PASTOR CELSO SOARES NETO

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terça-feira, 1 de março de 2011

INTRODUÇÃO BÍBLICA




Introdução Bíblica





Dedicatória:

                A todos aqueles que são “nascidos de novo” (João 3), para que possam estar firmes na Palavra, conhecendo as profecias, crendo nelas, observando os sinais dos tempos, para que não sejam “confundidos por Ele na Sua vinda” (1 Jo 2:28), “Tendo o vosso viver honesto entre os gentios; para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, glorifiquem a Deus no dia da visitação, pelas boas obras que em vós observem” (1 Pe 2:12). Sabendo, principalmente, que: “... ainda um pouquinho de tempo, e o que há de vir virá, e não tardará” (Hb 10:37).
                Aos ainda não salvos, com a esperança de que se arrependam e creiam, o quanto antes (Lucas 12:20), no Senhor Jesus Cristo, ÚNICO caminho que leva ao Pai (João 14:6), sabendo que “em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4:12).
                 E, principalmente:

“... ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus sábio, seja honra e glória para todo o sempre. Amém”.
(1Tm 1:17)






 

SOBRE VERSÃO

 

Pastor  Celso Soares Neto, filho de Pedro Maria Filho e Zilda Maria de Jesus, nascido em 15/01/1967, na cidade de Dores do Indaiá/MG a Avenida da Saudade 181 (conhecida com Beco do Cemitério),  onde vivi com meus pais e 14 (quatorze) irmãos, todos filhos de um mesmo casamento. Criado com muito amor e disciplina, também com grandes dificuldades financeiras.

Minha mãe padecia de diversas enfermidades, sendo assim fui praticamente criado por minhas duas irmãs Márcia e Aparecida.

Vim para Belo Horizonte ao 17(dezessete) anos para trabalhar no Banco Mercantil do Brasil, onde trabalhei por 11 (onze) anos, fui criado nesta época por minha irmã Branca e seu esposo Amadeu no qual foram meus segundo pais, de onde sai para casar em 1990.

Já casado passamos 06 (seis) anos sem Jesus em nosso casamento, mas faço menção ao meu cunhado Gerson Lopes Cançado, (in memorian) esposo da minha irmã Maria José, que muito me falava sobre Jesus, dando-me um Novo Testamento cumprindo assim em minha vida a palavra do Senhor que a semente (palavra) lançada não voltará vazia, também a minha amada sogra Maria das Mercês de Souza (in memorian) que tanto orou por mim e minha esposa.

Nos casamos na Igreja Batista do Barreiro, casamento celebrado pelo Pastor Carlos (conhecido como Carlão).

No tempo determinado por Deus, aceitei Jesus na Igreja Pentecostal Jesus é Amor, liderada pela Missionária Nilza, minha mãe na fé. Fui muito auxiliado,  por minha cunhada Mercês Maria, que aliás tem me ajudado espiritualmente até nos dias de hoje. Ao aceitar Jesus fui chamado para fazer parte do quadro de ceifeiros de sua obra, onde fui pastor por 04 (quatro) anos no Bairro Sol Nascente em Ibirité/MG.

Sendo direcionado pelo Senhor vim para Igreja Pentecostal Varões de Guerra, Congregação João Gomes Cardoso, onde permaneço até esta data, sendo pastor dirigente. Fui recebido pelo pastor presidente Ralph A. Assé, que me confiou a liderança desta igreja.


 

FORMAÇÃO TEOLÓGICA E ACADÊMICA


Médio em Teologia

STPMG - Seminário Teológico Pentecostal de MG

Registro: Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas nº 58.306, Livro A, Folha 3 e 4, CNPJ 16.748.089/0001-09

Capelania Cristã

ALACE - Associação Latino Americana de Capelania Evangélica

Registro do diploma: 2º cartório de registro de títulos e documentos de BH, nº 88.4683

Bacharel em Teologia Ministerial

ALACE - Associação Latino Americana de Capelania Evangélica

Registro: nº 11.9760, Lei Federal nº 10.51169, livro A, CNPJ 07.618.054/0001-04, com sede a Avenida Afonso Pena, 262/2009, Centro BH/MG

Registro do Aluno: 0209/05

Registro do diploma: 90.2832, no 2º cartório de registros e documentos/BH

Obs.: Nenhuma destas formações teriam sentido na minha vida se não fosse a presença viva e real do Espírito Santo de Deus no qual sempre agradeço essa dádiva que me foi concedida gratuitamente pela graça no Nosso Senhor e Salvador Jesus, que tributo toda honra, glória e louvor para Ele e por Ele até o fim dos séculos. Amém.


Bacharel em Administração (incompleto)

Instituto J. Andrade de Ensino Superior

Juatuba /MG

Registro do aluno: 11.01723




 

Introdução Bíblica







Inclinar-me-ei para o teu santo templo, e louvarei o teu nome pela tua benignidade, e pela tua verdade; pois engrandeceste a tua palavra acima de todo o teu nome.
(Salmos 138:2 ACF)


SÍNTESE DA HISTÓRIA BÍBLICA

1. DEUS criou o homem e o colocou no Jardim do Éden
2. O homem pecou e deixou de ser aquilo para o que Deus o tinha destinado. Foi então que Deus pôs em andamento o plano para a salvação do homem e o fez chamando Abraão para que fundasse uma nação, mediante a qual o plano seria executado.
3. A nação não andou nos caminhos do Senhor e foram escravizados no Egito. Após 400 anos, sob a direção de Moisés, o povo foi tirado do Egito de volta à terra prometida de Canaã. A nação se tornou um grande e poderoso reino.
4. O reino foi dividido no fim do reinado de Salomão: Israel, ao norte, 10 tribos, levada cativa pela Assíria em 721 a. C., e Judá, ao sul, 2 tribos, levada cativa pela Babilônia no ano 600 a. C.
5. Encerra-se o Antigo Testamento. 400 anos mais tarde, cumpre-se a promessa pelo aparecimento de Jesus, o Messias, a esperança da humanidade, mediante Quem o homem seria redimido e nascido de novo. Para realizar e consumar Sua obra salvadora, Jesus Cristo MORREU pelo pecado humano, ressuscitou e ordenou que os discípulos saíssem pelo mundo contando a história de Sua vida e Seu poder redentor.
6. Assim, obedecendo à ordem (a “grande comissão”), partiram os discípulos por toda parte, em todas as direções, levando as BOAS NOVAS, alcançando o mundo civilizado conhecido da época. Assim, com o lançamento da obra da redenção humana, encerra-se o Novo Testamento.

A BÍBLIA

“A Bíblia  é o Livro de Deus” (Is 34:16).
A palavra Bíblia (Livros) entrou para as línguas modernas por intermédio do francês, passando primeiro pelo latim bíblia, com origem no grego biblos (folha de papiro do século XI a. C preparada para a escrita). Um rolo de papiro tamanho pequeno era chamado “biblion”, e vários destes era uma “Bíblia”. Portanto “Bíblia” quer dizer coleção de vários livros.
No princípio, os livros sagrados não estavam reunidos uns aos outros como os temos agora em nossa Bíblia. O que tornou isso possível foi a invenção do papel no séc. II pelos chineses, bem como a invenção do prelo de tipos móveis, em 1450 A. D. por Guttenberg, tipógrafo alemão. Até então tudo era manuscrito como ocorria anteriormente com os escribas, de modo laborioso, lento e oneroso.
Com a invenção do papel desapareceram os rolos e a palavra biblos deu origem a “livro” como se vê em biblioteca (coleção de livros), bibliografia, bibliófilo (colecionador de livros).
A primeira pessoa a aplicar o nome “Bíblia” foi João Crisóstomo, grande reformador e patriarca de Constantinopla, 398-404 A. D.

Teologicamente a Bíblia é a revelação de Deus para a humanidade. Etimologicamente é uma coleção de livros pequenos, cujo autor é Deus, o Espírito Santo é seu real intérprete e Jesus Cristo seu TEMA UNIFICADOR, seu assunto central.

Cerca de 40 personagens se envolveram no registro e compilação dos 66 livros que compõem a Bíblia Sagrada (1 Ts 2:13; 1 Pedro 1:20-21). Os escritores viveram distantes uns dos outros (11 países diferentes), em épocas e condições diferentes, não se conheceram (na época a comunicação era praticamente impossível) pertenceram às mais variadas camadas sociais, e tinham cultura e profissões muito diferentes.
Foram das mais diferentes categorias (19 ocupações diferentes): escritores, estadistas, camponeses, reis, vaqueiros, pescadores, cobradores de impostos, instruídos e ignorantes, judeus e gentios. Ex: legislador (Moisés); general (Josué); profetas (Samuel, Isaías, etc.); Reis (Davi e Salomão); músico (Asafe, compôs 12 Salmos); boiadeiro (Amós); príncipe e estadista (Daniel); sacerdote (Esdras); coletor de impostos (Mateus); médico (Lucas); erudito (Paulo); pescadores (Pedro e João).
São aproximadamente 50 gerações de homens. Um exame das vidas dos escritores mostra a verdade deste testemunho. Esses eram homens sérios. Eles vieram de todos os caminhos da vida. Eram homens de boa reputação e mente brilhante. Muitos deles foram cruelmente perseguidos e mortos pelo testemunho que mantiveram. Não ficaram ricos pelas profecias que deram. Longe disso. Muitos empobreceram. O autor dos cinco primeiros livros da Bíblia escolheu viver uma vida terrivelmente pesada e de lutas ao serviço de Deus em oposição à vida milionária que ele poderia ter tido como o filho do Faraó. Muitos escritores da Bíblia fizeram escolhas semelhantes. Suas motivações certamente não foram convencionais nem mundanamente vantajosas. Eles não eram homens perfeitos, mas eram homens santos. As vidas que eles viveram e os testemunhos que deram e as mortes de que morreram deram forte evidência de que estavam dizendo a verdade.
Cada escritor manifestou seu próprio jeito de escrever (idiossincrasia), seu estilo e características literárias. A Bíblia possui aproximadamente 10 estilos literários diferentes: poéticos (Jó, Sl, Pv); parábolas (evangelhos sinóticos); alegorias (Gl 4); metáforas (Gn 6:6; Êx 15:16;  Dt 13:17; Sl 18:2; 34:16; Lm 3:56; Zc 14:4; 2 Co 3:2-3; Ef 4:30; Tg 3:6); comparações (Mt 10:1; Jo 21:25; Cl 1:23; Tg 1:6); figuras poéticas (Jó 41:1); sátiras (Mt 19:24; 23:24); figuras de linguagem (Sl 36:7; Sl 44:23).
Demoraram cerca de aproximadamente 1600 anos para escrever os 66 livros. 1491 a. C., quando Moisés (teve a visão do passado) começou a escrever o Pentateuco, no meio do trovão no monte Sinai, até 97 d. C., quando o apóstolo João (teve a visão do futuro), ele mesmo um “filho do trovão” (Mc 3:17), escreveu seu evangelho na Ásia Menor.
Entretanto, há na Bíblia um só plano ou projeto, que de fato mostra a existência de um só Autor divino, guiando os escritores. A Bíblia é um só livro. Tem um só sistema doutrinário, um só padrão moral (expressão da autoridade de Deus), um só plano de salvação, um só programa das eras.
As diversas narrativas ali encontradas dos mesmos incidentes e ensinamentos não são contraditórias, mas suplementares. Não há em todo o seu conteúdo uma só contradição, e um livro sempre dá continuidade ou complementa o outro, apesar das condições em que foram escritos. Muitas vezes, um autor iniciava um assunto e, séculos depois, outro o completava.
 Os escritores humanos fornecem variedade de estilo e matéria. O Autor Divino garante unidade de revelação e ensino.
Em todo o seu conjunto, possui uma harmonia, que só pode ser explicada como sendo um “MILAGRE”.
A Bíblia é a coleção das exatas palavras dos 66 livros que constituem o seu CÂNON (cânon significa autoridade, regra de fé. O cânon está fechado, não há mais nenhum livro inspirado!!!). Vide (Mt 4:4; Jo 12:48; 2 Tm 3:16-17; 2 Pe 1:3; Jd 3).

Assim, a Bíblia é composta:

  • 24 livros os do cânon judaico do VT (equivalentes aos nossos 39 livros, o mesmo que hoje é chamado de "Texto Massorético de BEN CHAYyIM" e que, depois da invenção da Imprensa, foi impresso por Daniel Bomberg, um abastado cristão veneziano originário da Antuérpia, em 1524-5. A edição da segunda publicação ficou a cargo de Jacob Ben Chayyim);

Não confundir Ben Chayyim com Ben Asher. Não confundir o Texto Massorético de Ben Chayyim (100% genuíno) com o falso Texto Massorético, de Ben Asher (com falsificações e também referido como Bíblia Stuttgartensia). Não confundir a Bíblia Hebraica de Kittel (BHK) 1ª e 2ª edição [1906 e 1912, boas, baseadas no Texto Massorético de Ben Chayyim] com as BHK edições posteriores, más, baseadas no falso Texto Massorético, de Ben Asher.

  • 27 livros os do cânon do NT (os mesmos que, depois da invenção da Imprensa, foram impressos, terminando por serem conhecidos pelo nome de TR, ou "Textus Receptus", isto é, "O Texto Recebido").
"Textus Receptus": do latim “textum ergo habes, nunc ab amnibus receptum”, que significa: texto ora recebido por todos. Foi a frase escrita no prefácio da edição de 1633, do N.T. grego dos irmãos Elzevir (impressores holandeses de origem judaica). São os 27 livros do N.T. que foram recebidos pelas igrejas do século I, das mãos dos homens inspirados por Deus para escrevê-lo; e, também, recebido pela Reforma, das mãos das pequeninas igrejas fiéis {perseguidas por Roma} e da Igreja Grega Ortodoxa. O T.R. foi o texto usado pela igreja por quase 2000 anos, antes de surgirem as versões modernas e deturpadas da Bíblia, baseadas no texto crítico, em 1881, com o surgimento do “Novo Texto Grego” de Westcott e Hort. O T.R. foi usado em todo o período bizantino (312-1453), donde foi traduzido por Almeida e é o texto grego do N.T. que os reformadores (Reforma Protestante) usaram no século XVI e XVII, para traduzir a Bíblia em vários idiomas, inclusive o português.

O nome “massoretas” se refere aos rabinos judeus surgidos aproximadamente no ano 100 d.C. que conservavam e transmitiam o texto bíblico. Eles substituíram os escribas. Faziam anotações às margens do texto, chamadas massorah. Eles incorporaram os sinais vocálicos ao texto hebraico (que não possui vogais), entre o 5º e 6º séculos.

Apesar de toda oposição, a Bíblia é o livro mais antigo, mais famoso e mais lido do mundo. Escrito em mais de 2000 línguas e dialetos, já atravessou 3.000 anos. É também o livro de maior circulação em todo o mundo. Em 1996, por exemplo, foram distribuídos 20 milhões de Bíblias em todo o mundo. Só no Brasil, foram quase 7 milhões e na China circulam cerca de 3 milhões.  Por tudo isto, podemos dizer, sem medo de errar que a Bíblia tem origem sobre-humana!

Os nomes mais comuns dados à Bíblia são: Livro do Senhor (Is 34:16); Palavra de Deus             (Mc 7:13; Jo 10:35; Hb 4:12); Escrituras ou Sagradas Escrituras (Mt 21:42; Lc 4:21; Jo 7:38, 42; Rm 1:2; Rm 4:3; Gl 4:30); a Verdade (Jo 17:17; Rm 15:8); Lei (Sl 119); Lc 10:26; Mt 5:18); Mandamentos (Sl 119); a Lei e os Profetas (Mt 5:17; Lc 16:16); a Lei de Moisés (Lc 24:44); Oráculos de Deus (Rm 3:2).

Assim como Jesus Cristo (que é a Palavra Viva = 1 Jo 1:1; Ap 19:13) é 100% Humano e 100% Divino, a Bíblia (que é a Palavra escrita) é humana e divina e sem erros!!!

A Palavra de Deus é: inspirada (Sl 19:7-11; 119:89; 105, 130, 160; Pv 30:5-6; Is 8:20; Jr 1:2, 4, 9; Lc 16:31; 24:25-27; 44-45; Jo 5:39, 45-47; 12:48; 14:26; 16:13; 17:17; At 1:16; 28:25; Rm 3:4; 15:4; 1 Co 2:10-13; 2 Co 2:4; Ef 6:17; 1 Ts 2:13; 2 Tm 3:16-17; 1 Pe 1:11-12; 2 Pe 1:19-23; 1 Jo 1:1-3; Ap 1:1-3; 22:19); eterna (Sl 119:89; Mt 24:35); única regra de fé e prática (Is 8:20; Jo 12:48); suficiente para a vida cristã (Mt 4:4; Jo 12:48; 2 Tm 3:16-17; 2 Pe 1:3; Jd 3); lâmpada para os nosso pés (Sl 119:105); amada pelos salvos (Sl 119:47, 72, 82, 97); purificação da vida (Sl 119:9); para ler, estudar e examinar (Dt 17:19; Js 1:8; Jo 5:39; At 17:11); alimento espiritual (1 Pe 2:2); para a santificação (Jo 17:17); proveitosa para toda boa obra (2 Tm 3:16); preservada (Lc 21:33); fogo consumidor (Jr 5:14); martelo (Jr 23:29); fonte de vida (Ez 37:7); poder para a salvação (Rm 1:16); penetrante (Hb 4:12); algo a ser defendido pelos santos (Jd 3); para ser pregada a todos (Mt 28:18-20; Mc 16:15); espelho (Tg 1:23-25); semente (1 Pe 1:23); espada (Ef 6:17); comida (Hb 5:12-14); mel (Sl 119:103); leite (Hb 5:13); viva e atual (Jo 6:63 b; Hb 4:12; 1 Pe 1:23; 1 Jo 1:1).

NOTA IMPORTANTE: A BÍBLIA É O LIVRO PELO QUAL TODOS OS HOMENS SERÃO JULGADOS:  Jo 12:48



A UTILIDADE DA BÍBLIA:

   Toda escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.” 2 Tm 3:16-17. Examine ainda 1 Coríntios 10:11 e Romanos 15:4.
                    A BÍBLIA É UM LIVRO PARA: ser buscado/examinado (Jo 5:39); crido (Jo 2:22); lido               (1 Tm 4:13); recebido (1 Ts 2:13); confirmado e aceito (At 17:11).
                    A BÍBLIA TEM MUITOS OBJETIVOS: avisar os crentes (1 Co 10:11); manifestar o cuidado de Deus (1 Co 9:9, 10); ensinar e instruir (Rm 15:4); aperfeiçoar o cristão para toda boa obra (2 Tm 3:16-17); fazer o homem sábio para a salvação (2 Tm 3:15); produzir fé na divindade de Cristo (Jo 20:31); produzir vida eterna  (Jo 5:24).

A unidade da Bíblia é sem paralelo. Nunca, em qualquer outro lugar, uniram-se tantos tratados diferentes, históricos, biográficos, éticos, proféticos e poéticos, para perfazer um livro. Assim como todas as pedras lavradas e as tábuas de madeira compõem um edifício ou, melhor ainda, como todos os ossos, músculos e ligamentos se combinam em um corpo, assim também é com a Bíblia.  

A MENSAGEM SINGULAR DA BÍBLIA

Entre a Bíblia e os outros escritos religiosos e filosóficos existe um abismo intransponível. A Bíblia é o único Livro que “se atreve” a prever o futuro e o faz com 100% de precisão e acerto!!! (Dt 18:20-22; Is 41:22-23; 42:8-9; 44:6-8).
Certamente, valores como a verdade, a honestidade, a justiça e o altruísmo são comuns aos melhores escritos da humanidade. Nisso, a Bíblia se identifica com todos os outros. Mas, o que dizer do Deus apresentado pela Bíblia? Que contraste com a energia impessoal do Hinduísmo ou com os frágeis e grotescos deuses dos panteões greco-romanos! Deus Se apresenta em toda a Sua majestade e grandeza: Santo, Justo, Fiel, Onipotente, Onipresente e Onisciente; Perfeito em amor e misericórdia, Imutável em todos os Seus atributos!!!
O próprio mistério da Trindade demonstra um Deus maior que nossa razão. O homem, na Bíblia, é retratado no seu melhor e no seu pior estado. Enquanto na Filosofia o homem é deificado como senhor do seu próprio destino, na Bíblia, o homem é criatura de Deus, pecador e dependente.
Enquanto em algumas crendices o homem é parte de um jogo de dados cósmicos, joguete nas mãos de forças poderosas, na Bíblia, o homem é criado por Deus com dignidade e sentido na História.
O caminho bíblico para a salvação vai de encontro à idéia arraigada, no espírito humano, de que cada um deve promover a sua própria salvação. Na Bíblia, a salvação é um presente que não pode ser comprado, mas deve ser recebido com gratidão.
O perdão dos pecados não ocorre por cerimônias vazias (como na igreja católica romana, por exemplo), mas, mediante a morte do Filho de Deus na cruz, no lugar dos pecadores. O destino final, na Bíblia, não é a aniquilação da personalidade, nem um paraíso de prazeres carnais (como no Islamismo); mas, a comunhão com Deus por toda a eternidade. E isto ocorrerá somente para aqueles que um dia aceitaram o caminho oferecido por Deus (Jesus Cristo – Jo 14:6).
Homens não narrariam seus próprios pecados, derrotas, idolatrias, etc. Nenhum homem conceberia a idéia de um inferno de sofrimento eterno. Isto mostra que a Bíblia é um livro inspirado por Deus!





A Bíblia se opõe a certos conceitos filosóficos do mundo, e os refuta:

1) Ateísmo (Sl 14:1; 53:1; Jr 4:22)
2) Politeísmo (Mc 12:32; 1 Co 8:6; Ef 4:6; 1 Tm 2:5; Tg 2:19)
3) Materialismo (Mt 6:19-21, 24; Mt 19:16-26, 29; 1 Tm 6:10a; Sl 62:10b)
4) Panteísmo (Gn 1:1, 26; Mt 1:1, 18; Jo 1:1, 18; 16:7; 2 Co 13:14; Hb 13:8; 1 Jo 5:7)
5) A eternidade da matéria (Gn 1:1).
6) Filosofia (1 Co 1:22; Cl 2:8; 1 Tm 6:20; Tg 1:5).

CAPÍTULOS E VERSÍCULOS:

A divisão da Bíblia em capítulos só veio acontecer no ano de 1250 A. D., pelo cardeal Hugo de Sancto Caro, monge dominicano. Alguns pesquisadores atribuem essa divisão também a Stephen Langton, professor da Universidade de Paris e mais tarde arcebispo da Cantuária, em 1227.
Em 1525, Jacob Ben Hayim, na Bíblia Bomberg, em Veneza, havia dividido o Antigo Testamento em versículos.
O Novo Testamento foi dividido em versículos em 1551, por Robert Stephanus, um impressor de Paris, que publicou a primeira Bíblia (Vulgata Latina) dividida em capítulos e versículos em 1555.

ABREVIATURAS:

Em índices e citações bíblicas, é comum o uso de abreviaturas para se referir aos textos bíblicos. Um dos formatos convencionados segue o padrão abaixo:

  • Os dois pontos (:) separam o capítulo dos versos;
  • O hífen (-) indica uma faixa contínua de versos;
  • A vírgula (,) indica uma seqüência não contínua de versos;
  • O ponto-e-vírgula (;) inicia um novo capítulo do mesmo livro ou não, se seguido de nova abreviação.

Exemplos:

2 Ts 2:2-12 = Segunda Tessalonicenses, capítulo 2, versículos 2 a 12
Gn 3:1-15 = Gênesis, capítulo 3, versículos 1 a 15.
Rm 11:18 = Romanos, capítulo 11, versículo 18.
Dn 9:25, 27; 11:3-43 = Daniel, capítulo 9, versículos 25 e 27; e capítulo 11, versículos 3 a 43.
Mt 24-26; Ap 1:1-8 = Mateus, cap. 24 ao cap. 26; Apocalipse, capítulo 1, versículos 1 a 8.

ALGUNS TERMOS IMPORTANTES E SEUS SIGNIFICADOS:

Antilegômena: (significa: falar contra). São os livros bíblicos que em certos momentos da História foram questionados por alguns.
Apócrifos: (significa: escondidos ou duvidosos). Livros não-bíblicos aceitos por alguns (como a igreja católica romana), mas rejeitados por outros, por não serem inspirados e conterem muitos erros, o que prova serem de autoria humana e não divina.
Cânon = Do grego "kánon", e do hebraico "kaneh", regra; lista autêntica dos livros considerados como inspirados.
Epístolas = Cartas.
Evangelho = Caminho; boas novas.
Homologoumena: (significa: falar como um). São os livros bíblicos que foram aceitos por todos e que em momento algum foram questionados.
Paráfrase = Tradução livre ou solta, onde o objetivo é traduzir “a idéia” e não as palavras;
Pseudepígrafos: (significa: falsos escritos). Livros não-bíblicos (não canônicos) rejeitados por todos. Seus escritos se desenvolvem sobre uma base verdadeira, seguindo caminhos fantasiosos;
Sinópticos = Síntese. Os três primeiros evangelhos são chamados de evangelhos sinópticos, pois são muito parecidos e sintetizam a vida de Jesus;
Testamento = Aliança, Pacto, Acordo;
Tradução = Transliteração de uma língua para outra;
Variantes = Diferenças encontradas nas diferentes cópias de um mesmo texto, mediante comparação. Elas atestam o grau de pureza de um escrito;
Versão = Tradução da língua original para outra língua.

De capa a capa a Bíblia é a mensagem do amor de Deus por nós.                   Devemos estudá-la diligentemente todos os dias para termos                      discernimento e crescimento espiritual e vivermos no padrão de Deus,          glorificando nosso Criador e Redentor.


CURIOSIDADES BÍBLICAS:

  • é o livro mais antigo da Bíblia. Acredita-se que foi escrito por Moisés, quando esteve no deserto;
  • Foram usados 3 idiomas na confecção da Bíblia: hebraico e aramaico  (A.T.) e grego (N.T.);
  • Foi escrita em aproximadamente 1500/1600 anos, por uns 40 autores e contém 66 livros;
  • Texto áureo da Bíblia: João 3:16;
  • A "Epístola da Alegria", a carta de Paulo aos Filipenses, foi escrita na prisão e as expressões de alegria aparecem 21 vezes na epístola;
  • Quem cortou o cabelo de Sansão não foi Dalila, mas um homem (Jz 16:19);
  • O nome mais cumprido e estranho de toda a Bíblia é Maer-Salal-Has-Baz - filho de Isaías           (Is 8:3-4);
  • Davi, além de poeta, músico e cantor foi o inventor de diversos instrumentos musicais       (Am 6:5);
  • O nome "cristão" só aparece três vezes na Bíblia (At 11:26;  At 26:28 e 1 Pe 4:16);
  • O capítulo 19 de 2 Reis é idêntico ao 37 de Isaías;
  • 1 Cr 16:8-36 transcreve o Sl 105 na íntegra;
  • O A.T. encerra citando a palavra “maldição”; o N.T. encerra citando “a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo”;
  • O nome de JESUS consta no primeiro e último versículo do N.T.;
  • Israel é considerada a “menina dos olhos de Deus” (Dt 32:10; Zc 2:8);
  • A Bíblia contém cerca de 3.565.480 letras, 773.692 palavras, 31.173 versículos, 1.189 capítulos e 66 livros;
  • O capítulo mais comprido é o Salmo 119;
  • O capítulo mais curto é o Salmo 117;
  • O meio exato da Bíblia é o versículo 8 do Salmo 118;
  • O versículo mais longo está em Ester 8:9;
  • O versículo mais curto é: "Não matarás" em Êxodo 20:13 (10 letras);
  • As tábuas da lei foram feitas por Deus e quebradas por Moisés, e depois feitas por Moisés e reescritas por Deus (Êx 34:1);
  • Moisés fez o povo beber o ouro do bezerro da desobediência (Êx 32:19-20);
  • A arca de Noé media 134 m de comprimento, 23m de largura e 14m de altura; sua área total nos três pisos era de 9.250 (m²) e tinha um volume total de 43.150 (m³);
  • Noé permaneceu na arca 382 dias, sendo o ano judaico de 360 dias (Gn 7:9-11; 8:13-19);
  • Davi foi ungido três vezes obtendo uma gloriosa confirmação (1 Sm 16:13; 2 Sm 2:4;             1 Cr 11:3);
  • Salomão não era o único sábio, havia mais quatro sábios (1 Rs 4:29-31);
  • Salomão disse 3.000 provérbios e 1005 cânticos. (1 Rs 4:32);
  • O A. T. apresenta 332 profecias literalmente cumpridas na pessoa de Jesus Cristo;
  • Paulo pregou o maior discurso descrito na Bíblia (At 20:7-11);
  • O maior profeta jamais realizou um milagre, contudo foi o pregador mais convincente          (Jo 10:41-42);
  • O "sermão do monte" poderia ser chamado de "sermão da planície" (Mt 5:1; Lc 6:17);
  • O Salmo 22 é alfabético - um versículo para cada letra do alfabeto hebraico;
  • O Salmo 119 tem, em hebraico, 22 seções de oito versículos. Cada uma das seções inicia com uma letra do alfabeto hebraico, de 22 letras. Dentro das seções, cada versículo inicia com a letra da seção;
  • No livro Lamentações de Jeremias, os capítulos 1, 2 e 4 tem versículos em número de 22 cada, compreendendo as letras do alfabeto hebraico. O capítulo 3 tem 66 versículos, levando cada três deles, em hebraico, a mesma letra do alfabeto;
  • A expressão "o caminho de um Sábado" corresponde ao caminho permitido no dia de Sábado; a distância que ia da extremidade do arraial das tribos ao tabernáculo, quando no deserto, isto é, cerca de 1.200 metros;
  • Para a leitura completa da Bíblia, são necessárias 49 horas, a saber: 38 horas para a leitura do Velho Testamento e 11 horas para a do Novo Testamento;
  • Para lê-la de forma audível, em velocidade normal de fala, é necessário aproximadamente 71 horas. Se você deseja lê-la em 1 ano, deve ler apenas 4 capítulos por dia;
  • A menor Bíblia existente foi impressa na Inglaterra e pesa somente 20 gramas. Este fabuloso exemplar da Bíblia mede 4,5 cm de comprimento, 3 cm de largura e 2 cm de espessura. Apesar de ser tão pequenina, contém 878 páginas, possui uma série de gravuras ilustrativas e pode ser lida com o auxílio de uma lente;
  • A maior Bíblia que se conhece, contém 8.048 páginas, pesa 547 quilos e tem 2,5 metros de espessura. Foi confeccionada por um marceneiro de Los Angeles, durante dois anos de trabalho ininterrupto. Cada página é uma delgada tábua de 1 metro de altura, em cuja superfície estão gravados os textos;
  • Foi a primeira obra impressa por Gutenberg (vulgata), em seu recém inventado prelo manual, que dispensava as cópias manuscritas, em 1452, em Mainz - Alemanha;
  • A Bíblia foi escrita e reproduzida em diversos materiais, de acordo com a época e cultura das regiões, utilizando tábuas de barro, peles, papiro e até mesmo cacos de cerâmica/louças (óstracos);
  • Com exceção de alguns textos do livro de Esdras e de Daniel, os textos originais do Antigo Testamento foram escritos em hebraico, uma língua da família das línguas semíticas, caracterizada pela predominância de consoantes;
  • A palavra "Hebraico" vem de "Hebrom", região de Canaã que foi habitada pelo patriarca Abraão em sua peregrinação, vindo da terra de Ur;
  • Os 39 livros que compõem o Antigo Testamento estavam compilados desde cerca de 400 a.C., sendo aceitos pelo cânon Judaico, e também pelos Protestantes, Católicos Ortodoxos, Igreja Católica Russa, e parte da Igreja Católica tradicional;
  • A primeira Bíblia em português foi impressa em 1748. A tradução foi feita a partir da Vulgata Latina e se iniciou com D. Diniz (1279-1325);
  • A primeira citação da redondeza da terra confirmava a idéia de Galileu, de um planeta esférico. Bastava que os descobridores conhecessem a Bíblia. (Is 40: 22);
  • A Bíblia também mostra, em seu livro mais antigo (Jó), que a Terra está suspensa no vazio (Jó 26:7);
  • A existência de dinossauros, convivendo com humanos, está narrado na Bíblia: o Beemonte (Jó 40:15-17), e o Leviatã (Jó 41:1), sendo que, este último, em algumas versões deturpadas da Bíblia, consta como “crocodilo”, o que contradiz o contexto do capítulo;
  • Na Bíblia, também lemos que a luz foi criada antes do Sol, algo que só foi descoberto pela ciência recentemente (Gn 1:3-5);
  • Lemos que Jesus será a luz da “nova Terra” (Lc 17:24; Ap 21:23; 22:5);
  • Jesus, a luz vista por Paulo, a caminho de Damasco, é mais brilhante que o Sol do meio-dia (At 9:3; 26:13-15);
  • A palavra fé, no Antigo Testamento, é encontrada apenas em Hc 2: 4;
  • A palavra "DEUS" aparece 2.658 vezes no V.T. e 1.170 vezes no N.T., num total de 3.828 vezes;
  • Há na Bíblia 177 menções ao diabo em seus vários nomes;
  • Os livros de Ester e Cantares de Salomão não possuem o nome DEUS;
  • A expressão "Assim diz o Senhor" e equivalentes aparecem cerca de 3.800 vezes na Bíblia;
  • A vinda do Senhor é referida 1845 vezes na Bíblia, sendo 1.527 no Antigo Testamento e 318 no Novo Testamento;
  • A expressão "Não Temas!" é encontrada 366 vezes na Bíblia, o que dá uma para cada dia do ano e mais uma para os anos bissextos!;
  • No Salmo 107, há 4 versículos iguais: 8, 15, 21 e o 31;
  • Todos os versículos do Salmo 136 terminam da mesma maneira;
  • Em Êxodo 3.14, Deus, pela primeira vez, revela Seu Nome: “Eu Sou Quem Sou”, ou Yahweh (Jeová) - Este é o nome mais comum de Deus no Velho Testamento, aparecendo cerca de 6.800 vezes na língua original, o Hebraico. Em nossa tradução, esse Nome vem traduzido por "Senhor" e aparece 1.853 vezes;
  • Adão - o homem no Jardim do Éden – o seu nome significa "ser humano";
  • À medida que os apóstolos levaram o evangelho pelo mundo, muitas das palavras do Senhor e muitas reminiscências sobre Ele circulavam oralmente. Uma evidência disso ocorre quando Paulo, ao falar aos anciãos de Éfeso, empregou uma declaração de Jesus que não consta de parte alguma dos evangelhos (At 20:35);
  • Adão e Eva tiveram ouros filhos e filhas, o que revela de onde Caim obteve sua esposa (Gn 5:4);
  • Sara era meio-irmã de Abraão (Gn 20:12);
  • Eva não comeu uma “maçã”, mas um fruto não especificado (Gn 3:6);
  • Os magos que visitaram Jesus não eram reis e não eram três, pois a Bíblia diz “uns magos” (Mt 2:1);
  • A palavra Salmos, em hebraico, significa “louvores” (do grego Psallo = Salmos);
  • A Bíblia tem 3 Autores: o Pai (2 Tm 3:16); o Filho (Gl 1:12) e o Espírito Santo (2 Pe 1:21);
  • Os Salmos 120 ao 134 são conhecidos como “Cânticos dos Degraus”, pois eram cantados na peregrinação a Jerusalém, quando subiam os 15 degraus do templo (15 Salmos).
  • Na leitura da Bíblia, é Deus quem fala aos corações dos homens. Na leitura dos Salmos, geralmente, somos nós quem falamos com Deus.
  • A Bíblia é a eterna Palavra de Deus. Foi dada ao homem por Deus para ser o absoluto, o supremo, o competente, o infalível e imutável padrão de fé e prática.






