deseja para mim hoje? Se a vontade de Deus for que você pare, não será uma desistência, mas uma mudança estratégica.
Antes de encerrar, vale lembrar que existem momentos em que nós precisamos de fato nos retirar, mas não desistir. Às vezes o nosso tempo em determinado contexto já se findou de verdade, aí temos de ter o discernimento para sairmos, pois este tipo de saída não é desistência, mas uma ação inteligente, tomada por alguém que foi capaz de perceber que “há tempo para todo propósito debaixo do céu”.

Recentemente, encontrei uma pesquisa que apontava as principais causas do estresse na vida de um líder cristão. Os problemas de relacionamento com membros da igreja local encabeçavam a lista para 91% dos líderes. A sobrecarga de trabalho e os conflitos da igreja local apareceram em segundo lugar para 85% deles. Um sentimento de futilidade estava presente em mais de 80% dos casos. Solidão e isolamento (67%), problemas financeiros (54%), dúvidas sobre o chamado (28%), problemas conjugais (26%) e descrença pessoal (24%).
O líder cristão está cercado de situações, pressões, eventos, crises, pressões e embates; nas palavras de Paulo em 2º Co 7:5: “antes em tudo fomos atribulados: por fora combates, temores por dentro.” Não queremos desistir! Não podemos desistir! Por outro lado, carregamos um fardo que não estamos agüentando. Uma das grandes necessidades será sempre aprender a treinar novos líderes e formar discípulos. Para isso, precisamos melhorar nossa capacidade de delegar tarefas.
A Bíblia ensina a delegação de tarefas como uma das maneiras para lidar com a sobrecarga de trabalho na igreja. O exemplo clássico continua sendo o de Êxodo 18, no momento em que Jetro ensina a Moisés os princípios básicos: “seja você o representante do povo diante de Deus” (responsabilidade exclusiva) e “escolha dentre todo o povo, homens capazes, tementes a Deus, dignos de confiança e inimigos de ganho desonesto. Estabeleça-os como líderes de mil, de cem, de cinqüenta e de dez”.
Contudo, antes que isso pudesse acontecer, Moisés precisava treinar e confiar nessas pessoas. Ele foi instruído assim: “oriente-os quanto aos decretos e leis (princípios), mostrando-lhes como devem viver e o que devem fazer (prática)” (Ex 18:20).
A delegação, em certo sentido, é a própria alma da gestão ministerial. Afinal de contas, gerenciar é conseguir que as coisas sejam feitas através das pessoas. No entanto, ela não é fácil e nem simples. Uma delegação inadequada pode resultar numa delegação para cima, ou seja, o líder acaba fazendo o trabalho que havia determinado para o seu subordinado. Ou a delegação pode se tornar apenas uma prática de soterrar o empregado. Quando tais práticas acontecem, a organização sacrifica a sua produtividade.
Faço duas perguntas aos alunos:
1º) Por que as pessoas não gostam de delegar tarefas?
- O líder não sabe como delegar;
- O líder não sabe o quê delegar;
- O subordinado é incompetente;
- O líder está preocupado com a possibilidade de o seu subordinado o obscurecer;
- O líder pode fazer melhor;
- O líder pode fazer mais rápido;
- O líder está inseguro quanto às suas responsabilidades;
- O líder não pode assumir o risco de que o seu auxiliar fracasse na tarefa;
- O líder não tem mais nada a fazer;
- O líder tem um complexo de “super-homem”, é um workaholic, trabalhando compulsivamente;
- O líder não tem clareza quanto aos seus objetivos;
- O líder não consegue olhar para o quadro geral.
2º) Por que as pessoas não gostam de aceitar as tarefas delegadas?
- O líder vai acabar ficando com o crédito;
- O auxiliar não é recompensado por uma tarefa bem realizada;
- O auxiliar tem medo de errar e medo de que isso cause a perda do seu emprego;
- A tarefa delegada é insignificante e não traz desafios;
- Nada vai acontecer se o subordinado não realizar a tarefa;
- O líder não sabe como delegar;
- O auxiliar não recebe a autoridade necessária para completar a tarefa;
- A delegação só faz aumentar a carga de trabalho;
- O auxiliar não compreende a delegação;
- O líder não sabe o que quer;
- O auxiliar não consegue ver o quadro geral que lhe motivaria a aceitar mais trabalho;
- O auxiliar quer que seu líder fracasse.
Não podemos fazer tudo sozinhos! Não devemos fazer tudo sozinhos! Precisamos compreender que a definição das responsabilidades é elemento essencial da delegação. A delegação deve definir claramente a tarefa a ser delegada para determinada posição ou ministério, antes de escolher a pessoa que vai realizá-la.
O superior deve garantir a compreensão e aceitação do auxiliar a respeito do resultado esperado e dos parâmetros de desempenho para se garantir tal resultado. Isso não significa que ele concorde com todos os detalhes, mas que ele saiba o que deve ser feito e como deve ser feito. Além disso, precisamos aprender a conceder autoridade.
Conceder autoridade é “dar poderes a outra pessoa para agir pelo gerente. É uma transmissão de direitos formais para que a pessoa atue em nome de outra” (Stephen Robbins). O seu auxiliar pode, de maneira legítima, exercer tais direitos e poderes ao realizar a tarefa delegada a ele.
Finalmente devemos estabelecer a prestação de contas. Ele deve prestar contas acerca da realização das suas tarefas para quem lhe delegou tal responsabilidade. Diz respeito à obrigação do auxiliar de realizar a sua responsabilidade compreendida e aceita dentro dos limites da sua autoridade.
A conscientização e correta aplicação da arte da delegação poderá ajudar você, meu amigo líder, a compartilhar sua carga ministerial, bem como sentir-se mais saudável física, emocional e espiritualmente. Experimente!

2 Samuel, capítulos 13-18
A história de Absalão não é uma história bonita. Filho do Rei Davi, ele teve uma existência marcada por inúmeros pecados. Era uma pessoa atraente, simpática, e famosa, que realmente chamava a atenção. Poucas pessoas no mundo poderiam receber o tipo de descrição que dele é feita em 2 Sm 14.25: “Não havia, porém, em todo o Israel homem tão celebrado por sua beleza como Absalão; da planta do pé ao alto da cabeça, não havia nele defeito algum”. Quando lemos a sua história, registrada nos capítulos 13 a 18 de 2 Samuel, vemos que ele era um daqueles “líderes natos”, com personalidade marcante e carismática. Era impulsivo em algumas ações, mas igualmente maquinador e conspirador para preencher suas ambições de poder. Por trás de um passado que abrigava até um assassinato de seu irmão, ele não hesitou em utilizar e manipular pessoas e voltar-se contra seu próprio pai, para vir a governar Israel. Uma vez no poder, demonstrou mais impiedade, crueldade e imoralidade. No seu devido tempo, foi castigado por Deus, sofrendo uma morte inglória, sendo Davi reconduzido ao poder.
Este estudo podemos aprender a lidar com rebeldes e também instruir os nosso liderados sobre política e valorizarmos o nosso voto.
O caráter de Absalão não é diferente de muitos personagens contemporâneos de nossa política. Na realidade, ele reflete bem como a ambição pelo poder, conjugada com outros pecados, transtorna o comportamento de políticos “espertos” e “astutos”, levando-os a uma vida de engano e egoísmo desenfreado, na maioria das vezes com o aproveitamento pessoal do bem público. Necessitamos de sabedoria e discernimento, para penetrarmos a couraça de fingimento que é mostrada à sociedade. Necessitamos de uma conscientização de nossas responsabilidades, como cidadãos, para que estejamos cobrando, com o devido respeito, as responsabilidades de nossos governantes, conforme estipuladas nas Escrituras em Romanos 13.
Nosso propósito, neste artigo, é estudar as ações de Absalão registradas no capítulo 15 de 2 Samuel, versos 1 a 12, identificando algumas peculiaridades de sua pessoa e caráter para que sirva de alerta à nossa percepção do mundo político e da busca pelo poder. Queremos verificar se essas características são reflexos da natureza humana submersa em pecado, e aprender que devemos resguardar nosso apoio irrestrito, a tais pessoas de intensa ambição. Devemos também agir responsavelmente como cidadãos cristãos, na medida do possível, para que as instituições que tais pessoas pretendem governar sejam também resguardadas.
As Características de Absalão
Vejamos, 10 características do político astuto e matreiro que foi Absalão, conforme o relato que temos no capítulo 15 do Segundo livro de Samuel:
1. Ostentação e demonstração de poder. No verso 1, lemos: “Depois disto, Absalão fez aparelhar para si um carro e cavalos e cinqüenta homens que corressem adiante dele”. No capítulos 13 e 14 lemos como Absalão ficou foragido, após assassinar seu irmão. Aparentemente, Davi tinha grande amor por Absalão e, após três anos dos acontecimentos que culminaram no assassinato e fuga, Davi o recebe de volta. Absalão era famoso. Em 2 Sm 14.25 lemos que ele era “celebrado” por suas qualidades físicas invejáveis e impecáveis. Possivelmente tudo isso havia “subido à cabeça”. Em vez de assumir uma postura de humildade e contrição, em seu retorno, o texto nos diz que ele trafegava em uma carruagem com cavalos. Semelhantemente a tantos políticos contemporâneos ele se deleitava na ostentação e na demonstração de poder. Nesse sentido, formou um extraordinário séquito de “batedores” – cinqüenta homens que corriam “adiante dele”. Certamente tudo isso contribuía para chamar ainda mais atenção, para a sua pessoa, e ia se encaixando nos planos que possuía, para a tomada do poder. Vamos ter cuidado com aqueles que buscam a ostentação e a demonstração do poder que já possuem, pois irão aspirar sempre mais e mais, às custas de nossa liberdade.
2. Comunicação convincente. O verso 2, diz: “Levantando-se Absalão pela manhã, parava à entrada da porta; e a todo homem que tinha alguma demanda para vir ao rei a juízo, o chamava Absalão a si e lhe dizia: De que cidade és tu? Ele respondia: De tal tribo de Israel é teu servo…”. Parece que Absalão não era preguiçoso. Levantava-se cedo e já estava na entrada da cidade, falando com as pessoas. Possivelmente tinha facilidade de comunicação, de “puxar conversa”. Identificava aqueles que tinham necessidades, aqueles que procuravam acertar alguma disputa e logo entrava em conversação com eles. Certamente essa é uma das características que nunca falta aos que aspiram o poder. Devemos olhar além da forma – devemos atentar para o conteúdo e a substância, procurando discernir os motivos do comunicador.
3. Mentira. O verso 3 mostra que Absalão era mentiroso. Era isso que Absalão comunicava àqueles com os quais ele conversava, com os que tinham demandas judiciais a serem resolvidas: “Então, Absalão lhe dizia: Olha, a tua causa é boa e reta, porém não tens quem te ouça da parte do rei”. Descaradamente ele minava a atuação, autoridade e função do rei Davi, seu pai. Com a “cara mais limpa”, como muitos políticos com os quais convivemos, passava uma falsidade como se fosse verdade. Certamente existia quem ouvisse as pessoas, em suas demandas. Certamente, nem toda causa era “boa e reta”, mas Absalão não estava preocupado com isso, nem com a verdade. Ele tinha os seus olhos postos em situação mais remota. Ele queria o poder a qualquer preço. Para isso não importava se ele tinha que atropelar até mesmo o seu pai. Não sejamos crédulos às afirmações inconseqüentes, às generalizações mentirosas de tantos que aspiram o poder.
4. Ambição e engano. O verso 4, confirma a linha de ação adotada por Absalão, na trilha da decepção: “Dizia mais Absalão: Ah! Quem me dera ser juiz na terra, para que viesse a mim todo homem que tivesse demanda ou questão, para que lhe fizesse justiça!” Será que realmente acreditamos que o malévolo Absalão estava mesmo preocupado com o julgamento reto das questões? Será que ele tinha verdadeira “sede e fome de justiça”? A afirmação demonstra, em primeiro lugar que a sua ambição era bem real – ele queria ser “juiz na terra” – posição maior que era ocupada pelo rei seu pai. Quanto à questão de “fazer justiça” – será que realmente podemos acreditar? Certamente com a demonstração de impiedade e injustiça que retratou posteriormente, quando ocupou o poder, mostra que isso era ledo engano aos incautos. Quantas pessoas terão sido iludidas por ele! Quantas o apoiaram porque acharam que ali estava a resposta a todas as suas preces e anseios – “finalmente, alguém para fazer justiça”! Como é fácil sermos iludidos e enganados em nossas necessidades! Não sejamos ingênuos para com promessas que não poderão ser cumpridas.
5. Bajulação. No verso 5, vemos como Absalão era mestre em adular aos que lhe interessavam: “Também, quando alguém se chegava para inclinar-se diante dele, ele estendia a mão, pegava-o e o beijava”. Que político charmoso! Estava prestes a receber um cumprimento, mas ele se antecipava! Com uma modéstia que era realmente falsa, como veríamos depois, ele fazia as honras para com o que chegava. Realmente era uma pessoa que sabia fazer com que os que o visitavam se sentissem importantes. Sempre gostamos de receber um elogio, de sermos bem tratados. Tenhamos a percepção de verificar quando existem interesses ocultos ou motivos noturnos por trás da cortesia aparente.
6. Furto de corações – O despertar de seguidores ferrenhos! O verso 6 fala literalmente dessa característica. Não, Absalão não violava sepulturas, nem estava interessado em transplantes de órgãos. Mas no sentido bem coloquial ele “roubava corações”: “Desta maneira fazia Absalão a todo o Israel que vinha ao rei para juízo e, assim, ele furtava o coração dos homens de Israel”. Com as ações descritas nos versos precedentes, Absalão angariava seguidores apaixonados por seu jeito de ser. Sua bandeira de justiça livre e abundante para todos, capturava o interesse, atenção e lealdade dos cidadãos de Israel. Não importava se havia um rei, legitimamente ungido pelo profeta de Deus. Aqui estava um pretendente ao poder que prometia coisas muito necessárias. Que era formoso de parecer. Que falava bem. O que mais poderiam as pessoas esperar de um governante? Será que alguém se preocupou em averiguar a sinceridade das palavras e das proposições? Será que alguém tentou aferir se as promessas proferidas eram possíveis de ser cumpridas? O alerta é para cada um de nós, também.
7. Falsa religiosidade – Os versos 7 a 9 registram: “Ao cabo de quatro anos, disse Absalão ao rei: Deixa-me ir a Hebron cumprir o voto que fiz ao SENHOR, Porque, morando em Gesur, na Síria, fez o teu servo um voto, dizendo: Se o SENHOR me fizer tornar a Jerusalém, prestarei culto ao SENHOR”. É incrível como muitos políticos, mesmo desrespeitando os mais elementares princípios éticos, pretendem, em ocasiões oportunas, demonstrar religiosidade e devoção. No transcorrer do texto, vemos que tudo não passava de casuísmo, da parte de Absalão. Ele procurava costurar alianças. Procurava trafegar pela terra realizando os seus contatos, mas a fachada era a sua devoção religiosa. Pelo amor ao poder, antigos ateus declarados, se apresentaram como religiosos devotos. No campo evangélico deve haver uma grande conscientização de que existe uma significativa força eleitoral e política. Na busca pelo voto evangélico, muitos se declaram adoradores do Deus único e verdadeiro. Não nos prendamos às palavras, mas examinemos a vida e as obras de cada um, à luz das idéias que defendem. Vejamos também se as propostas apresentadas se abrigam ou contradizem os princípios da Palavra de Deus.
8. Conspiração – O verso 10, mostra que, finalmente, Absalão partiu para a conspiração aberta: “Enviou Absalão emissários secretos por todas as tribos de Israel, dizendo: Quando ouvirdes o som das trombetas, direis: Absalão é rei em Hebron”. Insurgiu-se de vez contra o rei que havia sido ungido por Deus, para governar Israel. Não – ele não era um democrata que queria instalar uma república naquela terra. Valia-se de sua personalidade magnética, do seu poder de comunicação e das ações comentadas e registradas nos versos anteriores, para instalar um governo que seria não somente despótico, como opressor e abertamente imoral (2 Sm 16.22). Que Deus nos guarde dos políticos conspiradores, que desrespeitam as leis e autoridades e que são egoístas em sua essência.
9. Utilização de inocentes úteis – Leiamos o verso 11: “De Jerusalém foram com Absalão duzentos homens convidados, porém iam na sua simplicidade, porque nada sabiam daquele negócio”. Certamente essas duzentas pessoas, selecionadas a dedo, eram pessoas importantes e influentes. Certamente transmitiram a impressão que havia um apoio intenso e uniforme às pretensões de Absalão. Vemos que não é de hoje que as pessoas participam de uma causa sem a mínima noção de todas as implicações que se abrigam sob o apoio prestado. Devemos procurar pesquisar e estarmos informados sobre as causas públicas e sobre as questões que afetam a nossa vida e a da nossa nação. Nunca devemos permitir que sejamos utilizados como “inocente úteis” em qualquer causa, como foram aqueles “convidados” de Absalão.
10. Populismo – O verso 12 registra: “Também Absalão mandou vir Aitofel, o gilonita, do conselho de Davi, da sua cidade de Silo; enquanto ele oferecia os seus sacrifícios, tornou-se poderosa a conspirata, e crescia em número o povo que tomava o partido de Absalão”. Vemos que, saindo do estágio secreto, a campanha ganhou as ruas e ganhou intensa popularidade, ao ponto em que um mensageiro chegou a dizer a David (v. 13) “o coração de todo Israel segue a Absalão”. Um dos ditos populares mais falsos é: “a voz do povo é a voz de Deus”. Não nos enganemos – muitas questões são intensamente populares, mas totalmente contrárias aos princípios da Palavra. Assim é também com as pessoas – a popularidade não é um selo de aprovação quanto ao comportamento ético e justo. Democracia (a regência pela maioria do povo) não é uma forma de se estabelecer o que é certo e o que é errado, mas uma maneira administrativa de se reger o governo sob princípios absolutos que não devem ser manipulados pela maioria, ou por minorias que se insurgem contra esses preceitos de justiça. Como cristãos, devemos ter uma visão muito clara dos princípios eternos de justiça, ética e propriedade revelados por Deus em Sua Palavra.
Conclusão
A história de Absalão que se iniciou no capítulo 13, continua até o capítulo 18. Absalão sempre gravitou próximo ao poder, mas aspirava o poder absoluto. Para isso, fez campanha, conspirou e lutou contra o seu próprio pai. Aparentemente esse político astuto foi bem sucedido. Foi alçado ao poder e lá se consolidou perseguindo e aniquilando os seus inimigos, entre os quais classificou o seu pai Davi, a quem tentou, igualmente, matar. Ocorre que os planos de Deus eram outros. Seu conturbado reinado foi de curta duração. Causou muita tristeza, operou muita injustiça e terminou seus dias enganchado pelos cabelos em uma árvore, enquanto fugia, e foi morto a flechadas.
Parece que vivemos permanentemente em campanha eleitoral, em nossa terra. A política, naturalmente, desperta fortes paixões, interesses e defesas. Muitos políticos, em sua busca pelo poder, passam a demonstrar muitas características demonstradas na vida de Absalão. É natural que alguém que almeja um cargo de liderança qualquer, possua um comprometimento intenso às suas idéias e objetivos. Os partidários, também submergem nesse mesmo espírito de luta. O problema vem quando a paixão, quer pelo líder, quer pelo poder, leva à cegueira moral, como na vida de Absalão. Nesse caso, desaparece a ética e princípios são atropelados. Os partidários, às vezes até sem perceberem, são sugados e manipulados. Em muitas ocasiões verificam que se encontram em uma posição de defender até o que não acreditam.
O cristão tem que se esforçar para ter uma consciência e vida tranqüila e serena perante Deus e perante os homens. Ele tem que se conscientizar que a sua lealdade é primordialmente para com Deus, para com a Sua Palavra objetiva, para com a causa do evangelho. Participação política consciente não significa lealdade inconseqüente. Na maioria das vezes o cristão verificará que se apóia esse ou aquele candidato, assim o faz não porque ele é o ideal e defensável em qualquer situação, mas porque representa o menor dos males, entre as escolhas que lhes são apresentadas. Sobretudo ele não pode se deixar manipular, como no caso dos seguidores de Absalão. Devemos, sempre, com respeito, apontar o desrespeito aos princípios encontrados nas Escrituras, por aqueles sobre os quais Deus colocou a responsabilidade de liderar o governo e as instituições de nosso país, lembrando 1 Tm 2.1-8, intercedendo sempre por eles em oração.