O livro de Isaías:

·         Também conhecido como “o Evangelho do Antigo Testamento”.
·         É tido como uma miniatura da Bíblia:
·         Tem 66 capítulos, assim como a Bíblia tem 66 livros.
·         A primeira seção tem 39 capítulos/livros e corresponde à mensagem do Antigo Testamento.
·         A segunda seção tem 27 capítulos/livros tratando do conforto, promessa e salvação, correspondendo à mensagem do Novo Testamento.
·         Assim como o NT termina falando do novo céu e nova Terra, o mesmo ocorre no término de Isaías (66:22).
·         O próprio nome Isaías tem semelhança com o significado do nome de Jesus: Isaías quer dizer Salvação de Jeová e Jesus, Jeová é Salvação.

Algo muito significante é que a Bíblia contém três advertências solenes contra qualquer tentativa de acrescentar (ou diminuir) palavras ao livro inspirado de Deus e esta significação é grandemente acentuada pelo fato de que a primeira de tais advertências foi escrita pelo primeiro de todos os escritores da Bíblia, enquanto que a terceira foi escrita pelo último dos escritores:
MOISÉS – que teve visão, dada pelo Espírito, do passado desconhecido, escreveu a primeira: Dt 4:2; 12:32;
SALOMÃO – o homem mais sábio que já viveu, escreveu a segunda: Pv 30:6; Ec 3:14;
JOÃO – para quem foi dada tão maravilhosa revelação do futuro, escreveu a terceira: Ap 22:18-19.         

DIVISÃO DOS LIVROS:

                Nós, cristãos (igreja), agrupamos os 39 livros do Antigo Testamento em:

  • 5 da Lei (Gn, Ex, Lv, Nm, Dt), formando o Pentateuco;
  • 12 históricos (Js, Jz, Rt, 1 e 2Sm, 1 e 2Rs, 1 e 2Cr, Ed, Ne, Et);
  • 5 poéticos (Jó, Sl, Pv, Ec, Ct);
  • 5 profetas maiores (Is, Jr, Lm, Ez, Dn);
  • 12 profetas menores (Os, Jl, Am, Ob, Jn, Mq, Na, Hc, Sf, Ag, Zc, Ml).

A Tanakh (o A. T. dos judeus) e a divisão de Flávio Josefo (Lc 24:44)


TEXTO MASSORÉTICO
FLÁVIO JOSEFO - 22 livros
(a distribuição é hipotética)
TORÁH
(A Lei)
Gn, Ex, Lv, Nm, Dt = 5
Chumash = os cinco livros/Pentateuco
Gn, Ex, Lv, Nm, Dt = 5
NEBI'IM
(Profetas)
Profetas anteriores - Js, Jz, Sm, Rs = 4
Profetas posteriores - Is, Jr, Ez, XII = 4
Js, Jz-Rt, Sm, Rs. Is, Jr-Lm, Ez, XII, Dn, Ec, Es-Ne, Et, Cr = 13
KEThUBhIM
(Escritos) Gr.
Hagiographa
Poesia e sabedoria - Sl, Jó, Pv = 3
"Megilloth" - Rt, Ct, Ec, Lm, Et = 5
História - Dn, Ed-Ne, Cr = 3
Poesia e sabedoria - Sl, Pv, Jó, Ct = 4

OBSERVAÇÕES:

a) Os Profetas e os Escritos: também eram conhecidos pelos nomes dos seus primeiros livros, “Isaías” e “Salmos”, respectivamente.
b) Profetas Posteriores: porque exerceram o ministério no período compreendido entre os cativeiros Assírio e Babilônico até o retorno dos judeus à Palestina, após 70 anos sob o domínio babilônico.
c) Os livros históricos são de autores que não eram profetas oficiais, mas que possuíam o dom de profecia.
d) O Rolo dos Doze – XII inclui os livros de: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias.
e) Os Cinco rolos (Megilloth) são cada um usado na ocasião de uma festa específica: Cantares na Páscoa; Rute no Pentecostes; Lamentações no dia 9 do mês Abibe (no aniversário da destruição de Jerusalém); Eclesiastes na Festa dos Tabernáculos; Ester na Festa de Purim.
f) O primeiro livro da Escritura hebraica é Gênesis e o último Crônicas (Mt 23:35; Gn 4:8;                 2 Cr 24:20-22).
g) No Cânon hebraico, como no nosso Cânon, os livros não estão em ordem cronológica.
h) São 24 livros, visto que os seguintes livros são assim considerados: Samuel (engloba 1 e 2 Sm), Crônicas (engloba 1 e 2 Cr), Reis (engloba 1 e 2 Rs), Os Doze (são contados como um só livro), Esdras (inclui Neemias). [39 livros menos 15 = 24).
i) Flávio Josefo, historiador judeu reduziu os 24 livros para 22 livros, em correspondência às 22 letras do alfabeto hebraico, combinando Rute com Juízes e Lamentações com Jeremias.
j) O Novo Testamento menciona uma divisão tripla do Antigo Testamento: "A Lei, os Profetas e os Salmos" (Lucas 24:44).
k) Jesus Cristo mencionou estas 3 divisões do V. T. em Lc 11:49-51, Lc 24:44 e Mt 23:34-36.
l) O livro de Eclesiástico (apócrifo), escrito em cerca de 130 antes de Cristo fala em "a lei, os profetas e os outros escritos". Confira Mateus 23:35 e Lucas 11:51 que refletem o arranjo da Bíblia Hebraica.

“O Novo Testamento está no Antigo Testamento ocultado,
e o Antigo Testamento, no Novo Testamento revelado”.

Os 27 livros do Novo Testamento são:

  • (BIOGRAFIA) 4 Evangelhos (Mt, Mc, Lc, Jo);
  • (HISTÓRIA) 1 histórico (At);
  • (DOUTRINA) 21 epístolas. São elas: 
a) 9 a igrejas locais (Rm, 1 e 2 Co, Gl, Ef, Fp, Cl, 1 e 2 Ts);
b) 6 pastorais (1 e 2 Tm, Tt, Fm, 2 e 3 Jo);
c) 6 universais (Hb, Tg, 1 e 2 Pe, 1 Jo, Jd).
  • (PROFECIA) 1 profético (Ap).

DIVISÃO CRISTOCÊNTRICA

Os crentes anteriores a Cristo olhavam adiante com grande expectativa (1 Pe 1:11-12), ao passo que os crentes de nossos dias vêem em Cristo a concretização dos planos de Deus.

A Bíblia pode ser dividida na estrutura geral e Cristocêntrica. Isso se baseia nos ensinos do próprio Jesus, cerca de cinco vezes no Novo Testamento (Mt 5:17; Lc 24:27; Jo 5:39; Hb 10:7).
            Sim, Cristo é o centro e o coração da Bíblia, porque o Antigo Testamento descreve uma nação e o Novo Testamento descreve um HOMEM. Toda a Bíblia se converge para Cristo, como deixa claro João 20:31.
                    CRISTO é a nossa Palavra Viva (Apocalipse 19:13) que percorre todas as páginas das Sagradas Escrituras. Examine ainda Lc 24:44. Considerando CRISTO como o tema central da Bíblia, toda ela poderá ficar resumida assim:


Centro = lugar de equilíbrio (Jesus = equilíbrio perfeito)

A Árvore da Vida, um tipo de Cristo, está no centro (Gn 2:9). O Sl 118:8 é o centro da Bíblia (594 capítulos antes e 594 capítulos depois). O Tabernáculo, um tipo de Cristo, ficava no centro do acampamento (Lv 26:11). Jesus, quando era criança, era o centro das atenções (Lc 2:46). Ele está no meio (centro) dos crentes (Mt 18:20). Foi crucificado entre dois ladrões (Mt 27:38). Jesus ressuscitado apareceu no meio dos discípulos (Jo 20:19). Vide também Ap 1:13; 5:6. 

ANTIGO TESTAMENTO: (Jesus virá)
OBS: de uma forma geral, todo o A. T. trata da preparação para o advento de Cristo.

LEI: Fundamento da chegada de Cristo.
HISTÓRIA: Preparação para a chegada de Cristo.
POESIA: Anelo pela chegada de Cristo.
PROFECIA: Certeza da chegada de Cristo.

NOVO TESTAMENTO: (Jesus já veio)
OBS: O N. T. trata da manifestação de Jesus Cristo.

EVANGELHOS: Manifestação de Cristo ao mundo, como Redentor.
ATOS: Propagação de Cristo, por meio da igreja.
EPÍSTOLAS: Explanação, interpretação e aplicação de Cristo. São os detalhes da doutrina.
APOCALIPSE: Consumação de todas as coisas em Cristo.

Desta forma, tendo CRISTO como TEMA CENTRAL, podemos resumir todo o Antigo Testamento numa frase: JESUS VIRÁ, e o Novo Testamento noutra frase: JESUS JÁ VEIO (é claro, como Redentor).
Assim, as Escrituras sem a pessoa de JESUS seriam como a física sem a matéria e o matemático sem os números.
Já imaginou um cristão sem a Bíblia?

BREVE ANÁLISE DOS LIVROS DA BÍBLIA
I - ANTIGO TESTAMENTO:

TRÊS PENSAMENTOS BÁSICOS DO ANTIGO TESTAMENTO:

1. A Promessa de Deus a Abraão - “todas as nações seriam abençoadas”
2. O Concerto de Deus com a nação hebraica - Se O servissem fielmente, prosperariam. Em estabelecer a nação hebraica, o objetivo FINAL de Deus foi trazer CRISTO ao mundo. O objetivo IMEDIATO de Deus foi estabelecer, em terra idólatra, em preparação para a vinda de Cristo, a idéia de que há UM só Deus Vivo e Verdadeiro. A bênção dessa nação se comunicaria ao mundo.
3. A Promessa de Deus a Davi - “que sua família reinaria para sempre...”

PORTANTO, CONCLUÍMOS QUE: (Êx 19:5-6; Dt 4:5-8; Rm 9:4-5; Jo 4:22)

1. A nação hebraica foi estabelecida para que, por ela, o mundo inteiro fosse abençoado:
 A nação messiânica.
2. O meio pelo qual a benção da nação hebraica se comunicaria ao mundo seria a família de Davi:
 A família messiânica.
3. O modo pelo qual a bênção da família de Davi se comunicaria ao mundo seria o grande Rei que nasceria dela: O MESSIAS.
O ANTIGO TESTAMENTO É DIVIDIDO EM QUATRO PARTES:

1 – Pentateuco, Livros da Lei ou Torah – são 5 livros:

Gênesis – Como a palavra bem indica, é o livro dos princípios: do céu e da Terra, das ilhas e dos mares, dos animais e do homem. Com Abraão, temos o começo de uma raça, um povo, uma revelação divina particular e finalmente uma igreja.
Êxodo – Relata o povo de Deus escravizado no Egito e a grande libertação divina, usando a instrumentalidade de Moisés.
Levítico – Leis acerca da moralidade, limpeza, alimentos, sacrifícios, etc.
Números – Relata a peregrinação de Israel, quarenta anos pelo deserto.
Deuteronômio – Repetição das leis.

2 – Livros Históricos – são 12 livros:

Divide-se em quatro períodos da História de Israel:

a) Teocracia (Juízes)
b) Monarquia (Saul, Davi, Salomão)
c) Divisão do Reino e Cativeiro (Judá, Israel)
d) Período pós-cativeiro

Josué – Trata da conquista de Canaã. O milagre da passagem do Rio Jordão, a queda das muralhas de Jericó, a vitória sobre as sete nações cananéias, a divisão da terra prometida e, finalmente, a morte de Josué com cento e dez anos.
Juízes – Várias libertações através dos quinze juízes.
Rute – A linda história de Rute, uma ascendente de Davi e de Jesus Cristo.
1 e 2 Samuel – Relatam a história de Samuel, da implantação da monarquia, sendo Saul o primeiro rei ungido por Samuel, Samuel como o último juiz e a história de Davi.
1 e 2 Reis – Relatam a edificação do Templo de Jerusalém, a divisão do reino. Ministério de Elias e Eliseu. Ainda em II Reis, está relatado o cativeiro do Reino do Norte pelos exércitos assírios, e do Sul com o poderio caldeu de Nabucodonossor.
1 e 2 Crônicas – Registram os reinados de Davi, Salomão e dos reis de Judá até a época do cativeiro babilônico.
Esdras – Relata o retorno de Judá do cativeiro babilônico com Zorobabel e a reconstrução do templo de Jerusalém.
Neemias – Relata a história da reedificação das muralhas de Jerusalém.
Ester – Relata a libertação dos judeus por Ester e o estabelecimento da festa de Purim.

3 – Livros Poéticos – são 5 livros:

– Sofrimento, paciência e libertação de Jó.
Salmos – Cânticos espirituais, proclamações, poemas e orações.
Provérbios – Dissertações sobre sabedoria, temperança, justiça, etc.
Eclesiastes – Reflexões sobre a vida, deveres e obrigações perante Deus.
Cantares de Salomão – Descreve o amor de Salomão pela jovem sulamita, simbolizando o amor de Jesus pela igreja.

4 – Profetas – são 17 livros:

São os livros proféticos de acordo com as duas grandes crises do povo judeu:


CRISE
ASSÍRIA
CRISE
BABILÔNICA
DURANTE O CATIVEIRO BABILÔNICO
APÓS O
CATIVEIRO BABILÔNICO
Joel
Amós
Jonas
Oséias
Isaías
Miquéias
Naum
Sofonias
Habacuque
Jeremias
Lamentações
Obadias
Daniel
Ezequiel
Ageu
Zacarias
Malaquias

a) Profetas Maiores – são 5 livros:

Isaías – Muitas profecias messiânicas. É considerado o profeta da redenção. O livro contém maldições pronunciadas sobre as nações pecadoras.
Jeremias – Tem por tema a reincidência, o cativeiro e a restauração dos judeus. Jeremias é considerado “o profeta chorão”.
Lamentações – Clamores de Jeremias, lamentando as aflições de Israel.
Ezequiel – Um livro que contém muitas metáforas para descrever a condição, exaltação e a glória futura do povo de Deus.
Daniel – Visões apocalípticas.

b) Profetas Menores – são 12 livros:

Oséias – Relata a apostasia de Israel, caracterizada como adultério espiritual. Contém muitas metáforas que descrevem os pecados do povo.
Joel – Descreve o arrependimento de Judá e as bênçãos. “O Dia do Senhor” é enfatizado como um Dia de juízo e também de bênçãos.
Amós – Através de visões, o profeta reformador denuncia o egoísmo e o pecado.
Obadias – A condenação de Edom e a libertação de Israel.
Jonas – Relata a história de Jonas, o missionário que relutou para levar a mensagem de Deus à cidade de Nínive. O mais bem sucedido dentre os profetas. Um dos profetas que pregou o arrependimento ao povo. O povo se arrependeu e o profeta ficou triste e desejou a morte.
Miquéias – Condição moral de Israel e Judá. Também prediz o estabelecimento do reino messiânico.
Naum – A destruição de Nínive e a libertação de Judá da opressão assíria.
Habacuque – O grande questionamento do profeta a Deus. Como pode Deus ser Justo e permitir que uma nação pecadora oprima Israel? Contém uma das mais belas orações da Bíblia.
Sofonias – Ameaças e visão da glória futura de Israel.
Ageu – Repreende o povo por negligenciar a construção do segundo templo e promete a volta da glória de Deus.
Zacarias – Através de visões, profetiza o triunfo final do reino de Deus. Zacarias ajudou a animar os judeus a reconstruírem o templo. Foi contemporâneo de Ageu.
Malaquias – Descrições que mostram a necessidade de reformas antes da vinda do Messias.


Terminamos o Velho Testamento com a palavra "maldição". Até aqui Cristo foi prometido, mas não visto. A Esperança era prevista, mas não obtida.



Por quase 400 anos, Deus não chamou nenhum profeta para dizer "assim diz o Senhor". Em todo este tempo (de 397 a. C. até 6 a. C.),
nenhum escritor inspirado apareceu. Por isto, este período é chamado de:
"Os Anos Silenciosos", “O Período Intertestamentário” ou "O Período Negro".
Os livros apócrifos são deste período.

II - NOVO TESTAMENTO:
                   
O Velho Testamento mostra o problema, mas não revela completamente a solução.
O Novo Testamento dá a resposta ao problema e aponta a solução:
 JESUS CRISTO!

O NOVO TESTAMENTO TAMBÉM TEM QUATRO DIVISÕES:

1 – Os Evangelhos ou Biográficos:

  • Mateus, Marcos, Lucas e João - Tratam do nascimento, vida, obra, morte, ressurreição e ascensão de Um Homem chamado Jesus, O Filho de Deus, O Messias Prometido a Israel.
                A questão central é a carreira terrena de Jesus Cristo.

·         Os temas e as datas dos Evangelhos:

Mateus: O Prometido está - veja o Seu reinado/soberania (Suas qualificações).
Marcos: Assim Ele trabalhou - veja o Seu trabalho (Seu poder).
Lucas: Assim Ele era - veja a Sua humanidade (Sua natureza).
João: Assim Ele é - veja a Sua divindade.

Mateus (40-55 d. C.): Foi escrito para os JUDEUS. Faz conexão com o Velho Testamento (as Escrituras Hebraicas). Revela o Messias como o REI prometido do Velho Testamento aos Judeus, O soberano que veio ordenar e reinar (autoridade Mt 1:1; 16:16-19; 28:18-20). Traz a linhagem/genealogia “Real” de Jesus (Rei) até Suas raízes judaicas, como Filho do Rei Davi (conf. Mt 1:1). O Novo Testamento é o cumprimento do Velho Testamento - note logo no começo do Novo Testamento o que diz Mateus 1:22. É por isto que Deus diz em Mateus: "Este é o meu amado Filho em quem me comprazo: escutai-O" (Mt 17:5). É o evangelho que mais traz profecias.

Marcos (57-63 d. C.):  Foi escrito para o povo ROMANO. Representa o Messias como o SERVO Fiel e Obediente de Deus, Aquele que veio servir e sofrer (Mc 10:45). Não traz genealogia, pois para o servo, isso não conta, pois servo não é uma pessoa de quem se procure uma genealogia. Marcos é um judeu-gentio (João Marcos), cujo nome faz conexão com o judeu e o gentio. Relata mais milagres, pois os romanos se interessavam mais por ações/resultados que palavras.

Lucas (63 d. C.): Foi escrito para os GREGOS. Relata o Messias como o Homem Perfeito, o FILHO DO HOMEM, Aquele que veio repartir e Se compadecer (Lc 19:10). Os gregos gostavam de tudo detalhado. Lucas tem genealogia, mostrando que Jesus é Perfeito. Traz a linhagem/genealogia “humana” de Jesus até o primeiro homem, Adão, mostrando Jesus como Homem Perfeito (conf. Lc 3:38). Mesmo tentado na carne, Ele continuou Perfeito. Lucas era um médico e um gentio (narra o sofrimento de Cristo em detalhes que só um médico poderia fazer).

João (90 d. C.): foi escrito para TODO O MUNDO, com o propósito de levar o homem a Cristo. João apresenta Jesus como o FILHO DE DEUS, Aquele que veio revelar e redimir (Jo 1:1-4; 20:31). Tudo no evangelho de João ilustra e demonstra o relacionamento de Cristo com o Pai. É onde Jesus trata mais a Deus como Pai (Abba Pai). Não traz genealogia, pois, Jesus Cristo, sendo 100% Deus, é Eterno, sem princípio, meio ou fim. Sua linhagem é “espiritual”, eterna!!!
Os sinópticos diferem do Evangelho de João nas seguintes maneiras:

Mateus, Marcos e Lucas
Os fatos da vida exterior de Cristo
Os aspectos da Sua vida humana
Os Seus discursos públicos
O ministério na Galiléia
João
A vida íntima de Cristo
A vida divina de Cristo
Os discursos pessoais
O ministério na Judéia

A crítica está cada vez mais voltando ao ponto de vista tradicional quanto à data e autoria de diversos livros. Há razão para crermos que os Evangelhos sinópticos foram escritos na ordem: Mateus, Lucas e Marcos. Orígenes freqüentemente os cita nessa ordem e Clemente de Alexandria, antes dele, coloca os Evangelhos que contêm genealogia primeiro, com base na tradição que ele recebeu dos “antigos antes dele”. De acordo com Euzébio, H. E., Vi. Xiv. Esta opinião é reforçada pela consideração de que os Evangelhos surgiram das circunstâncias e ocasiões da época. (Palestras em Teologia Sistemática, Henry Clarence Thiessen (Ed. Batista Regular, pág 58).

Os quatro relatam os tipos mostrados em Ezequiel 1.10 e em Apocalipse 4.6-8, ilustrando os quatro animais "no meio do trono, e ao redor do trono" com a semelhança de:
·         leão (Mateus - rei),
·         bezerro (Marcos – servo),
·         rosto como de homem (Lucas - filho do homem) e
·         semelhante a uma águia voando (João - filho de Deus).

2 – Histórico:

  • Atos dos Apóstolos - Propagação do Evangelho. Trata dos resultados da morte e da ressurreição de Jesus Cristo, com a propagação das “Boas Novas”, por impulso e liderança do Espírito Santo, começando em Jerusalém, Judéia, Samaria e até os confins da Terra.

3 – Epístolas:

Os fundadores das igrejas, freqüentemente impossibilitados de visitá-las pessoalmente, desejavam entrar em contato com seus convertidos no propósito de aconselhá-los, repreendê-los e instruí-los. Assim surgiram as Epístolas.
(Circulação das epístolas: 1 Ts 5:27; Cl 4:16; 1 Pe 1:1-2; 2 Pe 3:14-16; Ap 1:3)

  • Epístolas Paulinas – a) 9 dirigidas a igrejas: Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses; b) 4 dirigidas a indivíduos: 1 e 2 Timóteo, Tito, Filemom.
  • Epístolas Gerais – a) 1 dirigida a um povo: Hebreus; b) 7 universais: Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João, Judas.

OBS: Fp, Ef, Cl e Fm são chamadas epístolas da prisão, escritas por Paulo, na prisão em Roma.

IMPORTANTE: As Cartas Paulinas apresentam a Teologia para a Igreja. A essência do que Deus tem para a Igreja está nas Cartas. O crente deve se guiar pelas Cartas Paulinas e não pelas regras e leis do Antigo Testamento. Elas foram escritas para orientar, instruir e exortar os crentes a viverem uma vida cristã plena, frutífera, operosa, abundante, VITORIOSA. Leia as Cartas! Medite!!!

4 – Profético:

                Apocalipse – Revelação, Consumação e Juízo de Deus. Um novo Céu e uma nova Terra.

Cada livro da Bíblia deve ser estudado convenientemente para que o seu ensino seja aprendido, retido na mente e no coração, colocando os princípios em prática.


AS LÍNGUAS E OS MATERIAIS DA BÍBLIA:

A ERA DA ESCRITA:

                Parece que a escrita se desenvolveu durante o IV milênio a.C. No II milênio a.C. várias experiências conduziram ao desenvolvimento do alfabeto e de documentos escritos por parte dos fenícios. Tudo isso se completou antes da época de Moisés, que escreveu alguns Livros do Pentateuco aproximadamente em 1491 a.C.
                Já em 3500 a.C. os sumérios usavam tabuinhas de barro para a escrita cuneiforme, e registraram, por exemplo, a descrição sumeriana do dilúvio (o Épico de Gilgamesh), que teria sido gravada em 2100 a.C.
                Os egípcios (em 3100 a.C.) apresentavam documentos escritos em hieróglifos (pictografia =  desenhos, pinturas).
                A partir de 2500 a.C. usavam-se textos pictográficos em Biblos (Gebal) e na Síria. Em Cnosso e em Atchana, grandes centros comerciais, apareceram registros gravados anteriores à época de Moisés. Outros elementos correspondentes de meados a fins do II milênio a.C. acrescentam mais evidências de que a escrita já se havia desenvolvido bem antes da época de Moisés.
                Em suma, Moisés e os demais autores da Bíblia escreveram numa época em que a humanidade estava “alfabetizada”, ou melhor, já podia comunicar seus pensamentos por escrito.
               
AS LÍNGUAS BÍBLICAS EM PARTICULAR:

                As línguas utilizadas no registro da revelação de Deus, a Bíblia, vieram das famílias de línguas semíticas e indo-européias. Da família semítica, originaram-se as línguas básicas do Antigo Testamento, quais sejam: o Hebraico e o Aramaico (Siríaco: 2 Rs 18:26; Ed 4:7; Dn 2:4).     Além dessas línguas, o Latim e o Grego representam a família indo-européia. De modo indireto, os fenícios exerceram um papel importante na transmissão da Bíblia, ao criar o veículo básico que fez com que a linguagem escrita fosse menos complicada do que havia sido até então: inventaram o ALFABETO.
               
AS LÍNGUAS DO ANTIGO TESTAMENTO:

                O Hebraico é a língua principal do Antigo Testamento, especialmente adequada para a tarefa de criar uma ligação entre a biografia do povo de Deus e o relacionamento do Senhor com esse povo. O Hebraico se encaixou bem nessa tarefa porque é uma língua pictórica (= desenhos). Expressa-se mediante metáforas vívidas e audaciosas, capazes de desafiar e dramatizar a narrativa dos acontecimentos. Além disso, o Hebraico é uma língua pessoal. Apela diretamente ao coração e às emoções, e não apenas à mente e à razão.
                É uma língua em que a mensagem é mais sentida que meramente pensada.
É chamada no A. T. de “língua de Canaã” (Is 19:18) e “língua Judaica” (Is 36:11-13; Ne 13:24; 2 Rs 18:26-28). Ela, provavelmente, desenvolveu-se a partir do antigo hebraico falado por Abraão, em Ur dos caldeus (Gênesis 14.13) e vários estudiosos crêem que esse hebraico era anterior a Abraão e que era a “mesma língua” e “a mesma fala” dos tempos pré-Babel (Gênesis 11.1). Em outras palavras, crêem que essa era a língua original do homem.
A língua hebraica é conhecida como “quadrática” e suplanta em beleza a todas as outras escritas. Possui raiz triconsonantal (3 consoantes). Lê-se da direita para esquerda, seu alfabeto se compõe de 22 letras e serve também para representar números.
As 22 letras do Hebraico se encontram no Sl 119 e no Livro de Lamentações.
Em Gn 31:47, vemos Labão (vindo da Caldéia), falar em Aramaico e Jacó, vindo de Canaã), falar em Hebraico.

                O Aramaico  (uma língua cognata, muito próxima do hebraico) era a língua dos sírios, tendo sido usada em todo o período do Antigo Testamento. Na verdade, substituiu o hebraico no tempo do cativeiro. Era falado desde 2000 a. C., em Arã, na Síria. Tinha o mesmo alfabeto do Hebraico, mas diferenciava no som e estrutura das palavras. Era a língua “comercial” do mundo antigo, quando a Assíria e a Babilônia dominaram o mundo da época (cativeiros). Era a língua diplomática, no tempo de Senaqueribe (705-681 a.C.). Depois do Cativeiro Babilônico (500 a.C.), tornou-se a língua comum naquela região.
                Durante o século VI a.C., o Aramaico se tornou a língua geral de todo o Oriente Próximo. Seu uso generalizado se refletiu nos nomes geográficos e nos textos bíblicos de Esdras (4:8-6:18; 7:12-26), pelo fato de ser o aramaico a língua oficial do Império Persa; um versículo em Jeremias (10:11), onde há a citação de um provérbio aramaico; e uma parte relativamente grande do livro de Daniel (2:4 a 7:28), onde o aramaico é usado, provavelmente, por ser uma seção inteira que trata das nações do mundo.

AS LÍNGUAS DO NOVO TESTAMENTO:

                As línguas semíticas também foram usadas na redação do Novo Testamento. Na verdade, Jesus e Seus discípulos falavam o Aramaico, sua língua materna, tendo sido essa a língua falada por toda aquela região na época.

As expressões “Talita cumi” (Mc 5:41); “Eli, Eli, lamá sabactâni” (Mt 27:46); “Maranata” (1 Co 16:22); “Aba Pai” (Rm 8:15; Gl 4:6) são em Aramaico.

O Hebraico fez sentir mais sua influência mediante expressões idiomáticas, como uma que, no português, quer dizer “e sucedeu que”. Outro exemplo da influência hebraica no texto grego vemos no emprego de um segundo substantivo, em vez de um adjetivo, a fim de atribuir uma qualidade a algo ou a alguém, como ocorre na 1 Ts 1:3. O epitáfio na cruz de Cristo (o Nome de Deus = YHWH) é em Hebraico.
                Além das línguas semíticas a influenciar o N. T., temos as indo-européias, o Latim e o Grego. O Latim influenciou ao emprestar muitas palavras, como “centurião”, “tributo” e “legião”, e pela inscrição trilíngue na cruz (em Latim, em Hebraico e em Grego).
                No entanto, a língua em que se escreveu o N. T. foi o Grego. Até fins do século XIX, cria-se que o grego do N. T. (o Grego helenístico, koinê = comercial) era a “língua especial” do Espírito Santo; mas, a partir de então, essa língua tem sido identificada como um dos cinco estágios do desenvolvimento da língua grega.
                Esse grego koinê era a língua mais amplamente conhecida em todo o mundo do século I. O alfabeto havia sido tomado dos fenícios. Seus valores culturais e vocabulário cobriam vasta expansão geográfica, vindo a tornar-se a língua oficial dos reinados em que se dividiu o grande império de Alexandre, o Grande, uma língua quase universal.
                O aparecimento providencial dessa língua, ao lado de outros desenvolvimentos culturais, políticos, sociais e religiosos, ampla rede de estradas, progresso, etc., durante o século I a.C., fica implícito na declaração de Paulo: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gl 4:4).

Grego: 25 letras, começando no Alfa e terminando no Ômega.
Jesus Se identifica com o N.T., que foi escrito em Grego, ao declarar: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro” (Ap 22:13).
                O Grego do N. T. se adaptou de modo adequado à finalidade de interpretar a revelação de Cristo em linguagem teológica. Tinha recursos linguísticos especiais para essa tarefa, por ser um idioma intelectual. Era a segunda língua dos escritores do N.T., com exceção de Lucas.
                Era um idioma da mente, mais que do coração, e os filósofos atestam isso amplamente. O Grego tem precisão técnica de expressão não encontrada no Hebraico. Além disso, o Grego era uma língua quase universal.

A verdade do A. T. a respeito de Deus foi revelada inicialmente a uma nação, Israel, em sua própria língua, o Hebraico.
A revelação completa, dada por Cristo, no Novo Testamento, não veio de forma tão restrita. Em vez disso, a mensagem de Cristo deveria ser anunciada ao mundo todo, por isto, era necessária uma língua universal: “... em seu nome se pregará o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém” (Lc 24:47)

OS MATERIAIS DA ESCRITA:

                Os autores da Bíblia empregaram os mesmos materiais para a escrita, que estavam em uso no mundo antigo.
                O papiro foi usado na antiga Gebal (Biblos) e no Egito, por volta de 2100 a.C. Eram folhas de uma planta, cuja popa era cortada em tiras que eram colocadas superpostas umas às outras de forma cruzada, coladas, prensadas e depois polidas. Eram escritas de um lado apenas. A cor era amarelada. Foi o material que o apóstolo João usou para escrever o Apocalipse (Ap 5:1) e suas cartas (2  Jo 12).

A antiga Gebal é atualmente a cidade de Jubayl (nome árabe) e fica a 42 km de Beirute. É considerada a cidade mais antiga do mundo. Seu nome em Grego é Biblos, pois de lá vinham os papiros (biblos).

                O velino, o pergaminho e o couro são palavras que designam os vários estágios de produção de um material de escrita feito de peles de animais curtida e preparada para a escrita. Seu uso generalizado vem dos primórdios do Cristianismo, mas já era conhecido em tempos remotos, pois temos uma menção de Isaías 34:4 sobre um livro que era enrolado.

O velino era a pele de bezerros e antílopes. O pergaminho era a pele de ovelhas e cabras.

Tudo indica que o termo pergaminho derivou o seu nome da cidade Pérgamo, na Ásia menor, cujo Rei, Eumenes II (159 - 197 d. C.), fez uma grande biblioteca para rivalizar com a de Alexandria no Egito, haja vista que o Rei do Egito havia cortado o suprimento de papiro. O Novo Testamento menciona este material gráfico em 2 Tm 4:13 e  Ap 6:14. O velino era desconhecido até 200 a.C., pelo que Jeremias teria tido em mente o couro (Jr 36:23).
O A.T. foi escrito basicamente no couro, pois o Talmude assim o exigia. O N.T. foi escrito basicamente em papiro. No século IV A.D., foi utilizado o velino para os manuscritos.
                Outros materiais para a escrita eram o metal (Êx 28:36), a tábua recoberta de cera (Is 30:8; Hc 2:2; Lc 1:63), as pedras preciosas (Êx 39:6-14) e os cacos de louça (óstracos), como mostra Jó 2:8. O linho era usado no Egito, na Grécia e na Itália, embora não tenhamos indícios de que tenha sido usado no registro da Bíblia.

A TINTA E OS INSTRUMENTOS DE ESCRITA:

A tinta utilizada pelos escribas era uma mistura de carvão em pó com uma substância líquida parecida com a goma arábica (Jr 36:18; Ez 9:2; 2 Co 3:3; 2 Jo 12; 3 Jo 13).
                Para a escrita em papiro e pergaminho, os escribas usavam penas de aves, pincéis finos e um tipo de caneta feita de madeira porosa e absorvente. Para uso em cera, utilizavam um estilete de metal (Is 30:8).

OS TIPOS DA ESCRITA DOS MANUSCRITOS:

Alguns tipos de escrita utilizados nos manuscritos são:
a) Uncial: os mais antigos manuscritos gregos só usavam letras maiúsculas desenhadas e sem separação entre palavras. Datam do IV século A. D.
b) Cursivo: Era o tipo de escrita onde letras minúsculas eram conectadas com espaço entre palavras, pois, naquela época (séc. VI a X d.C.), havia maior necessidade de cópias dos manuscritos.
c) Sinais Vocálicos: Mais ou menos ao redor dos anos 500 a 900 d.C., eruditos judeus chamados Massoretas introduziram um sistema de pontos colocado acima, abaixo e entre o texto consonantal do Velho Testamento, de forma a marcar a vocalização do texto. Além disto, eles cercaram o texto de uma série de anotações chamadas Massorah que garantiam a imutabilidade do texto. Estes pontos, chamados pontos vocálicos, exerceriam a função de vogais, mas tinham a vantagem de nada acrescentar ou tirar do texto consonantal inspirado. Este sistema preservou a pronúncia do Hebraico que, nesta época, era a língua dos eruditos judeus. Foi o texto hebraico preservado por este grupo de eruditos judeus que chegou aos dias de hoje.

OBS: É conveniente lembrarmos que, nos manuscritos mais antigos, não era usado um sistema de pontuação. E, também, é bom lembrarmos que não há nenhum manuscrito original preservado nos dias de hoje (para se evitar a idolatria!!!).

O FORMATO DOS MANUSCRITOS (MSS):

Os manuscritos do Antigo Testamento tinham os formatos de livros (códices) e rolos. Os códices eram feitos de pergaminho cujas folhas tinham normalmente 65 cm de altura por 55 cm de largura. Os rolos podiam ser de papiro ou pergaminho. Eram presos a um cabo de madeira para facilitar o manuseio durante a leitura. Eram enrolados da direita para a esquerda. Sua extensão dependia da escrita a ser feita.

A BÍBLIA É INSPIRADA

Jesus Cristo ensinou que a Bíblia é infalivelmente inspirada (Jo 10:35b; 17:17; Mt 4:4; 5:17-18) e também eterna e perfeitamente preservada por Deus (Mt 4:4; 5:18; 24:25, Lc 16:17; 21:33; 24:44)

Juramento de John Burgon: “Juro pelo Nome do Deus Triúno: Pai, Filho e Espírito Santo, que creio que “a Bíblia não é outra coisa senão a voz d'Aquele que está sentado no trono. Cada livro dela, cada capítulo dela, cada versículo dela, cada palavra dela, cada sílaba dela, cada letra dela, são elocuções diretas do Altíssimo. A Bíblia não é nada mais que a Palavra de Deus; nenhuma parte dela é mais, nenhuma parte dela é menos, mas todas as partes de igual modo, são expressões d'Aquele que está sentado no Trono, sem defeito, sem erro, supremas.” Assim ajude-me Deus, AMÉM”.

SIGNIFICADO DA INSPIRAÇÃO (inspiração = registro escrito):

Inspiração é o homem escrevendo o que Deus revelou. A Inspiração é o registro escrito das revelações de Deus e daquilo que Ele quis que os escritores registrassem por escrito. A inspiração, portanto, é o processo pelo qual Deus manifesta uma influência sobrenatural sobre certos homens, capacitando-os para registrar acurada e infalivelmente o que quer que tenha sido revelado. “Homens santos de Deus”, lemos, “falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pe 1:21). O resultado desse processo é a Palavra de Deus escrita, a “escritura da verdade” (Dn 10:21).

                Como ocorreu o processo da inspiração:

A própria Bíblia clama ser a Palavra de Deus. O termo “inspiração” é o termo teológico tirado da Bíblia que expressa a verdade que a Bíblia é a Palavra de Deus.

Talvez a melhor definição de inspiração seja a de L. Gaussen: “aquele inexplicável poder que o Espírito divino estendeu antigamente aos autores das Sagradas Escrituras, para que fossem dirigidos mesmo no emprego das palavras que usaram, e para preservá-los de qualquer engano ou omissão”. 

Para entendermos a inspiração, devemos olhar para dois versículos clássicos das Escrituras, a seguir:

“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça” (2 Tm 3:16)

A palavra inspiração é “theopneutos”, que significa “theo” = Deus, e “pneutos” = assoprar. A palavra hebraica é “nehemiah” e é usada somente uma vez no Velho Testamento (em Jó 32:8). O versículo está dizendo que Deus assoprou nos escritores da Bíblia que escreveram assim as próprias Palavras de Deus. O adjetivo empregado nesta passagem significa <<insuflado por Deus>> (cf. Gn 2:7).
A palavra “Escritura”, vem do Grego “graphe”, que siginifica escrita, grafia, palavra. Deus “assoprou” palavras! Podemos dizer então que tudo o que foi “escrito” (as Escrituras) foi dado pelo “sopro de Deus”. Portanto, o que Deus “soprou” foram palavras (graphe). Cada palavra, cada letra é importante para Deus.

É importante frisarmos que a Bíblia é inspirada e não os escritores. Se fosse o contrário, tudo aquilo que eles escrevessem, de uma forma geral, seria Bíblia...

A próxima passagem é:

 “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” (2 Pe 1:21)

Literalmente, o que o versículo está dizendo é que a inspiração é o processo pelo qual o Espírito Santo “ moveu” ou dirigiu os escritores das Escrituras para que o que eles escrevessem não fossem palavras deles, mas a própria Palavra de Deus. Deus nos está dizendo que Ele é o Autor da Bíblia, e não o homem.
Os escritores da Bíblia são chamados <<homens impelidos (ou “carregados”) pelo Espírito Santo>> (2 Pe 1:20-21; cf. Ap. 19:9; 22:6; 2 Sm 23:2). Eles foram “movidos”, “tomados”, “levados”. A palavra “inspirados” no versículo acima é a mesma palagra grega que foi usada em Atos 27:15 (o barco foi “levado”).
O próprio Jesus Cristo afirmou que o Espírito Santo faria os Seus discípulos se lembrarem de tudo o que presenciaram: “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (Jo 14:26) e os anunciaria fatos futuros: “Mas, quando vier aquele, o Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir” (Jo 16:13). (1 Co 2:10-13; 2 Co 2:4, 13; 1 Jo 1:1-3).

O Deus que soprou o fôlego de vida nos seres viventes é o mesmo que soprou Sua Palavra nas consciências dos Seus profetas.

Se o próprio Espírito Santo supervisionou a entrega e o registro da revelação, Ele, sendo Deus Onipresente, Onisciente e Onipotente, garantiu que isto seria feito sem erros.
O Espírito de Deus de tal modo guiou e superintendeu os escritores da Bíblia, mesmo fazendo uso das suas características pessoais (idiossincrasias), que os seus originais (e os Textos Massorético e Texto Recebido, miraculosamente preservados por Deus, sem nenhuma falha, e traduzidos fielmente na Almeida Original e na Almeida Corrigida e Revisada FIEL, da Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil) são a única e completa, plena, verbal, infalível e inerrável, autoritativa corporificação de TUDO o que Deus quis comunicar ao homem. Assim, cada palavra da Bíblia é literalmente de Deus e é a única base para doutrina.
Inspiração é o poder estendido pelo Espírito Santo, mas não sabemos exatamente como esse poder operou. É limitado aos escritores das Escrituras Sagradas. Isto EXCLUI todos os outros livros “sacros” por não serem inspirados; também nega autoridade final a todas as igrejas, concílios eclesiásticos, credos e clérigos.

A inspiração não exclui a diversidade de expressão sobre o mesmo assunto (Mt 16:16; Mc 8:29; Lc 9:20). Até os 10 mandamentos têm expressões diferentes, pois o Autor é Deus, e Ele pode Se exprimir de formas diferentes sobre o mesmo assunto!!! (Êx 20:8-11; Dt 5:12-15).

O mais próximo que conseguimos chegar da inspiração é chamando-a de “orientação”. Isto é, o Espírito Santo supervisionou a seleção dos materiais a serem usados e das palavras a serem empregadas por escrito. Finalmente, Ele preservou os autores de todos os erros e omissões. Temos na Bíblia, portanto, a Palavra de Deus verbalmente inspirada.

O apóstolo Paulo relatou, inclusive, seus lapsos de memória (1 Co 1:14-16), suas emoções pessoais (Gl 4:14), suas palavras (1 Co 7:12, 40). Entretanto, ele mesmo frisa que, apesar de expor sentimentos e impressões pessoais, tudo o que ele registrou nas Escrituras são Palavras do Senhor!  (1 Co 2:13; 14:37-38; Gl 1:12). Inclusive, quando ele aborda a questão do papel e posição da mulher na igreja, ele declara que o que disse são “mandamentos do Senhor” e não seu entendimento pessoal! (1 Co 14:37-38).

Observamos, além disso, que a inspiração se estende às palavras, não simplesmente aos pensamentos e conceitos, ou idéias gerais. Se se estendesse simplesmente aos últimos, ficaríamos sem saber se os escritores entenderam exatamente o que Deus disse, se se lembraram exatamente do que Ele disse, e se eles tinham capacidade para expressar os pensamentos de Deus com exatidão.
Será que cada palavrinha da Bíblia é mesmo inspirada?
O que Jesus disse acerca deste assunto? Vamos lá ver, o que nosso Senhor falou:

“Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de TODA a palavra que sai da boca de Deus.” (Mt 4:4)

Que sublime afirmação do Mestre! Ele claramente nos diz que TODAS (não somente algumas, não somente as que constam nos “melhores e mais antigos manuscritos”, nem as que têm certa preferência da crítica textual), mas sim que todas as palavras que saem da boca de Deus são alimento para o homem.
Ou que dizer acerca do cumprimento cabal da lei, declarado por Jesus:

“Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido.” (Mt 5:18)

Ora, aqui Jesus nos diz que TUDO o que está na lei, será cumprido, “timtim por timtim”. Existem versículos que claramente proíbem acrescentar, ou diminuir, o que quer que seja (Dt 4:2; 12:32; Pv 30:6; Ec 3:14; Ap 22:18-19). Lembre-se que uma vírgula numa frase pode alterar totalmente o sentido da mesma. Em Gl 3:16, vemos a importância e falta que faz uma simples letra “s”!!!
Assim, a Bíblia, obra de escritores humanos, é, contudo, de natureza divina (1 Ts 2:13) e isto num sentido mais elevado do que o que se dá ao fazer referência a outras obras que se costumam dizer “inspiradas”.

Embora a Bíblia seja inspirada por Deus (Sl 19:7-11; 119:89; 105, 130, 160; Pv 30:5-6; Is 8:20; Jr 1:2, 4, 9; Lc 16:31; 24:25-27; 44-45; Jo 5:39, 45-47; 12:48; 14:26; 16:13; 17:17; At 1:16; 28:25; Rm 3:4; 15:4; 1 Co 2:10-13; 2 Co 2:4; Ef 6:17; 1 Ts 2:13; 2 Tm 3:16-17; 1 Pe 1:11-12; 2 Pe 1:19-23; 1 Jo 1:1-3; Ap 1:1-3; 22:19), a participação do homem na recepção da revelação assumiu várias formas. Isto se deu naturalmente, de modos diversos: ora os escritores simplesmente registravam fatos históricos; ora registravam as mensagens que profetas e apóstolos recebiam de Deus; ora refletiam intimamente sobre coisas de Deus e Este usava seus pensamentos para levar Sua mensagem aos homens; ora eram guiados por Deus a escrever palavras revestidas de sentido mais profundo do que eles próprios sabiam (1 Pe 1:10-12; cf. Dn 8:15; 12:8-12).
Ocasionalmente, descreveram visões, sonhos ou aparições que testemunharam (Is 6; Jr 24; Dn 7-12; Ap 1-22); vários autores puderam escrever seu testemunho pessoal, pois foram testemunhas oculares dos eventos que relataram (Js 24:26; Jo 19:35; 21:24; 1 Jo 1:1-4; 2 Pe 1:16-18); também citaram documentos antigos, que tinham à sua disposição, frutos de suas pesquisas [isto é inspiração (registro escrito) sem revelação (sem ser algo recebido diretamente de Deus)] (Dn 4; 2 Cr 36:23; Ed 1:2-4; 7:11-26; 1 Jo 1:1-4; Lc 1:1-4; etc.), inclusive houve citações de fontes extrabíblicas (At 17:28; Tt 1:12; Jd 14-15); compuseram, como artistas, poesia e outras manifestações da sabedoria (Salmos, Provérbios, etc). Vale lembrarmos que os 10 mandamentos foram escritos diretamente por Deus (Êx 31:18).

Os profetas estavam tão cônscios da responsabilidade de entregar a mensagem de Deus (e não suas) que muitas vezes pediam a Deus que os poupasse desse peso (Vide a resistência de Jonas). Os escritores do Novo Testamento também reconheceram terem sido guiados pelo Espírito Santo para registrar as revelações de Deus.

A Bíblia é um livro divino-humano: humano porque, escrito por homens, manifesta sentimentos e pensamentos humanos, às vezes em desacordo com os de Deus (ver, por exemplo, os discursos dos amigos de Jó, que o próprio Deus refutou); divino, porque é obra de homens a quem a Palavra de Deus foi revelada.

A IMPARCIALIDADE DA BÍBLIA PROVA QUE ELA É A PALAVRA DE DEUS

Quando os homens escrevem biografias dos seus heróis, eles normalmente limpam suas faltas, mas a Bíblia exibe sua qualidade divina mostrando o homem como ele é. Não apenas a Bíblia é verdadeira, mas também é clara e sincera. Mesmo os melhores homens descritos na Bíblia são descritos com suas faltas. Conhecemos claramente a rebelião de Adão, a bebedeira de Noé, o adultério de Davi, a apostasia de Salomão, a desobediência de Jonas, o desaforo de Pedro para com o Mestre, a briga de Paulo e Barnabé e espante-se com a descrença dos discípulos a respeito da ressurreição de Cristo. O que se segue foi publicado em “The Berean Call” [O Chamado de Beréia], Janeiro 2005:
“As Escrituras revelam honestamente as fraquezas e pecados dos melhores santos – mesmo quando tais fatos poderiam ter sido evitados. Tal honestidade dá a coroa da verdade às Escrituras. Um dos relatos mais estranhos foi a descrença dos discípulos quanto à ressurreição de Cristo. De fato, seu ceticismo e aparente má vontade em acreditar, mesmo quando Cristo os encontrou face a face, parece que dificilmente um escritor de ficção ousaria retratá-lo. Cristo acusa Seus discípulos de dureza de coração (Marcos 16:14). Eles não creram, mesmo quando Cristo lhes apareceu (Lucas 24:36-38). Mas um dos ladrões crucificados com Cristo creu em Sua ressurreição, ou ele não teria pedido “E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.” (Lc 23:42). As dúvidas dos discípulos não tinham desculpa em vista das muitas profecias messiânicas. Eles terem sido tão cegos em relação às Escrituras, mesmo depois de terem sido ensinados pessoalmente por Cristo durante tantos anos, nos faz reexaminarmos a nós mesmos para não sermos culpados da mesma cegueira.”

A aceitação da Bíblia como Palavra de Deus não é matéria de prova científica e sim de fé. Isso não quer dizer que tomamos atitude irracional ou sem fundamento. Antes, nossa atitude se baseia no testemunho de Jesus, a respeito do Antigo Testamento.
De certo modo, podemos compará-la à nossa fé em Jesus Cristo como Filho Unigênito de Deus, a qual não depende, em última análise, de provas humanas de Sua divindade, e sim, de um ato de fé.
A experiência cristã tem confirmado que de fato Deus Se revela aos homens através de TODA a Bíblia, ainda que o faça com maior nitidez em certas partes (João, por exemplo) do que em outras que são, por assim dizer, periféricas em relação à suprema revelação em Jesus Cristo.
Não é que o Evangelho segundo João seja “mais inspirado” do que Eclesiastes, por exemplo; antes, é que, naquele, Deus estava concedendo a João a mais suprema e plena revelação de Deus; ao passo que, em Eclesiastes, fornecia o registro das últimas tentativas humanas para conseguir a felicidade “debaixo do sol”.
Outrossim, mesmo que algumas partes da Bíblia pareçam não trazer mensagem de Deus para nós, em nossa situação atual, é muito possível que tenham falado, ou que ainda venham a falar, a outras pessoas em situações diferentes.
Basta lembrarmos, por exemplo, como o livro do Apocalipse tem revivido, vez após vez, para cristãos que sofriam de perseguição.
Devemos lembrar também, que a própria Bíblia não nos autoriza a dividi-la em partes, mas, antes, considerá-la um todo orgânico, tendo cada livro um papel a desempenhar na obra total            (2 Tm 3:16).
De imediato, as pessoas dizem que a Bíblia é um livro de homens. Em outras palavras, “falha e imperfeita”. Por mais sinceros, eruditos e criteriosos que fossem os profetas, eles ainda estavam sujeitos às limitações da sua época e do seu conhecimento. Como poderiam deixar de errar?
É natural, assim, esperar que a Bíblia apresente erros gritantes em questões filosóficas, científicas, literárias ou históricas. Os milagres, por exemplo, são vistos como lendas da Antiguidade, tão verdadeiros e históricos quanto Branca de Neve e os Sete Anões.
De fato, tais conclusões seriam inevitáveis se o fator sobrenatural fosse descartado. Mas, se o Espírito Santo, sendo o mesmo Deus, estava por trás da produção da Bíblia, então é perfeitamente admissível que homens falhos fossem instrumentos para transmitir informações infalíveis. E foi exatamente isso o que ocorreu!!!

Este volume é a escrita do Deus vivo: cada letra foi escrita por um dedo Todo-poderoso; cada palavra saiu dos lábios eternos, cada frase foi ditada pelo Espírito Santo. Ainda que Moisés tenha sido usado para escrever suas histórias com sua ardente pluma, Deus guiou essa pluma. Pode ser que Davi tenha tocado sua harpa, fazendo que doces e melodiosos salmos brotassem de seus dedos, porém Deus movia Suas mãos sobre as cordas vivas de sua harpa de ouro. Pode ser que Salomão tenha cantado os Cânticos de amor ou pronunciado palavras de sabedoria consumada, porém Deus dirigiu seus lábios, e fez eloquente ao Pregador. Se sigo o trovejador Naum, quando seus cavalos aram as águas, ou a Habacuque quando vê as tendas de Cusã em aflição; se leio Malaquias, quando a terra está ardendo como um forno; se passo para as serenas páginas de João, que nos falam de amor, ou para os severos e fogosos capítulos de Pedro, que falam do fogo que devora os inimigos de Deus, ou para Judas, que lança anátemas contra os adversários de Deus; em todas as partes vejo que é Deus quem fala.
           É a voz de Deus, não do homem; as palavras são as palavras de Deus, as palavras do Eterno, do Invisível, do Todo-Poderoso, do Jeová desta Terra. Esta Bíblia é a Bíblia de Deus; e quando a vejo, parece que ouço uma voz que surge dela, dizendo: “Sou o livro de Deus; homem, leia-me. Sou a escrita de Deus: abra minhas folhas, porque foram escritas por Deus; leia-as, porque Ele é meu Autor, e O verá visível e manifesto em todas as partes”. “[Eu] escrevi-lhe as grandezas da minha lei, porém essas são estimadas como coisa estranha” (Oséias 8:12). (Retirado do Sermão do Reverendo C. H. Spurgeon: A Bíblia (The Bible ) - Um Sermão (Nº 0015) - Pregado na Manhã de Domingo, 18 de Março de 1855, no Exeter Hall, Strand— Londres —Inglaterra).


 Distinção entre Inspiração e Autoridade:

Algo deve ser dito a respeito da distinção entre Inspiração e Autoridade. Geralmente, as duas são idênticas, de modo que aquilo que é inspirado tem também autoridade com respeito ao ensino e à conduta. Mas, ocasionalmente, não é isso o que acontece.
Por exemplo: o que Satanás disse para Eva foi registrado na Bíblia por Moisés, que foi  inspirado por Deus, mas não é a verdade (Gn 3:4-5); o conselho que Pedro deu a Cristo (Mt 16:22); a declaração de Gamaliel ao Concílio (At 5:38-39). O mesmo ocorre com textos retirados do contexto, que assumem um significado totalmente diferente de quando inseridos no contexto, etc.

A Bíblia, registro merecedor de confiança

                A Bíblia é uma revelação de Deus absolutamente fidedigna. Essa afirmativa se baseia na atitude de Jesus para com o Antigo Testamento e no testemunho da própria Bíblia a seu respeito (Mt 5:17-18; Mc 7:1-13; 12:35-37; Jo 5:39-47; 10:34-36; 1 Co 14:37-38; Ef 3:3).
                A Bíblia não tem a pretensão de ser uma enciclopédia infalível de informações sobre todos os assuntos e, por isso, não nos fornece a resposta a todas as perguntas que possamos fazer a respeito do mundo a nosso redor. (NEM TUDO NOS É REVELADO!).

“As coisas encobertas pertencem ao SENHOR nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei”.
(Dt 29:29).

Ela é escrita na linguagem do povo e não com a terminologia e exatidão científicas do nosso século. De fato, seria tolice esperar que o fosse, e se, por algum milagre, isso fosse conseguido, o livro se tornaria incompreensível para a maioria de nós, para todos os que nos precederam e, dentro de pouco tempo, a linguagem se tornaria arcaica.
                A Bíblia registra uma revelação progressiva de Deus (Is 42:8-9; 44:6-8; Os 6:3; Hb 1:1-2) através de muitos séculos e a povos vários. Não devemos, portanto, tomar suas afirmações isoladamente, mas considerá-las à luz do todo, do contexto. Não podemos basear nossas crenças em versículos isolados, destacados de seu contexto.

LEMBRE-SE: Texto fora de contexto é pretexto para heresias!
Através de uma compreensão integral da Bíblia, podemos descobrir que muitas discrepâncias desaparecem ou são de somenos importância, no que se refere à verdade da Bíblia, vista como um todo.
               
É inegável que a moderna ciência da Arqueologia muito tem feito no sentido de confirmar a exatidão da história registrada na Bíblia. Muito raramente, e em assuntos de pequena importância, põe um ponto de interrogação ao lado do registro bíblico.
Uma vez que a Bíblia registra uma revelação que se deu através da história, podemos sentir satisfação em saber que o esboço histórico apresentado na Bíblia é capaz de tanta confirmação arqueológica.
Muitos problemas que se alegam existir na Bíblia devem-se à nossa deficiência em saber interpretá-la corretamente. Às vezes, procuramos, por exemplo, informações literais em passagens que devem ser tomadas como poéticas e, em outras, interpretamos simbolicamente passagens que deveriam ser literais.

 REGRA DE OURO PARA A INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA:
Quando a interpretação direta, imediata e literal das escrituras faz sentido, não procure nenhuma outra interpretação. Portanto: Interprete cada palavra no seu sentido literal, usual, costumeiro e mais comumente usado, a não ser que os fatos do contexto imediato indiquem clara e indiscutivelmente o contrário, quando estudados à luz de passagens correlatas e de verdades fundamentais e axiomáticas.” (Dr. David L. Cooper)

Termos relacionados com a inspiração:

A)  A Revelação de Deus: (Pv 11:2; Mt 11:25; 1 Co 2:10; Gl 1:12)

Revelação, no Grego, significa: descobrir, deixar aberto aquilo que estava velado/coberto.

“Revelação é aquele ato de Deus pelo qual Ele mesmo se descerra e comunica verdade à mente, manifestando às Suas criaturas aquilo que não poderia ser conhecido de nenhum outro modo”.

Uma definição concisa, mas exata, da revelação vem da caneta do Dr. James Bannerman. Ele escreveu: “A revelação, como ato divino, é a apresentação da verdade objetiva ao homem de maneira sobrenatural por Deus. A revelação, como resultado de tal ato, é a verdade objetiva então apresentada” 

  • MÉTODOS DE REVELAÇÃO:

a) Por anjos: 3 anjos, Abraão, Sodoma (Gn 18); b) com voz alta, punindo a queda (Gn 3:9-19); c) com voz suave, a Elias (1 Rs 19:11, 12; Sl 32:8); d) pela natureza (Sl 19:1-3); e) por um jumento,a Balaão (Nm 22:28); f) por sonhos (Gn 28:12); g) em visões (Gn 46:2; At 10:3-6); h) o próprio Livro de Apocalipse; i) Cristofanias (Êx 3:2).

Hoje, Deus só fala através da Sua Palavra (Hb 1:1; 2 Tm 3:16).
Não há mais revelações!!!

A Revelação de Deus no Antigo Testamento é uma revelação com as seguintes características:

a) É uma revelação autoritativa - Jo 5:39; Lc 19:19-31.
b) É uma revelação verídica - Jo 10:35; Is 34:16.
c) É uma revelação progressiva - Is 42:8-9; 44:6-8; Os 6:3; Hb 1:1-2. Ex: - As peculiaridades do sistema mosaico ficam claras à luz de uma Revelação progressiva. A Lei a Graça e a doutrina do Espírito Santo estão interligadas ao propósito dispensacional de Deus.
d) É uma revelação parcial - Hb 1:1, 2; Cl 2:17; Hb 10:1.


  • A Necessidade da revelação:

Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas. (Amós 3:7)

Será possível ao homem, finito e limitado como é, em sua capacidade e em seu entendimento, compreender a grandeza do Deus infinito?
Por si mesmo, é evidente que não. A não ser que Deus se revele ao homem, este não pode conhecê-Lo.
Chega-se, portanto, à conclusão de que Deus Se revelou às Suas criaturas.

  • A revelação de Deus divide-se em geral e especial:

•   Revelação geral de Deus: (Sl 19:1-6; 104). É endereçada e acessível a TODA criatura inteligente, e tem por objetivo persuadir a alma a buscar o verdadeiro Deus. É suficiente para condenar os homens, tornando-os inescusáveis. Mas, não é suficiente para os salvar! Ela ocorre:

a) Na Natureza: (Jó 12:7-9; Sl 8:1, 3; 19:1-3; Is 40:12-14, 26; At 14:15-17; Rm 1:19-23, 2:14-15). Sua finalidade é incitar o homem a buscar o Deus Verdadeiro, para receber mais luz. Algumas verdades contidas nas religiões pagãs derivam-se dessa fonte de revelação.
É, contudo, insuficiente. Se revela a grandeza, a sabedoria e o poder de Deus, nada diz do interesse que ele tem no homem pecador, nem se este pode se salvar.

b) Na História de nações tais como o Egito, a Assíria, etc. Embora Deus possa usar uma nação mais ímpia para castigar uma menos ímpia, ao final tratará a mais ímpia com maior severidade (Hc 1:1-2:20). E, muitíssimo mais, na espantosa história da “pulguinha” Israel (Dt 28:10; Sl 75:6-8; Pv 14:34; At 17:2-4; Rm 13:1), o “verme de Jacó” (Is 41:14). Esse povo acreditava que Deus, a quem conhecia por nome de Javé ou Jeová, agia na sua vida individual e nacional (Sl 78); que lhe falava por meio de profetas (1 Sm 3; Is 6; Os 1; Am 7:14-17), revelando-lhes que Seu caráter era de justiça e amor (Is 6:3; Am 5:6-27; Dt 7:8; Jr 31:3; Os 11:1); que Israel era Seu povo escolhido (Dt 7:7-26; Jr 7:23; 13:11) e que dele Deus reclamava não só o culto, como também a justiça e o amor em sua vida social e nacional (Am 5:21-24; Is 1:27; Mq 6:8). Esse Deus era Senhor da criação (Is 40; 42:5; Am 5:8) e Rei moral da história (Dt 28; Jz 2; Am 5:14). Haveria, um dia, de julgar o mundo e estabelecer um reino de justiça. Seu propósito final para os homens era, portanto, a salvação e, para esse fim, escolhera a Israel para Seu servo, o qual deveria levar todos os homens à religião verdadeira. Como, porém, Israel estava prejudicado pelo seu pecado, Deus prometera levantar, futuramente, para executar esta tarefa, um Libertador, chamado, ora de Rei, na sucessão de Davi, ora de Servo do Senhor (Is 2:1-4; 9:1-7; 42:1-9; 49:1-6; 50:4-9; 52:13; 53:12; Jr 31:31-40; 33:14-16; Ez 34:23-24).
Esta revelação já é mais explícita e informativa do caráter pessoal de Deus, do que a revelação através da natureza. Contudo, é também incompleta.

c) Na Consciência: Na nossa consciência temos outra revelação de Deus (Rm 2:14-16). A Lei gravada nos corações, “uma espiã de Deus em nosso peito”, “uma embaixadora de Deus em nossa alma”, como os puritanos costumavam chamá-la.
É a presença no homem desta ciência do que é certo e errado, deste algo discriminativo e impulsivo, que constitui a revelação de Deus. Não é auto-imposta, como fica evidenciado pelo fato de que o homem frequentemente se livraria de suas opiniões se pudesse. É o reflexo de Deus na alma.
Suas proibições e ordens, Suas decisões e impulsos não teriam qualquer autoridade real sobre nós se não sentíssemos que na consciência temos de alguma forma a realidade, algo em nossa natureza que, todavia, está acima desta natureza.
Em outras palavras, nossa consciência revela o fato de que há uma lei absoluta do certo e do errado no universo e de que há um Legislador Supremo que encarna esta lei em Sua própria Pessoa e conduta.

d) Na providência divina: (Pv 16:9; At 14:15-17); na preservação do mundo: (Hb 1:3)

•   Revelação especial de Deus: (Sl 19:7-14). Abrange os atos de Deus pelos quais Ele Se fez conhecer e à Sua verdade, em ocasiões especiais e a pessoas específicas, mas quase sempre para o benefício de todos. É uma Revelação completa!
É necessária porque o homem não respondeu à Revelação Geral (Rm 1:20-23,25; 1 Co 1:21; 2:8). Ela ocorre:

a) Em Jesus Cristo, a suprema revelação de Deus (Jo 1:14; Cl 1:15; 2:9; Hb 1:3). Necessária porque o homem não respondeu às outras Hb 1:1-3. Cristo é a melhor prova da: existência, natureza, e vontade de Deus!  A vinda de Jesus Cristo foi a manifestação suprema e o pleno cumprimento da Revelação que Deus começara a fazer de Sua Pessoa, na vida de Israel.
Jesus afirmou expressamente que Ele era Aquele de quem os profetas falavam (Mt 5:17; Lc 24:44). Referia-Se a Si mesmo como o Filho de Deus (Mt 11:25-27) e atribuía às Suas próprias palavras a autoridade de Deus (Mc 2:1-12; 13:31; 14:62). Além das Suas palavras, o caráter e as ações de Cristo deviam ser considerados manifestações de Deus aos homens. Disso eram sinais: Seus milagres e Suas obras poderosas (Lc 12:54-56; Jo 3:2; 14:11). Toda a Sua vida demonstrara o amor que caracteriza a Deus (Mc 2:17; 10:21, 45; Lc 19:1-10; Jo 3:16). Sua morte coroou Sua vida de abnegação em favor dos homens (Mc 14:22-24) e Sua ressurreição e ascensão declararam que Deus Se agradara da obra de Seu Filho e O tinha exaltado (At 3:14-26; Rm 1:4). Seus discípulos passaram o restante de suas vidas anunciando-O como Aquele que verdadeiramente revelava Deus aos homens e lhes restabelecia a relação adequada com Deus Pai. As provas impressionantes de Sua influência nas vidas humanas, a partir de então, são outras tantas confirmações de Seu objetivo de revelar Deus aos homens.
Esta Revelação, na qual Deus Se fez homem, na Pessoa de Seu Filho Jesus Cristo, é uma Revelação pessoal, perfeita e que não se repete. No sentido mais completo, Jesus Cristo é a PALAVRA DE DEUS aos homens (Jo 1:1-18; Hb 1:1-2; Ap 19:13). É evidente, portanto, que ninguém pode conhecer a Deus, senão por Jesus Cristo (Jo 1:18; Mt 11:27).

b) Nas experiências pessoais de certos homens: Enoque e Noé andaram com Deus (Gn 5:21-24; 6:9); Deus falou a Noé (Gn 6:13; 7:1; 9:1); a Abraão (Gn 12:1-3); a Isaque (Gn 26:24); a Jacó (Gn 28:13; 35:1); a José (Gn 37:5-11); a Moisés (Êx 3:3-10; 12:1); a Josué (Js 1:1); a Gideão (Jz 6:25); a Samuel (1 Sm 3:2-4); a Davi (1 Sm 23:9-12); a Elias (1 Rs 17:2-4); a Isaías (Is 6:8), etc. Da mesma maneira, no N. T. Deus falou a Jesus (Mt 3:16-17; Jo 12:27-28); a Pedro, Tiago e João (Mc 9:7); a Felipe (At 8:29); a Paulo (At 9:4-6; 18:9; Gl 1:12); e a Ananias (At 9:10). Nas experiências de nós, crentes da dispensação da graça, que temos a testificação do Espírito Santo de que somos filhos de Deus. Hoje, Deus só fala através da Sua Palavra (Hb 1:1; 2 Tm 3:16). Não há mais revelações!!!

c) Em milagres: eventos fora do usual e natural, realizando uma obra útil, revelando a presença e poder de Deus, visando trazer homens a Cristo (Jo 20:30-31). Êx 4:2-5 (Deus transformou vara em cobra) contraste Êx 7:1-2 (imitação, desmascarada).