Analise se estas cenas lhe são familiares:
a) Você está coordenando uma reunião e fica muito inquieto com o silêncio dos participantes. Sente-se constrangido por não saber administrar as pausas que, para você, soam como imensos buracos cinzentos.
b) Você chega do trabalho e o seu primeiro movimento é ligar a T.V., o rádio, o aparelho de som, o computador e apertar o botão da secretária eletrônica para saber se tem recados. No meio dessa parafernália barulhenta você pega o telefone para falar com alguém e, quando o silêncio se instala, imediatamente trata de disparar a metralhadora verbal, mesmo sem ter mais nada para dizer, como se silenciar fosse um pecado.
Quem de nós já não se sentiu pressionado pelo peso do silêncio, como se ele representasse uma ameaça insuportável? Quem já não se questionou também sobre essa necessidade de viver “afogado” em um universo de frases, sons e movimentos?
Podemos levantar duas hipóteses sobre o porquê do silêncio nos atemorizar tanto:
a) Do ponto de vista pessoal, silenciar obriga-nos a repensar fragilidades e inseguranças, colocando-nos em contato direto com a verdadeira essência do “eu”, estimulando um “check-up” mental, que pode provocar dor e traçando um retrato, em que o possível confronto com esse mundo interno assusta com a sua força.
b) No âmbito organizacional, o papel de líder exige a análise silenciosa e atenta daquilo que não é dito no ambiente de trabalho. A leitura desse material tão rico pode representar a necessidade de uma mudança estrutural das ações de liderança. Por medo, às vezes, é mais fácil ignorar o que não se quer ver do que assumir responsabilidades.
É claro que não se pretende aqui reforçar a magia do silêncio em detrimento da palavra. O poder da linguagem falada é indiscutível. Ela dá forma aos pensamentos e promove maior interação das pessoas, ajudando-as a compreender melhor o mundo.
Os líderes que utilizam bem a comunicação oral podem conseguir extrair da equipe de trabalho um resultado muito positivo. Mas a palavra não é tudo! A arte da liderança eficaz inclui, com certeza, o uso do silêncio inteligente. Há o tempo de falar e há o tempo de calar-se, sem medo da solidão do pensar, e entre esses dois tempos deve prevalecer o equilíbrio entre a razão e a sensibilidade.
Lapidar esse jogo instigador favorece o autoconhecimento e a maturidade psicológica, fatores imprescindíveis para se gerenciar pessoas. Além disso, a habilidade de traduzir bem o que fica nas “entrelinhas” ou sob a máscara das palavras, propicia um encontro mais harmonioso entre o sentir, analisar e agir e, conseqüentemente, uma melhor definição quanto à escolha de ações profissionais mais sensatas e produtivas.
A comunicação está presente na fala ou no silêncio
É preciso, pois, desmistificar a crença de que o ato de silenciar é sinônimo de caos ou solidão. O silêncio nem sempre significa ausência. No momento certo pode ser um grande companheiro para a reflexão, pois oferece pistas que nos conduzem ao verdadeiro significado de nossas emoções.
O silêncio funciona como um sensível toque de recolher, em que cada ser humano tem a chance de encontrar a chave de quem ele realmente é, mas, para ficar assim, à escuta de si mesmo e do “outro”, é preciso a coragem de desarmar as couraças internas que impedem um crescimento mais profundo e autêntico.
É no silêncio que o homem dimensiona o seu valor e revela a sua verdadeira imagem
Qual tal o desafio de aprender a dominar a linguagem do silêncio para administrar melhor a própria vida?
Experimente, não custa tentar!


A impressão que se tem a respeito de planejamento estratégico é que seja meramente técnico, aplicável a empresas e contrário ao Reino de Deus. De fato existem diferenças entre ambos. Josué Campanha afirma que ambos falam em “visão” e “missão”. Entretanto, uma grande diferença é que o Reino de Deus tem a “Visão” e a “Missão” de Deus. Esta se relaciona com os propósitos de Deus para a sua igreja, para o seu povo e para o mundo todo.
Portanto, o planejamento estratégico em empresas é a “arte” que promove resultados e lucros. No Reino de Deus se lida com “produtos” não mensuráveis como a fé, a esperança e o amor. Estes dependem exclusivamente do bondoso agir de Deus. São frutos do agir do Senhor e podem acontecer com ou sem estratégias e planos.
A terminologia “planejamento estratégico” parece ter a origem e aplicar-se a arte militar (e por que é aplicada a empresas?), ou a arte sócio-econômica do mundo secular, que visa principalmente lucros e resoluções condicionadas por resultados. Todavia, percebe-se elementos que podem contribuir para a reflexão do desenvolvimento do Reino de Deus. Isto porque se referem a uma caminhada que visa principalmente alcançar o alvo.
Observando a tradição da Igreja
A Igreja Cristã conhece o chamado “Plano de Salvação”. Ele é o exemplo e o resumo do amor de Deus pela humanidade. Ele é dividido em quatro partes:
1) Inicia com a Criação: Vivemos num mundo criado e amado por Deus (Gn 1 e 2; Jo 3.16);
2) Segue com a Queda: Mas, somos pecadores e separados de Deus sem Jesus (Gn 3; Rm 3.23);
3) Reconhecer e confessar: sou pecador e preciso de Jesus como Senhor e Salvador (1Jo 1.9; Rm 10.9);
4) Receber, confessar, e crer em Jesus nos torna filhos de Deus (Ap 3.20; Jo 1.12).
Este é o chamado “fio vermelho” que perpassa toda a Bíblia. O plano maravilhoso de Deus “que deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (1Tm 2.4).
Deus, quando criou o mundo, teve um plano maravilhoso que era glorificar o seu nome Santo. A criação teve e tem um alvo que é a vida e a eternidade. Apesar de tudo o que já aconteceu e ainda acontecerá, o plano de Deus se realizará. O céu e a terra passarão, mas a palavra e o plano de Deus não passará, sem que tudo se cumpra (Mt 5.17).
Analisando os acontecimentos da Bíblia
A Bíblia revela e relata eventos consecutivos da realização do Plano e do Propósito de Deus. Analisemos como a Bíblia é um plano que caracteriza metas e alvos, com pessoas que Deus usa para tarefas e em determinadas épocas:
1. Noé – escolhido por Deus para ser uma testemunha. Deus colocou este projeto em seu coração. Foi mensurável com um propósito definido;
2. Abraão – chamado por Deus para formar um povo, cujo plano foi “ser abençoado e ser uma bênção” ao seu povo e aos outros povos. O plano durou durante quatro gerações e durante 400 anos em que o povo de Deus viveu no Egito debaixo da escravidão. José foi um grande líder, com um propósito de Deus no Egito, bem como durante 14 anos em que foi usado grandemente por Deus como um grande estrategista – ele fez um “planejamento sábio”;
3. Moisés foi um líder chamado e usado por Deus. Passou 40 anos no Egito, 40 anos na casa de Jetro, 40 anos no deserto com o povo de Israel. Caracteriza etapas que preparavam a caminhada. O episódio do conselho de Jetro é muito lembrado como exemplo de/para planejamento e organização do trabalho no Reino de Deus;
4. Josué foi um grande estrategista, que liderou o povo no cumprimento do propósito e da promessa de Deus para a ocupação das terras da promessa;
5. Davi caracteriza a etapa onde o povo de Israel se estabeleceu e teve paz;
6. Neemias é um personagem que marca a época da reconstrução do muro e da volta do povo a sua pátria. O livro de Neemias retrata um propósito específico do plano e da fidelidade de Deus. Ele mesmo foi um planejador e desenvolveu um plano com etapas para alcançar as metas propostas;
7. O silêncio de 400 anos (período inter-bíblico) caracteriza o propósito de Deus para que a Mensagem de João Batista tivesse repercussão fosse impactante;
8. O Senhor Jesus Cristo, realizou a sua missão durante três anos, segundo a visão completa de Deus, trazendo valores e princípios que jamais podem ser mudados. Estes servem para refletir um planejamento para a atualidade – O que queremos e o que devemos?
9. Na Igreja Primitiva, propriamente em Atos dos Apóstolos, percebe-se uma visão muito clara do propósito de Deus e as metas para alcançar – primeiro em Jerusalém, depois na Judéia, na Samaria e até os confins da terra (At 1.8). O livro desenvolve a estratégia a ser realizada durante a segunda metade do primeiro século da era cristã. O primeiro item do planejamento estratégico da igreja primitiva era a compaixão e o amor pelas pessoas. Sua estratégia era se aprofundar na doutrina, ter comunhão, orar, ajudar os necessitados e louvar a Deus (At 2.42-47). O apóstolo Paulo teve um ministério com a visão estratégica de alcançar os confins da terra. O evento de Atos 6 mostra a necessidade de planejamento e nova organização. É marcante o planejamento que fazem.
Algumas considerações bíblicas que remetem a ações de planejamento:
Assentar-se e calcular/planejar (Lc 14.28-33). Ser fiel e alcançar o propósito (Lc 12.42-48; 8.18). Reagir diante da necessidade e crise (Lc 16.1-8). Parábolas que remetem a consciência de desenvolver com cuidado e zelo o Reino de Deus, muitas vezes com caráter de negócio (Mt 13.44-45). Planejar e lançar a rede (13.47-52). Planejar e aproveitar as oportunidades (Mt 25.14-30). Negociar até que Jesus volte e fazer render (Lc 19.11-26). Estratégia do envio e da tarefa dos discípulos/lideranças (Lc 9.1; 10.1; Mt 28.18-20; At 1.8).
As ações no Reino de Deus, normalmente, iniciam pequenas, mas se desenvolvem até abrigar os necessitados e atenda carências (a semelhança do grão de mostarda e o fermento - Lc 13.18ss). Os resultados nem sempre são vistos e nem mensuráveis. Eles têm a promessa na eternidade.
Conclusão
1. Os mensageiros e servos de Deus sempre apontaram para o plano e o propósito de Deus. As ações e metas se realizaram e cumpriram o propósito maior do amor e da graça de Deus. Este propósito de Deus ainda está em aberto e se concretizará na volta de Cristo e na eternidade.
2. A Bíblia de fato não fala nos termos planejamento estratégico, mas percebe-se que ela é um plano muito bem planejado, que se realiza a cada momento que passa. Deus realiza o seu plano. O propósito é estar dentro do propósito de Deus. E a Bíblia oferece elementos que refletem que ela mesma é um “planejamento estratégico”, que não se baseia na técnica, em resultados e lucros, mas na visão, missão e valores/princípios do Reino de Deus.
3. O risco da igreja cristã na época da pós-modernidade é não conhecer a fundamentação bíblico-teológica e copiar do mundo secular o seu modelo de planejar (ou simplesmente agendar) e se organizar. O contrário acontece quando a organização, ou mesmo a comunidade local, se exime de não planejar e se organizar. Uma pode ser tão perigosa quanto à outra.
4. O atual desafio da igreja cristã é ouvir o falar e pulsar de Deus pelas pessoas que vivem na escuridão e perdidas no mundo que nos cerca. É estar atento para a oportunidade que Deus dá para redescobrir o propósito eterno de Deus, que compromete para realizar tarefas planejadas e cumprir o mandato de Deus. Desta forma, cumprir o mandato de Jesus até que ele volte.
5. O planejamento estratégico efetivo é aquele que ousa acreditar no propósito eterno de Deus, se dispõe a aprender dos grandes feitos de Deus, não se intimida diante de fracassos e contrariedades, mas acredita em ser agente de mudança e transformação.



Paul Krugman ganhou o Prêmio Nobel de Economia em 2008. Depois, passou a escrever para o jornal “The New York Times”. Em “A Desintegração Americana” (Editora Record), Krugman relata os caminhos que levaram uma economia próspera à bancarrota. A orelha do livro avisa que Krugman “examina como a exuberância cedeu lugar ao pessimismo, como a era dos heróis empreendedores foi substituída pela dos escândalos corporativos e como a responsabilidade fiscal entrou em colapso”. Publicado originalmente em 2003, parece um mapa para o fracasso que agora assombra o mundo inteiro.
O capítulo 1 começa com um texto de 29 de dezembro de 1997, que pergunta o que o mercado andava tramando. Busca saber como “homens e mulheres inteligentes — e devem ser inteligentes, porque se não fossem, como ficariam ricos? — podiam fazer tanta bobagem”. Krugman previu que o andar da carruagem da economia acabaria no barranco. E, ironicamente, sugeriu sete posturas para precipitar o mercado no despenhadeiro. Ei-las:
1. Pense a curto prazo. Não projete, não raciocine, para cinco anos. Descarte esse tipo de projeção como excessivamente acadêmica, portanto, desprezível no mundo dos negócios.
2. Seja ambicioso. Tenha como objetivo ganhar e ganhar. Não considere que existam limites para a subida de ações na bolsa. Tente abocanhar os mínimos percentuais das pequenas variações do mercado.
3. Acredite que existe sempre alguém mais tolo do que você. Despreze os outros. Há pouco tempo o mundo corporativo trabalhava com a lógica de que suas estratégias eram seguras porque “sempre haverá alguém suficientemente estúpido para só perceber o que está acontecendo quando for tarde demais”.
4. Acompanhe a manada. Não ouça as vozes discordantes. Pelo contrário, “as poucas e tímidas vozes antagônicas” precisam ser ridicularizadas e silenciadas.
5. Generalize sem limites. Crie preconceitos. Gere reputações. Condene ou louve instituições e pessoas por critérios difusos e subjetivos.
6. Siga a tendência. Procure ver o que está dando certo, copie acriticamente e espere que os resultados se repitam com você.
7. Jogue com o dinheiro dos outros. Preserve sua carreira e tente progredir com o capital alheio.
Os sete pontos de Krugman valem para qualquer outra atividade humana, inclusive a religiosa. Ao detalhar a rota do desastre, ele talvez não tenha atinado para sua pertinência entre os evangélicos. Nem todos os líderes são lobos predadores; muitos não passam de vítimas de um sistema perverso que conspira contra eles. Como cordeiros equivocados, caminham para um matadouro armado pelo sistema que a Bíblia chama de mundo.
Evangelismo a curto prazo compromete a próxima geração. Diversos pastores, ávidos por sucesso, agem como pescadores predatórios. Existem diversas maneiras de pescar: tarrafa, rede, anzol. Cada jeito produz diferentes resultados. Talvez o mais eficaz seja com dinamite: localiza-se o cardume, detona-se a bomba e logo boiarão milhares de peixes. O problema com esse tipo de pesca é que ela destrói o rio para a próxima geração. O barco fica cheio, mas o neto do pescador não conseguirá tirar seu sustento do rio. A sede de lotar o auditório pode transformar o pastor em um pragmático irresponsável, que repetirá: “Não é possível que esteja errado, crescemos como nenhuma outra igreja”. As patacoadas milagreiras, a repetição enfadonha de chavões, as bizarrices sobrenaturais que se observam em muitas igrejas não passam de dinamite que garante o barco repleto no próximo domingo, mas o rio religioso estará vazio no futuro.
Ambição não se restringe à esfera financeira. Alexandre, o Grande, Hitler e tantos outros falharam porque não souberam dizer “basta”. Cobiça existe inclusive entre os sacerdotes. A pretensão de alcançar o mundo, tornar-se o evangelista famoso que afeta uma geração é luciferiano na essência. Muitos pastores perderam a alma nesta busca.
Ao acreditar que só os ingênuos procuram os ambientes religiosos, eles desprezam os auditórios. Pastores repetem as mesmas ilustrações, narram histórias fantásticas inventadas como milagres e pregam sermões ralos. Porém, se permitem este desdém porque se acham mais espertos que os seus ouvintes. Mal sabem que, nas conversas em pizzarias, são ridicularizados pelos jovens.
Acompanhar a manada significa contentar-se com o “status”. A posição morna dos irresponsáveis que Deus vomitará de sua boca. O mimetismo religioso acontece porque muitos têm preguiça de perguntar a verdade que alicerça o que está sendo feito. Criam-se fronteiras para definir com precisão quem está dentro e quem está fora. Os que estão fora são tratados com desprezo. Preconceitos se formam para que não haja culpa quando for preciso apedrejar.
Ao seguir tendências, modismos passam a ser tratados como projetos que deram certo devido à aplicação de “princípios universais”. Indolentes, repetem o chavão: “Nada se perde, nada se cria, tudo se copia”. Da mesma maneira que os financistas que atolaram o mundo nesta crise, muitos sacerdotes não se dispõem a apostar seu capital nas muitas empreitadas em que se metem. Mobilizam o povo a pagar a conta de seu ufanismo desvairado.
O mundo corporativo e financeiro foi irresponsável por anos. Deflagrou uma crise econômica sem precedentes, queimou trilhões de dólares com socorro a bancos e colocou milhões de trabalhadores na rua, provocando mais miséria. Muitas igrejas seguem os mesmos passos, que talvez gerem um desastre igual ao

Jericó tinha uma localização privilegiada, tanto devido ao contato com o Oriente quanto pelo abundante acesso às águas. Arqueólogos escavaram as ruínas de Jericó e encontraram sinais de um muro que deveria ter 2,5 m de espessura e 9 m de altura e circundava toda a cidade. Era uma muralha e tanto!
Este episódio nos faz refletir sobre três práticas que levaram à queda dos muros:
A prática do ouvir
O Senhor falou com Josué (6.2-4) dando-lhe claras instruções sobre o que fazer. Uma geração inteira havia morrido no deserto porque não ouviu os conselhos dados por Deus, tornando-se desobediente (Josué 5.6). Esta geração comandada por Josué era diferente. Eles tinham seus corações preparados e dispostos a ouvir, talvez porque foram treinados no deserto.
Para que as muitas muralhas caiam em nossas vidas e ministérios, temos que ter a mesma atitude de ouvir o que o Senhor fala. Muitos são seus ensinamentos sobre as várias áreas da vida que precisam ser ouvidas e seguidas. Orientações sobre a vida em família, finanças, saúde, relacionamentos, etc.
Além dos assuntos gerais, o Senhor fala para questões específicas de nossas vidas, através do testemunho interior, por meio de pessoas e, principalmente, através do testemunho de Cristo (Hebreus 1.1-2). Maridos ouçam suas esposas, e vice-versa; filhos ouçam seus pais; pastores ouçam o povo. Quem não tem disposição para ouvir ficará para fora das promessas de Deus. Jesus disse inúmeras vezes “quem tem ouvidos para ouvir, ouça”.
A prática do esperar
Josué orientou ao povo que não desse o brado de guerra, não levantasse a voz, até o dia em que lhe ordenaria (Josué 6.10). Imagine uma multidão de cerca de quarenta mil homens (Josué 4.13) esperando em silêncio por seis dias a manifestação de Deus. Ficaram firmes, pacientes, confiantes e inabaláveis, esperando o tempo certo.
Precisamos aprender a esperar com confiança, sem ansiedade. Deus está no controle absoluto de nossas vidas. Muitos cristãos não sabem esperar o tempo de Deus. Deus é Senhor do tempo e soberano sobre todos os acontecimentos nos céus e na terra. Jesus disse com ênfase: “não andeis ansiosos de coisa alguma.”
A prática do avançar
Finalmente, no sétimo dia, as muralhas ruíram ao som das trombetas e do grito do povo e tomaram Jericó (6.20).  De maneira muito consciente e madura, avançaram dentro dos limites estabelecidos e, como haviam prometido, pouparam Raabe e toda a sua família reunida. Era somente a primeira cidade de muito mais que viria adiante.
Assim também em nossas vidas e ministérios existe o preciso momento de avançar. Aqui não é hora de ouvir, de esperar, de questionar. Quando as barreiras caem, portas são abertas, pontes construídas, ou conexões estabelecidas, simplesmente avance. Afinal, Jesus estabeleceu que: “as portas do inferno não prevalecerão sobre sua igreja.”

Nos últimos tempos, muito se tem escrito a respeito de liderança e gestão de pessoas. As organizações perceberam que, para competir, não basta simplesmente possuir um bom serviço, uma boa tecnologia, um bom produto ou ter o marketing bem estruturado.
Perceberam que o diferencial está na forma como se relacionam com as pessoas, tanto aquelas que são os consumidores quanto aquelas que são os responsáveis por fazer com que a organização alcance o esperado, ou seja os colaboradores.
Até mesmo esta nova palavra, colaborador, foi introduzida no vocabulário das organizações em substituição a “empregado” ou “funcionário”. Hoje, percebe-se a necessidade de ter as pessoas envolvidas com os processos e não simplesmente cumprindo ordem.
Não basta mais “pagar o salário no final do mês”, é necessário reter os talentos ofertando condições de trabalho, ganho, satisfação, crescimento profissional e pessoal.
O que motiva as pessoas não é visto mais como padrão para todos, e muito menos as recompensas. É necessário observar as expectativas e necessidades individuais e, assim, satisfazê-las de acordo com o perfil de cada um.
Diante desta constatação, muitas técnicas e filosofias são utilizadas, tentando mover as pessoas à produtividade. A Bíblia Sagrada, livro com mais de cinco mil anos, possui exemplos significativos sobre a gestão de pessoas que são perfeitamente aplicáveis hoje, em pleno século XXI. É importante extrair estes ensinamentos e aplicá-los no nosso dia-a-dia, com a certeza que estaremos recorrendo a mais inspiradora fonte de sabedoria.
O que a Bíblia ensina sobre liderança?
Uma das coisas mais importantes relatadas na Bíblia é saber dar a devida importância para as pessoas. Com base neste princípio, as pessoas sempre estarão em primeiro plano.
O caráter de um líder é que gera a confiança, e essa confiança é que possibilita a liderança. Ninguém melhor que o próprio Jesus Cristo e o exemplo de seu caráter para termos como padrão.
Jesus sempre mostrou respeito e preocupação para com aqueles que O seguiam, como relatado em Marcos 6: 31, onde Ele chama os discípulos para descansarem ou quando alimenta a multidão com os cinco pães e dois peixes. Marcos 6:35 a 44.
Outra característica muito importante em Sua forma de liderar, está no fato de saber exatamente qual o papel que desempenhava. Ele sabia que estava sob a liderança de seu Pai, e isto significava cumprir o que lhe fora determinado. Vejamos algumas citações
“Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra”. (João 4:34)
“Pai, se queres, passa de mim este cálice, contudo, não se faça a minha vontade, e, sim, a tua”. (Lucas 22:42)
Ele sabia também, que estava acima dos discípulos e que teria que prepará-los para conduzir sua grande obra. Jesus deu o exemplo, conforme João 13:14 e 15, onde Ele lava os pés dos discípulos:
“ Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. (João 13:15)
O exemplo de Jesus nos mostra a importância de reconhecermos a autoridade que esta acima de nós, respeitá-la e caminhar de acordo com sua orientação.
Foi assim que Jesus fez, mesmo no momento de maior sofrimento (Lucas 22:42), Ele colocou a vontade de seu pai acima da sua. Vemos também aqui, a questão da confiança que devemos ter em nossos líderes.
Jesus tinha a plena convicção que seu sacrifício não seria em vão. Ele sabia que o plano de Deus tinha um propósito, mesmo exigindo d´Ele um extraordinário sacrifício – sua morte, foi fiel ao que seu líder lhe havia ordenado.
A confiança e obediência de Jesus foi incondicional, sem levar em conta circunstâncias como; seu bem-estar, as dificuldades, oposições ou qualquer outra coisa. Obediência irrestrita, pois Ele era um com seu líder (Pai).
Vemos também a forma como Jesus agia com seus liderados:
Ele estava disposto a pagar o preço por aqueles que estavam sob a sua liderança
Ele investiu tempo, muito tempo. Passou dias e noites ao lado deles ensinando, dando o exemplo, fazendo junto, de forma que pudessem ter a plena confiança em fazer o que seu mestre fazia. Jesus não reteu informação, não reteu poder, não reteu conhecimento. Ele precisava que seus discípulos tivessem a plena convicção que seriam capazes de realizar Sua obra e irem além. Tanto foi assim, que afirmou que eles poderiam realizar obras maiores que a Sua
“Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer.” (João 15:15)
“Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai.” (João 14:12)
Jesus também capacitou seus discípulos e enviou-os em seu nome para realizar algo muito importante. A comissão dos Setenta – Lucas 10 mostra claramente um líder delegando a um grupo autoridade para que o precedessem e para fazer o que ele mesmo faria; curar enfermos, expulsar demônios e anunciar as boas novas.
O líder precisa contar com seguidores. Precisa preparar a sucessão. Um líder precisa em certo momento, delegar a outros aquilo que faz ou parte daquilo que faz.
Jesus só pode realizar sua maior obra aqui na terra, sua morte e ressurreição, depois que pode confiar aos discípulos a missão de anunciar ao mundo as “boas novas da salvação.”
O líder precisa também, deixar claro aos seus seguidores qual a recompensa que terão por segui-lo e neste ponto, Jesus nunca omitiu nada, foi sempre claro, conforme  podemos observar em João 15:20 “…Não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros…”
João 14: 23 “Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará e viremos para ele e faremos nele morada.”

Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus. Mt 5.9
Quem são os pacificadores? Algumas traduções definem como “aquele que trabalha pela paz” ou ainda “aquele que tem sua vida dirigida para as coisas que promovem a paz”. Segundo alguns comentaristas, o sentido mais correto da expressão pacificador refere-se à promoção de concordância entre duas ou mais pessoas que estão em contenda, em guerra, em litígio.
E é fato que vivemos em um mundo de guerras, e em várias dimensões. Existe a dimensão das nações, do mercado de trabalho, das tribos e gangs (ex. adolescentes), e mesmo debaixo do mesmo teto. Qualquer que seja a dimensão, a incapacidade de viver e conviver em paz reflete a natureza pecaminosa e egoísta da humanidade. Toda guerra tem uma raiz lá dentro dos nossos corações. Por outro lado, todo o processo de paz também só pode acontecer se uma grande mudança for promovida lá dentro de nossas vidas, no âmago das motivações e desejos.
Jesus é conhecido como o Príncipe da Paz. Sua grande obra foi nos reconciliar com Deus através da cruz. Ele quebrou as barreiras da inimizade e nos fez viver em paz com nosso Pai Celeste. Sua obra de reconciliação estende-se para nosso mundo interior. Reconciliando-os conosco mesmo, conduzindo-nos a perceber que se ele nos ama com esse amor indescritível, porque eu não deveria ter um amor próprio? A reconciliação também nos faz enxergar nosso próximo para que esse amor próprio não seja isolado e ilhado. Somos, assim, reconciliados pelo Príncipe da Paz.
Experimentando essa paz em Cristo, somos chamados para sermos embaixadores da paz. Como pacificadores precisamos entender e viver muitas coisas, dentre as quais destaco três características a serem perseguidas:
O líder pacificador tem que discernir a “falsa paz”
Disse Jesus: ”Deixo-lhes a paz; a minha paz lhes dou. Não a dou como o mundo a dá. Não se perturbe o seu coração, nem tenham medo.” Jo 14.26
Jesus destacou que sua paz é de natureza diferente do mundo. Há um tipo de paz que é falsa, passageira, vendida por aí nas bancas, programas de televisão ou nas ruas.
Muitos movimentos chamados de pacifistas são superficiais e escondem atrás de si outras motivações. O movimento dos hippies, por exemplo, trazia atrás de si a motivação de uma vida irresponsável, onde a liberdade era sinônima do sexo liberado, do consumo de drogas, da rejeição de qualquer tipo de autoridade. Outros trazem o desejo de assumir o poder político ou de ganhos financeiros.
Muitas igrejas também pregam uma falsa paz. Trazem soluções simplistas para problemas complexos. Como se tudo fosse resolvido colocando-se um copo sobre a televisão, fazendo-se 3 orações, praticando penitências, auto-flagelos ou outros rituais religiosos. Nos dizeres do profeta Jeremias: “Desde o menor até o maior, todos são gananciosos; profetas e sacerdotes igualmente, todos praticam o engano. Eles tratam da ferida do meu povo como se não fosse grave. ‘Paz, Paz’, dizem, quando não há paz alguma.” (Jr 6.13-14).
Muitas pessoas também se enganam em considerar que a paz implica em não confrontar, em omitir fatos, em esconder a verdade. Existem muitos adeptos da política de “panos quentes” como que se, assim, tivessem paz. Evitam conversas francas, evitam assertividade. Pensam que a aparência de paz é suficiente. Paz aparente, mas profundos conflitos.
A verdadeira paz somente pode ser alcançada com a instalação da natureza de Cristo em nossos corações. A partir disso, começa um longo caminho de “transfusão de caráter”, uma espécie de download de um novo software que regerá nossos valores, pensamentos, palavras e atitudes. Em palavras bem conhecidas, paz só existe a partir da salvação em Cristo seguida da santificação produzida pelo Espírito Santo.
Um pacificador, segundo Jesus, trabalha na direção de promover a verdadeira paz que vem na entrega mais sincera e profunda de nossos corações a Deus, aceitando a obra suficiente de Cristo e deixando-se moldar pelo seu caráter.
O ponto de partida, portanto, do pacificador, é a obra de Cristo. Qualquer aparência de paz fora de Cristo é falsa!
O líder pacificador tem que combater “o que rouba a paz”
Disse Jesus: “O ladrão vem apenas para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância.” Jo 10.10
Vida em abundância é sinônimo de vida plena de paz. Mas Jesus deixa claro que há inimigos, forças que tentam roubar-nos essa paz. Pelo menos duas forças brigam intensamente contra a instalação da paz.
A primeira é nossa natureza pecaminosa e egoísta. Aquela natureza que traz pensamentos impuros à mente, libera palavras mortíferas sobre outras pessoas, que nos faz fofocar, invejar e outros hábitos que roubam a paz dos relacionamentos.
Neste ponto, o pacificador é alguém experiente e atento a tudo o que provoca a ignição dos conflitos e guerras. Alguém disse que toda guerra começa nas palavras. Toda palavra nasce de pensamentos e valores. Todos os valores estão fundamentados em nossa natureza. Promover a paz, portanto, é ministrar o coração das pessoas a partir das atitudes e procedimentos que flagram nossa distância do padrão de Cristo. Flagrar o ladrão da paz que está arraigado em nós pode ser uma atitude do pacificador que trará cura e libertação.
A segunda força que quer roubar nossa paz é Satanás e suas hostes malignas. Jesus sabia disso muito bem. Em seu relacionamento com Pedro, disse claramente que Satanás queria segá-lo, fazendo-o romper seu relacionamento com o Mestre através da negação. Jesus sabia muito bem as setas malignas lançadas contra o coração de Pedro e que o fariam perder a paz. Mas Cristo providenciou o escape intercedendo pelo amado discípulo.
Neste ponto, o pacificador sabe muito bem que existem forças do inferno que lutam para romper a paz conquistada por Cristo. O combate do pacificador é através de uma única arma: a oração. A oração é instrumento eficaz e poderoso para trazer paz no coração das pessoas. Ela libera a atuação do Espírito Santo e toda sorte de provisões nas regiões celestes.
Assim, o ponto de combate do pacificador é a palavra para ministrar os corações e a oração para resistir às trevas. Qualquer esforço para pacificar fora desses recursos providenciados por Deus resultarão em fadiga e exaustão.
O líder pacificador tem que promover “a verdadeira paz”
Disse Jesus: “o sal é bom, mas se deixar de ser salgado, como restaurar o seu sabor? Tenham sal em vocês mesmos e vivam em paz uns com os outros.” Mc 9.50
Jesus relaciona diretamente o fato de termos sabor e fazermos diferença à capacidade de vivermos em paz uns com os outros. Esse é um ministério deixado por Jesus a cada um de nós: o de sermos agentes para reconciliação.
A primeira atitude prática que um pacificador faz em um processo de reconciliação é estabelecer uma situação de “cessar fogo”. Não há condições de trazer paz em meio a um tiroteio. É necessário que uma bandeira branca seja levantada para um recesso. Pessoas envolvem-se tanto nos tiroteios dos conflitos que se tornam incapazes de baixar a guarda. Aí entra o pacificador, oferecendo sua credibilidade e autoridade para essa pausa.
A partir da pausa, o pacificador deve trabalhar rapidamente para “discernir causas e motivações”, agindo de maneira imparcial e justa. O trabalho de reconciliar exige a firme determinação de ouvir, fazendo perguntas certas, dentro de um ambiente de amor, acrescentando verdade e sinceridade.
Após entender bem o contexto, o pacificador deve aproximar-se incentivando a “busca de entendimento”. Isso exigirá certamente a necessidade de pedir e liberar perdão. Via de regra, ambos os lados tem sua mea-culpa. Muitos conflitos acontecem pela grande intolerância presente nas relações humanas. Assim, é importante a ministração da importância de suportarmos um ao outro. Na Bíblia não faltam instruções insistentes nesta direção.
Uma vez entendido, perdoado, haverá pré-disposição para “promover a reconciliação”. Neste ponto, o amor de Cristo deve ter brotado nos corações para que o ato não seja uma mera formalidade. Normalmente haverá certo constrangimento santo ao perceberem como foram tão intolerantes um com o outro. Quando o pacificador chega neste ponto, ele já sente concretamente o fluir da paz de Cristo.
Assim, o líder pacificador cumpre sua missão e pode alegrar-se, ser bem-aventurado, ser feliz.
Lá vem o filho de Deus…
Disse Jesus: “Como é que você me pede “mostra-nos o Pai’? Você não crê que eu estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras que digo a vocês não são as minhas. De fato, é o Pai que habita em mim que está fazendo o trabalho.” Jo 14.9, 10
O texto afirma que os pacificadores serão chamados filhos de Deus. É claro que não se trata de semelhança física, mas semelhança com o caráter de Cristo.
À medida que exercermos nosso papel de pacificadores, reconciliando pessoas com Deus e com seus semelhantes, nos tornamos parecidos com Jesus. Que falem de nós: “lá vem o filho de Deus”.
Aceite o desafio de ser o embaixador do Reino da Paz! Deus fará coisas grandiosas através de sua liderança pacificadora.


O anonimato é desprestigioso e o é ainda mais quando acontece no exercício da liderança. Nenhum líder deseja liderar sem a glória do reconhecimento. Todavia, os líderes que gostam dos holofotes estão comumente aquém do que se dizem fazer, e muitos não conseguem vencer a tentação de ser relevante, evidenciando o seu eu muito mais do que suas próprias ações e, por isto, fracassam antes do tempo.
O líder que foge do anonimato por iniciativa própria revela um sério desvio ético em sua conduta e costuma trair a si mesmo por não ser fiel ao exercício da sua própria liderança. Quando o líder imagina que ele é maior do que o que ele faz, é porque o que ele faz não é forte o suficiente para ser notado. Daí a necessidade de propagandas, programas e mídia, pois “se o que eu faço não é bom o suficiente para que a minha liderança seja percebida, preciso de um marketing pessoal para aparecer”. Tudo isto porque ninguém gosta do anonimato. E ninguém gosta do anonimato exatamente porque lá o que se faz não se divulga, é anônimo!
O anonimato é para quem ama o que faz e o faz sem barganhas. Faz porque compreende a sua missão neste mundo. Faz na sombra porque sabe que os aplausos não são a conseqüência do seu feito. Faz sem holofotes porque as luzes não são a sua glória. Faz sem estruturas, medo, políticas, sem trocas, faz até mesmo sem nada porque quem faz no anonimato faz sem adereços e faz em qualquer lugar.
De fato, o anonimato não é para qualquer um. No entanto, a liderança extravagante serve para muitos, e muitos que dificilmente irão entender que a verdadeira liderança não tem nada a ver com exposição na mídia ou espaços conquistados, e muito menos com projetos inacabados.
É preciso voltar com urgência ao agir simples de uma liderança que não deseja os primeiros lugares, os melhores ambientes, as maiores recompensas. É preciso encontrar líderes em fidelidade ao que lhes foi proposto. Que são capazes de fazer o que fazem em qualquer circunstância ou espaço. É preciso sair à rua, como bem lembrou o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. Tem muito líder que só está na mídia. Não entendeu ainda que é preciso estar no meio do povo. E, no meio do povo, os bons fazem a diferença e o anonimato é apenas um detalhe.

Segundo John H. Zenger e Joseph Folkman em seu livro The Extraordinary Leader ( O líder extraordinário), os itens encontrados com maior freqüência nas avaliações dos líderes menos eficazes são:
1° Incapacidade de praticar o autodesenvolvimento, isto é, de aprender com os próprios erros;
2° Falta de habilidades e competências interpessoais fundamentais;
3° Deixar de inovar ou promover mudanças devido a não abertura a idéias novas ou diferentes;
4° Não focar em resultados e não assumir responsabilidades por estes;
5° Deixar de tomar a iniciativa.
Incapacidade de praticar o autodesenvolvimento e de aprender com os próprios erros:
Um líder com essa inabilidade apresenta maturidade profissional inadequada, ainda mais levando em conta sua responsabilidade enquanto gestor de pessoas, pois antes de ser um gestor de processos é um gestor de gente. E se não consegue aprender com os erros cometidos, terá dificuldades em ter uma equipe de alto desempenho já que a equipe é “espelho” do líder.
Inabilidade em relacionamentos interpessoais fundamentais:
Se um líder não ouve, não comunica e nunca acha que está errado certamente isso refletirá no seu relacionamento não só com sua equipe, mas também, com seus pares e superiores.
Não abertura a idéias novas ou diferentes:
Aqui parece prevalecer o receio do líder no qual se a idéia não partiu dele, não serve. Isso denota insegurança mesmo porque o líder não pode querer saber tudo, não é um super-homem.
Não focado em resultados e não assumir responsabilidades:
Se o líder não é focado em resultados sua permanência está a perigo, pois, isso refletirá nos objetivos da área e seu superior tomará alguma providência cedo ou tarde. E se o líder não assume responsabilidades que são inerentes à sua atividade, o caos está instalado.
Deixar de tomar a iniciativa:
Mesmo que ele não tome qualquer iniciativa, alguém tomará por ele, e uma das iniciativas tomadas será o seu desligamento. Aqui vale o ditado de que “se você não tomar conta da sua vida, alguém o fará por você”.
Conclusão:
Um aspecto interessante a ser notado nos pontos mencionados é o de que todos eles estão diretamente ligados ao comportamento do líder, ou seja, são aspectos internos relacionados às suas crenças enquanto pessoa.
Nesse caso, o próprio líder tem as condições necessárias de alterá-los, tendo total autonomia para isso. Porém, para que tal ação ocorra, terá que ter humildade e vontade, despindo-se das suas ‘verdades’ inquestionáveis.

A característica mais marcante das pessoas que realmente conseguem resultados efetivos é o estabelecimento de metas. Estas pessoas têm claro onde querem chegar. Seus objetivos de curto prazo são mensuráveis e os de longo prazo são claros e específicos.
Mas o que torna tão importante trabalhar com metas bem estabelecidas? Qual é a força que isto pode ter para se conseguir resultados efetivos?
Não é difícil compreender a importância de se saber onde se quer chegar: muitas pessoas são extremamente dedicadas no seu dia-a-dia; vivem se sacrificando e à própria família; fazem tudo com a máxima qualidade; entretanto, não raramente reclamam por não estarem sentindo que estão evoluindo. Na maioria das vezes, isto ocorre porque elas não sabem para onde querem evoluir. Como não sabem a direção a ser tomada, acabam desperdiçando esforços para todos os lados, não conseguindo priorizar ações.
Uma pesquisa realizada na década de oitenta com atletas norte-americanos mostrou um aspecto interessante a respeito do assunto que estamos tratando:
Dez atletas saltaram uma vara que se encontrava na altura limite que cada um costumava atingir. Dos dez saltos, oito foram bem sucedidos; dois fracassaram. Em um outro dia e nas mesmas condições, foi solicitado que estes dez atletas saltassem novamente. Deveriam saltar da melhor maneira possível, visando superar a marca anterior. Porém, existia agora uma diferença: não foi colocado nenhuma vara para definir a altura. Ao invés disto, sensores detectavam a altura atingida. Desta vez, o resultado foi contrário ao da etapa anterior: apenas dois obtiveram êxito; oito fracassaram. Qual é a diferença entre as duas situações? O que fez com que os resultados fossem tão diferentes? A diferença significativa foi que na segunda etapa, os atletas, por mais que se esforçassem, não tinham seus objetivos claramente definidos.
Se a persistência foi considerada o combustível das pessoas que alcançam êxito, sem dúvida as metas são os seus motores. Quando se tem uma verdadeira meta, esta faz com que tenhamos ânimo para vencermos as maiores adversidades.
Convém destacarmos que, para se ter realmente uma meta poderosa, é preciso lembrar de alguns ingredientes:
M: mensuráveis - se você não puder medir o resultado, como saberá se conseguiu ou não atingir seu alvo? “Ter o máximo de clientes possíveis” não é uma meta, afinal, quanto representa o máximo? Se você considerar isto como meta, qualquer valor que atingir vai achar que este é o máximo…
E: específica - mais uma vez, deixar o mais claro possível onde se quer chegar nos ajuda a descobrir o caminho e concentrar nossos esforços. Dizer “vou ter um computador” é bem menos potente do que dizer “terei um Pentium III, de 500mtz e monitor de 17 polegadas”. Cuidado se definir uma meta como o primeiro exemplo poderá receber um 286…
T: temporal - outra arma poderosa no estabelecimento de metas é o prazo para se atingi-las. Não estabelecer um prazo não ajuda a nos organizarmos e geralmente se leva mais tempo do que o necessário para se atingir a meta. Afinal, se não tivermos prazo teremos a vida toda para tentarmos…
A: atingível - a meta precisa ser algo tangível. Estabelecer que vou visitar marte até o meu próximo aniversário certamente não me motivará buscar as formas de se realizar tal sonho. Por outro lado, estabelecer uma meta que não seja desafiante também não mobiliza esforços para atingi-la. A meta deve ter um significado pessoal. Algo que realmente faça com que você levante da cama de manhã com “pique” para trilhar mais uma etapa do caminho que te aproxima de sua realização.
“Não há ventos favoráveis para quem não sabe aonde quer chegar”.