Milagres podem ser:

a) de intensificação (exemplo: dilúvio) ou “tempo exato” (terremoto na crucificação) de fenômenos naturais (praga de saraiva e fogo); a força de Sansão, etc.
b) de alteração das leis naturais (multiplicação dos pães, florescimento da vara de Arão, obtenção de água da rocha, cura dos doentes, ressurreição de mortos).
Se alguém quiser contestar a existência de milagres, lembre-lhe que a pergunta certa é “as testemunhas são absolutamente confiáveis?” e não “o evento é naturalmente possível?”. Demonstre a historicidade da ressurreição de JESUS CRISTO. Mostre que se ele crer na ressurreição e no Ressurreto Homem-Deus, aceitará todos os milagres da Bíblia.

d) Em Profecias-predição de eventos, só possível pela comunicação direta da parte de Deus. Ex:  O Livro de Isaías foi escrito em aproximadamente 698 a.C. e falou sobre Ciro, com uma antecedência de séculos (Is 44:28-45:1). Se alguém quiser contestar a existência de profecias, mostre-lhe que se ele crer em Jesus Cristo, aceitará todas as profecias da Bíblia. Por exemplo: compare 1 Rs 13:2 com 2 Rs 23:15, 16; 1 Rs 13:22 com 2 Rs 23:17, 18; 1 Rs 21:19 com 1 Rs 22:38; 1 Rs 21:23 com 2 Rs 9:36.

Mostre-lhe algumas das 332 profecias  cumpridas em Cristo:

  • Ele deveria ser nascido de uma virgem (Is 7:14; Mt 1:23);
  • da semente de Abraão (Gn 12:3; Gl 3:8);
  • da Tribo de Judá (Gn 49:10; Mt 1:2-3; Hb 7:14);
  • da linhagem de Davi (Sl 110:1; Jr 23:5; Mt 1:6; Rm 1:3);
  • deveria nascer em Belém (Mq 5:2; Mt 2:6);
  • ser ungido pelo Espírito (Is 61:1-2; Lc 4:18-19);
  • entrar em Jerusalém montado em um asno (Zc 9:9; Mt 21:4-5);
  • ser traído por um amigo (Sl 41:9; Jo 13:18);
  • ser desprezado (Is 53:4-6, 10-12; 2 Co 5:21);
  • ser rejeitado (Is 53:3; Jo 8:48; 9:34);
  • ser vendido por trinta moedas de prata (Zc 11:12-13; Mt 26:15; 27:9-10);
  • ser abandonado por seus discípulos (Zc 13:7; Mt 26:31, 56);
  • ter suas mãos e pés traspassados, mas não ter nenhum osso quebrado (Sl 22:16; 34:20;           Jo 19:36; 20:20, 25);
  • os homens iriam dar-lhe fel e vinagre a beber (Sl 69:21; Mt 27:34);
  • repartir Suas vestes e lançar sortes sobre Sua túnica (Sl 22:18; Mt 27:35);
  • Ele seria abandonado por Deus (Sl 22:1; Mt 27:46);
  • enterrado com os ricos (Is 53:9; Mt 27:57-60);
  • Ele iria surgir dos mortos (Sl 16:8-11; At 2:27);
  • subir às alturas (Sl 68:18; Ef 4:8);
  • e se assentar à mão direita do Pai (Sl 110:1; Mt 22:43-45), etc.
Será que não temos nestas predições que já foram cumpridas uma forte prova do fato que Deus Se revelou por profecia? E se Ele o fez nestas predições, o que nos impede de crer que O fez em outras também?

e) Nas Escrituras (1 Pe 1:12; 1 Co 1:21): Se a suprema revelação de Deus é Jesus Cristo, surge o problema: como então pode Deus Se revelar a nós, que vivemos dois milênios depois de Cristo? Não estando Jesus visivelmente entre nós, ficamos privados da possibilidade de alcançar a plena Revelação de Deus?
A resposta a essas perguntas é que existe ainda outra forma de Revelação. É que o Espírito de Deus capacitou homens a darem testemunho escrito da Revelação que receberam, de modo a poderem interpretá-la e transmiti-la às gerações posteriores.
Assim, podemos chegar ao conhecimento da Revelação de Deus na Natureza, na História, etc, e em Jesus Cristo, através do registro (inspiração) que dela temos em mãos, na BÍBLIA, e pela qual Deus fala hoje aos homens (Hb 1:1-3).
Deste modo, Jesus Cristo Se revela ainda aos homens. Ele não é uma extinta Figura do passado, mas o FILHO VIVO DE DEUS, de maneira que os cristãos que vivem em eras posteriores à Sua crucificação podem afirmar que O conhecem e têm comunhão com Ele, através das Escrituras, que reúnem toda a Revelação que Deus quis que ficasse inerrantemente corporificada, sendo a base para todas as disciplinas da Teologia.

As doutrinas da revelação e da inspiração nada seriam sem a doutrina da preservação das Escrituras.
Jesus disse: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar” (Mateus 24:35). As evidências comprovam que Deus tem cuidado da Sua Palavra através dos séculos, embora não tenhamos mais os originais (autógrafos). Existem mais de 5.000 manuscritos e partes de manuscritos que concordam entre si, o chamado Texto Bizantino (em sua forma impressa ele se chama Textus Receptus [TR], ou o Texto Recebido, termo que surgiu com a impressão do Novo Testamento Grego de Elzivir em 1633).

Uma vez que é a Bíblia o meio pelo qual seguramente Deus Se revela hoje aos homens, devemos examinar com algum cuidado seu caráter, sua suficiência e a confiança que merece como Revelação de Deus (2 Tm 3:15-16; Hb 1:1).

b. A Iluminação:

“é aquele método usado pelo Espírito Santo para derramar luz divina sobre todo o homem que o busque, ao ser este homem exposto à Palavra de Deus.” (Sl 119:18, 125)

•  A ILUMINAÇÃO é o entendimento que temos da leitura da Bíblia, pela ação do Espírito Santo (Êx 31:3; 35:31; 1 Rs 3:11; 4:29; Jó 11:12; 2 Sm 22:29; Sl 18:28; 36:9; 111:10; 119:18, 34, 99, 104, 125, 130, 169; Pv 2:1-12; 4:7; Is 11:2; Dn 1:17; 4:34-36; 5:12-14; Lc 24:45; Jo 14:26; Rm 12:2; 1 Co 2:14-16; 2 Co 4:6-7; Ef 1:18; 2 Tm 2:7; 2 Pe 1:20; 1 Jo 5:20).

“Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e esconderes contigo os meus mandamentos, para fazeres o teu ouvido atento à sabedoria; e inclinares o teu coração ao entendimento; se clamares por conhecimento, e por inteligência alçares a tua voz, se como a prata a buscares e como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus. Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca é que vem o conhecimento e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos seus santos. Então entenderás a justiça, o juízo, a eqüidade e todas as boas veredas. Pois quando a sabedoria entrar no teu coração, e o conhecimento for agradável à tua alma, o bom siso te guardará e a inteligência te conservará; para te afastar do mau caminho, e do homem que fala coisas perversas”. (Pv 2-1:12)

•   A iluminação se faz necessária por causa das cegueiras: natural Rm 10:2; 1 Co 2:14; Ef 4:18; induzida pelo Diabo 2 Co 4:3-4; induzida pela carne 1 Co 3:1; 2:14; Hb 5:12-14; Cl 1:21; Tt 1:15.
•   Só com a iluminação é que pecadores são salvos (Sl 119:30; 146:8) e crentes são fortalecidos        (Sl 119:105; 1 Co 2:10; 2 Co 4:6).

•   Antes de iluminar, o Espírito Santo procura por sinceridade do homem (Dt 4:29; Hb 11:6) e diligente estudo do crente (At 17:11; 2 Tm 2:15; 1 Pe 2:2).

•   O Espírito Santo sempre tem que usar um crente (que O tem) para iluminar o descrente (que não O tem) At 8:31 (Filipe e o eunuco etíope).




c. Comparação Revelação-Inspiração-Iluminação:

Revelação:   comunicação da verdade. (1 Co 2:10-12) [já cessou!!!]
Inspiração:  registro escrito da verdade. (1 Co 2:13) [já cessou!!!]
Iluminação:  entendimento da verdade. (1 Co 2:14-16) [ainda existe!!!]

---inspiração--->
Deus ---revelação---> Homem                          BÍBLIA
<---iluminação---

Podemos ter revelação (comunicação da verdade por Deus ao homem) sem inspiração (registro escrito dessas verdades), como tem sido o caso de muitas pessoas piedosas no passado, que receberam verdades de Deus, mas não registraram por escrito (inspiração), não há livros bíblicos escritos por eles (Noé, Abraão, Jacó, Elias, etc.) e como fica claro pelo fato de João ter ouvido as vozes dos sete trovões (revelação/comunicação da verdade por Deus), apesar de não lhe ter sido permitido escrever/registrar o que eles disseram os trovões (Ap 10:3-4).
Podemos também encontrar inspiração sem revelação, como quando os escritores registram o que viram com seus próprios olhos ou descobriram pela pesquisa (1 Jo 1:1-4; Lc 1:1-4). É o que ocorre quando os relatos bíblicos parecem ser meras declarações dos escritores humanos. Isto é inspiração (registro escrito) sem revelação (sem a comunicação de uma verdade por Deus).
A iluminação (o entendimento da verdade bíblica) geralmente acompanha a inspiração ou está incluída nela, mas nem sempre, conforme Pe 1:10-12; cf. Dn 8:15; 12:8-12.

PROVAS DA INSPIRAÇÃO PLENÁRIA, VERBAL, INFALÍVEL

A Bíblia é inspirada (“assoprada para dentro do homem”) por Deus: [Ver a seção: “A Bíblia é a corporificação da Revelação de Deus”].

Note:

- Inspiração é um mistério.
- A Bíblia é inspirada por Deus (At 1:16; 2 Tm 3:16-17; Hb 10:15-17; 2 Pe 1:20-21).
- Inspiração é essencialmente proteção contra erros, como se Deus dissesse “As verdades que Eu quero transmitir, você as escreverá com as suas palavras, mas Eu vou guiá-lo para você não deixar de escrever toda e só a verdade que Eu quero que seja escrita, e não errar nem sequer uma letrinha ou o menor sinal de acentuação.”
- A inspiração é plenária: significa que a Bíblia é inspirada toda ela, de capa a capa, sobre todo e qualquer assunto (Mt 5:18; 2 Tm 3:16-17).
- A inspiração é verbal: significa que a Bíblia é inspirada palavra por palavra, e não apenas os pensamentos principais, como ocorre com as versões deturpadas da Bíblia, como as paráfrases (Ex: Bíblia na Linguagem de Hoje). (Sl 138:2; Mt 4:4-5; 5:17-18; 22:32; 1 Co 2:13; Gl 3:6).
A inspiração torna a Biblia infalível e inerrável: A Bíblia não contém nenhum erro, sendo incapaz de errar ou falhar!!! (Mt 5:18; Jo 10:35b).
- Toda a Bíblia é igualmente inspirada, mas não igualmente importante (Ex: Jo 3:16 versus Jz 3:16).
- Cada palavra é inspirada, mas só é autoritativa: a) no seu contexto; b) quando é de Deus [diretamente ou pelos Seus profetas] e não o registro (inspirado, infalível!) das mentiras do Diabo, demônios, ou homens.
- A inspiração não exclui o uso de fontes extra-Bíblicas (At 17:28; Tt 1:12; Jd 14-15).
- Inspiração não exige mesmos detalhes no relato de um mesmo evento (Mt 27:37 + Mc 15:26 + Lc 23:38 + Jo 19:19).
- A inspiração está terminada, finalizada (Ap 22:18-19) e só abrangeu a Bíblia. 

  • A NATUREZA DA INSPIRAÇÃO PLENÁRIA, VERBAL E INFALÍVEL DA BÍBLIA É ASSEGURADA POR:

a) O caráter de Deus (Sl 138:2): Iria o Deus perfeito, eterno e imutável, consentir que as Suas revelações fossem expressas imperfeita e falivelmente pelos Seus profetas? Isto é inimaginável!

b) O caráter e declarações da própria Bíblia:

b.1) (Ver: “O caráter transcendente da Bíblia”). A Bíblia tem unidade, conteúdo e padrão moral incomparavelmente superiores a todos os outros livros.

b.2) (Ver: “Declarações da Bíblia sobre si mesma”). A Bíblia é absolutamente confiável em tudo o que pode ser checado. Então devemos aceitar o que ela diz de si mesma:

b.3) A Bíblia clama ser a plenária, verbal e infalível Palavra de Deus:
  • Explicitamente em Sl 138:2; 2 Tm 3:16; 2 Pe 1:20-21.
  • Mais de 3800 vezes em frases diretas como “Assim diz o Senhor” no V. T.: Êx 14:1; Is 43:1;         Ez 1:3.
  • No reconhecimento de um escritor/livro por outro: 2 Rs 17:13; Sl 19:7; 33:4; 119:89;              Is 8:20; Gl 3:10; 1 Pe 1:23; At 1:16; 28:25; 1 Pe 1:10-11. Pedro reconheceu a inspiração dos escritos de Paulo 2 Pe 3:15-16. Pedro e Paulo reconhecem a inspiração de todo o restante das Escrituras: 2 Tm 3:16; 2 Pe 1:20.

Cristo ensinou que a Bíblia é infalivelmente inspirada (Jo 10:35b; Mt 4:4; 5:17-18; 22:32) e também eterna e perfeitamente preservada por Deus (Mt 4:4; 5:18;  24:35 [= Lc 21:33]; Lc 16:17)

Objeções à inspiração plenária e verbal:

a) ALEGAM QUE HÁ “Reconhecimento de não inspiração”: basta um bom exame do contexto, ou um perfeito entendimento dos idiomas e dos manuscritos pelos quais Deus preservou infalivelmente Sua palavra: Texto Massorético e Textus Receptus. Exemplo: em 1 Co 7:12, 25, Paulo, que estava só repetindo Mt 5:31-32; 19:3-9 (sobre o Divórcio), agora introduz um mandamento igualmente inspirado (compare: 1 Co 7:40).

b) ALEGAM QUE HÁ “Citações expressando erros”: Ora, são apenas citações (fiéis!) de errados e/ou mentirosos homens (Sl 10:4; 14:1) ou do Diabo (Gn 2:4-5; Jo 8:44).

c) “Erros histórico-científicos”: Basta lembrarmos que:
• Assim como os cientistas usam expressões “pôr-do-sol”, “quatro cantos da Terra” (por serem referenciais cômodos, de fácil entendimento), a Bíblia usa a linguagem das aparências, em certas passagens, etc. Ademais, a Bíblia é 100% exata, mas não é formal, matemática.
• A Bíblia só relata fragmentos da verdade Jo 20:30-31.
• Relatos distintos podem se complementar (contradizer!) ou podem enfatizar diferentes aspectos dos eventos ou doutrinas.
• A Bíblia foi por Deus infalivelmente inspirada e preservada (através do Texto Massorético e do Textus Receptus), palavra por palavra, til por til; mas, os tradutores mais fiéis e tremendamente cuidadosos podem aqui e acolá ter sido algo menos que perfeitos...
• A verdadeira ciência se limita a fatos da observação ou experimentação (a Teoria da Evolução, das Camadas Geológicas, da Astrofísica, etc., não o fazem, resultam de meras suposições loucas!).
• Cientistas hoje admitem que, por exemplo, a luz apareceu antes do sol (Gn 1:3-5).

d) “Aparentes contradições”: sempre tem explicações, se prestarmos muita atenção. Alguns exemplos:

1)  Nm 25:9 versus 1 Co 10:8 (diferentes números de mortos pela praga): Números não se limitou a 1 só dia!
2) Lc 6:17 versus Mt 5:1 (o sermão foi no monte ou em lugar plano?): Ou foram 2 sermões, sendo 1 para os discípulos, outro para o povo. Ou, 1 sermão, em lugar plano no meio do monte? A planura em Lc 6:17 era provavelmente na mesma montanha mencionada em Mt 5:1.
3) Mt 20:29 versus Mc 10:46 + Lc 18:35 (1 ou 2 cegos? na entrada ou saída de Jericó?): 2 cegos na entrada, 1 na saída. Provavelmente, foram os 2 cegos curados entre a Jericó velha e a Jericó nova, sendo que Mc e Lc mencionam somente o mais notável. OBS: há uma infalível regra matemática que diz que “onde quer que haja 2, sempre haverá 1”.
4) Mt 8:5-13 versus Lc 7:1-10: Centurião de Cafarnaum com o servo moribundo: ouviu falar de Jesus -> enviou anciãos judeus para chamá-lo -> enviou amigos -> foi ele mesmo -> creu -> voltou -> constatou milagre.

e) “Erros em profecias”: esses aparentes ‘erros’ são más interpretações das profecias, ou profecias ainda a serem cumpridas (Dn 2, 7, 9, 11, 12; Zc 12-14; a maior parte do Livro de Apocalipse). Nem Paulo, nem Tiago, nem Pedro ensinaram que Cristo viria imediatamente, mas simplesmente, que Ele poderia vir a qualquer hora = volta iminente (2 Co 5:4; 1 Ts 4:15-17; Tg 5:9; 2 Pe 3:4, 8, 9).

f) “Impossibilidade científica de milagres”: (ver o item “a Revelação Especial de Deus”). Quando a existência do Deus Todo-Poderoso é aceita, então não há problema em se aceitar a Sua intervenção sobrenatural (e coerente Consigo mesmo): se, quando, como, e onde Ele o deseje.

g) “Erros na citação e interpretação de si própria”:            Às vezes, os escritores do Novo Testamento simplesmente expressam suas idéias com palavras emprestadas de uma passagem do Velho Testamento, sem a pretensão de interpretar a passagem (Rm 10:6-8, cf. Dt 30:12-14). Às vezes, eles destacam um elemento típico em uma passagem que não tem geralmente sido reconhecido como típico (Mt 2:14, cf. Os 11:1). Às vezes, dão crédito a uma profecia mais recente, quando eles realmente estão citando uma forma mais antiga da mesma (Mt 27:9, cf. Zc 11:13). Às vezes, eles combinam duas citações em uma só, e atribuem o todo ao autor mais proeminente          (Mc 1:2-3). Ademais, o Autor (o Espírito Santo) de toda a Bíblia tem todo o direito de re-expressar-Se e re-explicar-Se conforme Seu desejo soberano!!!

h) “Imoralidade DOS HOMENS”: É registrada; honestamente (!); mas nunca é sancionada. Ex: a bebedeira de Noé (Gn 9:20-27), o incesto de Ló (Gn 19:30-38), a falsidade de Jacó (Gn 27:19-24), o adultério de Davi (2 Sm 11:1-4), a poligamia de Salomão (1 Rs 11:1-3, cf. Dt 17:17), a severidade de Ester (Et 9:12-14), as negações de Pedro (Mt 26:69-75).

LEMBRE-SE: as aparentes sanções à imoralidade são sanções só a uma virtude acompanhante. Exemplos:
i) Divórcio (Dt 24:1 versus Mt 5:31-32 + 19:7-9), etc: foram tolerados/disciplinados como um bem relativo, nunca recomendados como um bem absoluto.

ii) A matança dos cananeus (Dt 7:1-2; 20:16-18), os Salmos imprecatórios (35, 69, 109, 137), etc: mostram um Deus Soberano, Santo, e Justo, que pode usar homens para executar Seus desígnios.
Strong diz que os salmos imprecatórios são “não a ebulição de ódio pessoal, mas a expressão de indignação judiciosa contra os inimigos de Deus”, e que a destruição dos cananitas “foi simplesmente cirurgia benevolente que amputou um membro pútrido, e assim salvou a vida religiosa da nação hebraica e do mundo posterior”.
Teorias antibíblicas sobre a inspiração

a) Teoria mecanista, ou do ditado = “Deus usou homens como meros amanuenses”. (= escreventes, copistas).
               
Esta teoria ignora diferenças de estilo entre os escritores; ignora que Deus não usou robôs inanimados nem psicografistas (“pneumografistas”) talvez até inconscientes do que escreviam, mas usou, sim,  homens com personalidades distintas; e ignora que a Bíblia é ambos 100% divina e 100% humana, respeitando a personalidade e estilo de cada escritor! (2Pe 1:21).
Deus usou as personalidades e modos de expressão peculiares a cada escritor (idiossincrasias): “somente” os protegeu do menor erro, desvio, omissão, e excesso.
Inspiração é basicamente esta proteção.

b) Teoria da inspiração natural = “a inspiração da Bíblia é só momentos de superioridade do homem natural, como Beethoven na “Sinfonia Inacabada”. (2 Pe 1:20-21).
               
Assim, cometem o erro de pensar que: “o Salmo 23 não é mais inspirado que o grande hino ‘Rude Cruz’; o Sermão do Monte não é mais inspirado que ‘Pecadores nas Mãos de um Deus Irado’, de Jonathan Edwards; a História do Filho Pródigo não é mais inspirada que ‘O Peregrino’, de John Bunyan, etc.”

c) TEORIA DA INSPIRAÇÃO PARCIAL, dinâmica = “A Bíblia só é inspirada no espiritual e essencial, não na História, Ciência, etc. e no que achamos ‘secundário’.” (2 Tm 3:16;       Jo 3:12).

O que é essencial? Aquilo que você gosta??!!! Isto é puro subjetivismo louco! Como crer o maior (o espiritual, invisível, eterno)  de quem não creio o menor (material, tangível, histórico, efêmero)? (Jo 3:12).

“A teoria dinâmica não explica, nem mesmo tenta explicar, como os escritores poderiam estar possuídos de conhecimentos sobrenaturais ao registrarem uma sentença e serem rebaixados a um nível muito inferior na seguinte. Ela não nos dá a psicologia daquele estado de espírito que pode se pronunciar infalivelmente sobre matérias de doutrina, enquanto que se desvia a respeito dos fatos mais simples da história. Ela não tenta analisar a relação existente entre as mentes Divina e humana, que produz tais resultados.” (Marcus Dods, em A Bíblia: Sua Origem e Natureza, 1912, pág. 122)

d) Teoria da inspiração só do pensamento principal, não das palavras em si (Sl 138:2; Mt 5:18; 1 Co 2:13; 2 Tm 3:16).  OBS: é o que ocorre com as versões modernas/deturpadas da Bíblia, tais como: NVI, Bíblia na Linguagem de Hoje, etc.

e) Teoria do “encontro místico = “Aqueles que tiveram ‘encontros’ (experiências emocionais) com Deus (sic), escreveram a verdade sem a Sua proteção, muito misturada com mitos e imaginações. Hoje, a Bíblia não é, mas apenas contém a Palavra de Deus, que eu descubro quando, num ‘encontro’ (» nirvana), percebo o que Deus tem por baixo dos ‘mitos bíblicos’. Só então, ela se torna a Sua Palavra, para mim.”
Isto é puro subjetivismo louco, levando às mais disparatadas conclusões! (2 Tm 3:16)





A BÍBLIA É A CORPORIFICAÇÃO DA REVELAÇÃO DE DEUS

DECLARAÇÕES DA PRÓPRIA BÍBLIA:
A Bíblia é absolutamente genuína e confiável em tudo que podemos checar com fatos (ver seções “genuinidade” e “confiabilidade da Bíblia”)!

                Portanto, como é natural até nas relações diplomáticas e comerciais, somos justificados em aceitar o que ela diz de si mesma, declarando-se no V. T. (mais de 3800 vezes: Êx 14:1; Is 43:1;       Ez 1:3) e no N. T. (1 Co 14:37; Gl 1:11-12; Hb 2:1-4; 2 Pe 3:2; 1 Jo 5:10; Ap 22:18-19) como a corporificação da revelação de Deus. 2 Tm 3:16-17; 2 Pe 1:20-21.

ARGUMENTOS:

a) Argumento “a priori (prova que tem que haver uma Bíblia Divina, mas ainda não prova que é a nossa):
O homem é depravado e não pode ir a Deus. Deus é  bom, amor, misericórdia, graça, ... Portanto, esperar-se-ia que Deus se revelasse e corporificasse Sua revelação.

b) Argumento da analogia: (exige haver uma Bíblia divina, mas ainda não prova que é a nossa):
Homens ± “bons” comunicam verdades aos que a necessitam. Deus é infinitamente bom (At 14:15-17). Portanto, seguramente, Deus Se revelou e corporificou Sua Revelação.

A singular e espantosa indestrutibilidade da Bíblia

Mesmo sob a mais tenaz/variada, violenta/sutil perseguição já vista, a Bíblia nunca foi destruída! Portanto ela tem que ser divina. (“Os malhos se amassam-despedaçam, mas a bigorna permanece”).

                Pink diz: “Quando pensamos no fato da Bíblia ter sido objeto especial de infindável perseguição, a maravilha da sua sobrevivência se transforma em milagre... Por dois mil anos, o ódio do homem pela Bíblia tem sido persistente, determinado, incansável e assassino. Todo esforço possível tem sido feito para corroer a fé na inspiração e autoridade da Bíblia, e inúmeras operações têm sido levadas a efeito para fazê-la desaparecer. Decretos imperiais têm sido passados ordenando que todas as cópias existentes da Bíblia fossem destruídas, e quando essa medida não conseguiu exterminar e aniquilar a Palavra de Deus, ordens foram dadas para que qualquer pessoa que fosse encontrada com uma cópia das Escrituras fosse morta. O próprio fato de ter a Bíblia sido o alvo de tão incansável perseguição, nos faz ficar maravilhados diante de tal fenômeno”. (Arthur W. Pink, The Divine Inspiration of the Bible – págs. 113/114).

                O ataque satânico contra a palavra de Deus remonta ao Jardim do Éden. A primeira intervenção de Satanás na História foi adulterando e pondo dúvida na Palavra de Deus: nascia a primeira Bíblia na Linguagem de Hoje! O primeiro pecado de Eva foi o de aceitar a suposta palavra de Deus "modernizada" da boca do Diabo.

"ORA, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse?: Não comereis de toda a árvore do jardim?"
(Gn 3:1) [grifos meus]
               
Repare que quem fica a ganhar com esta controvérsia Bibliológica, é o pai da mentira (Satanás); e não o povo de Deus.
                Séculos mais tarde, Satanás recorreu novamente às Escrituras para tentar o Mestre Jesus em Mateus 4:1-11.
Os imperadores romanos descobriram que os cristãos baseavam sua crença nas Escrituras. Conseqüentemente, buscaram suprimi-las ou exterminá-las. O mais notável foi Dioclécio (em 301-304 A. D.) que, através de um decreto real em 303 A. D., ordenou que todos os exemplares da Bíblia fossem queimados. Ele havia matado tantos cristãos e destruído tantas Bíblias que, quando os cristãos ficaram quietos por algum tempo e permaneceram escondidos, ele achou que havia realmente conseguido eliminar as Escrituras. Ele fez com que em uma medalha fosse gravada a seguinte inscrição: “A religião cristã está destruída e o culto aos deuses restaurado”. Entretanto, não demorou muito para que Constantino subisse ao trono e fizesse do Cristianismo a religião oficial. O que diria Dioclécio se pudesse voltar à Terra e ver como a Bíblia tem prosseguido em sua missão mundial!
Durante os dois séculos em que o Papado teve poder absoluto na Europa Ocidental (1073-1294), os estudiosos passaram a colocar o credo acima da Bíblia. Enquanto que a maioria deles ainda procurava o apoio das Escrituras para o credo, alguns deles se apegavam a revelações posteriores, transmitidas apenas pela tradição, e não tão dependentes nos ensinamentos da Bíblia. Fisher diz que durante este período: “a leitura da Bíblia por parte dos leigos ficou sujeita a tantas restrições, especialmente após a ascensão ao poder dos Valdenses, que, se não era absolutamente proibida, era vista com graves suspeitas”. (George P. Fisher, História da Igreja Cristã, pg. 219).
                Muitos meios foram usados para que a Bíblia ficasse restrita ao pequeno círculo dos sacerdotes, padres, bispos e papas. Dentre as medidas para conter o avanço da Palavra de Deus, estão as seguintes:
                1) Em 1229, o Concílio de Toulouse (França), o mesmo que criou a diabólica Inquisição, determinou: “Proibimos os leigos de possuírem o Velho e o Novo Testamento... Proibimos ainda mais severamente que estes livros sejam possuídos no vernáculo popular. As casas, os mais humildes lugares de esconderijo, e mesmo os retiros subterrâneos de homens condenados por possuírem as Escrituras devem ser inteiramente destruídos. Tais homens devem ser perseguidos e caçados nas florestas e cavernas, e qualquer que os abrigar será severamente punido.” (Concil. Tolosanum, Papa Gregório IX, Anno Chr. 1229, Canons 14:2). Foi este mesmo Concílio que decretou a Cruzada contra os albigenses. Em Acts of Inquisition, Philip Van Limborch, History of the Inquisition, cap. 08, temos a seguinte declaração conciliar: “Essa peste (a Bíblia) assumiu tal extensão, que algumas pessoas indicaram sacerdotes por si próprias, e mesmo alguns evangélicos que distorcem e destruíram a verdade do evangelho e fizeram um evangelho para seus próprios propósitos... (elas sabem que) a pregação e explanação da Bíblia são absolutamente proibidas aos membros leigos”.
                2) No Concílio de Constança, em 1415, o santo Wycliffe, protestante,  foi postumamente condenado como “o pestilento canalha de abominável heresia, que inventou uma nova tradução das Escrituras em sua língua materna”.
                3) O Papa Pio IX, em sua encíclica “Quanta cura”, em 8 de dezembro de 1866, emitiu uma lista de oito erros sob dez diferentes títulos. Sob o título IV ele diz: “Socialismo, comunismo, sociedades clandestinas, sociedades bíblicas... pestes estas devem ser destruídas através de todos os meios possíveis”.
                4) Em 1546, Roma decretou: “a Tradição tem autoridade igual à da Bíblia”. Esse dogma   está em voga até hoje, até porque existe o dogma da “infalibilidade papal”. Ora, se os dogmas, bulas, decretos papais e resoluções outras possuem autoridade igual à das Sagradas Escrituras, os católicos não precisam buscar verdades na Palavra de Deus.
                5) O Papa Júlio III, preocupado com os rumos que sua Igreja estava tomando, ou seja, perdendo prestígio e poder diante do número cada vez maior de “irmãos separados” ou “’cristãos novos” ou “protestantes” (apesar dos massacres),   convocou três bispos, dos mais sábios, e lhes confiou a missão de estudarem com cuidado o problema e apresentarem as sugestões cabíveis. Ao final dos estudos, aqueles bispos apresentaram ao papa um documento intitulado “DIREÇÕES CONCERNENTES AOS MÉTODOS ADEQUADOS A FORTIFICAR A IGREJA DE ROMA”. Tal documento está arquivado na Biblioteca Imperial de Paris, fólio B, número 1088, vol. 2, págs 641 a 650. O trecho final desse ofício é o seguinte:
                “Finalmente (de todos os conselhos que bem nos pareceu dar a Vossa Santidade, deixamos para o fim o mais necessário), nisto Vossa Santidade deve pôr toda a atenção e cuidado de permitir o menos que seja possível a leitura do Evangelho, especialmente na língua vulgar, em todos os países sob vossa jurisdição. O pouco dele que se costuma ler na Missa, deve ser o suficiente; mais do que isso não devia ser permitido a ninguém.
                Enquanto os homens estiverem satisfeitos com esse pouco, os interesses de Vossa Santidade prosperarão, mas quando eles desejarem mais, tais interesses declinarão. Em suma, aquele livro (a Bíblia) mais do que qualquer outro tem levantado contra nós esses torvelinhos e tempestades, dos quais meramente escapamos de ser totalmente destruídos. De fato, se alguém o examinar cuidadosamente, logo descobrirá o desacordo, e verá que a nossa doutrina é muitas vezes diferente da doutrina dele, e em outras até contrária a ele; o que se o povo souber, não deixará de clamar contra nós, e seremos objetos de escárnio e ódio geral. Portanto, é necessário tirar esse livro das vistas do povo, mas com grande cuidado, para não provocar tumultos” - Assinam Bolonie, 20 Octobis 1553 - Vicentius De Durtantibus, Egidus Falceta, Gerardus Busdragus.
Durante a época da Reforma, quando a Bíblia foi traduzida para a língua do povo, a igreja Católica Romana impôs severas restrições à sua leitura, alegando que as pessoas eram incapazes de interpretá-la. Tinha-se que obter permissão para lê-la, mas mesmo quando essa permissão era dada, era com a condição de que o leitor não tentasse interpretá-la por si só. Muitos deram suas vidas pela simples razão de serem seguidores de Cristo e colocarem sua confiança nas Escrituras.
Newman diz: “Um esforço persistente foi feito pelos romanizantes para eliminar a Bíblia inglesa. Em 1543, um decreto foi passado proibindo terminantemente o uso da versão de Tyndale, e qualquer leitura das Escrituras em assembléias, sem a permissão real”. (A. H.  Newman, Um Manual da História da Igreja, pág. 262). 
A princípio, foram feitas tentativas de proibir a impressão de sua Bíblia; e quando ele finalmente publicou seu Novo Testamento em Worms, teve que despachá-lo para a Inglaterra em engradados de mercadorias. Quando os livros chegaram à Inglaterra, foram comprados em grandes quantidades pelas autoridades eclesiásticas e queimados em Londres, Oxford e Antuérpia. Dos 18.000 exemplares que se estima terem sido impressos entre 1525-1528, sabe-se que apenas dois fragmentos restaram.
Em 06/10/1536, o clero católico queimou vivo William Tyndale, por traduzir e distribuir a Bíblia.
                Todos esses maléficos expedientes usados para eliminar, alterar ou suprimir as Sagradas Escrituras não conseguiram êxito. A Bíblia é o livro mais vendido e mais lido em todo o mundo e está traduzido para quase 2.000 línguas e dialetos. Só no Brasil são vendidos por ano mais de quatro milhões de bíblias, afora uns 150 milhões de livros com pequenos trechos (bíblias incompletas).

O tempo não afeta a Bíblia. É o livro mais antigo do mundo e ao mesmo tempo o mais moderno. Em mais de 20 séculos o homem não pôde melhorá-la. Se a Bíblia fosse de origem humana em 20 séculos ela já estaria superada, ou seja, desatualizada.
Uma vez que o homem moderno se farta de tanto saber, era de se esperar que já tivesse produzido uma Bíblia melhor! Para o salvo isto é uma evidência da Bíblia como a Palavra imutável de Deus.

                Os reflexos desses expedientes, ou seja, as tentativas de algemar a Palavra de Deus, ainda hoje são sentidos. No Brasil são poucos os católicos que se dedicam à leitura da Bíblia. Regra geral, se contentam “com o pouco que lhes é oferecido na missa”, e enquanto se contentam com esse pouco (como sugeriram aqueles bispos ao papa, item 5 retro) continuam errando. “ERRAIS, NÃO CONHECENDO AS ESCRITURAS, NEM O PODER DE DEUS”. (Mateus 22.29)
                Com o passar dos séculos, o ataque satânico ficou mais bem elaborado, usando supostos crentes e sociedades Bíblicas. Nasciam as "versões", com textos manipulados e com técnicas de tradução traidoras do texto original como é o caso da equivalência dinâmica. Veremos porque a versão King James, conhecida como a “Versão do Rei Tiago” (e sua equivalente no português – A Almeida Corrigida e Revisada FIEL, da Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil) é muitíssimo superior às versões modernas, as quais devem ser rejeitadas pelos crentes sérios.
A mais recente tentativa de roubar a autoridade da Bíblia é o esforço modernista para degradá-la até o nível de todos os outros antigos livros religiosos. Se a Bíblia tem que estar em circulação, então tem que ser demonstrado que ela não tem autoridade sobrenatural. Os crentes verdadeiros, entretanto, reconhecem logo este estratagema de Satanás, e apesar de tudo que é feito para enfraquecer as Escrituras, a Bíblia é hoje encontrada em mais de 1000 línguas no mundo. O fator da indestrutibilidade da Bíblia pesa fortemente em favor de ser ela a incorporação de uma revelação divina.

“Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, e nada se lhe deve tirar; e isto faz Deus para que haja temor diante dEle.” (Ec 3:14)

No tempo de Esdras, parecia que as Escrituras tinham sido destruídas, mas logo se acharam 2 cópias, preservadas por Deus, e logo havia incontáveis Bíblias! (2 Cr 34:18-21 e Ne 8).
Na grandiosa tuma de Dioclécio funciona uma igreja já faz mais de 1000 anos.
É interessante notar que Voltaire (morreu em 1778), o famoso infiel francês apregoava: “Deus morreu” e predisse que em 100 anos, a partir de sua época, o Cristianismo estaria extinto. Mas, em vez disso, apenas 25 anos após sua morte, na sua casa funciona uma grande impressora de Bíblias, a Sociedade Bíblica Inglesa e Estrangeira, e as mesmas impressoras que haviam imprimido a literatura infiel de Voltaire tem sido usadas, desde então, para imprimir a Bíblia!
Como se pode ver, nem decreto imperial, nem restrições papais, nem destruição eclesiástica, conseguiram exterminar a Bíblia. Quanto maiores os esforços feitos para levar a cabo tal destruição, maior tem sido a circulação da Bíblia.

TransceNdente caráter:

a) O padrão moral da Bíblia é tão inatingível e condenador, que não pode ser, senão Divino          (Êx 20; Lv 20:7; Mt 5:21-22, 27-28 [ou 20-48]; Tg 2:10). Contraste com outros “livros sagrados” (Os deuses grego-romanos, os dos egípcios, cananeus, tupis-guaranis...!)

b) A unidade singular e perfeita da Bíblia prova: seu autor é Deus. Embora escrita por uns 40 homens, de umas 19 ocupações diferentes, em 11 países, durante pelo menos 1600 anos, em uns 10 gêneros literários diferentes, escritores não conhecendo muitos ou todos os outros, a Bíblia é clara e espantosamente UM Livro! Que contraste com os “outros livros sagrados”, que essencialmente são coleções de material heterogêneo, sem começo, meio ou fim, inúmeras vezes discordantes!

OBSERVAÇÕES:
1) O sentido de cada palavra ou conceito é sempre o da sua primeira menção (“amor” Gn 22:2 +        Jo 3:16); Os “tipos” ou “sombras” do V. T. encaixam-se perfeitamente com o “Corpo” no N. T. (serpente de bronze Nm 21:6 + Jo 3:14-15, Cordeiro pascal)!
2) O 1o e o último livro da Bíblia encaixam-se de modo assombroso!!! Vejamos:

GÊNESIS
APOCALIPSE
Gn 1:1 - céu e Terra, temporários
Ap 21:1- novo céu e nova Terra, eternos
1:27-28 - primeiro Adão (com esposa, no jardim do Éden), reina sobre a  Terra
21:9 - último Adão (com a noiva, na cidade de Deus), reina sobre o universo
1:10 – mares
21:1 - “e o mar não mais existe”
1:5, 16 - sol e lua, dia e noite
21:23 - nenhum sol, lua, nem noite; o Cordeiro é o Eterno sol, luz, dia!
3:22 - a árvore da vida é negada aos caídos
22:2 - folhas da árvore da vida darão saúde e cura às nações
3:17 - “maldita é a terra”
22:3 - não existirá mais maldição
3:1 - aparece Satanás, para atormentar o homem, temporariamente
20:10 - desaparece Satanás, para ser atormentado ele mesmo, para sempre.
7:12 - a antiga Terra foi punida pelo dilúvio
21:1 (+2Pe 3:6-12) - a  nova Terra será purificada pelo fogo
2:10 - lar à beira de rio
22:1 - lar eterno à beira de rio
19 - Deus retira cidade terrestre, Sodoma, do solo
21:1 - Deus traz cidade celestial, a Nova Jerusalém, dos céus
23:2 - Abraão chora por esposa, morta
21:4 - Deus enxugará todas as lágrimas da noiva (= cada salvo, eternamente vivo)
50:1-3 - Gênesis termina com um crente, morto, jazendo no Egito, num caixão
21:4 – o Apocalipse termina com todos crentes, vivos, de pé na eternidade, reinando para sempre.

c) A precisão histórica da Bíblia é única e perfeita! No final do século XIX, alguns pseudo-cientistas (1 Tm 6:20) ridicularizaram a Bíblia, afirmando que continha “centenas de disparates históricos”. Mas, com o extraordinário avanço da Arqueologia, os zombadores têm sido sufocados por cada pá dos escavadores.

Tem sido comprovado, por exemplo: A universalidade da crença num dilúvio universal (Épico de Gilgamesh; nativos da Nova Guiné, etc.); a existência e súbita destruição (2000 a. C.) das populosas Sodoma e Gomorra (sob o Mar Morto?); os tijolos sem palha e a morte dos primogênitos, no Egito; os muros de Jericó caídos para fora (!); um arrependimento e conversão para monoteísmo em Nínive; a existência de Dario; a sequência dos reis das nações citadas; etc.

SUPERNATURAL PRECISÃO CIENTÍFICA

A Bíblia sempre declarou que a Terra é um esferóide Is 40:22 suspenso no vazio Jó 26:7.
A primeira Lei da Termodinâmica Hb 4:3, 10 (“No universo, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”) e a segunda das mais universais leis da ciência, a 2ª Lei da Termodinâmica Sl 102:26 (“Em tudo há aumento da entropia, da degradação, do caos, da morte do universo”), serão abolidas (Ap 21:1-5).
A Bíblia também sempre declarou que vida só vem de vida, e do mesmo tipo Gn 1:21, contrariando a farsa da Teoria da Evolução!!! (1 Tm 6:20; Cl 2:2-3).

Integridade topográfica e geográfica:

As descobertas arqueológicas provam que os povos, os lugares e os eventos mencionados nas Escrituras são encontrados justamente onde as Escrituras os mencionam, no local exato, e sob as circunstâncias geográficas exatas, descritas na Bíblia.
O Dr. Kyle diz que os viajantes não precisam de outro guia além da Bíblia quando descem pela costa do mar vermelho, ao longo seguido no Êxodo, onde a topografia corresponde exatamente à que é dada no relato bíblico.

OBSERVAÇÕES:

a) O objetivo de Deus na Bíblia não foi o de nos dar um livro texto científico perfeito e completo, abrangendo Física, Astronomia, Biologia, etc. Mas, sempre que o Criador fala da Sua criação, o faz de modo infalível e perfeito.
OBS: Se Deus não pudesse ser infalível no campo científico, como o seria no campo espiritual? Alguns exemplos:

Texto na Bíblia
Fato científico implicado pela Bíblia
Ciência do homem:

Is 40:22
A Terra é esférica
540 a. C.: um grego conjeturou; foi rejeitado.
15?? Magalhães demonstrou.

Jó 26:7
A Terra paira no espaço
1687: Newton explicou como a gravidade do sol era equilibrada pela força centrífuga da rotação da terra.

Gn 15:15             
(Jr 33:22; Hb 11:12)
As estrelas são incontáveis
150 d. C.: Ptolomeu errou: “há exatamente 1056 estrelas”. Outros erraram, mas cada vez chegam mais perto de reconhecer o que Deus disse.

2Sm 22:16; Jn 2:6
Há montanhas e canyons no leito do mar
1880: A Oceanografia surgiu, chumbadas descobriram as montanhas no leito do mar.

Gn 7:11; 8:2;      
Pv 8:28
Há fontes d’água no leito do mar
1948: Batiscafos (sondas) descobriram

Sl 8:8
Há correntes, caminhos no mar
186?: Matthew Fontaine Maury, ministro da Marinha americana, movido pela Bíblia, descobre correntes, premiando quem achasse garrafas semeadas por navios.

Jó 26:8; 36:27-28; 37:16; 38:25-27;
Sl 135:7; Ec 1:6-7
A água segue “ciclo hidrológico” (mar®nuvem®chuva®
rio®mar)
17??: Cientistas entenderam

Gn 1:21; 6:19
Vida só vem de vida. E da mesma espécie
1862: Pasteur mostrou que moscas não se “geravam espontaneamente”: vida só vem de vida.
1865: Mendel provou: vida só vem da mesma espécie.

Lv 17:11
A vida da carne está no sangue
18??: Abandonou-se o conceito de que “sangue excessivo  é a raiz de todas as doenças”, prática que matou milhões de pessoas (por exemplo: George Washington), com as sangrias!...

Gn 2:1-3; Sl 33:6-9; 102:25; Hb 4:3,10
“No universo, nada se cria, nada se perde. Tudo apenas se transforma”
177?: Lavoisier formula a 1ª Lei da Termodinâmica, uma das duas leis mais universais da ciência.

Sl 102:26; Rm 8:18-23; Hb 1:10-12
“Em tudo há aumento da entropia, da degradação, do caos, da morte do universo”
18??: É formulada a 2ª Lei da Termodinâmica, uma das duas leis mais universais da ciência.




Is 65:17; 66:22;
2Pe 3:13; Ap 21:1-5
A 2ª Lei da Termodinâmica, a tendência à degradação, não existirá na nova criação, que, assim, será perfeita, eterna, eternamente perfeita




Só assim o universo permanecerá eternamente

Lv 13, 14
Há contágios. A prevenção é feita com a total quarentena (doenças passageiras) e isolamento (doenças como a lepra)
- No tempo de Moisés, o Papiro Ebers (“o máximo da ciência”) receitava: sangue de lagarto, dente de porco, carne e banha podres, cera de ouvido de porco, excrementos humanos, etc. Só houve vitória contra a lepra, etc., obedecendo-se à Bíblia.

Dt 23:12-13
Isolar e dar rapidíssimo sumiço aos excrementos
até 1790: todos excrementos eram lançados e ficavam nas ruas, mesmo nas capitais e côrtes!

Lv 7:22-27
Evitar certas carnes e misturas
1960: descoberto que causam colesterol, etc.

Lv 15:7, etc.
Purificação (meticulosa!) pela água
até 1900: até cirurgiões eram sujos, não praticavam nem ensinavam higiene; 17% das grávidas que entravam no melhor hospital do mundo (em Viena) morriam de infecção! Ainda hoje, purificação salva mais que todos os remédios juntos.

Gn 17:12
Circuncisão ao 8º dia
OBS: as judias são as mulheres com o menor índice de câncer uterino.
1946: descobriu-se que circuncisão controla câncer cervical. Depois, que, até o 5º dia de vida, a criança não produz vitamina K,  e a circuncisão traria perigosa hemorragia. Do 7º dia em diante a produção de vitamina K normaliza-se. No 8º dia, o nível de protombina alcança o máximo de toda a vida. O dia ideal.


































b) Contraste com os disparates da falsa ciência:

1. A Biblioteca do Louvre tem 7 km de livros científicos obsoletos!  99,99...% de todos os livros científicos com mais de 50 anos estão estufados de erros, hoje unanimemente reconhecidos.
2. Em 1861, a Academia Francesa de Ciência listou 51 “fatos científicos indiscutíveis que fazem a Bíblia inaceitável.”. Hoje, esses 51 “fatos” é que são ridicularizados pela própria ciência!

c) Contraste com os inúmeros disparates científicos presentes em todos os outros livros ditos sagrados:

1. O livro dos Vedas (4 textos em sânscrito, que são as escrituras sagradas do Hinduísmo) ensina: a Lua está 50000 léguas mais alta que o Sol, e brilha por sua própria luz; ... ; a Terra é chata, triangular, e composta de 7 camadas: a 1ª de mel, a 2ª de açúcar, a 3ª de manteiga, a 4ª de vinho, etc., tudo sobre as cabeças de incontáveis elefantes, os quais, ao tropeçarem, provocam terremotos!!!

2. Livro dos Egípcios: um gigantesco ovo foi chocado; mas, tendo asas, fugiu, e depois se dividiu, redividiu-se, etc., formando o universo. O sol é um mero reflexo da luz da Terra. Os homens surgiram de vermezinhos brancos que pululam no lodo deixado pela inundação do Nilo.

ASSOMBROSA (!) PRECISÃO PROFÉTICA
Para mim (o autor deste estudo), este é o argumento esmagador: A Bíblia é singular, tem muitas centenas de profecias detalhadas e “impossíveis” (aos olhos humanos); mas, todas as que deviam ser cumpridas o foram literalmente! (Dt 18:20-22; Is 41:22-23; 42:8-9; 44:6-8; 46:9-10; 2 Pe 1:19)

a. Profecias sobre centenas de nações: Exemplos: Tiro destruída (Ez 26:4-5, 14), mas Egito só humilhada, rebaixada (Ez 29:15); tão minuciosas são as correspondências de Dn 11 (534 a.C.) com a História, que anti-supernaturalistas, sem prova nenhuma, o picham como mera História, escrita após 168 a.C., relatando fatos que já teriam ocorrido “no passado” !!!...

Um exemplo de profecia cumprida: Ezequiel e Tiro

Ezequiel profetizou durante o período de 592-570 a. C. Além de outras nações e cidades, ele profetizou contra Tiro, uma cidade costeira da Fenícia. Ezequiel predisse que: a) Muitas nações subiriam contra Tiro (Ezequiel 26:3); b) Os muros de Tiro seriam derrubados e a cidade completamente varrida (26:4); c) O local da cidade se tornaria um lugar para os pescadores estenderem suas redes (26:5,14); d) Os escombros de Tiro seriam atirados ao mar (26:12); e) Tiro jamais seria reconstruída (26:14)
O cumprimento destas profecias é surpreendente! Ezequiel identificou Nabucodonosor, rei da Babilônia, como aquele que atacaria a cidade de Tiro e a destruiria (26:7). Nabucodonosor assediou esta cidade na praia do Mar Mediterrâneo de 585 a 572 a. C. e quando, finalmente, rompeu as portas da cidade, ele descobriu que o seu povo, na maior parte, tinha evacuado a cidade por navio e fortificado outra cidade numa ilha a cerca de um quilômetro da costa. Nabucodonosor destruiu a cidade da terra firme (572 a.C.), mas foi incapaz de destruir a cidade da ilha. Estes acontecimentos não são, talvez, muito admiráveis porque aconteceram não muitos anos depois das profecias de Ezequiel. Contudo, a história de Tiro não tinha terminado.
O império medo-persa substituiu o dos babilônios e, por sua vez, o general grego Alexandre, o Magno, capturou o território dos persas. Depois de vencer Dario III na Ásia Menor, Alexandre se mudou para o Egito e conclamou as cidades fenícias a abrirem suas portas (332 a. C.). A cidade na ilhota de Tiro se recusou e, por isso, Alexandre a assediou e começou a construir uma ponte flutuante com 60 metros de largura, desde a praia até a ilha. Ele usou os escombros (26:12) da velha cidade de Tiro, limpando completamente o terreno, para fazer uma "estrada" até a cidade na ilha. Depois de um cerco de sete meses, ele tomou a cidade. Sua fúria contra os tírios foi grande; ele matou 8.000 dos habitantes e vendeu outros 30.000 para a escravidão.
Muitas cidades antigas, que foram destruídas de tempos em tempos, foram reconstruídas, mas nenhuma cidade jamais foi reconstruída no antigo local de Tiro. O terreno, até mesmo hoje, é usado por pescadores para estender suas redes para limpar, remendar e secar. (26:5, 14).
Como teria sido possível a Ezequiel saber o que Alexandre, o Magno, faria para capturar a cidade de Tiro 250 anos mais tarde? Nenhum homem poderia ter previsto com tal pormenor o futuro incomum de Tiro; profecias como estas são claramente a obra de Deus.
O estatístico Peter Stoner, usando o princípio da probabilidade, dedica a esta profecia um em setenta e cinco milhões a possibilidade de cumprimento. A moderna cidade de Sur está situada perto da antiga cidade de Tiro, mas a própria Tiro de fato nunca foi reconstruída.

b. Profecias sobre o milagre da indestrutibilidade de Israel: todas AS outras nações espalhadas desapareceram! (Gn 12:1-3; 15:5 versus Jr 30:11; Dt 7:6-8; Lv 26:44; Nm 24:9b; Is 11:11-12; 41:14; Jr 31:35-37; 46:28; Ez 37:21; Zc 2:8b; Mt 24:34; Rm 11:1-5; 25-32).

c. Profecias sobre a  História de Israel: Israel teve profetizada sua dispersão (Lv 26:33;                 Dt 28:15, 64-65; Jr 15:4; 16:13; 24:9; Os 3:4; 9:17). Primeiro seria dispersa só a parte de Israel (1 Rs 14:15; Is 7:6-8; Os 1:6-8). Depois, Judá seria dispersa (Is 39:6; Jr 25:9-12). 70 (Setenta) anos depois, Judá seria parcialmente restaurada (Mq 1:6-9 versus Jr 29:10-14). Até o nome de Ciro, o rei Persa que restauraria Judá, foi previsto com 120 anos de antecedência !!! (Is 44:28-45:1). Isaías predisse que Jerusalém e o templo seriam reconstruídos por ordem de Ciro, o persa, que permitiria aos israelitas regressarem do cativeiro (44:28 - 45:13). Quando Isaías fez estas profecias, em cerca do ano 700 a. C., a cidade de Jerusalém e o templo ainda estavam em pé, o reino do sul de Judá ainda não tinha sido levado em cativeiro, e os assírios eram a potência mundial. Ciro não libertaria os cativos de Judá antes do ano 536 a.C., 160 anos mais tarde e, entretanto, Isaías o chamou pelo nome! O Estado de Israel foi fundado em 15 de Maio de 1948 (Is 60:9-10; 61:6; Jr 23:3; 30:3; 31:36; Ez 11:17; 36:19-27; 37).
d. Profecias sobre a  seqüência dos impérios mundiais (Dn 7);

e.  332 profecias sobre a 1ª vinda de Jesus Cristo, TODAS (mais de 90 explícitas) literalmente cumpridas!: montado num jumento (Zc 9:9-10), entrada em Jerusalém em “6 de Abril de 32” (Dn 9:24-26 + calendário). espantosos detalhes da crucificação (Sl 22:14-18); ossos (Sl 34:20); fel (Sl 69:21); transpassado (Is 53:4-6; Zc 12:10); ressurreição (Sl 16:10; 30:3, 9; 40:1-2; Is 53:1; Os 6:2). [vide outras profecias sobre Jesus Cristo no quadro da página 28 desta apostila]. Por exemplo: Em cerca de 538 a. C., Daniel, o profeta, predisse (Dn 9:24-27) que Jesus viria como o Salvador e Príncipe prometido para Israel exatamente 483 anos depois que o imperador persa  (Artaxerxes) desse aos judeus permissão para reconstruir a cidade de Jerusalém que estava em ruínas nesta época. Essa profecia foi clara e definitivamente cumprida no tempo exato;

f.   Profecias sobre os últimos dias (do domínio dos gentios sobre o local do templo Lc 21:24): Uniformitarianismo evolucionista (2 Pe 3:3-4). Tremendas: multiplicação das viagens e ciência          (Dn 12:4); disparidade e tensão sócio-econômica (Tg 5:1-6); degradação moral (Lc 17:26-37;                    2 Tm 3:1-7); apostasia religiosa (2 Pe 2:1; 3:3-4; 2 Tm 3:7; 4:4); demonismo (Mt 24:24; 1 Tm 4:1). Os sinais de: cataclismas e tribulações (Mt 24:3-8); o progresso do conhecimento e das viagens nos últimos tempos (Dn 12:4); Confederação de dez dedos-nações revivendo o Império Romano [a Comunidade Econômica Européia] (Dn 7:19-24); russos e árabes juntando-se contra Israel (Ez 28:1-6); enorme exército oriental, contra Israel (Ap 16:12). Profecias para a igreja (Jo 14:1-3).

OBS: As profecias de Daniel capítulo 11 são tão exatas, em detalhes, que os céticos querem datar o livro de Daniel como se tivesse sido escrito após os eventos, como mero relato histórico de algo passado e não uma predição de eventos. O livro de Daniel foi escrito entre 607-534 a.C., e os críticos procuram datá-lo em 168-165 a.C.!!!

g. Análise probabilística:

         A probabilidade composta de apenas (!) as profecias do primeiro advento (nascimento de Jesus Cristo) terem se cumprido por acaso é muitíssimo menor que 1/10300, comparável a um macaco, brincando, por acaso (!) acertar na primeira tentativa o número telefônico do presidente de cada país no mundo !!!
A probabilidade de Mq 5:2 ter acertado o local do nascimento de Jesus Cristo por acaso é de (1/12 tribos) x (1/200 cidades em Judá) = 1/2.400; tomemo-la apenas como 1/2.000. A probabilidade de Dn 9:24-26 ter acertado a data de entrada de Cristo em Jerusalém por acaso é de 1/(2.500 anos x 365 dias) = 1/900.000. A probabilidade composta desses 2 eventos é de (1/2.000) x (1/900.000) = (1/1.800.000.000).
3268 profecias do A.T. já foram cumpridas cabalmente. Isto equivale a 10-984.

A BÍBLIA É GENUÍNA (Autêntica)
(cada livro foi escrito pela pessoa e na época que lhe são tradicionalmente atribuídos, não foi falsificado, não é espúrio, forjado, corrompido)

OBS: Tradição firme entre os fiéis e conservadores  judeus e os crentes: (tradição indisputada quanto à genuinidade e quanto aos autores, conforme abaixo indicados. Só há variação quanto a alguns pouquíssimos anos da data exata de alguns dos livros):

A LEI – O PENTATEUCO (Torah) Foi escrita por Moisés (século XV a. C.):

Gn (1491 a.C.), Ex (1491 a.C.), Lv (1490 a.C.), Nm (1451 a.C.), e Dt (1451 a.C.), foram escritos por Moisés.

Possibilidade: já na época de Hammurabi se escrevia. Moisés pode ter recebido todo o livro de Gênesis por revelação direta de Deus ou ter compilado os tabletes escritos diretamente por Deus (a partir de Gn 1:1), e aqueles, divinamente inspirados, escritos por Adão  (a partir de Gn 2:4), Noé             (de Gn 5:1); Sem (Gn 10:1); Abraão (Gn 11:10); Isaque (Gn 25:12); Jacó (Gn 37:2); e José (Gn 50:6). ProvaS:

  • No Pentateuco: Êx 17:14 + 24:4; 34:27-28.
  • NO V. T.: Js 8:31; 23:6; 1 Rs 2:3;  2 Rs 14:6; Ne 13:1; Dn 9:11.
  • POR CRISTO: Mt 8:4; Lc 16:29; 24:27; Jo 5:45-47.
  • NO N.T.: At 15:21; 1 Co 9:9; Hb 9:19.

O AUTOR, OBVIAMENTE, FOI TESTEMUNHA OCULAR DO ÊXODO. COSTUMES E PALAVRAS SÃO DO EGITO, 2000 a. C.

A descendência abençoada de Noé - seu filho Sem:

                Noé tinha três filhos: Sem, Cão e Jafé, que depois de deixarem a arca, foram para diferentes regiões. Sem permaneceu na Ásia, Cão foi para a África e Jafé para a Europa.
                De Sem nasceu um povo que continuou explorando as terras imediatas ao berço da civilização. Desse povo é que descende o grande amigo de Deus – Abraão, “o pai dos hebreus”.
                Sem foi o INTERMEDIÁRIO: nasceu 120 anos antes do dilúvio, conheceu a Noé, seu pai, a Lameque, seu avô (que conviveu com Adão 50 anos) e a Matusalém, seu bisavô (que conviveu com Adão por 250 anos).
Noé viveu até ao tempo de Abraão e Sem chegou a alcançar o tempo de Jacó. Esses fatos demonstram a maneira pela qual os conhecimentos históricos do princípio da raça foram comunicados às gerações posteriores.

Os ProfetaS (Nebhiim = “Isaías”):

Js
1427 a.C.
Josué. Js 24:26. Eleazar ou seu filho Finéias podem, inspirados, ter concluído 24:29-33.

Jz
1080! a.C., tempo de Saul
Samuel. Jz 19:1; 21:25 // 1:21; 2 Sm 5:6-8.

1 Sm 1-24
1060 a.C.
Samuel. 1 Cr 29:29

1 Sm 25, 2 Sm fim
1018 a.C.
Natan + Gad. 1 Cr 29:29

1 Rs 1-11
1004 (ou, num sentido menos conservador, Jeremias, 590) a.C.
Cronistas (ou, num sentido menos conservador, Jeremias ou seu contemporâneo), selecionados por Jeremias ou seu contemporâneo.

1 Rs 12-fim
897 (ou, num sentido menos conservador, Jeremias, 590) a.C.
Cronistas (ou, num sentido menos conservador, Jeremias ou seu contemporâneo), selecionados por Jeremias ou seu contemporâneo.

2 Rs
1004 (ou, menos conservador, Jeremias, 590) a.C.
Cronistas (ou, num sentido menos conservador, Jeremias ou seu contemporâneo), selecionados por Jeremias ou seu contemporâneo.

Is
698 a.C.
Isaías. 2 Cr 32:32 // 2 Cr 26:22 // Is 1:1 // Mt 8:17 + Is 53:4; Lc 4:17-19 + Is 61:1; Jo 12:38-41 + Is 53:1 + 6:10. Cristo atestou a genuinidade do livro de Isaías.

Jr
588 a.C.
Jeremias. Jr 30:2; 51:60; Baruque foi seu amanuense Jr 36 + 45:1.

Ez
574 a.C.
Ezequiel. 24:2; 43:11

Hc
626 a.C.
Habacuque. 2:2

Os
740 a.C.
Oséias

Jl
800 a.C.
Joel

Am
787 a.C.
Amós

Ob
587 a.C.
Obadias

Jn
862 a.C.
Jonas

Mq
750 a.C.
Miquéias

Na
713 a.C.
Naum

Sf
630 a.C.
Sofonias

Ag
520 a.C.
Ageu

Zc
520 a.C.
Zacarias

Ml
397 a.C.
Malaquias















Os Escritos  (KETHUBHIM = Hagiographa = “Salmos”):

Sl
diversas datas, de ± 1491 a ± 480 a.C.
73 Salmos por Davi (2 Cr 35:4); 2 por Salomão, 12 por Asafe; 11 pelos filhos de Coré; 1 por Etan; 1 por Moisés; 50 anônimos. Asafe e Coré eram de famílias levitas, dedicadas ao louvor!!!

Pv  1-29
1000 a.C.
Salomão: Pv 1-24 ele escreveu e publicou; Pv 25 a 29 foram copiados dos seus escritos, pelos servos de Ezequias, ± 700 a.C.; Pv 30 foi escrito por Agur, mas Salomão, inspirado, o selecionou como inspirado, e o publicou; Pv 31 foi escrito por “Rei Lemuel” , mas Salomão, inspirado, também o selecionou como inspirado e publicou; ou, mais provável porque não há registro deste “Rei Lemuel”, provavelmente ele é Salomão. Lemuel (= “Dedicado a Deus”) seria carinhoso “apelido” usado  só pela mãe ao lhe falar, e perdido com o tempo.

400 anos antes do Pentateuco. Antes da Lei. Provavelmente em +- 2000 a. C.!
Jó. Não se refere à Lei, nem sequer a Abraão e à aliança abraâmica, deve ser o livro mais antigo da Bíblia, pode ser mais antigo que os mais antigos hieróglifos! Algo da sabedoria do mundo pré-diluviano pode ter sido transmitida a Jó.

Ct
1013 a.C.
Salomão. Ct 1:1.

Rt
1060 a.C. Contemp. de Davi. Rt 4:22
Samuel.

Lm
588 a.C.
Jeremias.

Ec
975 a.C.
Salomão (Ec 1:1, 16; 2:4-11), não obstante alguns pequenos problemas lingüísticos.

Et
509 a.C.
Mordecai. Mas (ao menos cap. 10) pode ter sido escrito por judeu seu contemporâneo e com acesso às crônicas dos reis da Média e da Pérsia Et 2:23; 9:20; 10:2-4.

Dn
607 - 534 a.C.
Daniel. 7:2; 8:1,15; 9:2; 10:2; 12:4; Mt 24:15.

Ed
457 a.C.
Esdras. 7:28 + 7:1

Ne
434 a.C.
Neemias. 1:1.

1 Cr
Até 1015  (ou, menos conservador, antes de Esdras 450-425 a.C.)


Cronistas (ou, num sentido menos conservador, Esdras), selecionados por Esdras. 1, 2 Rs lidam com os aspectos proféticos da história, 1,2 Cr com os sacerdotais.

2 Cr 1-9
1004 (ou, menos conservador, antes de Esdras 450-425 a.C.)
Cronistas (ou, num sentido menos conservador, Esdras), selecionados por Esdras. 1, 2 Rs lidam com os aspectos proféticos da história, 1,2 Cr com os sacerdotais.

2 Cr 10-fim
623 a.C.
 






















O Novo Testamento:

Mt
38 (ou, pouco conservador: 50)
Mateus, em Grego, na Judéia (ou, num sentido pouco conservador, fora da Judéia, após deixar a região, hoje conhecida como Palestina, para pregar aos gregos, e após escrever este evangelho em Aramaico, em 45 d.C.)
Mc
65 ou (67 a 68), de Roma
João Marcos.
Lc
58 (ou 63), da Grécia
Lucas, o médico amado
85-90, da Ásia Menor
João 21:24. Alguns, inconformados com a ênfase na divindade de Cristo, afirmam que é espúrio e escrito após 160 ou mesmo 200 d.C. Mas não têm fatos, só maus desejos. A descoberta do Papiro 52, com fragmento do capítulo 18 e datado de somente 120 d.C., destrói a teoria.
At
64, da Grécia
Lucas.
Rm
58, de Corinto
Paulo. As pequenas mudanças de estilo nas epístolas pastorais são esperáveis!...
1 Co
56, de Éfeso
Idem. Idem.
2 Co
57, da Macedônia
Idem. Idem.
Gl
52, de Corinto ou Macedônia
Idem. Idem.
Ef
61, de Roma
Idem. Idem.
Fp
62, de Roma
Idem. Idem.
Cl
62, de Roma
Idem. Idem.
1 Ts
52, de Corinto
Idem. Idem.
2 Ts
52, de Corinto
Idem. Idem.
1 Tm
64, da Macedônia
Idem. Idem.
2 Tm
65, de Roma
Idem. Idem.
Tt
64, da Macedônia ou Grécia
Idem
Fl
62, de Roma
Idem. Idem.
Hb
63, de Roma.
Anônimo. Ninguém (Apolo, etc.) é mais provável que Paulo (Hb 13:23;               2 Pe 3:15); apoio da mais antiga e respeitável tradição.
Tg
49, de Jerusalém
Tiago. Um dos pelo menos 7 filhos de Maria, irmão de Jesus. É a mais antiga das epístolas!
1 Pe
64, de Roma
Pedro. Silvanus pode ter ajudado no estilo de 1 Pe (ler 5:12), daí as pequenas diferenças quanto 2 Pe.
2 Pe
65, de Roma
Pedro. Idem.
Jd
66, local ind.
Judas. Um dos pelo menos 7 filhos de Maria, irmão de Jesus.
1 Jo
69, da Judéia
João. Pequenas diferenças de estilo são esperáveis, ou semelhantes às de Pedro.
2  Jo
69, de Éfeso
João. Pequenas diferenças de estilo são esperáveis, ou semelhantes às de Pedro.
3 Jo
69, de Éfeso
João. Pequenas diferenças de estilo são esperáveis, ou semelhantes às de Pedro.
Ap
96, de Patmos
João. Pequenas diferenças de estilo são esperáveis, ou semelhantes às de Pedro.


