Os líderes mais eficientes são aqueles que usam seu poder e influência para servir outras pessoas. Eles não o fazem por obrigação nem por recompensa, mas porque esse é o seu estilo de vida. E quanto mais servem, mais a sua liderança e influência crescem.
Embora o conceito de liderança de servo tenha se popularizado nos últimos anos, de forma alguma é um conceito novo, pois o encontramos por toda a Bíblia. Do Gênesis ao Apocalipse, a Palavra de Deus retrata a vida de muitos líderes que usaram sua posição e poder, não para obterem proveito próprio, mas para favorecer ao máximo as pessoas que os cercavam.
É claro que ninguém na Bíblia demonstrou melhor esse princípio do que Jesus Cristo. Isso é ilustrado no capítulo 2 de Filipenses, versículo 7, onde lemos: “antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo (…)”. De fato isso pode ser visto em todos os seus atos desde o início do seu ministério. Enquanto a maioria esperava um Messias que surgisse impondo seu poder e promovendo, pela força, mudanças radicais em todas as esferas da sociedade de sua época, Jesus iniciou um movimento que desencadeou uma verdadeira revolução de amor e serviço, que se estende até os nossos dias.
Ele serviu de várias formas: pregando às pessoas e ensinando-lhes a única verdade que poderia libertá-las; desfazendo cadeias e curando enfermos e, assim, removendo de muitas pessoas os flagelos que as atormentavam; exercendo misericórdia e demonstrando às pessoas que melhor é dar do que receber e mais importante é honrar do que ser honrado; e, finalmente, entregando sua própria vida numa cruz para que a redenção pudesse ser estendida a toda a humanidade.
Mas por que Jesus era uma pessoa tão diferente? O que fez com que o Mestre se tornasse o menor e o mais humilde dos servos? Em primeiro lugar, porque Ele entendia que no reino de Deus, serviço não é o caminho para a grandeza, mas a própria grandeza. Em segundo lugar, porque Jesus estava seguro de si mesmo, pois sabia perfeitamente quem era, de onde vinha, o que deveria fazer e para onde estava indo. Em terceiro lugar, e o mais importante, porque Jesus realmente amava as pessoas ao seu redor, amor este, descrito com precisão em João 13:1: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”.
Mesmo que as páginas da história humana estejam manchadas com as calamidades causadas por pessoas que fizeram mau uso do privilégio do poder, Jesus nos mostrou um modelo de liderança realmente eficaz, que honra a Deus e beneficia as pessoas. Nenhum outro em nenhuma época influenciou ou influenciará o mundo mais do que Ele. E o maior desejo dEle sempre foi que os seus seguidores liderassem da mesma forma: servindo as pessoas com o melhor de suas habilidades.
Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir
e dar a sua vida em resgate por muitos. Mc 10:45


O Novo Testamento observa a presença de partidos religiosos que eram desconhecidos no Velho Testamento. A fonte principal de informação é encontrada nas obras de Flávio Josefo. Em dois de seus livros, As Guerras dos Judeus (II, viii, 1-4) e As Antigüidades dos Judeus (XIII, v. 9), ele escreve acerca de quatro desses partidos: fariseus, Saduceus, zelotes e essênios. Para nossos propósitos, os Herodianos e os Zadoqueus devem ser acrescentados. Os samaritanos já foram mencionados.
1. Fariseus — O grupo maior e mais importante é o chamado os fariseus. A palavra em si significa “separatista”, tendo sido, provavelmente, aplicada como expressão de escárnio aos oponentes. Eles fizeram seu primeiro aparecimento definido como um grupo com este nome durante a época de João Hircano I. Alguns estudiosos dizem que o termo foi pela primeira vez usada ,quando alguns judeus piedosos “se separaram” de Judas Macabeu, depois de 165 a.C. É mais provável que eles foram os sucessores dos “hasidins”, que se haviam empenhado em “separar-se” do pecado, e na “separação” (interpretação) das Escrituras, durante as reformas de Esdras e Neemias.
Seja qual for sua origem, os fariseus foram o resultado final do movimento que teve seus primórdios com Esdras, intensificado pelos hasidins, sob os sírios e romanos. Eles representam aquela tendência, no judaísmo, que sempre reagiu contra dominadores estrangeiros, mantendo o exclusivismo judaico e a lealdade à tradição dos pais. Pouco se interessavam no poder político, mas se tornaram os mentores políticos de Israel. Eles tinham maior controle sobre o povo do que os Saduceus, que eram mais abastados e politicamente poderosos. Controlavam a sinagoga, e só eles sobreviveram à Guerra Judaico-Romana de 66-70.
Devido à sua profunda reverência para com os ideais nacionais e religiosos judaicos, e devoção aos mesmos, os fariseus se opuseram à introdução das idéias gregas, e não deixou de ser natural que se tornassem o partido reacionário. Para eles, as coisas velhas eram as únicas coisas boas. Num desejo sincero de tornar a lei praticável dentro do mundo greco-romano em mudança, os fariseus aderiram ao sistema da tradição dos pais. Começando com as Escrituras, eram feitas interpretações para se ajustar uma situação existente ou combater um erro em teologia. Nas tentativas de responder a problemas levantados por religiões intrusas, muitas idéias dormentes no Velho Testamento foram desenvolvidas e aumentadas. Entre essas doutrinas desenvolvidas durante esses 400 anos estão a ressurreição dos mortos, os demônios, os anjos e a esperança messiânica.
Para o fariseu, a tradição oral suplantou a lei. Este era o principal ponto em que divergiam dos Saduceus, que não viam nenhuma necessidade de alterar-se a lei. Os fariseus diziam que as finas distinções das tradições orais eram para facilitar o cumprimento da lei sob novas condições e tornar virtualmente impossível pecar-se. Eles também colocavam uma forte ênfase sobre a providência divina nos assuntos do homem.
2. Saduceus — Embora a origem da seita esteja perdida na obscuridade, o nome pode ter-se derivado de um certo Zadoque, que sucedeu Abiatar como sumo sacerdote durante os dias de Salomão. Pode ter vindo da palavra hebraica “zoddikim”, que significa “os justos”. Os Saduceus gabavam-se de sua fidelidade à letra da lei mosaica, em contra distinção à tradição oral. Este era o partido da aristocracia e dos sacerdotes abastados. Eles controlavam o sinédrio e qualquer resquício de poder político que restava. Eram os colaboracionistas, a tendência que favorecia o poder estrangeiro e que se alinhava com ele pelo poder. Também controlavam o templo. O sumo sacerdote era sempre o líder deste grupo. Era um grupo fechado e não procurava prosélitos, como o faziam os fariseus.
Teologicamente conservadores (diziam),limitavam o cânon à Torah ou Pentateuco. Rejeitavam as doutrinas da ressurreição, demônios, anjos, espíritos, e advogavam a vontade livre, em lugar da providência divina. Este grupo não sobreviveu à Guerra Judaico-Romana de 66-70.
3. Zelotes — Os zelotes representavam o desenvolvimento na extrema esquerda entre os fariseus. Estavam interessados na independência da nação e sua autonomia, ao ponto de negligenciarem toda outra preocupação. Segundo Josefo, o fundador foi Judas de Gamala, que iniciou a revolta sobre o censo da taxação, em 6 d.C. Seu alvo era sacudir o jugo romano e anunciar o reino messiânico. Eles precipitaram a revolta em 66 d.C, que levou à destruição de Jerusalém em 70. Simão, o zelote, foi um dos apóstolos.
4. Essênios — Estes representavam o desenvolvimento na extrema direita entre os fariseus. Eram uma ordem distinta, na sociedade judaica, mais que uma seita dentro dela. Sendo o elemento mais conservador dos fariseus, eles enfatizavam a observação minuciosa da lei. Formavam uma comunidade ascética ao redor do Mar Morto, e viviam uma vida rigidamente devota. Eram a sobrevivência dos hasidins mais estritos, influenciados pela filosofia grega. A partir dos documentos de Qumram, parece que eles aguardavam um messias que iria combinar as linhagens real e sacerdotal, numa estrutura escatológica. Este grupo não é mencionado em o Novo Testamento.
5. Herodianos — Os Saduceus da extrema esquerda eram conhecidos como os Herodianos. Tirando o nome da família de Herodes, eles baseavam suas esperanças nacionais nessa família e olhavam para ela com respeito ao cumprimento das profecias acerca do Messias. Eles surgiram em 6 d.C, quando Arqueleu, filho de Herodes, o Grande, foi deposto, e Augusto César enviou um procurador, Copônico. Os judeus que favoreciam a dinastia herodiana eram chamados “Herodianos”. Este grupo é mencionado em Mateus 22:16 e Marcos 3:6; 12:13.
6. Zadoqueus — Na extrema direita dos Saduceus estava o grupo conhecido como os Zadoqueus. Embora não mencionados em o Novo Testamento, este grupo é importante, porque mostra outra tendência entre os Saduceus, talvez dando uma chave quanto à sua origem. Em 1896, um fragmento de um documento foi encontrado numa sinagoga no Cairo. Publicado em 1910, com o título Fragmentos de uma Obra Zadoquita, este termo entrou em todas as discussões acerca do judaísmo sectário. A descoberta de outros documentos na comunidade de Qumram, do Mar Morto, sugere alguma relação entre os Zadoqueus, os essênios e a comunidade de Qumram. Um movimento de reforma foi iniciado entre os sacerdotes (filhos de Zadoque), entre os Saduceus, durante o início do segundo século a.C. Quando a reforma fracassou, eles foram para Damasco e estabeleceram uma comunidade sob um novo conjunto de regulamentos, denominado “o novo concerto”. Alguns posteriormente voltaram como missionários para sua terra natal e depararam com amarga oposição por parte dos fariseus e Saduceus. Alguns, então, encontraram seu caminho em direção às comunidades ao redor do Mar Morto. Eram missionários fervorosos, em busca de um mestre de justiça que chamasse Israel de volta ao arrependimento e apareceria no advento do Messias. Eles aceitavam toda palavra escrita, mas rejeitavam a tradição oral. Eram muito abnegados na vida pessoal e leais aos regulamentos da pureza levítica. Deram grande ênfase à necessidade de arrependimento.

Você teve uma idéia brilhante a respeito de um evento de colheita e passou dias considerando se deveria ou não compartilhar com o seu líder na igreja. As semanas se passaram e a idéia não foi embora, muito pelo contrário, ganhou força quando você compartilhou com outros irmãos e isto lhe deixou mais motivado ainda. Marcou um horário com seu líder (quem sabe até com o pastor titular) e depois de um bom tempo explicando a idéia você ouviu: “Coloque seu projeto no papel e justifique bem direitinho a sua proposta”. De imediato, sua resposta foi: “Como assim, colocar no papel? Eu tenho a idéia mas não estou pronto para apresentar um projeto escrito!” O fato é que muitas idéias começam a desmoronar quando esta resposta é ouvida. É como se recebêssemos um “balde de água fria” e a idéia perdesse força no momento em que deve ser transferida para o papel e se transformar em um projeto.
A temática é atual. Nunca se publicou tanta literatura sobre projetos como agora e, ainda assim, à primeira vista, parece que o termo “projetos” somente nos lembra burocracia, papel, documentação, formalização excessiva. Mas, projetos existem desde o início dos tempos. As grandes construções da Antiguidade são exemplos de projetos bem sucedidos que foram planejados e executados e que até hoje podem ser visitados e admirados. Ao falarmos de projetos, quem não se lembra do texto de Lucas a respeito da construção da torre? E, se deixarmos de olhar para a História e para a Bíblia e olharmos para o nosso dia-a-dia, veremos que planejamos e executamos muito mais projetos do que supomos. Alguns exemplos são as viagens de férias, as festas de aniversário, a compra de um imóvel, uma mudança de cidade, a reforma da casa, celebrações de final de ano, enfim, atividades que fazem parte do nosso dia-a-dia que são, na verdade, projetos. Esta afirmação pode lhe surpreender mas a verdade é que você tem atuado como um gerente de projetos em muitas ocasiões e pode ser bem experiente nisso!
Cada mudança que fazemos é um projeto, ou seja, um esforço temporário (com início, meio e fim) que tem por finalidade alcançar um objetivo específico. Geralmente cada projeto resulta em um produto ou serviço único já que tem características próprias que o diferenciam de outros semelhantes. Vejamos, no caso da nossa viagem de férias: ela é única, temporária e (geralmente, com a graça de Deus!) alcança o objetivo de descanso para qual ela foi planejada. O mesmo acontece com os outros exemplos acima. Em cada um deles o esforço é temporário e o resultado é único.
Trazendo este conceito para a realidade das nossas igrejas podemos identificar rapidamente várias frentes que se encaixam perfeitamente nesta definição: eventos evangelísticos, acampamentos, reuniões de trabalho com a liderança, viagens para participação em congressos, conferências missionárias, palestras, construção do novo templo, compra de veículo, reforma das instalações, abertura de uma escola para treinamento de líderes, cultos de batismo, celebrações especiais, enfim, os exemplos são muitos e conhecidos por aqueles que atuam como líderes em suas igrejas locais.
Partindo então do pressuposto comum de que projetos fazem parte do nosso dia-a-dia e de que temos até “uma certa experiência nisso”, o que nos impede, como líderes, de formalizarmos nossas idéias e sugestões em formato de projeto? Por que ficamos desanimados e desmotivados diante do desafio de propor algo por escrito quando a idéia queima dentro de nós? Seria a falta de tempo? Ou será que fazemos parte do time daqueles que não conjugam o verbo planejar e, sendo assim, eliminaram também do seu dicionário os substantivos plano, projeto, propósito, cronograma, orçamento?
Muitas vezes a nossa dificuldade não reside propriamente em como descrever nossa idéia mas sim como justificá-la, ou seja, o porquê nosso projeto deve ser executado e de que forma ele faz sentido para a igreja. Em meio a tantas idéias, o que diferencia a nossa? Neste texto não pretendo analisar o projeto olhando para dentro dele, mas sim, para fora, para o contexto, para o ambiente, para a organização, para a igreja. Há muitos modelos e metodologias que podemos utilizar para formalizar nosso projeto mas isto será assunto para uma outra oportunidade.
Olhando então para fora do projeto, o que justificaria a sua execução? Hoje, mais do que nunca, os recursos físicos, financeiros e de pessoal são escassos. Afaste-se por um momento da sua idéia-projeto e olhe para a igreja, olhe para fora. Quais fatores ou qual fator validaria este projeto em detrimento de outros propostos? São muitas as idéias e é normal que muitas idéias nunca venham a ser executadas. Que tipo de indicador nos daria o sinal verde para transformar uma idéia em um projeto? Haveria um fator maior que tivesse tamanha importância a ponto de uma idéia “saltar aos olhos” da liderança?
Sim, sim, sim! Projetos são elementos de execução da estratégia da organização e como tal devem estar necessariamente alinhados com a estratégia estabelecida pela liderança da igreja. Entende-se estratégia como um conjunto de orientações e diretrizes de como atingir os objetivos definidos pela liderança. A estratégia fornece o rumo, a direção para onde a igreja está coordenando todos os seus esforços. Olhando então para fora da idéia “candidata a projeto” vemos a estratégia como um grande guarda-chuva embaixo do qual todos os projetos devem se alinhar. Este alinhamento resulta em sinergia para a igreja na medida em que contribui para que a mesma alcance os objetivos traçados pela estratégia.
Olhando a estratégia mais de perto e buscando dentro dela a sua essência chega-se na declaração de missão e visão da igreja. Esta declaração é o fator mais importante na validação da sua idéia. É a partir da visão e missão que todas as estratégias são construídas. Se a sua idéia não está remando na mesma direção da visão e missão, você tem grandes chances de fracassar em seu projeto ou, ainda que ele tenha um certo êxito, resulte em pouca ou nenhuma sinergia para a missão/visão da igreja. Assim como os músicos de uma orquestra mantém um olho no instrumento musical e o outro no maestro durante a performance, assim devem ser iniciados, conduzidos e finalizados todos os projetos dentro da igreja. Sem um alinhamento estratégico do projeto com a visão/missão corremos muitos riscos que vão desde desperdício de recursos até a frustração com o pouco resultado do mesmo.
A reflexão e a análise fundamental a ser feita, antes de um projeto ser colocado no papel, é: a minha idéia está alinhada com a visão/missão da igreja? Os recursos a serem alocados no meu projeto vão gerar sinergia para que a igreja seja fortalecida na direção da visão/missão? Eu conheço e entendo a visão/missão da igreja? Minhas prioridades e objetivos são influenciados por esta missão/visão? Esta visão queima dentro de mim? Esta análise é essencial, tanto para o projeto em si quanto para o reforço da visão da igreja. Portanto, não perca a missão/visão de vista. Utilize-a como uma bússola, como um direcionador, como inspiração, como motivação, como limitador e como objetivo maior!
Concluo com uma citação de George Barna extraída do livro Líderes em Ação: “Visão é o ponto de partida de uma liderança eficaz. É também o ponto de chegada, porque todos os nossos esforços, em última análise, são avaliados em termos do progresso que fazemos no sentido de implementar a visão plena e fielmente.”



O coração é a sede dos sentimentos do homem. Salomão nos ensina que devemos prioritariamente guardar o coração porque dele procedem as saídas da vida. Jesus disse que do coração é que originam os maus desígnios. Jeremias nos ensina que enganoso é o coração mais do que todas as coisas e desesperadamente corrupto. É impressionante a influência do coração nas decisões. Diz o Senhor que a boca fala do que está cheio o coração. Muitas vezes dizemos coisas ruins porque o nosso coração está doente. Como precisamos pedir ao Senhor que sonde e examine o nosso fraco coração! Devemos ter a coragem do salmista de reconhecer nossas mazelas e pedir ao Senhor que nos perdoe e nos cure (Sl 51).
Devemos ter um coração saudável. Um coração centrado em Deus. Coração submisso e obediente. Manso e humilde. Sensível e encorajador. Misericordioso e amoroso. Ele deve ser firme nas decisões. Sensato nos relacionamentos. Que discerne bem no meio das circunstâncias difíceis. Um coração inclinado para os ensinos do Mestre. Um líder deve ter sempre um coração sincero, despido de quaisquer resquícios de hipocrisia e segundas intenções. Porque, na verdade, temos esta tendência. Jesus condenou veementemente a hipocrisia dos líderes judaicos. Devemos ser sempre transparentes não nos importando com as conseqüências.
É mister que peçamos a Deus que guarde o nosso coração das más influências.
Líderes como Sansão, Davi, Salomão e muitos outros reis de Israel não guardaram o seu coração. Foram contaminados pela sensualidade e pela idolatria. Erraram o alvo. Perderam o foco do Senhor e o brilho da sua liderança. Transformaram a comissão em omissão. Entristeceram o coração do Pai. Não deram testemunho do Senhor que os havia chamado com tanto amor. Foram, na verdade, ingratos. Não corresponderam às expectativas de Deus.
O nosso coração deve ser como o de Abraão, que deixou a sua terra para a terra que Deus havia determinado e ele foi uma benção para as nações; como José que preferiu ser preso a ceder para a sensualidade da esposa de Potifar e, assim, comprometer a sua fidelidade ao Senhor e o Seu plano; como Moisés que deixou os tesouros do Egito para servir ao Senhor na liderança do Seu povo; como o de Josué que levou o povo à terra prometida; como Neemias que recebeu de Deus a incumbência de reconstruir os muros de Jerusalém e o fez em 52 dias; e como o de Paulo que recebeu a ordem de Jesus de levar o Seu evangelho de Jerusalém (oriente) a Roma (ocidente). Cumpriu a missão com inteireza de coração. Coragem, determinação, amor e fé.
A igreja precisa urgentemente de líderes absolutamente comprometidos com o Reino de Deus. Homens e mulheres que queiram, em Cristo, gastar suas vidas na proclamação do evangelho da graça. Que usem a sua profissão para testemunhar a sua fé em Cristo. Líderes santos que invistam suas vidas no treinamento de outras pessoas. Que sejam ornamento na igreja treinando pessoas para serem semelhantes a Jesus.
O coração do líder deve estar no centro da vontade de Deus. Que a nossa missão principal seja a de falar de Cristo às pessoas sem preconceito, agindo com um coração acolhedor. Líderes cuja missão seja libertadora, impactadora e encorajadora. O foco do coração do líder é o Senhor. O mesmo Senhor tem prazer na obediência do Seu servo. O Reino de Deus necessita de homens e mulheres cujo coração seja totalmente do Senhor. “Porque, quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é totalmente dele” (2 Cr 16.9).
Jesus é o nosso maior exemplo de alguém que tem o coração na Missão. Ele é nosso líder-servo que veio servir e dar a Sua vida em resgate de muitos (Mt 20.28). Ele tabernaculou entre nós em perfeita sintonia com o Pai. Todo o Seu ministério estava centrado na Missão do Pai. Jesus andava entre os pobres. No Seu coração não havia preconceito. Ele pregou o evangelho do Reino; ensinou o caráter do Pai e curou as enfermidades físicas e emocionais. Foi para a cruz com plena consciência de Missão. Morreu nos amando com um amor incomparável. A Sua vida foi um exemplo de obediência. Ele nos ensinou que o mais importante é buscar e salvar o homem perdido para que haja alegria no céu debaixo da glória de Deus.

O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. (Oséias 4:6)
Ao longo da Bíblia vemos Deus convocando aqueles a quem escolheu a tomarem decisões. Mais do que um simples concordar ou uma opinião própria, podemos perceber que a Sua vontade e Seu plano foram sendo estabelecidos a partir do momento em que profetas, reis, discípulos, apóstolos e homens comuns compreenderam o poder de mudança nesta palavra {decisão} através de uma equação simples, mas de resultados surpreendentes: conhecimento + posicionamento + ação = sabedoria para cumprir o chamado.
Ainda hoje, todos os dias, à toda hora, como cristãos e como igreja, continuamos a ser convocados a tomar decisões. A questão é: quais critérios estamos utilizando para escolhermos um caminho e, com certeza, afirmarmos que é o correto e que estamos nos movendo dentro do chamado ministerial que nos foi proposto?
Sem exceções, todas as nossas decisões são baseadas em dois critérios: objetivo e subjetivo. O critério objetivo compreende as quantificações, valores mensuráveis e externos ao indivíduo, como informações de conteúdo definido. O critério subjetivo está diretamente relacionado ao nosso lado intuitivo. É o chamado “feeling”, aquela percepção interior que nos dá a sensação de certeza e tem suas raízes em nosso conjunto de valores, em nossa história.
Quando somos questionados por outros, convocados por Deus a tomar decisão, ou nos vemos diante de um problema que exige uma solução imediata, automaticamente nossa capacidade de julgamento – objetiva e subjetiva – é acionada para produzir uma resposta.
Nem sempre, porém, conseguimos utilizar o critério adequado para decidir corretamente. Ou, mais precisamente, não temos a capacidade de equilibrar os argumentos objetivos e subjetivos que pesam contra ou a favor.
Por exemplo: se perguntamos a alguém como vai a sua saúde, quase sempre escutamos uma resposta subjetiva e vaga, baseado naquilo que a pessoa está sentindo ou vivendo no momento, do tipo “vai bem”. Na verdade, essa era a hora de respondermos o mais especificamente possível. Poderíamos dizer: “estou com o colesterol alto” ou, então, “estou carência de cálcio ou vitamina A”. Ou ainda poderíamos devolver a pergunta à pessoa e questioná-la: “sobre qual sistema especificamente você deseja saber? Circulatório, digestivo ou nervoso?” Avaliando desse modo, podemos afirmar que, ao mesmo tempo em que é tão simples também é tão difícil de responder.
Por outro lado, se perguntamos a um pai como vai o seu filho na escola, certamente escutaríamos sobre as notas, o bom comportamento e as disciplinas nas quais ele se destaca. Dificilmente uma pergunta como essa provocaria uma resposta que abordasse se o filho tem bom relacionamento com os colegas, se os professores gostam dele, etc.
Muitas vezes, as decisões da Igreja tem sido assim. Acabam emboladas entre a dimensão do objetivo e subjetivo, produzindo um resultado aquém do esperado. Mas, o mais comum, por falta de objetividade, acaba sendo a tendência a decisões intuitivas em detrimento das racionais.
O que fazer, então, quando nos perguntam “como vai sua Igreja?”
Nenhum dos dois extremos é bom. Nunca devemos utilizar somente o critério intuitivo ou o objetivo/racional. Precisamos responder com dados e fatos, mas respaldados pelo intuitivo e vice-versa.
Para alcançarmos essa maturidade, porém, precisamos aprender a localizar em qual fase nos encontramos e, assim, conseguir emitir um diagnóstico o mais perto possível do real ou, pelo menos, do provável. É possível classificar os estágios da seguinte maneira:
CAOS - são situações que não temos conhecimento necessário para falar sobre elas.
INFORMAÇÃO – conjunto de características, fatos ou rotinas, ainda que desconectos, mas que ajudam a jogar uma luz sobre a situação.
CONHECIMENTO - dados coletados e analisados que geram parâmetros comparativos repetidos.
SABEDORIA - conhecimento acumulado ao longo dos anos da vida que nos capacita a identificar uma situação com certeza.
O problema é que nós, que dirigimos ou participamos da direção das igrejas, geralmente queremos entrar direto na sabedoria e no conhecimento sem a base de informação. Pense bem e pelo menos você vai se lembrar de um exemplo de igreja que quis sair do caos pulando degraus direto para a sabedoria.
Quando nos perguntam “Como vai sua Igreja?”, para responder é preciso utilizar critérios diferentes. Uma Igreja não cumpre seu chamado apenas pelo crescimento numérico. Não podemos analisar apenas quantos novos membros entraram em um ano, mas também quantos saíram. Você saberia responder, por exemplo, se os membros de sua congregação possuem:
  • Comprometimento com a visão;
  • Maturidade espiritual;
  • Relacionamento mútuo;
  • Vitórias no caminhar com Cristo?
Para se utilizar esses critérios é preciso levantamentos e pesquisas que gerem conhecimento mais consistente. É hora de nos aprofundarmos mais nas nossas situações através de fatos e dados que nos façam enxergar a realidade em toda a sua complexidade e não isoladamente. A própria Palavra de Deus nos alerta quanto a esse respeito. Em Oséias 4:6 lemos: “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento.”
À medida que conquistarmos esse conhecimento e a conseqüente sabedoria – sempre atestada pela Palavra e confirmação do Espírito Santo -, teremos maturidade para tomarmos decisões melhores.
Para chegarmos nesse nível é necessário pensar em critérios que produzam um diagnóstico preciso. Entre as ferramentas que nos auxiliam em tal tarefa, podemos citar pesquisas, levantamentos, relatórios, medições específicas, contínuas e abrangentes que vão fugir da visão restrita e numérica dos membros.
Assim, quando alguém nos perguntar outra vez “como vai a sua Igreja”, poderemos devolver-lhe a questão e indagá-lo: “Especificamente sobre qual área ou ministério o irmão deseja saber?” Mais ainda: poderemos testemunhar das escolhas que temos feito em Jesus e que têm produzido crescimento qualitativo e, acima de tudo, a confirmação do cumprimento do nosso chamado.



Em face da globalização, que tem se consolidado nestes últimos 10 anos, estamos presenciando um grande crescimento da indústria Cristã do conhecimento e da informação.
Várias editoras surgiram e estão produzindo centenas, milhares de títulos em diversas áreas, colocando no mercado um mix de conteúdos à disposição das lideranças cristãs. O objetivo: ampliar a capacitação e habilitação dos líderes no desempenho de suas respectivas funções.
Nunca tantas bíblias foram impressas e vendidas no País. A edição de 17 de dezembro da Revista Veja, em uma de suas reportagens aponta o Brasil como o país que não só produziu o maior número de exemplares de bíblias no mundo em 2003 - 8,6 milhões -, como também destaca as edições e versões evangélicas, que são as de maior tiragem alcançando 57% em relação à produção dos exemplares católicos, que totalizam 43% do total.Se levarmos em consideração também o crescente circuito de eventos com conferências e seminários e o poderoso veículo que é a Internet, fica difícil mensurar a quantidade de canais disponíveis com estudos e artigos de várias naturezas à disposição da Igreja Cristã brasileira.
Diante de tantas ferramentas, instrumentos e mecanismos facilitadores que Deus tem nos concedido, o que ainda percebemos é que as lideranças evangélicas ainda enfrentam sérias dificuldades em comunicar e compartilhar integralmente e de forma efetiva seus desafios ministeriais.
Observando esse paradoxo, a questão é: onde será que estamos errando?
Segundo as ciências sociais, um dos princípios fundamentais para o desenvolvimento saudável de toda e qualquer atividade humana é a comunicação que, numa definição simplista é o ato de emitir, transmitir e receber mensagens verbais e não verbais.
Lembremos também que, para ocorrer essa trans-missão de idéias é necessário sempre um emissor e um receptor. A partir desse entendimento, ou seja, no trajeto entre o emissor e o receptor - onde efetivamente acontece a comunicação - é que quero chamar a atenção para encontrarmos a resposta desse desafio.
Possíveis ruídos podem estar ocorrendo na trans-missão aos seus co-liderados. Ruídos internos e externos também têm distorcido e feito se perder conceitos e valores fundamentais que a igreja tem como responsabilidade transmitir.
Com esses insights, quero desafiá-lo a sintonizar seu coração e entender a pedagogia de Jesus quanto a uma comunicação eficaz.
Vamos partir da premissa que para ser um bom comunicador é necessário ouvir mais. “Sabei isto, meus amados irmãos: Todo homem seja pronto a ouvir, tardio para falar…” Tg1.19. Ouça! ” Vinde e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração… ” Mt 11.29.
Sendo o mestre o grande canal de emissão e recepção da nova vida, vemos em Jesus duas características essenciais: humildade e mansidão. Na prática, significa ser brando, suave no trato com os outros; que não faz barulho, ruído.
Essa é a condição básica que Jesus demonstra para que Sua trans-missão, ou seja, Seus conceitos e valores se concretizem com eficácia. Lembre-se: o fruto do Espírito é …mansidão…”Gl 5.22.23
Outro texto que nos convida a sintonizar com precisão e eliminar os ruídos da real comunicação é mostrado por Jesus após sua ressurreição aos seus discípulos no caminho de Emaús.
“Iam falando entre si de tudo o que havia acontecido. Indo eles falando entre si e fazendo perguntas um ao outro, o próprio Jesus se aproximou, e ia com eles” Lc 24.14-15.
Jesus mais uma vez investiu seu tempo em caminhar e dialogar com os seus co-liderados (comunicação permanente). Pois sabia que, por ruídos internos e externos - “Mas os olhos deles estavam como que fechados … ” v.16 - estavam perdendo a essência da mensagem para o qual foram chamados.
“Ó néscios, e tardios de coração para crer em tudo o que os profetas disseram! “v.25. É na pedagogia demonstrada no caminho e no diálogo que Jesus nos mostra o início do processo de relacionamento. O ditado de domínio público é 100% verdadeiro:
“Sem relacionamento não há comunicação, sem comunicação não há encontro, sem encontro não há conhecimento e sem conhecimento não há desenvolvimento eficaz”.
O ser humano só pode adquirir novos conhecimentos e um desenvolvimento pleno e correto a partir do momento que a trans-missão aconteça sem ruídos; e isso só é possível através de relacionamentos saudáveis e sinceros construídos na caminhada.
Afinal, não podemos esquecer nunca que a nossa missão acontece no caminho.É hora de pensar e ver o porquê muitas vezes o mundo tem se comunicado melhor do que a igreja. Quem será que tem investido mais tempo em ouvir e relacionar-se com seus co-liderados e o seu ministério?
Os de fora ou você? Não permita que outras vozes falem ao seu coração e aos seus, gerando ruídos e dúvidas. Como Moisés, também é preciso ouvir mais os jetros que Deus tem colocado ao seu lado nessa missão.
A partir dessa visão, creio com muita convicção na importância de aprimorarmos a nossa habilidade de comunicação. A comunicação tem o poder de influenciar e transformar tanto para o bem quanto para o mal.Por isso, fica a pergunta como é que você tem se comunicado e usado esse poder?
O ser humano só poderá iniciar seu desenvolvimento através da comunicação, pois suas necessidades básicas dependem dessa relação. O indivíduo é um ser pessoal, mas inter-pessoal e um desenvolvimento saudável somente será desencadeado se expressarmos primeira e corretamente a vontade dAquele que nos tem vocacionado.
Nunca se esqueça deste tripé:
  • Ouça
  • Caminhe
  • Desenvolva relacionamentos
Comunicação eficaz concede graça. O próprio Jesus reafirmou esse conceito quando declarou: “eu vos designei para que vades (eficiência= Faça o que deve ser feito), e deis frutos ( eficácia= de forma correta ), e o vosso fruto permaneça” ( efetividade= de maneira permanente) Jo 15:16.

Êxodo 18:1-27
O povo de Israel tinha acabado de sair do Egito. Moisés aconselhava o povo desde o amanhecer até o anoitecer. Numa atividade exaustiva tanto para ele como para o povo que buscava uma orientação. Devido a grande procura, a maioria saía sem conseguir falar com ele. Apesar de ser um homem de Deus, Moisés não estava conseguindo enxergar o seu erro. Precisou que seu sogro Jetro aparecesse para lhe chamar a atenção e assim mudar o método de liderança que estava utilizando para aconselhar o povo. Baseado neste episódio da vida de Moises queremos refletir alguns pontos importantes para uma liderança eficaz junto ao povo de Deus.
1. A Repetição de métodos antigos e ortodoxos não significa necessariamente que estamos no caminho certo.
O tempo e as pessoas mudam, sendo necessário à utilização de novos métodos e recursos que venham a levar o povo a uma direção segura. Moisés usava o método patriarcal em que toda a decisão passava pelo chefe do clã. Ele não se deu conta que eles já não eram uma pequena família , mas sim uma grande família. Portanto, o método patriarcal era por si só ineficiente para atender a todos.
2. A centralização do poder só sobrecarrega o líder, e mostra que ele não tem confiança nos seus liderados ou vê que ninguém é capaz de ajudá-lo.
Esta centralização é fruto do sistema patriarcal , tinha a sua razão de existir antes,
agora não. Ela pode gerar não só sobrecarga, mas também pode levar a uma apatia por parte do grupo. Conseqüentemente matará toda e vontade de liderança e serviço do povo. Um velho ditado é válido para os nossos dias: “Só se aprende fazer fazendo”.
3. A forma de trabalho que Moisés estava usando poderia gerar, devido à espera do povo: cansaço, desânimo e frustração.
Com certeza o povo sairia da presença de Moises sem uma decisão. As conseqüências seriam óbvias: desvio de doutrinas, prática imorais e quebra da comunhão com Deus e com o grupo. Portanto, cuidado em não insistir no método que não está trazendo resultados positivos.
4. Um bom líder sabe ouvir.
Esta deve ser uma das características de um grande líder, de um verdadeiro homem de Deus. Isto é fruto da humildade. Moisés soube ouvir os conselhos de seu sogro , por sinal, também era um líder. As experiências dos mais antigos são sempre bem vindas. Imaginemos se Moisés não desse ouvido aos conselhos de seu sogro!
5. Um bom líder é aquele que divide tarefas.
Agindo assim, faz discípulos. O método que empregava Moisés não só matava a liderança natural que existia no grupo como impedia que nossas lideranças surgissem ou fossem formadas.
6. Por menor que seja o nosso grupo de liderança haverá sempre pessoas com capacidade para nos ajudar.
Cremos que esse dom vem de Deus, ele mesmo se encarrega de levantar pessoas idôneas para estar ao nosso lado. Elas nos ajudarão a cumprir a tarefa que nos ordena o Senhor.
7. A grande responsabilidade do líder é fazer com que o rebanho saia alimentado de uma maneira eficaz e satisfatória.
Em certos momentos precisará fazer uso dos recursos tanto materiais como técnicos para atender a todos. Portanto, não se pode virar as costas para a realidade.
Moisés descobriu que o método utilizado não era o melhor. Ainda que as intenções e o propósito eram dar o melhor para o povo. Não temos que ter medo de mudar no meio do caminho quando descobrirmos que o método que estamos utilizando não seja o melhor para o povo. Descobrindo o erro, é melhor mudar do que, por teimosia e prepotência, levar o grupo à ruína.


Aconselhamento, segundo o Dicionário Aurélio, é uma “forma de assistência psicológica destinada à solução de leves desajustamentos de conduta”. Se usarmos esta definição para aconselhamento, poderíamos definir aconselhamento cristão como uma forma de assistência espiritual, física e psicológica destinada à solução de todos os desajustamentos de conduta (leia-se Pecado) e os desajustamentos de motivação.
Portanto, aconselhamento cristão não é dizer a uma pessoa: “você está em pecado e deve mudar de atitude, porque a Bíblia diz. Caso contrário, você queimará no fogo do inferno”. Aconselhamento cristão não é dizer a uma pessoa: “você está agindo assim, porque no passado você não experimentou algo. Não se preocupe a culpa não é sua, mas de outras pessoas e das circunstâncias do passado”. No primeiro exemplo temos um legalismo frio que supervaloriza a culpa e anula a graça. No segundo exemplo, temos uma espécie de determinismo psicanalítico, que nega a culpa real do ser humano diante de Deus e destrói o evangelho de Cristo. Infelizmente, tem sido assim, que muitos pastores e líderes têm encarado o assunto aconselhamento cristão.
Wayne Mack afirma que o aconselhamento, para ser chamado cristão, precisa possuir quatro características: 1. Ser realizado por um cristão; 2. Ser centrado em Cristo (Cristo não é um adendo ao aconselhamento, mas é a alma e o coração do aconselhamento, a solução para os problemas. Isto contrata com o caráter antropocêntrico das psicologias modernas); 3. Ser alicerçado na Igreja (a Igreja é meio principal pelo qual Deus trás as pessoas ao seu convívio e as conforma ao caráter de Cristo) ; 4. Ser centrado na Escritura Sagrada (a Bíblia ajuda a compreender os problemas das pessoas e prover solução para os mesmos). De fato, estas características englobam conceitos que, se retirados do aconselhamento cristão, o transformará em mais uma psicoterapia puramente antropocêntrica e humanista.
O conselheiro cristão deve estar atento a alguns princípios para que o aconselhamento seja eficaz. Primeiramente, ele precisa levar em conta que, diante de si, está um ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26,27) e que mesmo depois da queda, não perdeu esta imagem, ainda que ela esteja seriamente avariada. É por causa do pecado que o homem está em profundo conflito. O conflito (ou conflitos) que o ser humano vive é porque o pecado o separou de Deus (problema espiritual), também o separou dos seus iguais (problema sociológico), de si mesmo (problema psicológico) e da criação (problema ecológico) .
Em segundo lugar, o conselheiro cristão deve ter em mente que o mesmo Deus que criou este homem, também planejou redimi-lo através da vida e da morte de seu Unigênito Filho. O qual ofereceu um sacrifício perfeito, a fim de purificar plenamente a consciência daqueles que se achegam a ele, de suas obras mortas (Hb 9.14). Assim, o aconselhamento é uma maneira de apresentar o propósito da redenção em Cristo.
Em terceiro lugar, o conselheiro cristão deve refletir o amor, a misericórdia, a graça e a justiça de Deus àquele que o procura. Esta atitude é chamada de empatia. Empatia é a “tendência para sentir o que sentiria caso estivesse na situação e circunstâncias experimentadas por outra pessoa”. O conselheiro cristão que é empático, terá melhores resultados no aconselhamento, pois o aconselhado sentirá que aquela pessoa que está diante dele realmente se importa.
E, finalmente, que o objetivo do aconselhamento cristão é conduzir a pessoa a um relacionamento maduro com Cristo. Entendo que a maturidade cristã é a compreensão das verdades bíblicas e a sua aplicabilidade no cotidiano; além da obediência à vontade de Deus. Portanto, a tarefa do conselheiro é conduzir o aconselhado à maturidade em Cristo, ou seja, equipar o indivíduo com as respostas de Deus para os seus problemas e ensinar como Deus quer que ele viva. Isto torna importantíssima a participação do conselheiro cristão na edificação do Corpo de Cristo.
Infelizmente, muitos pastores e líderes são mal informados e mal formados quanto à questão do aconselhamento cristão. Alguns pioram a situação dos que buscam ajuda, ao invés de fornecer o apoio necessário ao momento. Outros simplesmente dizem: “você deve procurar um profissional” (leia-se psicoterapeuta). É claro que certos casos, a ajuda profissional é bem-vinda e necessária. Porém, a responsabilidade de dar as respostas aos conflitos humanos é primeiramente dos pastores e líderes cristãos. Afinal, nós temos a resposta verdadeira. Se a Igreja exercesse o seu papel terapêutico, não teríamos tantas pessoas desesperadas por viver seus destruidores conflitos.
Larry Crabb aponta três níveis diferentes de aconselhamento no contexto da Igreja, que vai desde o encorajamento pessoal através de relacionamentos até um nível que requer mais preparo . Assim, o aconselhamento cristão pode acontecer em todos os níveis da Igreja, gerando saúde e maturidade cristã.
Parte do fracasso de muitos pastores nesta área deve-se ao mau preparo acadêmico. E isto, não é privilegio de Pentecostais somente. Muitos pastores de outras denominações, tanto históricas quanto pentecostais, reclamam da falta de preparo que receberam durante o seminário. Estamos formando bons teólogos e bons pregadores, mas será que estamos formando pastores conselheiros? Porém, a falta de preparo acadêmico não pode servir de desculpa para o não aprimoramento. Existem muitos livros, artigos e cursos que ajudam o pastor ou o líder, a saber, mais sobre o aconselhamento cristão.
A outra parte do fracasso deve-se a falta de interesse pelo tema. A máxima, “não tenho dom para isto” é repetida por muitos e na realidade é uma fuga. Temas como missões, crescimento da Igreja, louvor e adoração dão mais ibope; enquanto que o aconselhamento é meio desprestigiado. Mesmo não sendo o dom do pastor ou do líder, ele será procurado por pessoas desesperadas por ajuda. Por isso, ele deve buscar ter um certo conhecimento do que fazer, para não trocar os pés pelas mãos.
A tendência dos nossos dias é o crescimento do número de indivíduos desajustados e conflituosos. Muitos destes procurarão a resposta para suas questões e conflitos na Igreja. O que as Igrejas, os pastores e os líderes terão a oferecer? Como tratarão estes indivíduos? Que respostas darão a elas? Como estas resposta serão dadas?
Ou a Igreja assume o seu papel terapêutico, entendendo que ela tem a responsabilidade e a autoridade para dar as respostas corretas ao homem pós-moderno e seus conflitos, ou o que veremos será o caos, tanto fora quanto dentro de nossas Igrejas.


Há diversos textos bíblicos que nos mostram servos de Deus sendo provados e aprovados através das experiências da vida. Aqui, queremos refletir sobre a experiência de Moisés, um dos maiores líderes da história do povo de Deus.
A história de Moisés, resumida por Estevão, está dividida em três fases de 40 anos (Atos 7). É importante compreender essas três fases na vida desse servo de Deus para percebermos como o jovem voluntarioso (Ex 2) tornou-se o homem mais manso da terra (Nm 12), e o que isto significa para nós hoje. Como aconteceu com José, Moisés foi duramente provado e, finalmente, aprovado por Deus para ser participante da sua obra na terra.
A frustração do voluntário
Na primeira fase de 40 anos, Moisés recebeu esmerada formação religiosa de sua mãe e a melhor educação geral no palácio egípcio, tornando-se um homem poderoso em palavras e obras. Moisés tinha consciência da sua identidade e da sua missão, talvez fruto da sua formação religiosa. Por isso, considerou-se apto para iniciar sua missão de libertador. Mas cometeu diversos equívocos.
Quando viu um egípcio espancando um hebreu, (1) olhou de uma banda e de outra e não olhou para cima; (2) temeu a presença de homens, mas não temeu a presença de Deus; (3) quis ser libertador e tornou-se homicida; (4) tentou esconder o que tinha feito. O resultado foi a fuga para esconder-se do faraó. Não há registro de que Moisés tenha ouvido ou buscado a Deus. Tentou, sinceramente, fazer alguma coisa para Deus e para o seu povo, mas foi frustrado.
Deus não desistiu de Moisés, como ele não desiste de nós. Todos os que se dispõem a servir podem errar. Faz parte do processo pedagógico de Deus. Precisamos de pausas para reflexão. Como Pedro, tornamo-nos mais humanos quando temos de chorar amargamente os nossos fracassos. Só não erra quem nunca tenta servir e ser útil.
O preparo do vocacionado
Na segunda fase de 40 anos, de príncipe egípcio, Moisés tornou-se pastor das ovelhas do sogro no deserto de Midiã (Ex 2.18-22; 3.1).
Essa escola do deserto foi importante na formação daquele que seria o maior líder de Israel. Aliás, o deserto é terreno fértil da reflexão bíblica (Moisés, João Batista, Jesus). Tempo de reflexão, de crescimento, de maturidade. O homem poderoso aprendeu a depender de Deus.
O homem versado nas ciências do Egito reconheceu-se incapaz para a missão para a qual Deus o chamava. O voluntário se oferece; o ministro é chamado; o voluntário é capaz para a tarefa; o ministro (servo) precisa ser capacitado por Deus.
De acordo com o Novo Testamento, todos os crentes são chamados e capacitados por Deus (Rm 12.4-6; Ef 4.7; 1 Co 12.7,11). A Igreja é o Corpo de Cristo. Assim como não há membro no corpo sem função, também não há crente sem ministério.
Todos nós podemos servir como ministros de Deus, porque “Deus não chama os capazes, mas capacita os chamados”. Deixemo-nos moldar pelas potentes e amorosas mãos do Senhor para que sejamos vasos de bênçãos.
A missão do servo
O chamado de Moisés começou com o encontro dele com Deus numa experiência de adoração (Ex 3.1-6). Isaías teve experiência semelhante (Is 6.1-3, 8). As ações que glorificam a Deus têm origem no trono e no altar de adoração. Moisés foi, primeiro, um adorador, e depois chamado e enviado por Deus como o líder libertador do seu povo. Não se ofereceu para fazer alguma coisa para Deus e para o seu povo, mas submeteu-se ao Senhor em adoração; por isso os sinais e prodígios procediam de Deus, glorificavam a Deus e abençoavam o povo.
Moisés serviu ao Senhor nos seus dias e profetizou a respeito do Messias (At 7.37-38). Com as experiências dele aprendemos que tudo coopera para o nosso bem e nos prepara para sermos bênçãos nas mãos do Senhor.
Na primeira fase da vida de Moisés, ele pensava que era tudo; depois, aprendeu que não era nada; por fim, reconheceu que Deus era tudo. A vida e o ministério de Moisés nos ensinam que na submissão completa ao Deus soberano somos felizes e cumprimos a missão que Ele tem para nós.