OBS: Note que o Evangelho segundo Mateus foi escrito por Mateus em grego. Alguns, inconformados com a ênfase na divindade de Jesus Cristo, afirmam que o Evangelho segundo João é espúrio e escrito após 200 d. C., mas não têm sequer uma prova, só maus desejos (O Papiro 52, datado de 120, com trechos de João 18, esmigalha seus desejos. O livro de Hebreus foi escrito em 63, anonimamente (Por Paulo, cremos!). A epístola 1 Pedro pode ter recebido o auxílio gramatical de Silvanus; pequenas diferenças no estilo das epístolas de Pedro são esperáveis pelos tempos (Ou, pode ter havido o auxílio de “amanuenses-dialogadores” diferentes).

“Em caso de dúvida, deve-se favorecer o próprio documento, e não a posição questionadora do crítico” (Aristóteles).
               
A BÍBLIA É CONFIÁVEL,  VERÍDICA
[Um livro é confiável se relata veridicamente tudo aquilo de que trata].

O ANTIGO TESTAMENTO É CONFIÁVEL:

a)  Os fatos da História, da Arqueologia, da Geografia e Topografia, sempre concordam assombrosamente com a Bíblia! Todas as teorias desdenhadoras da Bíblia têm sido destruídas pelos fatos.
               
Sabe-se que Salmanezer IV sitiou a cidade de Samaria, mas “o rei da Assíria”, que sabemos ter sido Sargom II, carregou o povo para a Assíria (II Reis 17:3-6). A história mostra que ele reinou de 722-705 a. C. Ele é mencionado pelo nome apenas uma vez na Bíblia (Is 20:1). Nem Belsazar (Dn 5), nem Dario, o Medo (Dn 6), são mais considerados como personagens fictícios.
Os hieróglifos egípcios indicam que a escrita já era conhecida mais de mil anos antes de Abraão. A arqueologia também confirma o fato de Israel ter vivido no Egito, que o povo foi escravo naquela terra e que ele finalmente saiu daquele país. O pesquisador John Garstang, dá a data do êxodo como 1447 a. C. Os Hititas ou heteus, cuja existência era posta em dúvida até recentemente, foram mostrados como tendo sido um povo poderoso na Ásia Menor e na (região, hoje conhecida como) Palestina, na mesma época indicada na Bíblia, pela descoberta de uma biblioteca hitita na Turquia.
Descobertas arqueológicas também confirmam a veracidade do Novo Testamento. Quirino (Lucas 2:2) foi governador da Síria duas vezes (16-12 e 6-4 a. C.), sendo que Lucas se refere a esse último período. “Lisânias, o Tetrarca” é mencionado em uma inscrição no local de Abilene na época a que Lucas se refere. Uma inscrição em Listra registra a dedicação da estátua a Zeus (Júpiter) e Hermes (Mercúrio), o que mostra que esses deuses eram colocados na mesma classe no culto local, conforme insinuado em Atos 14:12. Uma inscrição de Pafos faz referência ao “procônsul Paulo”, que já foi identificado como o Sérgio Paulo de Atos 13:7.
os tabletes de Ebla confirmaram a existência de Sodoma e Gomorra.
Arqueólogos modernos taparam as bocas dos que zombavam da realidade de Dario! Etc.

Os Manuscritos do Mar Morto:

Em Março de 1947, um pastor beduíno árabe, chamado Muhammad ad Dib, descobriu por acaso, nas cavernas de Qumram, próximo ao Mar Morto (região de Jericó), a mais preciosa coleção de Manuscritos do Velho Testamento. Foram encontrados cerca de 823 manuscritos, sendo que a maior parte é de livros bíblicos ou relacionados.
Essas descobertas trouxeram à luz textos que confirmam a exatidão da transmissão textual do Antigo Testamento. É muito conhecido o caso do famoso Rolo do livro de Isaías, chamado 1QIsª, datado de 150-100 a.C., que era cerca de 1000 anos mais velho que os mais antigos manuscritos até então existentes!
Os Manuscritos do Mar Morto foram escondidos nas cavernas de Qumram pelos essênios - seita ascética judaica, durante a segunda revolução dos judeus contra os romanos em 132-135 d.C.
Os Manuscritos de Qumram são os mais antigos do mundo, conhecidos até o momento.
Foram encontrados em Qumram manuscritos de todos os livros do Antigo Testamento exceto do livro de Ester.
Um famoso teólogo do início do século XIX, F. C. Baur, dizia que o evangelho de João só tinha sido escrito por volta do ano 160 d.C., negando a origem apostólica do documento. Mas, no século XX já se descobriu um fragmento do Evangelho de João, no Egito, datado de 125 d.C., derrubando completamente a teoria daquele "erudito". Este papiro (tecnicamente conhecido como Papiro 52), contém poucos versos do Evangelho de João (18.31-33, 37-38), mas era o texto mais antigo do Novo Testamento que conhecíamos e mostra que o evangelho que havia sido escrito depois de 90 d.C. já tinha alcançado uma cidade do Egito em menos de 35 anos! É desta forma que as descobertas recentes confirmam o relato e o texto da Bíblia.

b)  Cristo Onisciente reconheceu integralmente a inspiração do V.T.: Mt 5:17-18; Lc 24:27, 44-45; Jo 10:35b.

Jesus endossou um grande número de ensinamentos, como verdadeiros:

a) Ele acreditou no literal relato da criação segundo Gênesis (Mt 19:4-6; Mc 10:6-8; 13:19).
b) Acreditou que o autor do Pentateuco foi Moisés (Mt 8:4; 19:7-8; Mc 7:10; 12:26; Jo 7:22-23, Jo 5:46-47; 7:19).
c) Acreditou na revelação de Deus na sarça a Moisés (Mc 12:26).
d) Acreditou na literal historicidade e na universalidade do Dilúvio de Noé (Mt 24:37-39; Lc 17:26-27).
e) Acreditou na historicidade de Abraão (Jo 8:56).
f) Acreditou na destruição de Sodoma e Gomorra e o livramento de Ló (Mt 10:15; 11:23-24; Lc 17:28-30).
g) Acreditou que a esposa de Ló foi literalmente transformada em uma coluna do sal                     (Lc 17:32).
h) Acreditou que Deus deu o literal maná do céu a Israel (Jo 6:31-32, 49, 58).
i) Acreditou que Davi foi um autor de Salmos (Mt 22:43).
j) Acreditou na historicidade de Jonas e da literal baleia (Mt 12:39-41).
k) Acreditou na existência do Tabernáculo (Lc 6:3-4).
l) Acreditou que o escritor do livro Daniel foi o real Daniel (Mt 24:15).
m) Acreditou na unidade do livro de Isaías (Mt 8:17; 13:14-15; Mc 7:6; Lc 4:17-18; Jo 12:38-41)
n) Acreditou que os judeus tiveram uma história de rejeitar a Palavra de Deus (Lc  11:47-51).
o) Aceitou no Cânon judaico do Velho Testamento, mas rejeitou o Apócrifo (Lc 24:44)
p) Severa e publicamente repreendeu os Saduceus por sua ignorância das Escrituras (Mt 22:29).
q) Ensinou que cada palavra das Escrituras procede de Deus (Mt 4:4).
r) Ensinou a doutrina da perfeita e incessante preservação das Escrituras (Mt 5:17-18; 24:35; Lc  16:17).
s) Ensinou que as Escrituras do Velho Testamento apontavam para Ele (Lc 24:27, 44).
t) Ensinou que o homem será julgado pela Palavra de Deus (Jo 12:47-48).
u) Ensinou a autoridade absoluta das Escrituras (Jo 10:34-36).
v) Pré-autenticou os escritos do Novo Testamento como realmente sendo as Escrituras (Jo 14:26; 16:12-13)
w) Ensinou sobre a personalidade de Satanás e seu caráter maligno (Jo 8:44).

Conclusão: Se o próprio Jesus Cristo crê na inspiração da Bíblia, por que nós não creremos nela?
Em muito mais que 180 dos 1800 versos onde Jesus Cristo fala, Ele cita o V.T. !

O NOVO TESTAMENTO É CONFIÁVEL:

Seus escritores eram competentes, qualificados (humana e divinamente falando). Eles (inclusive Paulo) foram testemunhas oculares de todo o ministério, morte e ressurreição de Cristo, aprendendo diretamente dEle. Lucas foi companheiro de Paulo, fidelíssimo registrador do que viu, e também do que os apóstolos viram e lhe ensinaram diretamente. Marcos foi o intérprete de Pedro, segundo Papias e Irineu. Tiago e Judas eram irmãos do Senhor. Eram honestos (mesmo até o ponto de darem suas vidas!). Foram investidos pelo Espírito Santo. Seus escritos se harmonizam perfeitamente uns com os outros, e sempre concordam com os fatos da História e da experiência.

(As aparentes “contradições” entre os escritos de Paulo e Tiago): Eles somente falam de pontos de vista complementares: o que Deus vê e o que os homens vêem; a verdadeira fé, que resulta em obras e a fé falsa, que nada produz. Há progresso no desenrolar da doutrina dos evangelhos para as epístolas e diferentes ênfases na revelação dos ensinos (por exemplo: do divórcio; dos cultos e adoração; etc.), mas nunca contradição!

Os registros do N. T. estão de acordo com a História: o recenseamento quando Quirino era governador da Síria (Lc 2:2); os Atos de Herodes o Grande (Mt 2:16-18); de Herodes Antipas           (Mt 14:1-12), de Agripa I (At 12:1); de Gálio (At 18:12-17); Agripa II (At 25:13 – 26:32), etc.

A BÍBLIA É CANÔNICA
[Um livro é canônico quando, desde o seu primeiro dia, foi aceito pelo povo de Deus como divinamente inspirado, como realmente o é (Ver o item “Inspiração”)].

Cânon do grego "kánon", e do hebraico "kaneh" (= regra; lista autêntica dos livros considerados como inspirados).
Significava originalmente “vara de medir”, depois “norma ou regra” (Gl 6:16), e hoje significa “catálogo de uma revelação completa e divina”.
A palavra cânon acha-se em três passagens do N.T.: Gl 6:16, Fp 3:16 e  2 Co 10:13-17.

A inspiração diz respeito à ação divina no ato do registro escrito,
 garantindo o resultado fiel.
Já a canonização do Texto diz respeito à ação humana, reconhecendo a qualidade divina daquele material.
A “canonização” de um livro não significa que homens lhe concederam autoridade e inspiração divina, mas sim que homens formalmente oficializaram o que sempre foi reconhecido COMO INSPIRADO POR DEUS [em outras bases, suficientes].

Esse processo de reconhecimento se deu no seio da comunidade da Fé — a comunidade hebraica, quanto ao A.T., e a comunidade cristã (igreja primitiva), quanto ao N.T.
A canonização tem tudo a ver com a preservação do Texto, pois, a comunidade da Fé só iria se preocupar em transmitir e proteger os livros "canônicos", tidos como inspirados.
A parte humana na transmissão do Texto fica patente, mas será que houve ação divina também, protegendo o Texto (a exata redação do Texto)?
Se o Criador quis que Sua revelação chegasse intacta, ou pelo menos de forma íntegra e confiável, até o século XX e seguintes, fatalmente teria que vigiar o processo da transmissão através dos séculos. Teria que proibir a perda irrecuperável de qualquer parte genuína, bem como a inserção indetectável de material espúrio. (Ver item Preservação, a seguir).


A BÍBLIA É PRESERVADA, ATRAVÉS DO “TEXTO RECEBIDO”
(da “Almeida Corrigida e Revisada, Fiel ao Texto Original”, da Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil) [Gl 3:16; 2 Tm 3:16]

Deus jurou e realmente PRESERVOU Suas palavras, de um modo absolutamente PERFEITO, de maneira que cada palavra do Texto (em Hebraico-Aramaico e em Grego) por Ele preservado e que temos agora escrita em papel, nas nossas (a Bíblia), é plenária, exclusiva, inerrável, infalível e verbalmente a própria Palavra eterna do próprio Deus!
Esta preservação só requereu a infalível PROVIDÊNCIA de Deus, não Seu milagre contínuo. Falamos de TEXTO, de PALAVRAS, não de suas representações, nem de manuscritos e outros meios físicos. 1 Cr 16:15; Sl 12:6-7; 19:7-8; 33:1; 100:5; 111:7-8; 117:2; 119:89,152,160; 138:2b; Is 40:8; 59:21; Mt 4:4; 5:18; 24:35; Lc 4:4; 16:17; 21:33; Jo 10:35b; 16:12-13; 1 Pe 1:23,25; Ap 22:18-19.
Os próprios autores humanos sabiam que estavam escrevendo "as Palavras de Deus". Os líderes cristãos do 1º século e do 2º século (e 3º, 4º, etc.) utilizaram e citaram material neotestamentário lado a lado com material do A.T. como sendo Palavra de Deus.
Entendendo, como entenderam, que estavam lidando com coisa sagrada, iriam zelar por essa Palavra, vigiando o processo da transmissão.
Dispomos de declarações cabais dessa preocupação a partir do próprio N. T. (Ap 22:18-19).
Justino Mártir (150 d. C.) escreveu que era costume nas congregações cristãs, quer na cidade quer no campo, ler tanto o N. T. como o A. T. cada Domingo.
Resulta dali que tinham que existir cópias, muitas cópias (não se pode ler sem livro), e teriam que ser cópias boas (os usuários seriam exigentes).
Embora o processo de copiar à mão resulte em erros sem querer, muitas vezes, no início, seria possível verificar qualquer cópia contra o Autógrafo (documento original), e principalmente nas regiões mais próximas da igreja detentora do Autógrafo.
Tudo indica que pelo menos 18 e talvez até 24 dos 27 Autógrafos (2/3 a 8/9) se encontravam na região Egéia (Grécia e Ásia Menor).
Foi exatamente nessa área que a Igreja mais prosperou, e ela se tornou o eixo da Igreja até o 4º século (pelo menos). [lembrar que Jerusalém foi saqueada em 70 d. C., e provavelmente quaisquer Autógrafos ali existentes foram levados para a Antioquia, ou ainda mais longe].
Foi também nessa área que a língua Grega foi mais usada, e durante mais tempo — foi a língua oficial do império bizantino (transmissão exata de qualquer texto é possível unicamente na língua original).
A Ásia Menor foi caracterizada também por uma mentalidade conservadora quanto ao Texto Sagrado. Na Antioquia, surgiu uma "escola" de interpretação literalista (por formação, um literalista é obrigado a se preocupar com a exata redação do texto, pois sua interpretação se prende a ela).
Quer dizer que até o ano 300 d. C. tinha um fluxo cada vez maior de cópias boas, fidedignas emanando da região Egéia para o mundo cristão, precisamente porque aquela região reunia todos os requisitos para se impor à confiança da Igreja, quanto ao Texto Sagrado. Em contraste, no Egito, a igreja era fraca, herética, não se usava o Grego, não havia nenhum Autógrafo (fatalmente o texto ali existente sempre seria de 2ª mão, no mínimo), grassava uma mentalidade alegorista —  enfim, o Egito seria um dos últimos lugares onde procurar um texto bom).
É bom notarmos que nada de bom vem do Egito. Deus chamou chamou Jacó para fora do Egito (Gn 49); Israel para fora do Egito (Êx 15); os ossos de José para fora do Egito (Êx 13); bem como Jesus Cristo para fora do Egito (Mt 2).
Aí houve a campanha de Diocleciano (303 d. C.), visando destruir os MSS (manuscritos) do N. T. Sendo que a perseguição mais ferrenha deu-se exatamente na região Egéia, teria sido uma oportunidade perfeita para os tipos de texto existentes no Egito e na Itália conquistarem espaço maior no fluxo da transmissão do Texto e fossem considerados aceitáveis ou viáveis. Mas não aconteceu; os grandes pergaminhos À, B e D não têm "filhos" — ninguém quis copiar semelhante texto.

Aliás, podemos deduzir que a campanha de Diocleciano teve um efeito purificador na transmissão.  Grosso modo, os MSS menos preciosos e respeitados seriam os primeiros a serem entregues à destruição; já os exemplares mais cotados e respeitados seriam protegidos a qualquer custo, e uma vez que a perseguição passou serviriam de base para suprir as igrejas com cópias boas novamente.

O movimento Donatista girou em torno da punição merecida pelas pessoas que entregaram seus MSS (entre outras coisas). Obviamente muitos não os entregaram, e os que entregaram foram discriminados.
É geralmente reconhecido por eruditos de todas as linhas teóricas que, a partir do 4º século, o fluxo da transmissão do Texto foi tranquilamente dominado por um tipo de texto, geralmente conhecido por "Bizantino" em nossos dias.  "Bizantino" porque esse império abrangeu exatamente a região Egéia, a região que reunia todas as qualificações necessárias para garantir a transmissão fiel do Texto. Até hoje, as "Igrejas Ortodoxas" do oriente utilizam esse tipo de texto.
Lá pelo 9º século, houve um "movimento" (parece que foi mais ou menos espontâneo) no sentido de mudar o estilo de grafia de letras maiúsculas (unciais) para cursivas (minúsculas). Os exemplares antigos eram copiados na nova "roupagem" e aparentemente grande número desses antigos foram destruídos (ou reciclados, daí os "palimpsestos", manuscritos apagados e escritos por cima).

Dos MSS gregos existentes hoje (do N. T.), uns 95% trazem o texto "Bizantino" e os outros 5% são um tanto heterogêneos (o erudito Frederic Wisse fez uma comparação minuciosa de 1.386 MSS gregos nos capítulos 1, 10 e 20 de Lucas e chegou à conclusão de que apenas oito deles representavam o tipo de texto egípcio, geralmente chamado "Alexandrino" em nossos dias — 8 contra 1.375 !!!).

Cabem aqui algumas ressalvas:
A mera antiguidade de um MS não garante nada quanto à sua qualidade. Aliás, devemos perguntar: como poderia um MS sobreviver fisicamente durante mais de 1.500 anos? Teria que ficar no desuso e ainda num clima seco. Como todos os MSS mais antigos estão cheios de erros cabais, tudo indica que foram reprovados no seu tempo — certo é que não foram copiados, a julgar pelos MSS existentes.
Como é que não dispomos de MSS tipicamente "Bizantinos" de antes do 5º século? Qualquer MS digno de uso seria usado e gasto por esse uso. Assim, seria estranho encontrar um MS bom com tanta idade. Os MSS fidedignos foram intensamente usados e copiados, e acabados; mas, o texto (ou redação) que traziam foi preservado através das sucessivas gerações de cópias.
A idéia de que teria havido um congresso ou concílio no 4º século que "normalizou" o texto do N. T. carece de qualquer sustentação histórica. No caso da Vulgata Latina, que na hipótese seria análogo (o papa tentou impor a nova tradução), não resultou o consenso que existe entre os MSS "Bizantinos".
Como é que a grande maioria dos eruditos dos últimos cem anos tem preferido o texto "Alexandrino" e desprezado o texto "Bizantino"? A resposta está nas pressuposições e no terreno espiritual (por exemplo, nenhum dos cinco redatores responsáveis pelo texto eclético, ora em voga, acredita que o N. T. seja inspirado por Deus, e o próprio Senhor Jesus adverte que a neutralidade no terreno espiritual não existe [Lc 11:23]).

Resumindo, os livros neotestamentários foram reconhecidos como "Bíblia" desde o início e, através das décadas e dos séculos, as gerações sucessivas de crentes zelaram pela transmissão fiel desses livros. O Texto nunca se "perdeu". Nos primeiros 200 anos, era sempre possível constatar a exata redação de qualquer livro.
A preservação divina operou durante todos os séculos, de tal modo que ainda hoje podemos ter certeza razoável, com base em critérios objetivos, da exata redação                 original do N. T.
E daí? Daí, uma preservação tamanha, uma preservação semelhante, abrangendo tantos séculos de transmissão à mão, e passando por tantas tribulações — uma preservação assim é simplesmente divina! É uma prova aparente da atuação divina, que vale dizer também que Deus abonou a escolha da Igreja, o Cânon.

O argumento mais contundente e convincente a favor do exato Cânon que a Igreja vem defendendo através dos séculos é exatamente a preservação divina desse Cânon. Essa preservação é igualmente um forte argumento a favor da inspiração do Texto. É o argumento lógico.

Se o Criador fosse dar uma revelação à nossa raça, deveria também preservá-la. Constatamos que Ele a preservou, com efeito. Por que Ele cuidou tanto de preservar esse Texto, e só esse Texto? Portanto, porque Ele tinha interesse especial nesse Texto.
Deus realmente não só inspirou, mas também preservou Sua Palavra incessante-inerrável-infalível-verbalmente, da forma mais perfeita e absoluta (Is 40:8, 59:21; Mt 5:18; Jo 10:35; 1 Pe 1:23-25). Vejamos:

  • Salmos 12:6-7-- As palavras do SENHOR são palavras PURAS, [como] prata refinada em fornalha de barro, purificada sete vezes. (7) Tu os GUARDARÁS, SENHOR, desta geração os livrarás [PRESERVARÁS] PARA SEMPRE. (Também pode [e deve!] ser traduzido “Tu as GUARDARÁS, ... as PRESERVARÁS ...”, referindo-se às palavras de Deus!)
  • Salmos 19:7-- A lei do SENHOR é PERFEITA, e refrigera a alma; o testemunho do SENHOR é FIEL, e dá sabedoria aos símplices. (8) Os preceitos do Senhor são RETOS e alegram o coração; o mandamento do Senhor é PURO e ilumina os olhos.
  • Salmos 119:89-- [lamed:] PARA SEMPRE, ó SENHOR, a tua palavra PERMANECE [está estabelecida] no céu.
  • Salmos 138:2-- ... engrandeceste a tua PALAVRA acima de todo o teu nome                            (! Que inspiração verbal, isto é, palavra por palavra!).
  • Isaías 40:8-- Seca-se a erva e cai a flor, porém a PALAVRA de nosso Deus subsiste ETERNAMENTE.
  • Mateus 4:4-- ... Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de TODA a PALAVRA que sai da boca de Deus.
  • Mateus 5:18-- ... até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido.
  • Mateus 24:35-- O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras NÃO HÃO DE PASSAR.
  • Lucas 16:17-- E é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til da lei.

Deus preservou Sua palavra de modo tão maravilhoso, somente através do Texto Massorético (V.T.) e do Texto Recebido (N.T.)

  • ANTIGO TESTAMENTO:

Cuidados extremos dos copistas garantiram que mesmo hoje apenas uma de cada 1580 letras do  V. T. tenha variante, mesmo que esta variante seja totalmente improvável! E nenhum desses casos tem o menor dos menores efeitos em nenhuma doutrina!





O rigor com o qual os judeus transmitiram a Bíblia Hebraica até hoje pode ser visto nas prescrições abaixo, preservadas no Talmude:
“Um rolo de sinagoga deve ser escrito sobre peles de animais limpos, preparadas por um judeu, para o uso particular da sinagoga. Estas devem ser unidas mediante tiras [de couro] retiradas de animais limpos. Cada pele deve conter certo número de colunas, igual em toda a extensão do códice. A altura da coluna não deve ser menor do que 48 nem maior do que 60 linhas; e a largura deve ser de 30 letras. Toda a cópia deve ser primeiro dotada de linhas; e se três palavras forem escritas nela sem uma linha, será sem valor. A tinta deve ser preta, não vermelha, verde nem de qualquer outra cor e deve ser preparada de acordo com uma receita definida. Uma cópia autêntica deve ser o modelo do qual o transcritor não deve desviar-se até nos menores detalhes. Nenhuma palavra, letra e nem ainda um yod deve ser escrito de memória sem que o escriba não a tenha olhado no códice que está à sua frente. ... Entre cada consoante deve intervir o espaço de um cabelo ou de um pavio; entre cada palavra o espaço será de uma consoante estreita; entre cada novo parashah, ou secção, o espaço será de nove consoantes; entre cada livro, três linhas. O quinto livro de Moisés deve terminar exatamente com uma linha, mas os restantes não necessitam terminar assim. Além disto, o copista deve sentar-se com vestimenta judia completa, lavar todo o seu corpo, não começar a escrever o nome de Deus com a pena recentemente molhada na tinta e mesmo que um rei lhe dirigisse a palavra enquanto estava escrevendo este nome, não deve dar atenção a ele.”
Cada jovem escriba era advertido pelo escriba ancião: “Acautela-te de como fazes teu trabalho, porque este é o trabalho do céu, não aconteça que tu omitas ou insiras uma letra e assim te tornes o destruidor do mundo!” (mundo = humanidade).
Cada palavra e cada letra era contada, e se UMA letra tivesse sido omitida ou inserida, ou se UMA letra tocasse uma outra letra, a página era imediatamente (!) destruída (!); três erros numa página condenavam todo o manuscrito!

  • NOVO TESTAMENTO:

                Há cerca de 6000 manuscritos em Grego. Compare:

Texto Recebido” (Impresso por Erasmus, Stephen, Beza, Elzevir, etc., a partir de 1516)
Textos Críticos” (Impressos por Westcott e Hort, etc., a partir de 1881)
São cerca de 95% dos manuscritos em Grego
São cerca de 5% dos manuscritos em Grego
São absolutamente consistentes entre si
São absolutamente inconsistentes entre si (e, até, cada um consigo próprio)
Vieram de igrejas firmes
Vieram de igrejas introdutoras de heresias (Alexandria)
Únicos textos adotados pelas igrejas fiéis e instruídas, sempre, antes e após a Reforma.
Só recentemente descobertos / adotados pelos liberais e modernistas, que os chamam “mais antigos e melhores textos”.
Das cerca de 140.000 palavras do N.T. em Grego, os T.C’s. omitem/alteram/adicionam cerca de 10.000. Dos 200 casos que examinei [Hélio M. da Silva, do site: www.solascriptura-tt.org], os T.C’s. sempre (!) diminuem a inspiração das Escrituras, a divindade de Cristo, Seu sangue, Seu nascimento virginal, a natureza vicária da Sua morte, a Trindade, outras doutrinas cardinais. Agora, responda: Em que Texto está evidenciado o sutil e destruidor dedo do Diabo? Ef 6:12.

Por tudo isto, e:

- por ser impensável que Deus tenha falhado seu juramento de incessante-inerrável-verbalmente preservar Sua Palavra;
- por ser impensável que ela não reinou, reine e reinará em uso pelas igrejas fiéis através dos séculos e até a eternidade;
- por ser impensável que Deus deixou uma versão “imperfeita” reinar entre os fiéis, para só neste século (só em 1958 na língua Portuguesa!, com a “Atualizada”) restaurar uma versão “melhor, mas ainda não absolutamente indubitável em cada letra, afinal ninguém realmente muito erudito e inteligente pode ter certeza absoluta de cada palavra de um livro passado por mãos humanas...”


Temos que concluir que:

- O único e verdadeiro N.T., plena-verbal-infalivelmente inspirado e preservado por Deus, é o do Texto Recebido.
- Assim, o crente que quiser ser ao máximo fiel à Palavra de Deus não tem senão duas versões em Português a escolher:
- “Almeida Revista e Corrigida”, da IBB (Imprensa Bíblica Brasileira), mais antiga e tradicional; e
- “Almeida Corrigida e Revisada, Fiel ao Texto Original” (da SBTB - Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil), que é ainda melhor que a anterior.
Ambas as versões mencionadas são as traduzidas fielmente somente do Texto Recebido.


Todas as outras versões “protestantes” mesmo tidas como  “conservadoras” (Contemporânea, Atualizada, “de acordo com os melhores textos”, NVI, etc.) são baseadas nos Textos Críticos e devem ser rejeitadas pelo crente que quiser ser ao máximo fiel a Deus.


Os autógrafos originais de todos os livros do Novo Testamento não existem mais. Eram feitos de papiro e este material não resistia aos séculos em condições normais de uso. O que temos hoje, são cópias destes originais. O fato dos originais não existirem não deve assustar ninguém. Até mesmo a obra de Camões, "Os Lusíadas", só é preservada por cinco cópias e não há o original.
Mesmo assim, ninguém duvida de que temos a obra como Camões a escreveu com sua própria mão. A famosa “Ilíada” de Homero é atestada por 643 manuscritos, sendo que o mais antigo manuscrito completo é do século treze! As tragédias gregas de Eurípides são atestadas por aproximadamente 330 manuscritos.

A VERSÃO ALMEIDA CORRIGIDA E REVISADA FIEL AO TEXTO ORIGINAL (SBTB)

Durante os períodos da Reforma e dos Puritanos, apareceu uma quantidade de versões protestantes, todas baseadas nos mesmos textos autênticos e traduzidos de acordo com os mesmos princípios incontestáveis.
A BÍBLIA SAGRADA, em Português, é resultado de mais de 350 anos de esforços dedicados, desde quando João Ferreira de Almeida começou o seu trabalho de tradução.
Jovem inteligente, Almeida nasceu em Torre de Tavares, Portugal, no ano de 1628. Aos catorze anos ele já estava na cidade de Batávia (hoje Jacarta, capital da Indonésia). Um dia recebeu um folheto escrito na língua espanhola que o levou ao encontro pessoal com Deus, como “Nicodemos—Saulo de Tarso”. Logo começou a pregar nas Igrejas Reformadas Holandesas (a maior parte do povo, a quem ele ministrava, falava português, pois só fazia um ano que Portugal havia perdido o controle da região).
No ano de 1644, com a idade de 16 anos, Almeida iniciou a sua primeira tradução do Novo Testamento, usando versões em latim, espanhol, francês e italiano. Não contente com essa tradução, anos mais tarde, ele fez uma segunda, desta vez baseada no texto grego, o Textus Receptus (o mesmo usado pelos reformadores). Num folheto chamado Cartas para a Igreja Reformada, em 1679, ele escreveu o seguinte, na conclusão daquela obra, que só foi publicada em Amsterdã, no ano de 1681: “O Novo Testamento, isto é, todos os sacrossantos livros e escritos evangélicos e apostólicos do Novo Concerto do nosso fiel Senhor, Salvador e Redentor Jesus Cristo, agora traduzidos em português por João Ferreira d’Almeida, pregador do santo Evangelho”.
Almeida chegou a traduzir o Velho Testamento, de Gênesis até Ezequiel 48:31, usando o texto Massorético (hebraico). Não pôde terminar os últimos versículos do livro de Ezequiel, porque o Senhor Deus o levou à Sua presença em 1691, com 63 anos de idade. O volume I do Velho Testamento, contendo os livros de Gênesis a Ester, foi impresso no ano de 1748. O holandês Jacobus op den Akker completou a obra da tradução do Velho Testamento e, em 1753, o volume II foi publicado.
A primeira revisão da Bíblia em português, feita pela Trinitarian Bible Society (TBS—Sociedade Bíblica Trinitariana), foi iniciada no dia 16 de maio de 1837. O Rev. Thomas Boys, do Trinity College, Cambridge, foi encarregado de liderar o projeto. A revisão do Novo Testamento foi completada em 1839. A revisão completa do Velho Testamento só terminou em 1844. O último volume foi impresso em Londres, no ano de 1847. Aquela primeira edição, chamada Revista e Reformada, sofreu revisões ortográficas posteriores, feitas tanto pelo Rev. Boys como por outros, tornando-se, inclusive, uma parte da edição chamada Correcta. Segundo os dados históricos, a edição Revista e Reformada também fez parte do leque das várias revisões que foram usadas para chegar à versão conhecida como a Corrigida. Restou do frontispício da primeira impressão da tradução de Almeida pela TBS uma expressão, “Segundo o original”, ou, em outras palavras, “Fiel aos textos originais”.
No ano de 1968, em São Paulo, foi fundada a Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, com o objetivo de revisar, com as devidas correções ortográficas, e publicar a Bíblia de João Ferreira de Almeida, como mais um instrumento nas mãos de Deus para a preservação da Sua Palavra.
A Bíblia na Edição Corrigida e Revisada foi preparada por pessoas com a mesma convicção do tradutor, João Ferreira de Almeida, de que as palavras das Sagradas Escrituras, originariamente escritas em hebraico, em aramaico e em grego, foram inspiradas por Deus; e, uma vez que Deus preserva a Sua Palavra, as Sagradas Escrituras falam com nova autoridade a cada geração, levando as pessoas à salvação, fazendo com que sirvam a Cristo para a glória de Deus.
Há séculos, a tradução de Almeida tem sido a preferida da grande maioria dos leitores da Bíblia em língua portuguesa. Indiscutivelmente, continua sendo. Almeida seguiu o sistema de tradução chamado “equivalência formal”, assim como fizeram os grandes reformadores; ou seja, tentou traduzir cada palavra, usando o mínimo de palavras de transição, necessárias para garantir a fluência da leitura em português. 
É possível dizer que João Ferreira de Almeida é o tradutor mais amado e respeitado; pode-se dizer também que a versão mais respeitada e procurada é a Corrigida. Embora os editores, que publicam as edições denominadas Corrigida, tenham variado na liberdade de modificar ou até de tirar uma palavra ou outra, mesmo assim, todas elas são praticamente idênticas.
Como Almeida, os editores deste texto, a Edição Corrigida e Revisada, Fiel ao Texto Original, também conhecido por Almeida, Corrigida, Fiel (ACF), todos crêem que as palavras da Bíblia foram inspiradas por Deus. “Toda a Escritura é divinamente inspirada...” (II Tm 3:16).
Por essa razão, os editores do texto bíblico gastaram anos, com dezenas de revisores, na produção do texto, objetivando modificar o mínimo possível, conquanto corrigissem a ortografia e tirassem qualquer influência do Texto Crítico do Novo Testamento que fora introduzida indevidamente ao trabalho de Almeida.