A forma mais primitiva do ministério cristão, naturalmente se tem tornado motivo de muito debate e controvérsia, para o que aqui não é lugar de tratar delas. Quase inevitavelmente nos lembramos de 1Co 12 com sua lista de operações e manifestações do Espírito, os variados mas complementares charismata concedidos pelo Espírito para a edificação da Igreja. Aqueles que recebem e exercem tais dons não formam um ministério oficial. De fato, nas primeiras cartas do apóstolo Paulo há apenas três referências possíveis a esses ministros: 1Co 16.15 e seg.; 1Ts 5.12; e Fp 1.1. Nesta última passagem, bispos e diáconos são mencionados, cujas qualificações ideais são apresentadas nas epístolas chamadas pastorais.
No alto da lista dos ministérios dotados pelo Espírito, destacam-se três tipos bem definidos-apóstolos, profetas e mestres. Profetas são aqueles que recebem mensagens urgentes, de verdade para transmitirem-nas ao povo. Mestres talvez sejam aqueles que, à semelhança de Apolo, expõem o Antigo Testamento e o aplicam às necessidades da apologética cristã. Desses, o apóstolo é o mais importante. Ele é um missionário ao mundo externo, mas também exerce autoridade moral sobre as igrejas por ele fundadas. O apóstolo Paulo viu-se obrigado a defender sua reivindicação de ser um apóstolo, contra alguns que negavam tal autoridade. Talvez ele não fosse digno de ser chamado apóstolo; porém, tinha contemplado o Senhor ressurreto e d’Ele recebera sua comissão. Todos os sinais de um apóstolo tinham sido operados nele, e ele pôde apelar para seus mais abundantes labores, sofrimentos e realizações, nessa defesa.
No livro de Atos também lemos sobre apóstolos, profetas e mestres, sendo que os apóstolos, naturalmente, eram proeminentes. Eles são os porta-vozes na missão aos incrédulos, e têm honras especiais e exerciam a liderança dentro da Igreja. Supervisionavam novas comunidades e, em consulta com os irmãos, tomavam decisões quando surgiam novos problemas. Em At 1.21-22 encontramos um interessante relato sobre o que era necessário para que alguém estivesse qualificado para ser apóstolo. Tinha de ter acompanhado Jesus em todo o Seu ministério terreno, desde o batismo de João Batista até a ascensão, a fim de que pudesse ser testemunha da ressurreição do Senhor. Não obstante, o título de apóstolo é atribuído pelo menos uma vez a Barnabé e Paulo.
Mas, que dizer sobre Estevão, Filipe e seus companheiros? Em At 6 é dado um relato sobre sua eleição pela comunidade e sobre sua consagração pelos apóstolos para que servissem às mesas, a fim de que os apóstolos tivessem seu tempo livre para se dedicarem à oração e à pregação da Palavra. Porém, não são chamados de diáconos (pelo menos em At 6). Eram homens controlados pelo Espírito, e Estevão e Filipe pregavam com notável efeito. De fato, mais tarde Filipe aparece como evangelista, e a pregação de Estevão foi um degrau para a conversão de Paulo.
O título característico do ministério local, no livro de Atos, é presbítero ou seja, ancião. Paulo e Barnabé fizeram escolher anciãos nas igrejas que tinham fundado (At 14.23). Existem anciãos desde o começo da igreja em Jerusalém, e quando os apóstolos se afastaram, aquela igreja passou a ser liderada por Tiago, irmão do Senhor, juntamente com um concílio de anciãos. Sem dúvida tal prática foi herdade da organização das sinagogas. Em vista da natureza da evidência dada pelo Novo Testamento, é um tanto surpreendente encontrar que, pelos começos do segundo século cada congregação local era organizada com um ministério do bispo, presbíteros e diáconos.

A Integridade do Líder
“Não há lugar oculto para uma carpa dourada no aquário”. Ditado Chinês
Você é um líder.
Ficou surpreso com o impacto da palavra Líder? Antes de estar na posição de líder, talvez você tenha pensado que os Líderes tinham uma vida sobre-humana, vivendo numa relação face a face com Deus como Moisés e que suas idéias eram absolutas e suas respostas perfeitas, sem ambivalências.
O tempo passou e, quando menos percebemos, fomos chamados a assumir uma posição de liderança e sentimos a mesma insegurança que Moisés ou Josué: Eu??? Líder??? Não Senhor, deve haver algum engano… Chegar à posição de guiar outras pessoas não é algo que acontece subitamente, é uma evolução a que vamos nos acostumando e seguimos sem que haja uma reflexão mais profunda dos papéis que assumimos e também da necessidade de uma evolução ética, essencial para a nova etapa.
Assim como um prédio mais alto precisa de alicerces mais profundos, um líder com mais influência precisa de um padrão ético mais firme na Rocha.
Quando nos damos conta de que muitas pessoas se apóiam em nossa Visão para construírem - total ou parcialmente - a sua definição pessoal, percebemos uma desconfortável sensação de poder que se opõe à insegurança e à fragilidade de estar na frente, sendo avaliado pelo que faz ou decide não fazer.
Ao mesmo tempo, nós também precisamos também de direções: “Que condições Deus nos apresenta para seguir crescendo dentro da Sua Visão? Quais armadilhas que o cristão precisa atravessar para fazer a Sua Vontade aqui na Terra como ela é feita no Céu?”
A resposta está na busca da Integridade.
Integridade
“O que você não quiser comer, não cheire”. Ditado Nigeriano.
Sua liderança depende de sua Integridade.
O vocábulo “Integridade” vem do latim “Integrare” que significa “fazer inteiro, uno, total” por exemplo: integrais são números inteiros, integrar é combinar as partes em algo único, holístico, um total.

Então Integridade tem a ver com totalidade, unicidade, indivisibilidade. Uma pessoa íntegra ou de Integridade é a que é una, a mesma:
O que ela diz é o mesmo que ela faz. O que ela é em público é o mesmo em sua vida privada. As duas coisas são uma só e não duas. Na verdade, os maiores problemas de caráter acontecem nas menores coisas. Quando o cristão começa sua jornada de guiar outras pessoas percebe-se tendo que encarar sentimentos, impulsos e limitações que nunca imaginou que enfrentaria quando chegasse a tal posição. Há uma relação direta entre ser um cristão e apontar o caminho para outras pessoas. Por isso nos referimos a cada cristão como um líder.
As tentações não se materializam como grandes desafios éticos, mas sim em pequenas coisas que estão ao alcance do líder em seu dia a dia. O amadurecimento de um cristão começa quando ele aprende a lidar com suas pequenas fraquezas e também a compreender a fraqueza dos outros.
Sabemos que não se pode medir o nível de Integridade de uma pessoa. É uma avaliação subjetiva. Mas podemos dizer que existe uma linha imaginária que a mede e que as pessoas, de maneira geral, vêem esta linha e respondem a ela. Esta linha é medida inconscientemente pelas pessoas quando percebem a distância entre fazer o que se fala e falar o que se faz.
Quanto maior a Integridade de um cristão mais ele pode fazer o que fala e falar o que faz. Muitas pessoas, quando em público, são doces e amorosas, mas em sua vida pessoal são vistas como algozes impiedosos. Freqüentemente não somos a mesma pessoa em nossa vida pessoal e na vida privada. É claro que sua privacidade não precisa ser invadida a todo o momento mas vale lembrar que um dia ela será e tudo o que está oculto em sua vida será descoberto. Então a vida cristã e o caráter cristão são uma só experiência. Experiência essa marcada pela frustração e pela busca de socorro em Deus.
A Integridade dá:
Poder às nossas palavras.
Força aos nossos planos.
Impacto às nossas ações.
Quando se estabelece a Integridade muito pode ser feito. Mas se há uma dúvida quanto à Integridade de um líder ou de uma Igreja, quase nada pode ser feito.
Em tudo te dá por exemplo de boas obras; na doutrina mostra integridade, sobriedade, linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se confunda, não tendo nenhum mal que dizer de nós. Tito 2; 7-8
Um dos primeiros ataques a um cristão ou a qualquer líder é quanto à sua Integridade, depois quanto à legitimidade de sua liderança.
Estes ataques não acontecem “fora das muralhas”, advindos da estratégia do inimigo, mas sim de dentro de nossa sala mais íntima e segura, transbordando daqueles com quem dividimos o pão.

Esta maldição se manifesta sem que ninguém perceba o seu poder de corrosão. Um reino não pode prevalecer quando está dividido e a falta de confiança no líder gera a divisão e a rebelião.
Cultivando a Integridade
Tome cuidado com as pequenas coisas
Disse-lhe o seu senhor: Muito bem, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. Mat.25.21
Nos pequenos detalhes, no segundo olhar, nas pequenas e inocentes provas que parecem sem risco algum… nos detalhes quebramos a relação de intimidade com Deus. Integridade só é conseguida na relação de amor e dependência de Deus. Diga não à tentação… o mais rápido possível.
Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão. I Tim 6.11
Não deixe sua mente negociar. Uma das cenas mais sutis do filme “O Advogado do Diabo” o jovem advogado está conversando com o dono do escritório de advocacia sem saber que ele e o próprio diabo e pergunta: “Você está negociando?” e o diabo responde: “Estou sempre negociando!”
Não separe Vida Privada de Vida Pública.
Ao que disse Saul: Pequei; honra-me, porém, agora diante dos anciãos do meu povo, e diante de Israel, e volta comigo, para que eu adore ao Senhor teu Deus. I Sam 15.30
Em qualquer dúvida diga não! Sua consciência é seu bem mais valioso e deve ser treinada para fazer o que é certo tendo como base princípios e não quantidades ou quantias.
Mantenha sua consciência limpa.
Atenção para motivos escusos. Quando assumimos o nosso papel como cristãos e como líderes, estamos querendo que as pessoas nos sigam e elas não seguem idéias, seguem pessoas. Quando a pessoa não é fidedigna, ninguém a seguirá. Seja transparente diante dos homens e de Deus.
Por isso procuro sempre ter uma consciência sem ofensas diante de Deus e dos homens. Atos 24.16
Não se permita caminhar com pendências em nenhuma área de sua vida. A Palavra de Deus nos convoca a limpar as pendências com os irmãos antes de fazer o mais sagrado: ofertar no altar do Senhor. Se algo é levantado contra a imagem ou o ministério de um líder, não é suficiente que ele tenha boas justificativas. É necessário que ele saiba lidar com o processo por detrás da queixa.
Se é algo a ser consertado, reparado ou resgatado, resolva com o irmão.
Se é uma insurreição dentro da Igreja ou do ministério, dissolva as causas.
Se é uma armadilha do diabo, resista e lute dentro da Palavra de Deus.
Mas em todos os casos entenda que há um chamado de Deus para um conserto, portanto humilhe-se diante do Pai, e Ele te exaltará diante dos homens.
Integridade é essencial para a Liderança porque toda liderança é uma liderança moral. David Wong.
Há uma Visão para seguirmos e um caminho para construirmos. Somos um povo que tem um Deus fiel para dar a Visão e as condições para sua realização, por isso é chamado “O Senhor do Impossível”. Deus não tem Seu maior interesse no que você faz  mas sim no que você se transforma enquanto faz. Ele observa suas motivações e o oculto de seu coração. É isso que Ele deseja: adoradores que vivem a ação como adoração e sua busca de santidade é um processo natural de derramar-se diante do Seu Altar.

Mente tem a ver com o pensamento. A nossa mente é um milagre de Deus. As nossas faculdades mentais são uma obra magnífica de Deus. Somos o que temos na mente. Somos o que pensamos. Devemos pensar criativamente. Paulo nos ensina que “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” ( Filipenses 4.8).
É no campo da mente que acontecem batalhas violentas da carne contra o espírito, onde satanás faz sugestões escabrosas. Nos porões do nosso subconsciente é que ocorrem os maus pensamentos que obstruem a nossa comunhão com Deus e com o próximo. Como precisamos aprender com o Senhor Jesus a usar a nossa mente de maneira eficaz! Como necessitamos de mentes puras!
O líder cristão precisa ter uma mente criativa. Os grandes artistas a tiveram. O líder cristão comprometido cria metas e as cumpre. Ele cria sistemas de excelência. Estabelece padrões de desempenho. Ele persegue a excelência no planejar e no fazer as coisas. Ele busca fórmulas de melhorar a qualidade do seu serviço. A sua mente está voltada para criar modelos eficazes. Ele busca idéias novas. É motivado pela mente de Cristo. Ele estuda líderes que revolucionaram a sua época. Líderes que fizeram toda a diferença. Líderes que beneficiaram seus liderados e a sociedade de um modo geral.
O líder cristão necessita ter uma mente sonhadora. José a possuía. Ele foi incompreendido e perseguido pelos seus irmãos. Injustiçado na casa de Potifar. Esquecido pelo companheiro de cela, mas não pelo Senhor. O sonho de Deus em sua vida se cumpriu. Um líder sonhador que venceu, no Senhor, todos os obstáculos. Tornou-se um modelo de líder excelente, bem sucedido. Aquele escravo-sonhador foi transformado por Deus no primeiro-ministro do Egito, sendo judeu. Como precisamos sonhar os sonhos de Deus! José os sonhou. Deus fê-lo um homem respeitado dentro e fora do Egito. Um estrategista de excelência porque foi obediente e se colocou nas mãos de Deus para testemunhar na História.
O líder cristão deve ter uma mente revolucionária. Jesus tinha esta mente. Ele revolucionou a sua época e continua até a sua volta. Viveu e ensinou o amor. Viveu e ensinou o perdão. Estabeleceu a Justiça do Reino de Deus. Fez o trabalho de um escravo. Conversou com uma mulher adúltera (que era rejeitada pela sociedade) e a perdoou. Valorizou mulheres e crianças que não eram contados na sua época. Aplicou as Escrituras para mudar a sociedade. Hospedou-se na casa de um coletor de impostos que era marginalizado pela sociedade judaica. Chamou homens simples para revolucionarem o mundo com a mensagem do seu evangelho. Pregou que o que contamina o homem não é o que entra pela boca, mas o que sai dela. Viveu e pregou que a verdadeira revolução é a espiritual, que começa no coração e abençoa tremendamente as pessoas.
O líder cristão precisa ter uma mente fotográfica. A sua mente registra as necessidades, detecta os problemas e os coloca na prioridade certa. Registra os aspectos positivos e negativos. Ela tem a capacidade de estruturação. Mente que registra para a história e produz uma bela história. Que lembra bem dos fatos ocorridos porque os registrou. Ela se utiliza de mecanismos inteligentes. Utiliza os registros positivos do passado para pensar o presente e planejar o futuro. É o líder que utiliza a sua mente para fotografar os talentos. Fotografar o potencial dos seus liderados. Registrar as oportunidades que surgem. Líder cuja mente prodigiosa registra as circunstâncias e as fatura para o beneficio dos seus liderados e da sua organização.
O líder precisa ter uma mente aberta ou flexível. Os princípios da Palavra são imutáveis, mas os métodos podem ser mudados. O líder deve ser aquele que vê mais longe. Sua mente geralmente é ampla e olha para os horizontes. As opiniões dos seus liderados são matérias-primas que ele usa para o crescimento de todos. Mente aberta para ouvir as críticas construtivas. Para aprender com os seus erros e os dos outros. Para entender o momento do liderado. Para desencadear um processo de aprendizado mútuo.
O líder cristão precisa ter uma mente centrada em Cristo. Paulo ensina: “Mas nós temos a mente de Cristo” (1 Co 2.16). Ter a mente de Cristo significa pensar como Ele pensou. Fazer como Ele fez. Quebrar paradigmas como Ele quebrou. Uma mente equilibrada. Mente ajustada à vontade do Pai. A mente que pensa com base numa fé autentica. A mente que trabalha para os pobres e necessitados. Mente que produz benefícios para os que confiam na Sua Palavra. Mente sóbria e justa. Brilhante e penetrante. Que trabalha e espalha a boa semente. Mente cujo pensamento é caracterizado pela paz do Salvador. Mente que pensa no bem estar do próximo.
O manual do líder cristão é a Palavra de Deus. Ali estão todos os pressupostos, todas as certezas, toda a direção e toda a segurança que ele necessita. O líder cristão bem-sucedido é aquele que busca inspiração na Bíblia como a leitura principal. Nela encontramos os líderes que, usados por Deus, mudaram a história de sua época e ainda continuam mudando.
Na Bíblia conhecemos o Líder-Servo, Jesus, que chamou doze homens comuns para um trabalho extraordinário. Nós e os irmãos do passado e do futuro somos o resultado da liderança do Mestre, o Líder que deu a sua vida por nós na cruz. Sejamos líderes cuja mente seja a de Cristo para fazermos toda a diferença neste tempo, para a Glória de Deus.



Todos os dias algum líder se cansa e acaba desistindo de tudo, deixando para trás sonhos, planos, realizações, liderados, experiências, motivações. Quando isso acontece, todos saem perdendo. Os liderados, a família, a sociedade e o próprio líder.
Este e-mail é inspirado em um e-mail real escrito a um colega cansado e com vontade de desistir. O reescrevo com o desejo de encorajar a outros líderes que porventura estejam vivenciando um tempo de crise e cansaço:
Prezado colega, escrevo-lhe porque reconheço que sua vida é preciosa, sua missão especial e seu chamado, único. Sei que há momentos em que a situação se torna quase insustentável, e ao olhá-la de frente não enxergamos nenhuma saída, e a única porta que nos parece aberta é a que nos leva ao caminho da desistência.
Talvez esta seja a última mensagem que você leia antes de entregar tudo e se retirar. Mas leia com atenção, pois ela também pode ser o marco do reinício e o toque para um recomeço em sua jornada como líder.
Antes de continuar quero te lembrar que não sou melhor do que você, o que lhe escrevo aplico antes a mim mesmo, pois muitas vezes também já pensei em desistir. Esta mensagem não vem de alguém que te olha de cima para baixo, mas de alguém que está a teu lado, ombro a ombro lutando o mesmo combate, buscando fazer a vontade daquele que nos convocou a liderar o seu povo.
Se você me permite, quero compartilhar com você alguns conselhos muito simples, que certamente você já sabe. Mas são verdades que me ajudam e espero possam ajudá-lo  a vencer este cansaço e este intenso desejo de desistir. Com humildade, aí vão eles:
1-Não exija demais de si mesmo, você é apenas um ser humano normal.
Você não é uma máquina de liderar, você é apenas um ser humano normal cheio de ambigüidades, limitações e virtudes. Mantenha altos padrões pessoais, mas padrões realistas. Não se superestime nem se subestime. Lembre-se que ter fraquezas e crises apenas mostra que você é humano e isso não é demérito, pois você não é um super-homem. Você foi feito do barro tocado por Deus.
2-Não fique se comparando com os outros ou com os “resultados” que vê em outros ministérios, as aparências enganam e só Deus conhece a verdade total dos fatos.
Você é único, não existe outro você. Não se iluda com números ou notícias alvissareiras. Por trás de todo sucesso verdadeiro há muita luta. A glória vem depois da cruz.
3-Nunca carregue o  fardo sozinho procure apoio sempre.
Nunca se isole de outros companheiros sinceros. Nós precisamos da ajuda uns dos outros. Quanto mais sozinhos ficarmos, mais difícil será encarar os desafios da vida. Deus criou uma grande família para você porque ele faz com que os solitários vivam em família.
4-Por maior que seja a visão, ela sempre parte de pequenos passos, de um passo de cada vez.
A visão que você tem parece distante, talvez esteja mesmo, mas lembre-se que uma visão, por maior ou menor que seja, sempre se alcança a partir de pequenos passos que somados ao final completarão o grande quadro a ser alcançado. Dê um passo de cada vez, caminhe dia-a-dia, não tente dar um pique de 100 metros se a corrida na verdade é uma maratona. Não ignore os pequenos começos.
5-Trate bem da saúde.
Cuidar da saúde não é incredulidade, ao contrário, é sabedoria. Coma bem, descanse, pratique exercícios, vá ao médico regularmente. Não espere aparecer sintomas doentios, não espere surgir um tique nervoso para dar um tempo. Sempre que for preciso, diminua o ritmo para poder ir mais longe. Há tempo para todo propósito debaixo do céu.
6-Viva um dia de cada vez, você tem um futuro pela frente.
Não se deixe dominar pelas ansiedades do amanhã. Planeje o futuro sem deixar o futuro dominar você. Lembre-se que sem presente não haverá amanhã. Portanto, tente viver um dia de cada vez, olhe para o amanhã, mas viva o hoje. Suas meras preocupações não irão mudar nenhuma situação futura.
7-Valorize seus pontos fortes e trabalhe os pontos fracos, todos têm isso.
Você tem muitos pontos fortes. Valorize-os, tenha consciência deles, você já tem realizado muita coisa boa na vida. Estes pontos são seus, fazem parte de sua personalidade, são frutos da graça divina em sua vida. Com relação aos pontos fracos, reconheça-os e busque com equilíbrio e bom senso melhorá-los, mas sem fazer disso uma doença. Todos nós estamos crescendo como pessoas na vida, você ainda não está completo, ninguém está.
8-Nunca se esqueça que Deus sempre usa os fracos para a sua glória.
Ao se quebrantar você está se identificando com todos os servos que o Senhor  realmente usou. Deus não pode derramar a sua graça e glória em vasos cheios de si mesmos. Por isso, ele nos esvazia para poder nos encher do que há de melhor.
Este tempo de cansaço, quebrantamento e vontade de desistir pode ser a véspera de algo grande que o Senhor irá fazer em sua vida. Ele é especialista em nos surpreender e usar aqueles que estão quebrantados em sua presença. Derrame-se diante dele, este é o melhor lugar para os cansados.
Concluindo, não se entregue, amado colega! Para tudo há uma saída. Erga a sua cabeça; há um horizonte a enxergar, há uma jornada a continuar, há um propósito a cumprir. O melhor de tudo é que Deus deseja ir com




A história bíblica está repleta de casos quando o líder chega a um momento de sua caminhada e precisa transmitir a outro suas funções e responsabilidades. O momento não tem relação necessariamente com a idade, mas com uma missão cumprida ou não. Alguns tiveram este momento em sua velhice (ex. Moisés), outros ainda jovens (ex. Jesus). Aqueles que não cumpriram sua missão foram substituídos (ex. Eli, Saul). Aqueles que cumpriram sua missão foram sucedidos (ex. Samuel, Davi).
A palavra “suceder” contém o verbo “ceder”. De fato, um dos fatores mais críticos é o processo de cessão. Ceder exige renunciar, abrir mão, não resistir, concordar, transigir, aceitar. Ao sucedido significa ceder posição, cargo, funções, espaço, agenda, prioridade e oportunidade. Ao sucessor significa ceder honra, crédito, merecimento, consideração, referência, respeito.
Nas organizações onde este processo não é saudável e equilibrado é comum um espírito competitivo por parte do sucedido, dificultando o sucessor nos primeiros passos de sua nova caminhada. Parece que se esquece que um dia também começou exigindo paciência e crédito para demonstrar seu serviço e capacidades. Por outro lado, nessas organizações não é incomum o sucessor desprezando o sucedido, querendo romper com toda a história até aquele momento, desprezando as boas iniciativas e não dando o devido crédito às realizações e esforços feitos. Parece que ainda não tem consciência que um dia será igualmente sucedido.
A expressão “ser bem-sucedido” traz o sentido do que vem depois, sucessivo, consecutivo. Neste sentido, ter sucesso implica no resultado do trabalho que virá em gerações futuras. Quando esta consciência está clara aos envolvidos no processo, sucessor e sucedido certamente trabalharão muito juntos e dedicados na mesma direção de construir o ambiente necessário para que a corrida seja como uma grande maratona de revezamento, onde a linha de chegada está demarcada para a volta de Cristo. Antes disso, o trabalho naquela geração faz parte de uma engrenagem da história da humanidade que está debaixo da soberania de Deus.
Ao sucedido sugiro que aceite esta estação de sua vida e apóie com força e vigor seu escolhido. Ao sucessor sugiro que olhe para frente sem perder seus referenciais e raízes, honrando quem o escolheu. A todos nós fica o desafio de entendermos que sucedemos e seremos sucedidos para que a linda história continue sendo escrita por aquele que é o Senhor de todos os tempos e gerações.

Sonhar é preciso. Sem sonhos começamos a morrer ou vivemos para cumprir os sonhos de outrem. No entanto, nas igrejas, muitos sonham alto mas não têm a mínima noção de como chegar ao sonho proposto no coração.
Deus sonhou em resgatar a humanidade e elaborou um plano para concretizar esse sonho maravilhoso. Com certeza, Deus pensou na maravilhosa bênção de voltar a ter o ser humano restaurado ao seu estado original, uma vez que o pecado tornou o homem um ser maldoso e distante do seu Criador. Mas Ele teve de idealizar uma estratégia para alcançar esse objetivo. A essa estratégia, que é um conjunto de ações e atitudes práticas e seqüenciais para alcançar o objetivo, chamamos de metas.
O ponto-chave para a realização de um ministério de sucesso passa necessariamente pela obtenção de uma visão clara e divina daquilo que queremos, pela encarnação dessa visão, tornando-a missão de vida, e pelo estabelecimento de metas para otimizar esta visão para não se perder na caminhada ministerial.
Um ministro do Evangelho precisa trabalhar dentro de uma visão clara. Todo líder precisa saber que a visão é o fundamento de toda tarefa em liderança. A visão exige ação e dedicação. Chamamos isso de missão. Contudo, sua visão de ministério não será realizada a não ser através de um ousado conjunto de metas.
Henry Kaiser disse: “Defina claramente o que você quer mais que qualquer outra coisa na vida; registre os meios pelos quais você pretende consegui-lo e não permita que nada, seja lá o que for, o impeça de alcançar essa meta.” Na Bíblia encontramos exemplos claros de como Deus leva a sério esse assunto. A começar em Gênesis, nos deparamos com o chamado de Deus para Noé livrar a raça humana do extermínio.
Nesse episódio Deus revelou a Noé o seu plano de preservá-lo juntamente com sua família e, ao mesmo tempo, destruir a raça humana através do dilúvio. Veja que Deus deu a visão, que se tornou a missão de sua vida, mas a realização desta missão foi levada a cabo através de um plano de metas bem rígido e seqüencial estabelecido pelo próprio Deus, antes de qualquer coisa (Gn 6: 13-22).
Outro texto que me impressiona muito acerca desse assunto é o de 1Sm 15: 1-35. Nessa passagem, vemos Deus ordenando a Saul, rei de Israel, através de Samuel, a destruição dos amalequitas. Veja a ordem: “Vai,  pois agora, e fere a Amaleque, e destrói totalmente tudo o que tiver, e não lhe perdoes; porém matarás desde o homem até a mulher, desde os meninos até aos de peito, desde os bois até às ovelhas e desde os camelos até aos jumentos”. Infelizmente Saul, ao invés de cumprir as metas de acordo com a visão que Deus lhe dera, fez do seu próprio jeito.
No primeiro texto vimos que Noé cumpriu as metas estabelecidas por Deus: construiu a arca, colocou os animais dentro dela literalmente como Deus lhe ordenara e teve seu nome eternizado como um líder fiel e vitorioso. Já no segundo exemplo, Saul não levou muito a sério a realização de sua tarefa ministerial de acordo com um plano de metas baseado na visão que Deus lhe dera, que era a de destruir completamente os amalequitas, e isso lhe custou o reinado e o seu nome passou para a história como um dos líderes bíblicos derrotados por infidelidade e incapacidade de dar conta da responsabilidade que recebera de Deus. Veja a importância das metas no ministério cristão.
As metas nos desafiam
Ninguém sobrevive sem desafios novos e interessantes. Desde a infância somos movidos por desafios: aprender a falar, andar, escrever, etc.…
Na vida temos de estabelecer metas para alcançarmos nossos sonhos. Caso contrário, nossos sonhos acabarão se tornando pesadelos, uma vez que os sonhos não se realizam sem trabalho e esforço. Todo esforço e trabalho sem etapas mensuráveis não produzem os efeitos desejáveis. As metas podem produzir uma atmosfera propícia para suportarmos a espera de uma conquista.
Veja que Noé trabalhou mais de cem anos motivado pela salvação de sua vida e de sua família na construção da arca (Hb 11: 7). Jesus viveu como homem, mesmo sendo Deus, por 33 anos e meio, motivado pela salvação da humanidade (Fp 2:6-11). Leia esse texto. Cada ministro tem no reino de Deus uma missão, que é a de fazer outros discípulos, e deve desenvolver o ministério para o qual foi chamado dentro da visão recebida de Deus. Isso certamente nos desafia a estabelecer metas.
Jesus enfrentou a cruz porque essa era uma das metas estabelecidas em seu ministério. Foi um desafio grandioso, mas ele o fez, porque fazia parte de um todo que o levaria ao status de Salvador do mundo de acordo com o plano geral do Pai, que ele mesmo havia aceitado por amor do seu Santo Nome e também por amor à humanidade.
A realização de metas nos consolida como líderes (1Sm 15: 22)
Saul não foi consolidado como um rei de sucesso porque vacilou na hora de cumprir as metas estabelecidas por Deus através de seu líder espiritual que era Samuel. Cada pessoa que deseja tornar-se um líder de sucesso tem de cumprir suas metas na igreja.
Na vida, de um modo em geral, só conseguimos êxito quando alcançamos nossos alvos. Cada área da nossa vida tem de ser consolidada por metas alcançadas. Estabeleça suas metas na sua vida espiritual, familiar, material e pessoal e lute porque o seu sucesso depende de sua capacidade de perseguir as metas. Ouça o seu líder e seja fiel a ele. Não seja como Saul, que ignorou Samuel e fez as coisas do seu jeito.
A prática das metas treina nossa obediência: “Eis que o obedecer é melhor que do que o sacrificar.”
Por causa do tempo em que vivemos no mundo sem Jesus, não estamos preparados para a obediência. Por isso as metas nos ajudam a treinar esse aspecto da nossa conduta diante de Deus. Sem obediência não alcançaremos êxito na vida.
A obediência aos pais, aos discipuladores, aos pastores e principalmente a Deus é indispensável. Temos de aprender a fazer as coisas do jeito de Deus. Não basta fazer! Há pessoas que acham que o importante é unicamente fazer, mas a Bíblia nos mostra que o importante é fazer como Deus deseja.
As metas curam o caráter, afiando nossas capacidades
As pessoas resistem às metas porque não são treinadas para receber ordens e não gostam disso. Sentem-se ofendidas, manipuladas e ameaçadas.
A visão que nos leva a uma missão e ao estabelecimento de metas despertará sonhos de ganhar vidas, de nos encontrarmos e de termos um ministério pautado em ações específicas que tragam resultados. Nosso medo das metas vem da referência negativa que temos na nossa tradição cristã baseada numa igreja onde o trabalho era feito por poucos e apreciado e criticado por muitos. Leia Hb 5: 8; Mt 9: 13; Ec 10: 10; 2Tm 2: 15.
As metas dão objetividade ao ministério
Um ministro não pode perder tempo com coisas supérfluas, nem tampouco perder tempo realizando aquilo que, embora seja bom, não faça parte da sua visão de ministério. Há muita coisa boa desenvolvida no mundo cristão, mas nem todas têm relação com a minha visão ministerial. E minha missão não é fazer tudo aquilo que é bom, mas aquilo que Deus preparou para mim. Nesse caso as metas nos ajudam muito porque elas nos tiram do ativismo e nos colocam nos trilhos da visão de Deus pra nós.
Jesus realizou seu ministério baseado numa visão clara revelada nos profetas. Encarnou sua missão de forma radical, mas com metas objetivas. Em Mc 1: 38 Jesus, que já havia curado muita gente no dia anterior, se recusa a ter sua agenda imposta pelo povo ou pelas circunstâncias daquele momento.
A multidão queria que Jesus continuasse por ali para curar os demais enfermos daquelas cercanias que estavam vindo até ele. Mas ele disse: “Vamos às aldeias vizinhas, para que ali eu também pregue, porque para isso vim.” Isso deixa claro que o ministério cristão precisa de objetividade e não somente de ser preenchido com muitas atividades, por melhor ou mais interessantes que sejam.
Princípios para o estabelecimento de metas
1 - Mensurabilidade
Nunca se deve estabelecer uma meta que não possa ser medida. Exemplo: “minha meta é ganhar minha cidade para Jesus”. Essa é uma visão, um sonho, e não uma meta. “Vamos treinar 500 líderes em 3 anos para evangelizar a cidade”. Isso é uma meta mensurável. Cada meta é parte de todo um sistema de metas com a finalidade de cumprir a visão.
2 - Organização
Quando estabelecemos metas, somos forçados a organizá-las dentro de uma ordem de prioridades para que não haja conflito de metas ou duplicação de esforços. Sem organização é impossível alcançar sucesso. As pessoas envolvidas na visão de uma igreja ou ministério precisam saber o que elas devem fazer, como e quando.
O ministro cristão deve saber organizar-se e distribuir as tarefas de acordo com as aptidões, a visão em execução e os apelos da Palavra de Deus. Aprenda a separar as metas organizadamente: estilo de vida pessoal, atividades sociais, metas financeiras, metas de família, etc. Uma forma correta de organizar metas é escrevê-las e treinar as pessoas; no caso de metas pessoais, lê-las com freqüência e fazer avaliações periódicas.
3 - Separar as metas permanentes das temporais
As metas são muitas e precisamos aprender a separar as temporais das permanentes para não nos perdermos e ficarmos concentrados em um tipo só de meta, amargando o prejuízo da perda do foco ou visão. Exemplo: orar uma hora por dia deve ser uma meta permanente, porém evangelizar dois jovens no centro da cidade por semana não. A oração deve ser permanente: nunca devemos parar de orar; contudo evangelizar os jovens não.
As metas podem mudar, mesmo porque elas são muitas numa visão ministerial. Temos de estar atentos para modificarmos as metas assim que as situações exigirem.
4 - Realismo
Há muito exagero por aí. Os líderes nem sempre olham para a realidade que os cerca e isso é um perigo muito grande que pode render frustração e fracasso. Por exemplo: um seminarista de 2° ano num curso de 4 anos não pode estabelecer a meta de ser diretor do seminário em um ano. Mas, se ele estabelecer a meta de alcançar esse objetivo em 20 anos, isso fica mais realista. O ministério não suporta mágica. Ele é feito por homens e mulheres de visão, mas também por pessoas que sabem discernir seu potencial sem subestimá-lo nem superestimá-lo.

Conclusão
O desejo de Deus é que aprendamos a colocar em prática o propósito maravilhoso que ele tem para as nossas vidas através de metas mensuráveis e não vivamos por aí fazendo as coisas de qualquer jeito, sem organização. Lute e descubra o que Deus tem pra você e estabeleça como você vai fazer cada coisa e quando vai fazer.
O estabelecimento de metas é fruto de uma disciplina permanente. Não há como você elaborá-las de uma vez por todas. Seja um ministro de visão clara, apaixonado, a ponto de tornar sua visão na missão da sua vida. Seja capaz de estabelecer metas bem definidas e trabalhar focalizado nelas em todo o tempo.


 “É Deus quem muda o tempo e as estações.” Daniel 2.21
Mudanças são inexoráveis. Tudo muda, o tempo todo, em velocidade e intensidade diferentes. Assim são as estações do ano, as estações da vida, as coisas ao redor, e até as mais distantes e desconhecidas. Contudo, temos muita dificuldade em enfrentá-las.
Para ilustrar como temos dificuldades em lidar com mudanças, gosto de aplicar uma dinâmica em grupo que segue este roteiro: (1) as pessoas ficam de duas em duas de frente uma para a outra; (2) solicito que observem bem o outro “dos pés à cabeça”; (3) voltam-se de costas um ao outro; (4) solicito que promovam 3 mudanças em si (uma das mais comuns é trocar o relógio de braço); (5) voltam-se novamente de frente uma para a outra (6) solicito que observem as 3 mudanças que o outro fez. Em geral as pessoas acertam, pois sempre são mudanças bem visíveis. Ainda durante a dinâmica, (7) solicito que todas se voltem para mim e demonstro uma mudança em mim tirando uma chave dentro do bolso esquerdo e colocando-o no bolso direito. Neste momento demonstro que mudanças não visíveis não são lembradas, mas são as mais difíceis, pois não tem certa “popularidade”. Neste momento (8) pergunto a todos se acharam fácil mudar e observar as mudanças. A maioria responde que sim, até porque o exercício foi simples. Mas chega o momento final da dinâmica, quando pergunto (9) por que as pessoas voltaram ao estado original sem eu ter solicitado. Aquele que havia mudado o relógio de braço, por exemplo, antes que a dinâmica termine, já voltou ao estado anterior. Todos caem na risada porque são flagrados que não mudaram nada.
Existem pelo menos três diferentes reações a mudanças. Aqueles que concordam e se comprometem, aqueles que ficam indiferentes podendo variar entre a colaboração e a resistência e aqueles que resistem e se levantam contra.  O esquema abaixo resume bem as diferentes reações:
1)      Os que concordam com a mudança – sinal verde:
a)      Comprometimento: Quer a mudança. Transformará em realidade. Cria todas as “leis” e estruturas necessárias.
b)     Participação: Quer a mudança. Fará todo o possível dentro de suas condições.
2)      Os que estão indiferentes com a mudança – sinal amarelo:
a)      Aceitação genuína: Vê os benefícios da avaliação. Faz tudo o que se espera e mais. Segue a “orientação”.
b)     Aceitação formal: No todo, vê os benefícios da avaliação. Faz o que se espera e nada mais.
c)      Aceitação hostil: Não vê os benefícios da avaliação. Mas também não quer perder o emprego ou a posição. Faz o que se espera porque tem que fazer, mas deixa bem claro que não está realmente “a bordo”.
3)      Os que resistem à mudança – sinal vermelho:
a)      Não-aceitação: Não vê os benefícios da visão e não faz o que se espera. “Não vou fazer isso; ninguém pode me obrigar.”
b)     Apatia: Nem contra nem a favor da visão. Desinteressado. Sem energia. “Será que já tá na hora de ir embora?”
c)      Não-aceitação hostil: Fará tudo contra a visão. Será um incansável opositor. “Tá tudo errado!”
Os que conduzem a mudança devem conhecer a posição de todos os interlocutores e adotar estratégias apropriadas para lidar com cada grupo de reações. As reações advêm dos mais diferentes caminhos pessoais, das preferências individuais, das pressões internas e externas, da percepção se estarão sendo prejudicados ou beneficiados.
Mas nunca devemos desanimar quando acreditamos realmente que aquela mudança é necessária. Vamos promovê-la com sabedoria e muito respeito pelas pessoas. Se nos falta sabedoria, vamos pedir a Deus que é especialista em mudanças. Afinal, não há como evitar a verdade que mudanças são inexoráveis.


 “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração,
porque dele procedem as fontes da vida.” Pv 4.23
A última década tem sido marcada como um período dos maiores escândalos corporativos da História. Incontáveis fraudes operacionais, contábeis e financeiras em empresas seculares e de atuação global têm ocupado os noticiários, conduzindo o mundo a grande insegurança e descrença em suas instituições, que deveriam exercer o papel de proteção. Pessoas comuns têm sido arrastadas a grandes prejuízos em suas aplicações no mercado financeiro, além dos reflexos na economia real como desemprego e recessão das atividades. Ao invés de prevenir, os governantes correm atrás dos prejuízos deixados por executivos ambiciosos. Pela falta de rigorosos mecanismos de proteção, as deficiências não foram detectadas a tempo de serem evitadas. O preço que toda a sociedade está pagando é muito caro. Mas o que está por trás disso?
Todo líder está inserido em duas grandes dimensões de sua vida: uma dimensão objetiva da atividade e outra subjetiva de sua identidade. A primeira é aquela mais visível, e diz respeito ao seu desempenho. Sua palavra-chave é “resultado”. O mundo, em geral, avalia alguém somente nesta perspectiva. Se estivermos falando de um líder empresarial, por exemplo, nos interessaremos pelo que apresenta de resultado em sua gestão, na geração de mercados, na valorização das ações da empresa, no desempenho financeiro da organização etc. Pouco nos importa se ele mente, se é fiel em seu casamento, se é justo em suas decisões ou se é ético em seus procedimentos.
A segunda dimensão, a mais importante perante Deus, que vê o coração, diz respeito ao caráter. Sua palavra-chave é “integridade”. Falamos muito sobre ela quando comentamos a respeito de pessoas, mas esta dimensão não é fator de decisão na escolha de políticos ou de ícones no mundo artístico, por exemplo. Torna-se difícil e pesado demais avaliar alguém nesta perspectiva, até porque todos se dizem honestos e justos.
O problema da integridade reflete a natureza humana. E mexer lá dentro é uma operação que somente Cristo pode fazer, por intermédio do seu Espírito. A liderança espiritual da Igreja deve focar a dimensão do caráter, lançando-se intencionalmente na direção de influenciar a formação da identidade das pessoas no padrão de Cristo, preenchendo esta lacuna na sociedade.
Sem sombra de dúvidas, a crise mundial que vivemos é fruto da grande deficiência de integridade dos líderes nos dias de hoje. Urge, pois, a necessidade de que novos líderes sejam construídos a partir do caráter para a performance, de dentro para fora.



O caráter de um pastor define o seu ministério. Isso significa que um pastor cujo caráter é íntegro produzirá um ministério limpo, cheio de graça e de verdade, um ministério sem nebulosidades. Contudo, um pastor sem caráter, invariavelmente, produzirá um ministério fajuto, de mentirinha, caracterizado pela arrogância, vaidade, roubos (não só financeiros, mas de tempo e de vidas), adultérios e neuroses pessoais pretensamente anunciadas como revelações de Deus.
Não adianta um ministério aclamado pelos homens, mas reprovado por Deus. No final, o que conta mesmo é minha vida diante de Deus. Quando se trata de liderança pastoral há um trecho da palavra de Deus que muito me chama a atenção. É o texto de Mateus 7:21-23, que diz: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade.”
O curioso nesse texto é que todas as realizações alegadas pelos que estão sendo reprovados no juízo final são funções associadas à liderança pastoral: profecias, expulsão de demônios, realização de milagres. Só líderes no reino de Deus realizam tais tarefas. O Senhor, entretanto, os reprova, pois o coração desses líderes não era limpo, seu testemunho era condenável, suas motivações mais íntimas eram mesquinhas e egoístas. Na verdade, esses líderes tomavam o nome de Deus em vão todas as vezes que realizavam milagres, profetizavam ou expeliam demônios, pois no dia-a-dia “praticavam a iniqüidade”, promoviam a si mesmos.
Jesus, no sermão do Monte, entre outras bem-aventuranças, declarou que são “bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mt. 5:8). Deus se importa muito com um coração limpo. Por essa razão, Jesus inclui os limpos de coração em suas bem-aventuranças.
O pastor precisa ter coração limpo se deseja servir a Deus com integridade e um testemunho pessoal aprovado. Davi escreve “Quem subirá ao monte do Senhor? Quem há de permanecer no seu santo lugar? O que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à falsidade, nem jura dolosamente” (Salmo 24:3-4). Por isso, o líder da igreja, deve conservar o “mistério da fé com a consciência limpa” (I Tm. 3:9).
Manter um bom testemunho por ter um coração limpo não necessariamente fará do pastor um sucesso entre os homens. Pelo menos enquanto este pastor estiver vivo. Depois de morto é outra história. Não obstante, é o bom testemunho que fará desse líder um vitorioso diante do Seu Senhor, pois Deus sabe que o bom testemunho agrega as ovelhas, enobrece o reino de Deus, honra o nome do Senhor, não escandaliza os mais fracos na fé.
Portanto, cabe a cada líder pastoral avaliar diariamente como está o seu coração. Esse exercício devocional é imprescindível para ser bem sucedido no ministério da Palavra, pois somente os limpos de coração verão a Deus e, assim, serão considerados bem-aventurados.