A DIFERENÇA ENTRE OS LIVROS CANÔNICOS E OUTROS ESCRITOS RELIGIOSOS

                Nem todos os escritos religiosos dos judeus eram considerados canônicos pela comunidade de religiosos judeus. É óbvio que havia certa importância religiosa em alguns livros primitivos como o livro dos justos (Js 10:13), o livro das guerras do Senhor (Nm 21:14) e outros (1 Rs 11:41). Os livros apócrifos dos judeus, escritos após o encerramento do período do Antigo Testamento (400 a. C.), têm significado religioso definido, mas jamais foram considerados canônicos pelo Judaísmo oficial.
A diferença essencial entre escritos canônicos e não-canônicos é que aqueles são normativos (têm autoridade), ao passo que estes não são autorizados. Os livros inspirados exercem autoridade sobre os crentes; os não-inspirados poderão ter algum valor devocional ou para a edificação espiritual, mas jamais devem ser usados para definir ou delimitar doutrinas.
Os livros canônicos fornecem o critério para a descoberta da verdade, mediante o qual todos os demais livros (não-canônicos) devem ser avaliados e julgados. Nenhum artigo de fé deve se basear em documento não-canônico, não importando o valor religioso desse texto.
Os livros divinamente inspirados e autorizados são o único fundamento para a doutrina. Ainda que determinada verdade canônica receba algum apoio complementar da parte de livros não-canônicos, tal verdade de modo algum confere valor canônico a tais livros. Esse apoio terá sido puramente histórico, destituído de valor teológico autorizado.

A verdade transmitida pelas Escrituras Sagradas, e por nenhum outro meio, é que constitui cânon ou fundamento das verdades da fé. (Is 8:20; Is 30:8; Sl 19:7,8; Dt 4:2; Mt 15:2,6,9; Ap 22:18).

A FORMAÇÃO DO CÂNON DO V. T.

O Cânon do Antigo Testamento foi formado num espaço de -/+ 1046 anos - de Moisés a Esdras. Moisés escreveu as primeiras palavras do Pentateuco por volta de 1491 a.C. O cânon das Escrituras do V. T. foi encerrado por Esdras e seus companheiros piedosos, que formaram a Grande Sinagoga (120 membros, segundo a literatura judaica), cerca de 445 anos a. C. (Ed 7:10, 14).
Os livros do Antigo Testamento formaram o Cânon de maneira lenta e gradual, à medida que iam sendo credenciados, como inspirados por Deus, perante o povo comum, seus líderes, seus profetas e sacerdotes.
A história da formação do Velho Testamento começa com Moisés, que recebeu a revelação divina em várias formas e depois a transcreveu em livros. Ele os redigiu usando livros, tradição oral, oráculos recebidos diretamente de Deus, além do fato de que participou de toda a história narrada entre Êxodo e Deuteronômio (Nm 33:2). Ele recebeu ordens expressas de escrever (Êxodo 17:14; 24:4, 7; 34:27-28). Relatou os acontecimentos da época.
No fim de sua vida, com os cinco primeiros livros praticamente terminados, já tinha perfeita percepção de que estes livros se tornariam normativos para o povo: seriam “o Livro da Lei”, os cinco primeiros livros (Pentateuco) [Dt 28:58, 61; 29:20-29; 30:10; 31:9-13, 19, 22, 24-26].
Devemos lembrar que Moisés viveu com o povo de Israel por quarenta anos no deserto, e teria não somente tempo, mas conhecimento e condições para escrever.
Durante a época de Moisés e depois dele, outros profetas continuaram sua obra oral e escrita (Nm 12:6; Dt 18:15-22; 34:10; Jz 4:4; 6:8). Os sacerdotes e levitas foram encarregados de guardar, colecionar e copiar os livros do V. T. O Tabernáculo e depois, o Templo, eram o centro de reunião dos materiais inspirados. Os profetas guardavam as obras na Arca (“perante o Senhor”) (Dt 17:18-20; 31:9-13, 24-29; Js 24:26; 1 Sm 10:25; 2 Rs 22:8; 23:24; Js 24:26).
Os livros estavam disponíveis aos líderes da nação e do sacerdócio. Caso eles fossem também profetas, como era o caso de Josué, eles também acabariam por escrever algo ou até uma obra inteira que seria incorporada à coleção de livros sagrados (Josué 1:8; 24:26). O período da conquista da terra de Canaã e também dos Juízes, evidencia a presença dos livros pela prática dos seus ensinos: a aliança foi lembrada (Jz 2:1-5) e alguns rituais foram praticados (Jz 13:2-7,13-14).
Samuel, como “primeiro profeta”, tratou de dar impulso à historiografia profética                    (1 Sm 10:25; 1 Cr 29:29). Os profetas foram os historiadores de Israel: eles narravam os acontecimentos, privilegiando os assuntos que interessavam ao desenvolvimento dos propósitos de Deus para o seu povo (2 Crônicas 9:29; 12:15; 13:22; 20:34; 26:22; 32:32; 33:18, 19)
No período dos reis e profetas, bastante material já estava centralizado no Templo de Jerusalém (2 Crônicas 34:14-18; Jeremias 36). Os reis Davi, Salomão, Josias, Ezequias e os vários profetas são escritores ou divulgadores dos livros bíblicos. Os reis deviam sempre obedecer à Lei             (2 Reis 14:6). O sacerdote Hilquias achou “o Livro da Lei” (2 Rs 22:8-10). Neemias achou “o Livro dos Judeus” (Ne 7:5).
Os textos de alguns livros foram sendo compilados durante o período dos reis. A frase final do Salmo 72.20 mostra que houve uma época em que a coleção dos Salmos terminava ali. Depois ela foi ampliada. Da mesma forma, Provérbios 25:1 mostra que o livro de Provérbios foi ampliado. Todas estas compilações a amplificações dos livros ocorreram dentro da inspiração divina, através do Espírito Santo.

Os profetas pregaram e escreveram suas obras (Is 30:8; Jr 25:13; 29:1; 30:2, 36:1-32;       51:60-64; Ez 43:11; Hc 2:2; Dn 7:1; 2 Cr 21:12). Eles sabiam que estavam deixando suas obras para o futuro e até as enviaram para outros lugares (Jr 29:1; 36:1-8; 51:60-61; 2 Cr 21:12).  Liam, citavam e usavam as obras uns do outros (Is 2:1-5 e Mq 4:1-5 / Jr 26:18 cita Mq 3:12), atestando a existência da coleção de livros inspirados (Dn 9:2). Entendiam que seus livros se tornariam obra de referência e consulta no futuro (Is 34:16; Dn 12:4).
Este material inspirado foi levado ao exílio e à dispersão (Dn 9:2), quando os judeus foram deportados da Palestina. Talvez tenha sido trazido de volta por aqueles que iriam iniciar a religião dos samaritanos (2 Rs 17:24-41). Mas, o grande retorno da lei à (região hoje conhecida como) Palestina ocorreu com Esdras, sacerdote e grande escriba (Ed 7; Ne 8-10). O oficio de Esdras como sacerdote e levita mostra que, no Velho Testamento, os sacerdotes eram os que centralizaram e preservaram o Velho Testamento.
Os últimos profetas a escrever (Ageu, Zacarias e Malaquias) tiveram suas obras reconhecidas e incorporadas no Velho Testamento, assim também, os últimos livros históricos tais como Crônicas, Esdras, Neemias e Ester.

Nos últimos anos do período incluso no Cânon, cinco grandes homens de Deus viveram simultaneamente numa época de profundo despertamento religioso, a saber: Esdras, Neemias, Ageu, Zacarias e Malaquias, sendo Esdras, dos cinco, o mais hábil e versátil.
Foi este poderoso sacerdote-escriba que, segundo a tradição judaica, presidiu a chamada Grande Sinagoga, que selecionou e preservou os rolos sagrados, determinando, dessa maneira, o Cânon das Escrituras do Antigo Testamento (Ed 7:10, 14). A Esdras é atribuído também a tríplice divisão do Cânon hebraico (A Lei, Os Profetas e os Escritos).
Ao encerramento do V. T. (isto é, ao terminar de ser escrito o seu último livro [Neemias ou Malaquias] no século V antes de Cristo) foi reconhecido por TODOS os crentes fiéis que o cânon do V. T. (isto é, a coleção dos 39 livros que o constituem) estava encerrado para sempre, e incluía o livro de que falamos.
Depois do acima referido encerramento do V. T., tudo isto acima dito (e que sempre foi o consenso entre os crentes fiéis) foi meramente RECONHECIDO, reconhecido e declarado OFICIALMENTE e por TODOS, sob o comando de Esdras, em cerca do ano quatrocentos e        poucos a. C.

O VELHO TESTAMENTO é canônico, porque sempre foi reconhecido como inspirado por Deus:

•   A Lei: sempre foi reconhecida como canônica: Dt 17:18-20; 31:10-13, 24-26; Js 1:8; 1 Rs 11:38; 2 Rs 22:8; 23:1-2; Ne 1:7-9; Ed 3:2.

•   Profetas/Escritos: sempre foram reconhecidos como canônicos: 2 Rs 17:13; Dn 9:2; Mt 22:29; 23:35; Lc 24:44; Jo 5:39; 10:35; 2 Tm 3:16; 2 Pe 1:20-21.




- Objeção: As 3 divisões do V.T. (Lei, Profetas, Escritos) implicam 3 “campanhas humanas concedendo autoridade”.
- Refutação: Não há sequer uma prova disto! As divisões são pelas naturezas dos assuntos/escritores. Em Israel o divino se tornava aceito, e não o aceito se tornava divino!             2 Rs 22:8; 23:1-2; Ne 8:1-3 não são outorgamentos, mas sim reconhecimentos da inspiração divina.

- Objeção: Os Livros de Eclesiastes e Cantares de Salomão ainda eram duvidados por alguns até depois do Concílio de Jamnia (90 d.C.), portanto o cânon do V.T. ainda estava em aberto até cerca de 200 d.C..
- Refutação: No Concílio de Jamnia, os judeus apenas discutiram sobre alguns livros e apenas RATIFICARAM o que já era canônico. Exigir unanimidade absoluta, o que se quer é nunca ter um cânon autoritativo e final! Os eruditos judeus sempre mantiveram que, já em 445 a.C., no reino de Artaxerxes Longânimo, Esdras “juntou, ordenou e publicou” o V.T. na sua forma final, como o conhecemos. Josephus (80 d.C.) corrobora isto e usa cânon e divisões Massoréticas. Esdras é chamado de “o escriba” (Ne 8:1, 4, 9, 13; 12:26, 36), “escriba versado na lei de Moisés” (Ed 7:6), e “o escriba das palavras dos mandamentos e dos estatutos do Senhor sobre Israel” (Ed 7:11).

- Objeção: os apócrifos figuram na Septuaginta.
- Refutação: Mas nunca no cânon judaico!

CLASSIFICAÇÃO DOS LIVROS DO V. T. :

Estudiosos de eras posteriores, nem sempre totalmente conscientes dos fatos a respeito da aceitação original do cânon, tornavam a levantar dúvidas sobre certos livros.
Com isso, surgiu a terminologia técnica, conforme vemos abaixo:

1 - HOMOLOGOUMENA: (significa: falar como um). São os livros bíblicos que foram aceitos por todos.

                A canonicidade de alguns livros jamais foi desafiada por nenhum dos grandes rabis da comunidade judaica. Desde que alguns livros foram aceitos pelo povo de Deus como documentos produzidos pela mão dos profetas de Deus, continuaram a ser reconhecidos como detentores de inspiração e de autoridade divina pelas gerações posteriores.          
                34 dos 39 livros do Antigo Testamento podem ser classificados como “homologoumena”. Os cinco excluíveis seriam: Cantares de Salomão, Eclesiastes, Ester, Ezequiel e Provérbios.

2 - ANTILEGOMENA: (significa: falar contra). São os livros bíblicos que em certa ocasião foram questionados por alguns.

                A canonicidade de 5 livros do Antigo Testamento foi questionada numa ou noutra época, por algum mestre do Judaísmo: Cantares de Salomão, Eclesiastes, Ester, Ezequiel e Provérbios. Cada um deles se tornou controvertido por razões diferentes; todavia, no fim prevaleceu a autoridade divina de todos os cinco livros.

Cantares de Salomão: Alguns estudiosos da escola de Shammai consideravam esse cântico como sendo sensual em sua essência. Porém, é mais provável que a pureza e a nobreza do casamento façam parte do propósito essencial desse livro. É preciso ver esse livro da perspectiva espiritual correta. A figura do casal, neste livro, representa Cristo e igreja (2 Co 11:2; Ef 5:25-29).

Eclesiastes: Alguns objetaram que esse livro parece cético. Alguns até o chamam de “O Cântico do ceticismo”.  Qualquer pessoa que procure a máxima satisfação “debaixo do sol”, com toda a certeza há de sentir as mesmas frustrações sofridas por Salomão, visto que a felicidade eterna não se encontra neste mundo temporal.
                Além do mais, a conclusão e o ensino genérico desse livro estão longe de ser céticos. Depois “de tudo o que se tem ouvido”, o leitor é admoestado: “a conclusão é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos, pois isto é todo o dever do homem” (Ec 12:13).
Assim como o livro Cantares de Salomão, o problema básico é de interpretação do texto e não de canonização ou inspiração.

Ester: Pela ausência do nome de Deus neste livro, alguns pensaram que ele não fosse inspirado. Perguntavam como podia um livro ser Palavra de Deus, se nem ao menos trazia o Seu nome. (YHWH).
                Porém, uma coisa é certa: a ausência do nome de Deus é compensada pela presença de Deus na preservação de Seu povo. (Ver Et 4:14).
                O fato de Deus haver concedido grande livramento, como narra o livro, serve de fundamento e razão da festa judaica do Purim (Et 9:26-28). Basta este fato para demonstrar a autoridade atribuída ao livro, dentro do Judaísmo.

Ezequiel: Alguns na escola rabínica pensavam que esse livro era antimosaico em seu ensino. Achavam que o livro não estava em harmonia com a lei mosaica. No entanto, essa tese não prevaleceu e demonstrou mais uma vez ser uma questão de interpretação e não de inspiração.

Provérbios: Achavam-no um livro contraditório (Pv 26:4-5). Achavam contraditório o leitor ser exortado a responder e ao mesmo tempo não responder. Todavia, o sentido aqui é que há ocasiões em que o tolo deve receber resposta de acordo com sua tolice, e em outras ocasiões isso não deve ocorrer. Porém, nenhuma “contradição” ficou demonstrada em nenhuma passagem de Provérbios.  

OBS: É importante frisar que a Bíblia em momento algum é contraditória, pois é a Palavra de Deus (Infalível). O que “parece” contradição é erro de interpretação humana.

3 - PSEUDEPÍGRAFOS: (significa: falsos escritos). Livros não-bíblicos rejeitados por todos.

                Grande número de documentos religiosos espúrios que circulavam entre a antiga comunidade judaica são conhecidos como “pseudepígrafos”. Nem tudo nesses escritos é falso. De fato, a maior parte desses documentos surgiu de dentro de um contexto de fantasia ou tradição religiosa, possivelmente com raízes em alguma verdade. Com freqüência, a origem desses escritos estava na especulação espiritual, a respeito de algo que não ficou bem explicado nas Escrituras canônicas.
                As tradições especulativas a respeito do patriarca Enoque, por exemplo, sem dúvida são a raiz do livro de Enoque. De maneira semelhante, a curiosidade a respeito da morte e da glorificação de Moisés, sem dúvida se acha por trás da obra Assunção de Moisés.
                No entanto, essa especulação não significa que não exista verdade nenhuma nesses livros. Ao contrário, o Novo Testamento se refere a verdades implantadas nesses dois livros                    (vide Jd 14,15) e chega a aludir à penitência de Janes e Jambres (2 Tm 3:8). Entretanto, esses livros não são dotados de autoridade, como Escrituras inspiradas. Paulo também citou alguns poetas não-cristãos, como Arato (At 17:28), Menânder (1 Co 15:33 traz uma linha do poema grego “Taís de Alexandre”) e Epimênides (Tt 1:12). (Nm 21:4; Js 10:13; 1 Rs 15:31).
Trata-se tão somente de verdades verificáveis, contidas em livros que, em si mesmos, nenhuma autoridade divina têm. É importante que nos lembremos que Paulo cita apenas aquela faceta da verdade, e não o livro pagão como um todo, como conceito a que Deus atribuiu autoridade e fez constar no Novo Testamento.

A verdade é sempre verdade, não importa onde se encontre, quer pronunciada por um poeta pagão, quer por um profeta pagão (Nm 24:17), por um animal irracional e mudo (Nm 22:28) ou mesmo por um demônio (At 16:17). (Caifás – Jo 11:49).
                 
                É possível que o fato mais perigoso a respeito desses falsos escritos (pseudepígrafos) é que alguns elementos da verdade são apresentados com palavras de autoridade divina, num contexto de fantasias religiosas que, em geral, contem heresias teológicas.
                A infundada reivindicação de autoridade divina, o caráter altamente fantasioso dos acontecimentos e os ensinos questionáveis (e até mesmo heréticos) desses livros levaram os pais do Judaísmo a considerá-los espúrios (pseudepígrafos).     

São eles:

Lendários: O livro do Jubileu; Epístola de Aristéias; O livro de Adão e Eva; O martírio de Isaías

Apocalípticos: 1 Enoque; Testamento dos doze patriarcas; O oráculo sibilino; Assunção de Moisés; 2 Enoque, ou O livro dos segredos de Enoque; 2 Baruque, ou O apocalipse siríaco de Baruque (*); 3 Baruque, ou O apocalipse grego de Baruque.

Didáticos: 3 Macabeus; 4 Macabeus; Pirque Abote; A história de Aicar.

Poéticos: Salmos de Salomão; Salmo 151 (consta na Septuaginta).

Históricos: Fragmentos de uma obra de Sadoque

OBS:

a) 1 Baruque está relacionado entre os apócrifos.

b) Há outros livros, sendo que alguns foram descobertos entre os manuscritos do Mar Morto, tais como: Gênesis apócrifo e Guerra dos filhos da luz contra os filhos das trevas, dentre outros.

4 - APÓCRIFOS: (significa: escondidos ou duvidosos). Livros não-bíblicos aceitos por alguns, mas rejeitados por outros. Pelos católicos romanos são conhecidos como Deuterocanônicos (= 2º Cânon). Foram acrescentados às Escrituras (Dt 4:2, 12:32; Pv 30:6; Ec 3:14; Ap 22:18-19).
Na realidade, os sentidos da palavra apocrypha refletem o problema que se manifesta nas duas concepções de sua canonicidade. No grego clássico, a palavra apocrypha significava “oculto” ou “difícil de entender”. Posteriormente, tomou o sentido de esotérico, ou algo que só os iniciados (não os de fora) podem entender.
                Pela época de Ireneu e Jerônimo (séc. III e IV), o termo apocrypha veio a ser aplicado aos livros não-canônicos do Antigo Testamento, mesmo aos que foram classificados previamente como “pseudepígrafos”.
                Desde a era da Reforma, essa palavra tem sido usada para denotar os escritos judaicos        não-canônicos originários do período intertestamentário.
                O Novo Testamento jamais cita um livro apócrifo indicando-o como inspirado. As alusões a tais livros não lhes emprestam autoridade, assim como as alusões a poetas pagãos não lhes conferem inspiração divina. Aliás, desde que o N.T. faz citações de quase todos os livros canônicos do A.T. e atesta o conteúdo e os limites desse Testamento (omitindo os apócrifos) parece estar claro que o N.T. indubitavelmente exclui os apócrifos do cânon hebraico.
Os apócrifos não foram aceitos pelos judeus palestinos, zelosos preservadores dos ensinos bíblicos que não estiveram sujeitos às influências helenizantes dos judeus de Alexandria, muitos dos quais (mas não todos) acatavam tais livros como de origem divina, como Palavra de Deus.
Aliás, toda a problemática de aceitação da canonicidade desses livros envolve exatamente o grande centro da cultura grega no Oriente, a cidade de Alexandria. Os judeus ali sofreram grande influência da filosofia grega, e houve até um destacado intelectual judeu, Filo, que se empenhou por fundir o Judaísmo com os conceitos gregos, que o empolgavam.
Jesus Cristo Se referiu à Bíblia Sagrada na Sua oração sacerdotal a Seu Pai dizendo: “Santifica-os na verdade; a Tua Palavra é a verdade” (João 17:17). Como poderiam obras cheias de conceitos que se chocam com os claros ensinos de apóstolos e profetas, além de crendices supersticiosas, lendas, inexatidões históricas e até mentiras qualificar-se como essa verdade de divina inspiração?
                O Concílio de Trento, 1546, reagiu a Lutero, canonizando os livros apócrifos, com o voto de 53 prelados sem conhecimentos históricos destacados sobre documentos orientais, encontrando oposição de grandes homens como o cardeal Polo que afirmou que assim o Concílio agiu a fim de dar maior ênfase às diferenças entre católicos romanos e os evangélicos. Outro destacado líder católico, Tanner afirmou que a igreja católica romana encontrou nesses livros o seu próprio espírito (apud Introdução ao Antigo Testamento, Dr. Donaldo D. Turner, IBB).
A ação do Concílio não foi apenas polêmica, foi também prejudicial, visto que nem todos os 14 (15) livros apócrifos foram aceitos pelo Concílio.
                A Oração de Manassés e 1 e 2 Esdras [3 e 4 Esdras dos católicos romanos; a versão de Douai denomina 1 e 2 Esdras, respectivamente, os livros canônicos de Esdras (1 Ed) e Neemias        (2 Ed)] foram rejeitados.
                A rejeição de 2 Esdras é particularmente suspeita, porque contém um versículo muito forte contra a oração pelos mortos (2 Esdras 7.105). Aliás, algum escriba medieval havia cortado essa seção dos manuscritos latinos de 2 Esdras, sendo conhecida pelos manuscritos árabes, até ser reencontrada outra vez em latim por Robert L. Bentley, em 1874, numa biblioteca de Amiens, na França.
O cânon do Antigo Testamento até a época de Neemias compreendia 22 (ou 24) livros em hebraico, que, nas bíblias dos cristãos, seriam 39, como já se verificara por volta do século IV a.C. As objeções de menor monta a partir dessa época não mudaram o conteúdo do cânon.
Foram os livros chamados apócrifos, escritos depois dessa época, que obtiveram grande circulação entre os cristãos, por causa da influência da tradução grega de Alexandria (Septuaginta), que os incluiu.
Com exceção de 2 Esdras (escrito em 100 d.C.), esses livros preenchem a lacuna existente entre Malaquias e Mateus (o chamado “período intertestamentário”) e compreendem especificamente dois ou três séculos antes de Cristo.
                No entanto, até a época da Reforma Protestante esses livros não eram considerados canônicos. A canonização que receberam no Concílio de Trento não recebeu o apoio da história. A decisão desse concílio foi polêmica e eivada de preconceito.

LOCALIZAÇÃO HISTÓRICA:

Os apócrifos foram produzidos entre o 3o e 1o século a. C. (com o cânon já definido), no período intertestamentário, com exceção de 2 Esdras (escrito em 100 d. C.).
A cultura gentia os assimilou (o cânon de Alexandria). O historiador Josefo, os judeus e a Igreja cristã rejeitaram.
A LXX (Septuaginta) os incluiu como adendo (seguindo o cânon alexandrino). No Concílio de Cártago, em 397 d. C. foram considerados próprios para a leitura. O Concílio Geral de Calcedônia, 451 d. C., negou-os.
Foram colocados no cânon em uma sessão em 08 de Abril de 1546, no Concílio de Trento, com 5 cardeais e 48 bispos, apenas, e não foi por unanimidade.
 Em 1827, a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira os excluiu da Bíblia (não os editando nem mesmo como adendo). Desde então esta é a postura protestante.

RAZÕES DA REJEIÇÃO:

  • O Velho Testamento já estava produzido;
  • A maioria dos apócrifos foi produzida em grego;
  • Prevaleceu para os judeus o cânon palestiniano.
Isto quer dizer que estes livros não eram acessíveis a todos e:

a) Jamais foram incluídos no cânon pelas autoridades reconhecidas: As maiores e mais reconhecidas autoridades judaicas nunca reconheceram os apócrifos: Esdras (o profeta, que “juntou, ordenou e publicou” o V. T. na sua forma final e como o conhecemos); os fariseus; Josephus (o historiador judeu, provavelmente o maior historiador de todos os tempos); os pais da igreja primitiva; etc. 
b) Jamais foram aceitos pelos judeus.
c) Só em 08 de abril de 1546, no Concílio de Trento, a igreja romana os declarou canônicos, mas só em reação à Reforma Protestante.
d) Jamais foram citados por jesus Cristo ou por nenhum outro escritor da Bíblia. (Judas cita dois pseudepígrafos, mas não parece lhes ceder declaradamente o conceito de inspirados).
e) Nenhum livro apócrifo alega ser inspirado (na realidade, alguns deles ADMITEM não ser inspirados! Macabeus 15:38).
f) Alguns apócrifos têm incontornáveis erros históricos e geográficos.
g) Alguns apócrifos ensinam doutrinas falsas e que contradizem a Bíblia como um todo (Macabeus 12:43-46 ensina que podemos e devemos orar pelos mortos. A Bíblia como um todo ensina que não adianta) Ver 2 Ed 7.105.

Alguns erros ensinados pelos apócrifos:
Livros canônicos:
1 - Narração de anjo mentindo sobre sua origem. Tobias 5:1-9
Isaías 63:8; Oséias 4:2
2 - Diz que se deve negar o pão aos ímpios. Eclesiástico 12:4-6
Provérbios 25:21-22
3 - Uma mulher jejuando toda a sua vida. Judite 8:5-6
Mateus 4:1-2
4 - Deus dá espada para Simeão matar siquemitas, Judite 9:2
Gênesis 34:30; 49:5-7
5 - Dar esmola purifica do pecado. Tobias 12:9 e Eclesiástico 3:30
1 Pedro 1:18-19
6 - Queimar fígado de peixe expulsa demônios. Tobias 6:6-8
Atos 16:18
7 - Nabucodonossor foi rei da Assíria, em Nínive. Judite 1:1
Daniel 1:1
8 - Honrar o pai traz o perdão dos pecados. Eclesiástico 3:3
1 Pedro 1:18-19
9 - Ensino de magia e superstição. Tobias 2:9 e 10; 6:5-8; 11:7-16
Tiago 5:14-16
10 - Antíoco morre de três maneiras. 1 Macabeus 6:16; 2 Macabeus 1:16; 9:28
Isaías 63:8; Mateus 5:37
11 - Recomenda a oferta pelos mortos. 2 Macabeus 12:42-45
Eclesiastes 9:5-6
12 - Ensino do purgatório ou imortalidade da alma. Sabedoria 3:14
1 João 1:7; Hebreus 9:27
13 - O suicídio é justificado e louvado. 2 Macabeus 14:41-46
Êxodo 20:13

A postura protestante: a Bíblia produziu a Igreja. Postura católica: a Igreja produziu a Bíblia, e também a Tradição (Inclusive as nivela). Por isto, pode acrescentar e tirar.
Não é a Bíblia protestante que tem livros a menos. A Bíblia católica é que tem livros a mais. Foi a Igreja Católica quem os acrescentou. (Ap 22:18-19)

COMO OS APÓCRIFOS FORAM APROVADOS:

A igreja romana aprovou os apócrifos em 08 de Abril de 1546 como meio de combater a Reforma Protestante. Nessa época, os protestantes combatiam violentamente as doutrinas romanistas do purgatório, oração pelos mortos, salvação pelas obras, etc. Os romanistas viam nos apócrifos base para tais doutrinas, e apelaram para eles aprovando-os como “canônicos”.
Houve prós e contras dentro dessa própria igreja, como também depois. Nesse tempo, os jesuítas exerciam muita influência no clero. Os debates sobre os apócrifos motivaram ataques dos dominicanos contra os franciscanos. O biblicista católico John L. Mackenzie em seu "Dicionário Bíblico", sob o verbete Cânone, comenta que no Concílio de Trento houve várias "controvérsias notadamente candentes" sobre a aprovação dos apócrifos. Mas o cardeal Pallavacini, em sua "História Eclesiástica" declara mais nitidamente que, em pleno Concílio, 40 bispos dos 49 presentes travaram luta corporal, agarrando às barbas e batinas uns dos outros...
Foi nesse ambiente "ESPIRITUAL", que os apócrifos foram aprovados. A primeira edição da Bíblia (“versão”) católico-romana com os apócrifos deu-se em 1592, com autorização do papa Clemente VIII. Os Reformadores protestantes publicaram a Bíblia com os apócrifos, colocando-os entre o Antigo e Novo Testamentos, não como livros inspirados, mas bons para a leitura e de valor literário histórico. Isto continuou até 1629.

VULGATA DE JERÔNIMO:

O arranjo da Vulgata (versão latina oficial da Igreja católica romana, desde o Concílio de Trento) completa em 450 depois de Cristo, mas aceita plenamente em cerca de 650 depois de Cristo, em geral, segue a LXX, só que 1  e 2 Esdras são iguais a Esdras e Neemias, e as partes apócrifas (3 e 4 Esdras), tanto como a Oração de Manassés, são colocados no fim do Novo Testamento. Os Profetas Maiores são colocados antes dos Profetas Menores. É uma tradução do Hebraico para o Latim, língua oficial do império romano.
Quando Jerônimo traduziu a Vulgata, em Belém (a pedido do papa Dâmaso I), incluiu os apócrifos oriundos da Septuaginta, através da antiga versão latina de 170, porque lhe foi ordenado, mas indicou que os mesmos não poderiam ser base de doutrinas.

Os livros são: 1 Esdras, 2 Esdras, Tobias, Judite, Adição a Ester, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico, Baruque, Adições a Daniel (Cântico dos 3 Rapazes, História de Susana, Bel e o Dragão), Oração de Manassés, 1 Macabeus, 2 Macabeus.

A Bíblia protestante segue a mesma ordem tópica do arranjo da Vulgata, só que omite todas as partes apócrifas...
Na ordem, a Bíblia protestante segue a Vulgata, no conteúdo, segue a Hebraica.

A VERSÃO CATÓLICO-ROMANA:

Seguindo a Vulgata que traduziu da LXX (Septuaginta), com exceção de Oração de Manassés, o cânon católico incorporou os apócrifos após a Reforma. Quando a Vulgata os inseriu, distinguiu-os dos canônicos. Aos apócrifos, chamou de deuterocanônicos, isto é, livros do “segundo cânon” (eclesiásticos).
Na versão de edição Católico-Romana, há um total de 73 livros, sendo 7 apócrifos, além de 4 acréscimos ou apêndices a livros canônicos, sendo assim um total de 11 escritos apócrifos: Tobias (após Esdras); Judite (após Tobias); Sabedoria de Salomão (após Cantares); Eclesiástico (após Sabedoria de Salomão); Baruque – incluindo a Epístola a Jeremias (após Lamentações); 1 Macabeus (após Ester); 2 Macabeus (após 1 Macabeus). São os seguintes os apêndices apócrifos: Acréscimos a Ester (Et 10:4 – 16:24); acréscimos a Daniel: (Cântico dos três rapazes – Dn 3:24-90;  História de Suzana – Dn 13; Bel e o Dragão – Dn 14).
Além disso, as bíblias católicas possuem livros canônicos com nomenclatura diferenciada da empregada nas edições evangélicas. No entanto, esta diferença não tem importância. No entanto é bom conhecê-las:



BÍBLIA EVANGÉLICA
BÍBLIA CATÓLICA
1, 2 Samuel
1, 2 Reis
1, 2 Reis               
3, 4 Reis
1, 2 Crônicas
1, 2 Paralipômenos
Esdras e Neemias
1, 2 Esdras
Lamentações de Jeremias
Trenos

Como podemos ver estas diferenças são apenas de nomes, mais ou menos apropriados e que para todos eles existem justificativas históricas e tradicionais. Existem também diferenças na numeração dos Salmos:

BÍBLIA EVANGÉLICA
BÍBLIA CATÓLICA
Sl 9
Sl 9,10
Sl 10 - 112
Sl 11 - 113
Sl 113
Sl 114, 115          
Sl 114 - 115
Sl 116
Sl 116 - 145
Sl 117-146
Sl 146 - 147
Sl 147
Sl 148 - 150
Sl 148 - 150

Os 39 livros que do nosso Antigo Testamento os católicos denominam Protocanônicos, os livros que nós chamamos apócrifos, eles chamam de deuterocanônicos e os livros que nós chamamos pseudepígrafos, eles chama de apócrifos. (estes livros, os pseudepígrafos, não aparecem em nenhuma Bíblia de edições católica ou protestante).