A frase acima foi dita no início do filme Duelo de Titãs, e só por ela valeu a pena o filme todo.
Sobre liderança o Dr. John Edmund Haggai, tem a seguinte definição: Liderar é se esforçar para influenciar de forma consciente um determinado grupo para levá-lo a atingir metas de permanente benefício, que atendam as suas reais necessidades.
Apesar de tantas pessoas buscarem a posição de liderança temos no Brasil uma grande crise de liderança, pois nossa sociedade, muitas vezes, tem à sua frente uma liderança doentia, que não evolui (cresce), que não percebe (sente) a reação dos liderados a tempo de agir, que trata todos como coisas e não respeita os sentimentos individuais, que não aprimora suas qualidades e não corrige suas deficiências. Espero que essa seja apenas uma fase de transição e que tenhamos nos próximos tempos líderes de verdade.
Motivos dessa crise
1. Todos querem a posição de liderança mas desistem quando se vêem diante da necessidade de se fazer tanto esforço para permanecerem na liderança, e não conseguem ver, ao final, qual seria o seu retorno (pagamento) por esse esforço empreendido. Esse tipo de pessoa não tem visão ou sua visão está destorcida e embaçada o suficiente para não valorizar a oportunidade que está diante dele. Pessoas sem visão desistem diante das primeiras dificuldades. Não arriscam sua pele (vida, status, dinheiro, etc.) pelo risco de liderar. Certa vez, ouvi a seguinte frase: Na vida quem não tem um motivo para morrer não está preparado para viver. Em outra oportunidade vamos falar um pouco sobre visão, mas, em síntese, quem quer liderar deve ter certeza do seu objetivo, onde quer chegar e avaliar se no meio do caminho, diante de grandes dificuldades, estará disposto a arriscar a sua pele (morrer pela causa) para atingir a visão proposta inicialmente, a ponto de pagar alto preço. O motivo de nossa liderança deve valer a pena para que se inicie o processo de liderança.
2. O verdadeiro líder exerce sua influência 24 horas por dia, 7 dias por semana. O líder influencia em todo o tempo e não só quando está diante dos seus liderados. A verdadeira liderança é um estilo de vida que marca as pessoas pelos benefícios que essa liderança traz. O mundo está ansioso, sedento por essa liderança. Nós como cristãos temos a solução para as crises da família e do casamento, da indústria e do comércio. Nós temos solução (permanente benefício) para a solidão e até para a morte. Temos condições de influenciar todo esse mundo de forma permanente até que Cristo volte, mas não somos líderes porque não temos (como grupo) consciência dessa força influenciadora que é nata em nós. Como podemos conscientizar os outros da necessidade de ter nova vida, novas atitudes, se nós não as temos praticado, não estamos cientes de que somos os grandes líderes de nossa época? Gostamos muito da história mas não estamos conscientes de que estamos também fazendo história e que história é a nossa? Tenho te colocado como cabeça e não como cauda (Dt 28:13). Esse versículo é verdade para nós?
3. O líder não pode temer as dificuldades e sim temer a falta de desafios (metas) em sua vida. Um líder sem metas é medíocre demais para exercer sua liderança. Hoje as igrejas perderam sua identidade e os membros dessa igreja também já não sabem quem são e às vezes as igrejas se tornam um depósito de gente que não sabem o querem da vida e nem para onde estão indo, pois muitos ainda não têm sequer certeza da salvação. Temos dentro das igrejas chefes e não líderes. Chefes mandam, líderes influenciam. O líder precisa ter metas e compartilhá-las para que o grupo se identifique com as metas e assim se identifiquem com o líder (ou não) e se sintam parte do grupo (ou não). Não alcançaremos unidade se não forem públicas nossas metas. Habacuque nos ensina: escreve claramente a visão… Precisamos em todo o tempo deixar claro nossa visão e metas e, como o povo tem memória curta, precisamos constantemente lembrá-los para onde estamos indo, através de nossas atitudes. Nossas atitudes devem revelar nossa visão.
4. Uma vez ouvi a seguinte frase : Dê o que eles querem para poder dar o que eles precisam. Essa intricada frase mexeu comigo. Nem sempre o que as pessoas querem é o que elas precisam, mas infelizmente às vezes precisamos dar para as pessoas o que elas querem primeiro, para depois darmos o que realmente elas precisam. O verdadeiro líder sabe o que seus liderados precisam, sabem de suas necessidades, por intermédio do discipulado, do companheirismo, do pastoreamento, do olho no olho, de pai para filho, do caminhar juntos, fruto da comunhão. Talvez tenha sido isso o que o Apóstolo tenha feito quando disse: tornei-me tudo para com todos, para ganhar alguns (I Cor. 9:22). Além disso parece que ninguém está disposto a ouvir outrem se não houver identificação (é do meu grupo ou tribo) de ambas as partes. Aqueles que conduzem as pessoas se portam como chefes e não como líderes. Não adianta olharmos para as pessoas com a visão de Deus, descobrindo suas reais necessidades, e não conseguirmos nos comunicar com elas. Mesmo que tenhamos a visão de Deus e o poder de Deus para dar às pessoas uma solução, não vamos alcançar nosso objetivo, se ela não entender o que estamos falando. Ela só entenderá quando conseguirmos chamar sua atenção para nossa proposta ou seja quando ela se identificar conosco. Para suprir a real necessidade das pessoas precisamos primeiro nos relacionar com elas (dia-a-dia, olho no olho, comunhão) a ponto de gerar confiança e depois liderá-las até Cristo Jesus.
Estamos conscientes da crise de liderança? Estamos prontos para assumirmos o nosso papel de liderança? Estamos prontos para morrermos por nossa visão? Queremos ser líderes ou chefes? Qual a atitude de nossos liderados? Observemos bem, pois as atitudes espelham a liderança.


Se John Wesley é o pai do Metodismo, Susannah é a mãe.
“Meus filhos, tão logo eu tiver sido posta em liberdade, cantem um salmo de louvor a Deus”. O pedido foi feito por Susannah Wesley, momentos antes de ela morrer, no dia 23 de julho de 1742. Dizem que, se John Wesley foi o pai do Metodismo, Susannah foi a mãe. Ela é apontada como a maior influência religiosa do filho, condutor de uma grande obra de avivamento na Inglaterra do século 18.
Filha de uma família de puritanos ingleses, ela aceitou ir para a Igreja Anglicana, onde seu marido Samuel Wesley exercia o ministério de pastor, na pequena paróquia de Epworth, na Inglaterra. Ele era conhecido por não entender o limite – ou a diferença – entre disciplina e controle excessivo. Sua rigidez em relação às ovelhas levou alguns de seu rebanho a odiá-lo. O ápice da perseguição culminou em dois incêndios a sua casa. No segundo, a residência dos Wesley foi totalmente destruída.
A tudo isso Susannah, que foi mãe de 19 filhos, suportou para dar uma boa formação a sua prole. Seu jeito e modo de agir com eles, desde a idade mais tenra, estão registrados principalmente no diário pessoal de John Wesley. Mas é possível conhecer-lhe a história também por biografias que foram feitas por escritores ingleses. Uma das mais conhecidas é The Mother of the Wesleys, de John Kirk, lançado em 1864.
Ela entendia o compromisso da maternidade como a responsabilidade de educar e formar homens e mulheres de Deus. Era a responsável pela alfabetização e evangelização dos próprios filhos. Em sua casa, crianças menores de cinco eram proibidas de aprender a ler e escrever. O objetivo era evitar a canseira de um intelecto que ainda estava se desenvolvendo.
Mas, no dia seguinte ao quinto aniversário, a criança tinha sua aula inaugural. Durante seis horas, recebia ensinamentos suficientes para aprender todo o alfabeto. Na segunda aula, já começava a aprender a decifrar as palavras, utilizando como base o primeiro livro da Bíblia, Gênesis. Seu método, ela garantia, levava seus filhos a aprender a ler e escrever em três meses.
Conta o escritor Mateo Lelièvre, autor da biografia John Wesley – sua vida e obra (Editora Vida), que, certa vez, Samuel disse-lhe: “Acho admirável sua paciência, porque você repetiu a mesma coisa nos ouvidos dessa criança nada menos do que vinte vezes”. Ela respondeu: “Teria perdido o meu tempo, se a tivesse repetido somente dezenove, pois foi só na vigésima vez que cumpri o meu objetivo”.
Mas não era só. Susannah preocupava-se em demasia com a felicidade e realização de seus filhos. Cada um deles tinha uma hora marcada para uma conversa em particular com a matriarca da família, onde ela lhes ouvia os problemas e alegrias da semana. O próprio John Wesley já adulto, em uma das cartas que escreveu a Susannah, pediu que, quando estivesse em casa, fosse recebido em uma destas “audiências”.
Ela também ensinou às crianças a importância de compartilhar o amor de Deus através da evangelização. Durante uma viagem de seu esposo, ela reunia filhos e criados na cozinha de sua casa, nas tardes de domingo para cultos voltados a este assunto. A programação cresceu tanto que os vizinhos pediram para participar, chegando ao número de 200 participantes por reunião.
Um dos assessores de seu marido, preocupado que os cultos domésticos tivessem uma influência negativa no que diz respeito à transmissão das doutrinas anglicanas escreveu uma carta a Samuel pedindo que impedisse Susannah de continuar os encontros. Mas, tendo o relato de sua esposa dos grandes testemunhos gerados naquela iniciativa, ele afirmou que os cultos continuariam. O que viu neles ajudou John Wesley, quando, impedido de pregar nas igrejas, se viu obrigado a transformar muitas casas em locais de adoração.
Um fato, no entanto, fez com que Susannah investisse mais ainda na vida espiritual de sua prole, especialmente o pequeno John. No dia 9 de fevereiro de 1709, um incêndio destruiu totalmente a casa dos Wesleys. Com medo ter esquecido alguma criança em meio às chamas, Susannah tentou entrar na casa por três vezes, mas foi impedida pelo fogo que se alastrava. Do lado de fora, ao contar os filhos, deu fato de John. A pedido de Samuel, todos se ajoelharam para encomendar a Deus a alma do menino, mas ele surgiu na janela do quarto e acabou sendo resgatado por dois vizinhos.
Desde aquele momento, sua mãe piedosa, segundo ela mesma contava, tomou a resolução “de velar com esmero muito especial pela alma de uma criança a quem Deus protegera com tanta misericórdia”. Esforçava-se para que aquele filho seu tivesse bastante consciência de pertencer, corpo, alma e espírito, ao Deus cuja mão paterna o protegera de modo tão evidente.
Foi ela a única responsável por sua educação até os dez anos de idade, quando ele ingressou na Charterhouse, uma renomada escola que se destacava pelos excelentes resultados acadêmicos. Já no Christ Church College, uma das unidades de Oxford onde formou-se em Mestre em Artes, escreveu a sua mãe, mostrando dúvida quanto ao desejo de seguir a carreira pastoral.
Ela lhe respondeu em uma carta que foi, de acordo com relatos pessoais em seu diário, responsável pela busca obstinada de Wesley por uma experiência com Deus. Dizia em um dos trechos: “Peço-lhe encarecidamente que faça um exame rigoroso de sua consciência a fim de descobrir se possui a fé e o arrependimento que são, conforme você bem sabe, as condições indispensáveis para entrarmos em uma aliança com Deus. Se você se encontrar nesse estado de religião, a satisfação de saber disso recompensará amplamente os seus esforços; caso contrário, você terá motivo de derramar lágrimas muito mais amargas que aquelas que a presença de uma tragédia poderia arrancar de você”.
Alguns anos mais tarde, quando o Movimento Metodista estava se espalhando por todo o país, John Wesley se deparou com um sério problema de liderança. Sem pastores anglicanos que aceitassem o desafio de discipular e acompanhar os novos convertidos, ele não tinha confiança em entregar grandes responsabilidades nas mãos de ministros leigos – sem formação teológica acadêmica. Foi sua mãe quem lhe convidou a reparar no trabalho que estes homens faziam e valorizá-los. Ouvindo o conselho materno, ele chegou a uma conclusão que, mais tarde, escreveu em seu diário: “Isso vem do Senhor! Que Ele faça o que lhe pareça bom (…) Atrevo-me a firmar que esses homens sem letras têm a ajuda de Deus para executar a grande obra de livrar almas da morte. Com efeito, na única coisa que professam saber, não se lhes pode taxar de ignorantes”.
Em sua morte, Susannah, que já era viúva, estava cercada por seus filhos. Atendendo a seu pedido, os filhos cantaram um salmo e ficaram apenas com as belas e inesquecíveis lições de sua mãe.


 “Dar resposta apropriada é motivo de alegria; e como é bom um conselho na hora certa!” (Provérbios 15.23 NVI).
Todos precisam de encorajamento. Mesmo o líder mais determinado, mais habilidoso precisa ser encorajado de alguma forma. Se isso é verdade em relação à pessoa do líder, imagine em relação aos liderados?!
Todo líder precisa ser um encorajador por excelência dos seus liderados. Precisamos encorajar as pessoas porque:
  • Há dias em que tudo parece sombrio.
  • As pessoas enfrentam ciclos diferentes de vida. Existem dias de montanha e dias de vale.
  • A vida impõe muitas pressões sobre as pessoas, a carga fica pesada e o desânimo parece dominar os corações.
  • O desafio do trabalho a ser feito se torna grande e a vontade de desistir e sair de cena sempre surge como uma opção.
  • Às vezes perdemos o foco e fixamos o olhar apenas nos erros e derrotas aparentes.
  • Normalmente ouvimos mais palavras de desânimo do que de encorajamento no dia-a-dia da vida.
  • Esquecemos que temos recursos sobrenaturais ao nosso dispor e ficamos tentando viver pelo nosso próprio poder.
Um líder sensível será um líder que encoraja. Mesmo quando é preciso corrigir rotas e rever procedimentos, o encorajamento precisa estar presente.
A palavra de um líder sempre tem um peso maior do que o normal. Sendo assim, a palavra encorajadora de um líder tem conseqüências muito mais profundas, às vezes inesperadas, se ignoramos esta verdade. Podemos encorajar as pessoas de diversas maneiras, como:
  • Chamando os liderados pelo nome.
  • Procurando conhecer de fato os seus problemas.
  • Permitindo ser acessível a eles.
  • Mostrando a eles que nós também somos humanos e limitados.
  • Reconhecendo o esforço despendido para a realização de uma tarefa.
  • Oferecendo espaço para manifestações e contribuições dos liderados.
  • Oferecendo um tempo de descanso para aqueles que estão cansados.
  • Sendo justo e não fazer acepção de pessoas.
  • Encorajando diretamente com palavras positivas de ânimo.
Entendo que um bom líder precisa sempre procurar encerrar seus diálogos de forma positiva e encorajadora, pois assim a abordagem inter-pessoal se tornará mais dinâmica e fácil, gerando um clima melhor e mais produtivo de trabalho em equipe.
O mundo já tem muitas forças geradoras de desânimo, por isso precisamos de líderes que encorajem e sejam encorajados. Que tipo de encorajadores temos sido? Daqueles que diante de um belo dia de sol só enxerga a pequena nuvem escura do horizonte ou somos daqueles que mesmo em meio às tempestades, lembramos que sobre as pesadas nuvens o sol nunca deixa de brilhar?
Vamos trabalhar por uma atmosfera de encorajamento. Que tal criarmos uma corrente de encorajamento mútuo? Um bilhete, um presente, uma carta, um telefonema, um e-mail, uma declaração pública, um abraço, um agradecimento, um sorriso sincero, um ouvido atento e sensível, uma palavra, um compartilhar de fardos. Vamos nos encorajar uns aos outros e colhamos o fruto dessa inteligente e abençoada prática.
Antes de encerrar, quero lembrá-lo: não desanime, levante a cabeça, você pode chegar lá, pois o Senhor “é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo que pedimos ou pensamos, de acordo com o seu poder que atua em nós.” (Efésios 3:20 NVI).


Verdadeiramente somos carentes, na esfera evangélica, de um planejamento eficaz. Talvez, em alguns campos, a raiz da situação esteja numa reação exagerada à rigidez litúrgica, hierárquica e de planejamento da Igreja Romana. Em outros, teria vindo como uma rebelião ao formalismo das denominações mais estruturadas. De qualquer forma criou-se, no campo evangélico, a idéia de que qualquer planejamento e organização maior, no que diz respeito às coisas do Reino de Deus, seria uma “camisa de força” inadequada.
Durante muito tempo perseguimos, portanto, a espontaneidade a qualquer custo, ao ponto de chegarmos a identificar “espiritualidade” com a falta de organização e ordem, característica de muitas de nossas igrejas. O medo, justificado, da “ortodoxia morta” resultou no “vale tudo espiritual” onde qualquer ação, desde que “cristianizada” com palavras de ordem bíblicas, são admissíveis, não apenas na liturgia, como também no encaminhamento dos assuntos e das várias tarefas da igreja.
Seguramente muitas das nossas atividades eclesiásticas, desde as simples reuniões do Conselho até os grandes congressos e campanhas nacionais, têm refletido falta de planejamento, organização e objetividade. Freqüentemente reuniões são realizadas num clima em que os presentes procuram, simultaneamente, resolver todos os problemas, dispersando-se em discussões infrutíferas que só servem para prolongar o término, arrastando os participantes a uma situação de exaustão total. Não raro existe, quando muito, uma pequena pauta cujo objetivo principal, parece, é ser sistematicamente desobedecida.
Algumas vezes campanhas ou programas são estabelecidos, mas morrem pelo meio do caminho e nunca chegam a ser concluídos, geralmente pela falta do estabelecimento de uma data limite, de um responsável pelo encaminhamento do projeto ou de uma simples sistemática de acompanhamento por algum órgão superior. Com freqüência somos testemunhas de grandes intenções que são seguidas de parcas realizações. Essas situações evidenciam não apenas da falta de planejamento, mas também de que a utilização de um mínimo de organização pode resultar em considerável eficiência no encaminhamento das coisas do Reino.
Já nos avisa a Escritura Sagrada que os descrentes são, de muitas maneiras, mais sagazes e sábios que os crentes (Lc 16.8 — pois os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz).1 Temos observado as organizações “seculares” se concentrarem no planejamento e na organização enquanto nós, no campo evangélico, abrimos mão de toda esta capacidade que nos foi dada por Deus.
Uma empresa “secular” raramente realiza uma reunião sem antes existir um planejamento sobre os objetivos, a duração e os meios de demonstração, enquanto que em nossas igrejas achamos que essas coisas necessitam apenas de um planejamento mínimo. Uma organização secular quase nunca embarca em uma atividade ou programa sem antes avaliar todos os ângulos, sem colocar responsáveis definidos com delegação de poderes claramente delimitada e com algum tipo de acompanhamento da própria execução.
Nas igrejas nos acostumamos a creditar o sucesso, ou insucesso de algo, à “vontade de Deus”, sem parar para pensar que a boa organização nada mais é do que o exercício eficaz da mordomia dos talentos, capacidades e recursos que Deus colocou em nossas mãos, para a sua glória.
Planejamento e organização possuem base bíblica
Deus planejou tudo e executa o seu plano (Is 46.9-11). Ele deu ao homem o mandato de dominar a Criação (Gn 1.28) e de sujeitá-la, para sua glória. Tendo sido criado à imagem e semelhança de Deus, o homem é um ser que planeja também, mesmo em sua condição de pecador e mesmo com esta imagem afetada pelo pecado. O homem, conseqüentemente, procura determinar metas e visualizar suas ações antes destas ocorrerem (Pv 13.19 e 16.9).
Na esfera eclesiástica, Deus planejou, instituiu e determinou ao seu povo, debaixo da Antiga Aliança, toda a sistemática das cerimônias, requerendo obediência no cumprimento de todos os seus passos. Deus desejava, através dela, focalizar as atenções dos israelitas no Messias que haveria de vir e redimir o seu povo. Neste sentido, o povo foi ensinado a planejar e a organizar, em sua esfera, as festas e sacrifícios e existia considerável rigidez litúrgica, assim como sistematização e repetição. Nada de “qualquer um faz qualquer coisa, a qualquer hora”, mas ações e obrigações definidas e todas relevantes ao enfoque central das práticas de adoração.
Na esfera administrativa, a sobrecarga e a desorganização, temporariamente experimentadas por Moisés, quando todas as decisões e definições foram colocadas sobre seus ombros, foi prontamente estruturada por Deus, através da palavra sábia de Jetro (Êx 18.13-26). Deus fez com que um sistema de delegação e representatividade fosse rapidamente estabelecido, aliviando Moisés de uma tarefa impossível, permitindo que o grande servo de Deus se concentrasse na tarefa de realmente liderar.
Deus não é, portanto, avesso ao planejamento e à sistematização da nossa parte, tanto mais porque ele próprio nos ensina que interage com a sua criação em seus tempos determinados (Ec 3.1-8), definindo, conseqüentemente, padrões de ordem e uma hierarquia de prioridades que devem nos auxiliar na execução dos nossos deveres, como seus servos.

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