O ESTUDO DAS ESCRITURAS E O MITO DA SEPTUAGINTA

A conquista da Palestina por Alexandre, o Grande, ocasionou uma nova dispersão dos judeus por todo o império greco-macedônico. Pelo ano 300 antes de Cristo, a colônia de judeus na cidade de Alexandria, Egito, era numerosa, forte e influente. Morrendo Alexandre, seu domínio se dividiu em quatro ramos, ficando o Egito sob a dinastia dos Ptolomeus.
Com o advento da sinagoga, o estudo e a interpretação das Escrituras começou a ganhar importância sobremodo independente, ocupando o centro da vida religiosa judaica.
Foi nessa época de propagação popular das Escrituras que o Rei Ptolomeu II, Filadelfo, rei do Egito (Tempo dos Filadelfos: 284-247 a. C.), grande amante das letras, preocupou-se em enriquecer a famosa biblioteca que seu pai havia fundado. Com este objetivo, muitos livros foram traduzidos para o grego.
Naturalmente, as Escrituras Sagradas do povo hebreu foram levadas em conta, apreciando-se também a grande importância que teria a tradução da Bíblia de seus antepassados da (região hoje conhecida como) Palestina para os judeus cuja língua vernácula era o grego.
Orgulhava-se de possuir todos os livros do mundo. Faltavam as Escrituras. Portanto, mandou traduzir a Torah para o grego, em Alexandria, em 277 a. C. a partir da proposta de Demétrio Falerus, Diretor da Biblioteca de Alexandria.
A ordem de tradução foi enviada a Eleazar, o Sumo Sacerdote. Segundo um relato de Josefo, Sumo Sacerdote de Jerusalém, Eleazar enviou uma embaixada de 72 tradutores a Alexandria, com um valioso manuscrito do Velho Testamento, do qual traduziram o Pentateuco.
No começo, só o Pentateuco foi traduzido. A tradução continuou depois, não se completando senão no ano 150 antes de Cristo. Esta tradução, que se conhece com o nome de Septuaginta ou Versão dos Setenta (por terem sido 70, em número redondo, seus tradutores), foi aceita pelo Sinédrio judaico de Alexandria; mas, não havendo tanto zelo ali como na (região hoje conhecida como) Palestina e devido às tendências helenistas contemporâneas, os tradutores alexandrinos fizeram adições e alterações e, finalmente, sete dos Livros Apócrifos foram acrescentados ao texto grego como Apêndice do Velho Testamento.
Os estudiosos acham que os apócrifos foram unidos à Bíblia, por serem guardados juntamente com os rolos de livros canônicos, e quando foram iniciados os Códices, isto é, a escrituração da Bíblia inteira em um só volume, alguns escribas copiaram certos rolos apócrifos juntamente com os rolos canônicos.
Todos estes livros, com exceção de Judite, Eclesiástico, Baruque e 1 Macabeus, estavam escritos em Grego (sendo Baruque em Hebraico e Tobias em Aramaico), e a maioria deles foi escrita muitíssimos anos depois de o profeta Malaquias, o último dos profetas da Dispensação antiga, escrever o livro que leva o seu nome.
O que se pode concluir daí é que, quando a Septuaginta era copiada, alguns livros não canônicos para os judeus eram também copiados. Isso também poderia ter ocorrido por ignorância quanto aos livros verdadeiramente canônicos.
Pessoas não afeiçoadas ao Judaísmo ou mesmo desinteressadas em distinguir livros canônicos dos não canônicos tinham por igual valor todos os livros, fossem eles originalmente recebidos como sagrados pelos judeus ou não. Mesmo aqueles que não tinham os demais livros judaicos como canônicos certamente também copiavam estes livros, não por considerá-los sagrados, mas apenas para serem lidos. Por que não copiar livros tão antigos e interessantes?
Estes livros, entretanto, têm a importância de refletir o estado do povo judeu e o caráter de sua vida intelectual e religiosa durante as várias épocas que representam; particularmente, a do período de 400 anos, chamado intertestamentário (entre Malaquias e João Batista). É, talvez, por estas razões que os tradutores os juntaram ao texto grego da Bíblia, mas os judeus da (região hoje conhecida como) Palestina nunca os aceitaram no cânon de seus livros sagrados.
Essa tradução nos explica porque foram acrescentados os livros apócrifos à Septuaginta - para tê-los na Biblioteca de Alexandria como literatura da nação israelita.
Parece que o prólogo de Eclesiástico refere-se à Septuaginta. As cópias, completas ou quase completas, mais antigas que temos desta versão são do século IV, e foram confeccionadas por cristãos. Elas têm todos os livros da Bíblia hebraica e alguns dos livros apócrifos.
Isto levou alguns a teorizarem a existência de dois “cânones” do Velho Testamento, um palestiniano e outro alexandrino. Tal teoria, porém, cai por terra quando se observa o conteúdo dos grandes manuscritos da Septuaginta do quarto e quinto séculos.
Eles têm os seguintes livros apócrifos e pseudepígrafos:

Nome do Manuscrito

Sigla de
identificação
Apócrifos
omitidos
Pseudepígrafos presentes
Vaticano
B
1 e 2 Mc
1 Ed
Sinaitico
alefh
Bar
4 Mc
Alexandrino
A
nenhum
1 Ed, 3 e 4 Mc
                                                       
A tabela mostra que os grandes manuscritos cristãos da Septuaginta, embora tivessem todos os livros da Bíblia Hebraica, não tinham os apócrifos com constância e até tinham alguns livros que ninguém, nem mesmo a igreja romana, tenta incluir na Bíblia.
Isto é suficiente para mostrar que não havia consenso sobre que livros adicionar na Septuaginta.  A omissão de vários dos apócrifos e a inclusão de livros que ninguém nunca aceitou como inspirados, ajuda a ver que não havia uma “lista oficial” de livros em Alexandria que era diferente da “lista oficial” da Judéia.
Antes de mais nada, é bom lembrar de novo que as cópias encadernadas da Septuaginta que temos hoje são oriundas dos cristãos e não dos judeus. O fato das cópias da Septuaginta incluirem e omitirem apócrifos e pseudepígrafos mostra que a colocação destes livros numa só encadernação com os inspirados não era indicação de sua aceitação no “cânon” bíblico. Além disto, a igreja lia estas obras, mas as considerava secundárias. Não há nada que pudesse ser chamado de "cânon alexandrino".

Filon e Josefo, que utilizavam quase exclusivamente esta versão grega (a LXX), sempre defenderam o cânon da Bíblia hebraica.
Flávio Josefo (aprox. 90 d.C.) disse:
"Não temos dezenas de milhares de livros em desarmonia e conflitos, mas só vinte e dois contendo o registro de toda a história, que , conforme se crê com justiça, são divinos. Cinco são de Moisés, que referem tudo o que aconteceu até a sua morte, durante perto de três mil anos, e a sequência dos descendentes de Adão. Os profetas que sucederam este admirável legislador, escreveram em treze livros tudo o que se passou depois de sua morte até o reinado de Artaxerxes, filho de Xerxes, rei dos Persas, e os quatro outros livros contêm hinos e cânticos feitos em louvor de Deus e preceitos para os costumes. Escreveu-se também tudo o que se passou desde Artaxerxes até os nossos dias, mas como não se teve, como antes, uma sequência de profetas, não se lhes dá o mesmo crédito que aos outros livros de que acabo de falar e pelos tais temos tal respeito que ninguém jamais foi tão atrevido para tentar tirar ou acrescentar ou mesmo lhe modificar a mínima coisa. Nós os consideramos como divinos,  chamamo-los assim ..." (Contra Ápio 1.8).
Josefo fala apenas de 22 livros porque os judeus dividiam seus livros de modo diferente do nosso. Suas Bíblias tinham 22 ou 24 livros, mas estes são exatamente iguais aos 39 livros do A.T. da nossa Bíblia. 
Josefo reconhece as 3 divisões do cânon e os mesmos livros da Bíblia Hebraica (22). Na opinião dele, nenhum livro canônico foi escrito depois do reinado de Artaxerxes (462-424 a.C.) e ainda afirma que, durante estes séculos, desde Artaxerxes, nada foi alterado nos livros sagrados. Embora Josefo conhecesse os livros do período interbíblico, não os considerava canônicos. Embora fosse um leitor da Septuaginta, não cria que os chamados apócrifos fizessem parte da Bíblia.

Pode a existência da Septuaginta ser uma fabricação usada contra a Palavra de Deus e ser outro exemplo da agressão satânica de longa data contra as Escrituras? Este é um assunto importante que merece estudo.

ATENÇÃO===>>> Vejam esta citação:

A LXX nunca existiu!

Foi Orígenes que fabricou a dita obra (quinta coluna da sua Hexapla - a partir da falsificação conhecida por "Carta de Aristeas") para corromper a igreja com os livros apócrifos dos alegoristas e mais tarde dos IDÓLATRAS do catolicismo, adotando-a na tradução que veio a ser chamada "A Vulgata" de Jerônimo.
Jesus NUNCA fez qualquer referência a tal FANTASMA de versão, nem iria desonrar as Escrituras do Velho Testamento, cotando a suposta tradução com os livros apócrifos pós-Malaquias. O Espírito Santo jamais inspiraria uma versão "milagrosa", como é chamada pelos eruditos não se sabe de quê, levada a cabo por 72 tradutores de 12 tribos que tinham desaparecido do mundo físico. Enfim, uma lenda para crianças da instrução primária! (Ler o livro "The Mythological Septuagint", do Dr. Peter S. Ruckman).
      Fim da citação.

Em um documento lido em uma reunião da prestigiosa Deacan Society de Burgon, 10-11 de julho de 1996, Dr. Kirk D. DiVietro focaliza afiadamente o assunto:
“Você pode perguntar, Por que, afinal, você está trilhando por esta estrada? O que ela significa para mim? Ela significa muito para você. A própria autoridade de sua Bíblia está em jogo. A Septuaginta não é uma tradução literal. Utiliza frequentemente a teoria de "equivalência dinâmica" de tradução. Às vezes passa malabarismos fantásticos, não-literais, inexatos do hebraico. Se nós aceitamos a alegação de que a LXX foi aceita por Jesus e os escritores das Sagradas Escrituras como a Palavra autorizada de Deus, então nós temos que dissolver esta sociedade, e nos unir ao clube de semana da Bíblia moderna... Se Jesus e os escritores de Escritura aceitaram esta como Escritura autorizada, então a inspiração plena, verbal da Escritura é irrelevante. Se Jesus e os escritores de Escritura aceitassem esta como Escritura autorizada, então a doutrina de preservação é um vexame.”
                Veja essa outra citação:
“A tradução foi realizada indubitavelmente durante o 3º e 2º séculos a. C., e é pretendido ter sido acabada já no tempo de Ptolemy II Philadelphus, de acordo com a denominada Carta de Aristeas para Philocrates (c. 130 - 100 a. C.). De acordo com a Carta de Aristeas, o bibliotecário de Alexandria persuadiu Ptolemy II Philadelphus para traduzir a Torá para o grego para uso pelos judeus da Alexandria. A carta menciona que foram selecionados seis tradutores de cada uma das 12 tribos e que eles completaram a tradução em apenas 72 dias. Enquanto os detalhes desta história são indubitavelmente fictícios, o núcleo de fato contido nisto parece ser que o Pentateuco foi traduzido para o grego em algum dia durante a primeira metade do 3º século a. C. Durante os próximos dois séculos o remanescente do VT foi traduzido, como também algum livro apócrifo e não-canônico.” [Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, and John Rhea. editors. Wycliff Bible Encyclopedia, vol. 2 (Chicago: Moody Press, 1975), "Versions, Ancient And Medieval," by William E. Nix.]
                Unger escreve: "Os mais velhos e mais importantes manuscritos da Septuaginta são os seguintes: (a) Códice Vaticanus (b) Códice Alexandrinus... (c) Códice Sinaiticus ". Duas coisas golpearão o leitor perspicaz imediatamente. Estes são manuscritos que não são mais antigos do que o quarto século d. C. Além disso, eles são os manuscritos corruptos nos quais o Texto notório de Westcott-Hort é baseado. Se estes são "os mais velhos e mais importante dos manuscritos" da Septuaginta, nós temos que concluir que os mesmos não são muito velhos e eles não são muito bons. [Merrill F. Unger, Unger's Bible Dictionary (Chicago: Moody Press 1957),p.1149f.]
Jones traz o quadro em aguçado enfoque ao escrever: “Constantemente nos é falado que Vaticanus... e Sinaiticus são os mais velhos manuscritos gregos existentes, consequentemente os mais fidedignos e os melhores; que eles são de fato a Bíblia. Ainda o Texto Grego Novo  que substituiu o Textus Receptus representa nas mentes da vasta maioria dos estudiosos o empreendimento privado de apenas dois homens, dois muito religiosos, embora homens não convertidos, Westcott e Hort. Estes homens fundaram a “Bíblia” deles baseada quase que exclusivamente na quinta coluna do Velho Testamento de Orígenes e no Novo Testamento editado pelo mesmo. As leituras do Novo Testamento deles é derivado quase que  exclusivamente sobre apenas cinco manuscritos, principalmente sobre apenas um só - Vaticanus B. Além disso, deve ser visto que o testemunho destes dois manuscritos corrompidos é (sic) quase que o único responsável para todos os erros introduzidos nas Sagradas Escrituras, em ambos os testamentos, isto através dos críticos modernos!”
 
LIVROS APÓCRIFOS DA SEPTUAGINTA: 3 Esdras, 4 Esdras, Oração de Azarias (Cântico dos Três Rapazes), Tobias, Adições a Ester, A Sabedoria de Salomão, Eclesiástico (Também chamado de Sabedoria de Jesus, filho de Siraque), Baruque, A Carta de Jeremias, Os acréscimos de Daniel, A Oração de Manassés, 1 Macabeus, 2 Macabeus, Judite.

A FALSA REIVINDICAÇÃO DE QUE JESUS USOU A SEPTUAGINTA:

D. A. Waite desafia a contenção que Jesus citou da Septuaginta. Em Mateus 5:18, Jesus falou sobre a Lei e disse: "Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da lei um só i ou um só til, até que tudo seja cumprido." Nosso Senhor falou do "i" e do "til", as menores partes das letras hebraicas. Quão pequeno? Bem, o "i" se refere à letra hebraica “yodh” que é do tamanho de uma apóstrofe. Esta é um terço da altura das outras letras hebraicas. O "til" se refere aos chifres, ou extensões minúsculas, de algumas letras hebraicas, como o “daleth”, algo parecido com o golpe vertical do lábio em nosso “m” ou  “n". Isto excluiria uma Bíblia grega. Além disso, o Novo Testamento se refere a uma divisão tripartite do Velho Testamento - Lei, Profetas e Salmos (Lucas 24:27, 44). Os manuscritos do Velho Testamento grego são, porém, entremeados com escritos apócrifos, nunca reconhecidos como "escritura" pelos rabinos, ou por Cristo ou pelos apóstolos.
Waite também nos refere para Mateus 23:35 como sendo apropriada a esta discussão: “para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que mataste entre o santuário e o altar".
Ele escreve:
Por esta referência, o Senhor pretendeu responsabilizar os Escribas e os Fariseus por todo o sangue de pessoas inocentes derramado do VT inteiro. Abel se acha em Gênesis 4:8, mas Zacarias se acha em 2 Crônicas 24:20-22. Se você olha sua Bíblia hebraica, você achará II Crônicas no último livro (i.é, o último livro na terceira seção, os Escritos). Se, por outro lado, você olha em sua edição da Septuaginta, tal como publicada pela Sociedade Bíblica Americana, 1949, Terceira Edição, editada por Alfred Rahlfs, você vê que ela termina com Daniel seguida por "Bel e o Dragão" !! Isto é prova clara que Nosso Salvador usava o Velho testamento hebraico e não o grego. (Ver Lucas 11:51).
Esta é uma observação significante. A frase, "Abel até Zacarias," é apenas outro modo de declarar, "do início ao fim". Jesus não disse, "de Abel até Bel e o Dragão".

A FALÁCIA DE QUE O NOVO TESTAMENTO FAZ CITAÇÕES DA LXX:

Uma citação no NT de uma passagem do VT, que não é automaticamente uma citação literal do Texto Massorético, não implica necessariamente que o escritor dO Novo Testamento estava usando uma versão diferente do Texto Massorético. Em Ef 4:8, por exemplo, o apóstolo Paulo cita Salmo 68:18 (67:18 na LXX), mas a citação não concorda nem com o Texto Massorético nem com a LXX.
Quando citações no NT variam do Texto Massorético hebraico do VT não implica necessariamente o uso da LXX. Os escritores do NT, escrevendo debaixo da inspiração do Espírito Santo, sentiram-se livres para levar a passagem do VT a dar um significado mais completo a eles revelado pelo Espírito Santo.

DiVietro afirma:
Seria errado presumir que Jesus usou a Septuaginta. Qualquer liberdade que Ele praticou com o texto das Escrituras hebraicas, Ele o fez como Seu Autor, não como Seu Crítico. Estaria, também, errado presumir que os escritores do Novo Testamento usaram a Septuaginta como o Velho Testamento autorizado deles. Suas formas características de tradução não fornecem nenhuma defesa da prática moderna de tradução de paráfrase e ou equivalência dinâmica. As leituras aberrantes da LXX não deveriam ser elevadas sobre as leituras do Texto Massorético.

FORMAÇÃO DO CÂNON DO NOVO TESTAMENTO

A história do cânon do N.T. difere da do A.T. em vários aspectos:
Primeiro: o Cristianismo (N.T.) foi desde o começo uma religião internacional e não restrita a um só povo, como no caso do período do A.T. (restrito aos judeus), não havia comunidade profética fechada que recebesse os livros inspirados e os coligisse (colecionasse) em determinado lugar, etc. Por isto, o processo mediante o qual todos os escritos apostólicos se tornassem universalmente aceitos levou muitos séculos. Felizmente, há mais manuscritos do Novo Testamento do que do Antigo Testamento.
                Segundo: uma vez que as discussões resultaram no reconhecimento dos 27 livros canônicos do N. T., não mais houve movimentos dentro do Cristianismo, no sentido de acrescentar ou eliminar livros.
                O cânon do N. T. encontrou acordo geral no seio da igreja universal. Não há N. T. com apócrifos.

O CÂNON DO N.T. DEU-SE DE FORMA PROGRESSIVA:

Desde o início, havia escritos falsos, não-apostólicos, em circulação (Lc 1:1-4; 2 Ts 2:20;        2 Ts 3:17).
                No início da igreja primitiva (século I), havia um processo seletivo em operação. Toda e qualquer palavra a respeito de Cristo, oral ou escrita, era submetida ao ensino dos apóstolos            (1 Jo 1:3; 2 Pe 1:16).
                Era o “cânon vivo” das testemunhas oculares, mediante o qual os escritos vieram a ser reconhecidos.
Os primeiros cristãos (igrejas) iam recebendo, lendo e colecionando as cartas apostólicas, cheias de autoridade divina, lançando assim o alicerce de uma coleção crescente de documentos inspirados (Circulação das Cartas: 1 Ts 5:27; Cl 4:16; 1 Pe 1:1-2; 2 Pe 3:14-16; Ap 1:3). As igrejas, assim, estavam envolvidas em um processo iniciante de canonização.
Os cristãos eram admoestados a ler continuamente as Escrituras (1 Tm 4:11, 13). A única maneira pela qual se poderia realizar isto no seio de um número crescente de igrejas era fazer cópias, de tal sorte que cada igreja ou grupo de igrejas tivesse sua própria compilação de escritos autorizados.
Essa aceitação original de um livro, o qual era autorizadamente lido nas igrejas, teria importância crucial para o reconhecimento posterior de um livro canônico.
Assim, o processo de canonização estava em andamento desde o início da igreja. As primeiras igrejas foram exortadas a selecionar apenas os escritos apostólicos fidedignos. Desde que determinado livro fosse examinado e dado por autêntico, fosse pela assinatura, fosse pelo emissário apostólico, era lido na igreja e depois circulava entre os crentes de outras igrejas.
As coletâneas desses escritos apostólicos começaram a tomar forma nos tempos dos apóstolos. Pelo final do século I, todos os 27 livros do N. T. haviam sido recebidos e reconhecidos pelas igrejas cristãs como divinamente inspirados. O cânon estava completo, e todos os livros haviam sido reconhecidos pelos crentes de outros lugares.
Por causa da multiplicidade dos falsos escritos e da falta de acesso imediato às condições relacionadas ao recebimento inicial de um livro, o debate a respeito do cânon prosseguiu durante vários séculos, até que a igreja universal finalmente reconheceu a canonicidade dos 27 livros do       N. T.
Logo após a primeira geração, passada a era apostólica, todos os livros do N. T. haviam sido citados por algum pai da igreja, como dotados de autoridade. Por sinal, dentro de 200 anos depois do século I, quase todos os versículos do N. T. haviam sido citados em uma ou mais das mais de        36 mil citações dos pais da igreja.
Uma tradução do N. T. (Antiga siríaca) circulou na Síria pelo fim do século IV, representando um texto que datava do século II e incluía os livros do N. T., exceto 2 Pedro,             2 e 3 João, Judas e Apocalipse.
Atanásio, o “Pai da Ortodoxia”, relaciona com clareza todos os 27 livros do N. T. como canônicos (Cartas, 3,267,5).
Resumindo: o processo de coligir os escritos apostólicos confiáveis iniciou-se nos tempos do N. T. No século II, houve exame desses escritos mediante a citação da autoridade divina de cada um dos 27 livros do N. T. No século III, as dúvidas e as objeções a respeito de determinados livros prosseguiram, culminando nas decisões dos pais da igreja e dos concílios influentes do século IV.





               
FATORES QUE INFLUENCIARAM A IGREJA NO CÂNON DO N. T.:

Alguns fatores influenciaram para que a igreja primitiva definisse de vez a lista dos livros canônicos do N. T.
Márcion (ou Marcião) foi um herege gnóstico (150 d.C.) que, dentre outras coisas, fez uma lista de livros a serem aceitos. Rejeitou todo o Velho Testamento por considerá-lo obra de um “deus inferior”. Sua lista de livros bíblicos incluiu: uma versão resumida de Lucas (retirando os primeiros capítulos por serem muito judaicos) e mais dez epístolas de Paulo (as chamadas “Pastorais” não foram aceitas por lhe serem contrárias, assim como todas as outras). Chamou “Efésios” de “Laodicenses”.
Sua rejeição dos livros bíblicos forçou as igrejas a tomarem uma posição explícita sobre estes livros. De fato, a rejeição dos livros prova que já havia um consenso, mas a igreja se tornou mais consciente deste consenso na luta contra a heresia. As heresias levaram à defesa da fé. Afinal, “os germes estimulam a formação de anticorpos”...
Na segunda metade do segundo século, o Novo Testamento já foi considerado par do Antigo. Começam os comentários, trabalhos literários e traduções do Novo Testamento. As traduções para o Latim antigo e para o Siríaco neste período já incluem todo o Novo Testamento, exceto 2 Pedro na versão Siríaca.
A heresia de Marcião e de Montano, bem como os movimentos gnósticos, contribuíram para a aceleração do processo de reconhecimento dos livros inspirados; uma vez que Marcião negava muitos livros. Montano alegava ter novas revelações e os gnósticos buscaram produzir sua literatura “superior”.
                Outros fatores que influenciaram foram as perseguições do imperador romano Diocleciano (302-305 d.C.). De acordo com o historiador cristão Eusébio, houve um edito imperial da parte de Diocleciano (303 d.C.), ordenando que “as Escrituras fossem destruídas pelo fogo”.
                A perseguição motivou um exame sério da questão dos livros canônicos, quais eram realmente canônicos e deveriam ser preservados.
É sabido que, traiçoeiramente, mesmo durante a vida dos apóstolos, no século I, já havia algumas pessoas que insinuavam a existência de uma ou outra corrupção na Palavra de Deus.
Livros falsificados, quer totalmente (como a Epístola de Hermas, de Barnabé, etc.), quer parcialmente, já tentavam se insinuar nas igrejas, mesmo durante a vida dos apóstolos! Que ousadia! O apóstolo Paulo já advertia:

“Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus, antes falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus.” (2 Coríntios 2:17).

“Que não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto.”         (2 Tessalonicenses. 2:2).

Mas ninguém pode deixar de ver e se esquivar de reconhecer que todas estas corrupções do século I e todas as poucas corrupções subseqüentes foram totalmente rejeitadas pela massa das igrejas! Particularmente, os textoS  dos pouquíssimos manuscritos alexandrinos (séculos IV em diante) em que todo o TC se edifica foram totalmente rejeitados  pelo total da enorme massa das igrejas e jamais foram copiados e usados para qualquer coisa. (Usamos o plural "textoS" porque cada um destes manuscritos alexandrinos difere terrivelmente dos outros, em muitos milhares de pontos! Diferem mais entre si do que diferem do TR!!!...).
                Podemos resumir dizendo que a grande maioria dos livros do N. T. jamais sofreu polêmicas quanto à sua inspiração desde o início. Certos livros não-canônicos, que gozavam de grande prestígio, que eram muito usados e que tinham sido incluídos em listas provisórias de livros inspirados, foram tidos como valiosos para emprego devocional e homilético, mas nunca obtiveram reconhecimento canônico por parte da igreja.
                Só os 27 livros do N. T. são tidos e aceitos como genuinamente apostólicos e encontraram lugar no cânon do Novo Testamento.

Assim, podemos dizer que, logo no mais tenro início, no primeiro e segundo século do Cristianismo, ocorreu a canonização (no sentido de "reconhecimento informal e consensual, pela grande massa das igrejas locais fiéis"):
a) tanto de quais os 27 LIVROS que compunham o NT;
b) como também de quais as PALAVRAS exatas que compunham cada um destes 27 livros.

Também podemos dizer que, ao final do século IV, ocorreu a canonização (no sentido de "declaração formal e oficial da grande massa de igrejas locais, mesmo que já não totalmente locais e nem todas fiéis, posto que o Romanismo já se desenvolvia, Roma já se impunha, ainda que o Romanismo ainda tivesse muito em que degenerar"):
a) tanto de quais os 27 LIVROS que compunham o NT;
b) como também de quais as PALAVRAS exatas que compunham cada um destes 27 livros.

CRITÉRIOS PARA SE RECONHECER A CANONICIDADE DE UM LIVRO

                Quatro princípios gerais ajudaram a determinar quais livros deveriam ser aceitos como canônicos:
a)       Apostolicidade: foi escrito por um apóstolo, ou, senão, tinha o escritor do livro um relacionamento tal com um apóstolo, de modo a elevar seu livro ao nível dos livros apostólicos? (At 4:13 mostra a credibilidade dos apóstolos).
b)       Conteúdo: era o conteúdo de um dado livro de tal natureza espiritual que lhe desse o direito a esta categoria? Esse teste eliminou muitos livros apócrifos ou pseudo-apócrifos.
c)       Universalidade: era o livro recebido universalmente pela igreja?
      d)  Inspiração: mostrava o livro evidência de ter sido divinamente inspirado? Era o teste final. Tudo tinha que cair diante dele.

Da mesma forma que a apostolicidade é provada, também é provada a canonicidade dos livros do Novo Testamento, tal como se prova a autoria dos renomados escritores mundiais cujas obras trazem seus nomes.

A consciência cristã, dominada pelo Espírito, discerniu entre o puro e o impuro. Cumpre ressaltar que tal realização não se deve nem à própria Igreja, mas que ela aconteceu obedecendo aos mesmos processos da canonização do Velho Testamento. Isto é, cada livro foi se impondo e falando por si mesmo com suas provas internas e externas até que, em determinado tempo, foi reconhecido pelas autoridades eclesiásticas e pelos Pais da Igreja como possuindo autoridade apostólica, não havendo a intervenção de Concílios.
Os livros apareceram primeiramente separados, em épocas e localidades diferentes. Foram guardados com carinho pelas Igrejas e aceitos como apostólicos. Eram lidos nas assembléias cristãs, em reuniões devocionais, inspirativas e doutrinárias.

Ao encerramento do N. T. (isto é, ao terminar de ser escrito o livro de Apocalipse, em cerca do ano 96 depois de Cristo) foi reconhecido por TODOS os crentes fiéis que o cânon do N. T. (isto é a coleção de 27 livros que o constituem) estava encerrado para sempre, e incluía o livro do Apocalipse. Claro que, sempre houve, há e haverá um pequeno grupo de descrentes em algum livro, sempre há e haverá os infiéis, os agentes que o Diabo sempre introduz para levantar dúvidas a princípio leves e sutis, depois mais pesadas.
Algo depois do acima referido encerramento do N. T., tudo isto acima dito (e que sempre foi o consenso entre os crentes fiéis) foi meramente RECONHECIDO e declarado OFICIALMENTE e por TODOS, mesmo sob a coordenação/comando do distorcedor Romanismo incipiente, no III Concílio de Cártago, em 397 d. C.

Desde os primeiros séculos foi reconhecido e desde a Reforma foi re-confirmado o cânon dos CONTEÚDOS (as Exatas PALAVRAS) dos Livros da Bíblia. Portanto, o assunto está encerrado, fechado !!!
(Dt 4:2, 12:32; Pv 30:6; Ec 3:14; Ap 22:18-19; 2 Pe 1:3; Jd 3)

O NOVO TESTAMENTO é canônico, uma vez que todos os seus livros, e somente eles, foram desde o início universalmente reconhecidos como inspirados, porque:

  • Foram escritos pelos apóstolos (ou suas segundas pessoas) Cl 1:1-2.
  • Foram universal e espontaneamente aceitos 1 Ts 2:13.
  • Foram aceitos pelos “pais da igreja” (filhos ou netos espirituais dos apóstolos, por quem foram ensinados, diretamente. Exemplo: Policarpo, filho na fé de João).
  • Tem conteúdo evidentemente inspirado, edificante, espiritual, harmônico com toda a Bíblia.

É notável o fato de não termos tido interferência da autoridade da igreja na constituição de um cânone; nenhum concílio discutiu esse assunto; nenhuma decisão formal foi tomada. O Cânone do N.T. parece ter se formado sozinho... Lembremo-nos que esta não-interferência de autoridade constitui um tópico valioso de evidência quanto à genuinidade dos quatro evangelhos; pois assim parece que não foi devido a qualquer autoridade adventícia, mas sim a seu próprio peso, que desbancaram todos os seus rivais. (George Salmon – Uma Introdução Histórica ao Estudo dos Livros do Novo Testamento, 1888, pág. 121).

É bom que fique claro, que certos livros do Novo Testamento foram considerados canônicos independentemente de se conhecer quem os escreveu. O exemplo clássico que temos disso é a Carta aos Hebreus.
Muitos dos debates que ainda perduram até hoje sobre alguns livros do Novo Testamento, não se ligam à sua canonicidade, mas à sua autoria.

OBSERVAÇÕES:

a) Em 200 d.C., só um pequeno punhado de cristãos [pelo menos na aparência] ainda tinha algumas pequenas dúvidas sobre os livros: Hebreus (“quem escreveu”), 2 e 3 João (“não seriam só cartas para uso pessoal dos endereçados?”), 2 Pedro (“será um pseudepígrafo, autor usando nome de outrem, respeitado?”), Tiago (“será que contradiz os escritos de Paulo?”), Judas (“será que quis implicar que o livro de Enoque era inspirado mas foi perdido?”) ou Apocalipse (“será mesmo João que o escreveu? Os símbolos não são misteriosos demais?”).
b) Em 397 d. C., o N.T., tal qual o temos hoje, foi oficialmente reconhecido no Concílio de Cártago, para o Ocidente. Em 500 d. C., o foi no Oriente.

Finalmente, também podemos dizer que, após a invenção da Imprensa, e no início do século XVI, com o maravilhoso movimento de Deus trazendo a Reforma Protestante, ocorreu a RE-confirmação do Cânon dos conteúdos (as exatas PALAVRAS) dos 39 livros do V. T. e 27 do N. T. (por UNANIMIDADE de TODAS as igrejas "protestantes" de TODAS as nações raças e povos !!!).

Desde os primeiros séculos e desde a Reforma Protestante está definitiva e completamente fechado o Cânon das exatas PALAVRAS das Escrituras, em Hebraico-Aramaico e em Grego, tanto quanto está fechado o Cânon de quais são os 66 LIVROS que formam a Bíblia!
(Dt 4:2, 12:32; Pv 30:6; Ec 3:14; Ap 22:18-19; 2 Pe 1:3; Jd 3)
É tão impensável e intolerável levantarmos dúvidas (seja através de colchetes ou de notas de rodapé, seja direta e expressamente, como ocorre em alguns versões modernas da Bíblia) sobre uma sequer das palavras do Texto Massorético de Ben Chayyim, mais o Textus Receptus (mais particularmente, aquele usado pela Bíblia KJV-1611),  omitirmos ou modificarmos tal palavra, quanto fazermos a mesma coisa em relação a um dos livros da Bíblia!

A Bíblia foi escrita e seus livros reunidos num conjunto que foi transmitido, através dos séculos até os nossos dias. Através de cópias feitas à mão, os textos bíblicos do Velho e do Novo Testamentos foram transmitidos e preservados até a invenção da imprensa.
Em 1516, um humanista conhecido como Desidério Erasmo ou Erasmo de Rotherdan, publicou o primeiro Novo Testamento em Grego, encerrando o período de transmissão manuscrita do N. T. e iniciando uma verdadeira "febre" de publicação de textos gregos do Novo Testamento. Foi com base nestes textos gregos que, mais tarde, as traduções bíblicas foram reiniciadas e a Palavra de Deus divulgada cada vez mais.
Tecnicamente, o primeiro Novo Testamento Grego foi impresso pelo cardeal Ximenes de Cisneros; mas, como a obra aguardava o término da impressão do texto do Velho Testamento para ser distribuída, a obra de Erasmo é considerada a primeira.

CLASSIFICAÇÃO DOS LIVROS DO N. T. :

1 - HOMOLOGOUMENA: (significa: falar como um). São os livros bíblicos que foram aceitos por todos.

                Em geral, 20 dos 27 livros do N. T. foram aceitos por todos. Exceto: Hebreus, Tiago,              2 Pedro, 2 e 3 João, Judas e Apocalipse. Outros três livros, Filemom, 1 Pedro e 1 João, foram omitidos, não questionados.            

2 - ANTILEGOMENA: (significa: falar contra). São os livros bíblicos que em certa ocasião foram questionados por alguns.

                De acordo com o historiador cristão Eusébio, houve 7 livros cuja autenticidade foi questionada por alguns dos pais da igreja, e por isto ainda não haviam obtido reconhecimento universal por volta do século IV.
                Isto não significa que não haviam tido aceitação inicial por parte das comunidades apostólicas e subapostólicas. Tampouco, o fato de terem sido questionados, em certa época, por alguns estudiosos, é indício de que sua presença no cânon seja menos firme que os demais livros.
                Ao contrário, o problema básico a respeito da aceitação da maioria desses livros não era o reconhecimento de sua inspiração divina ou falta de inspiração; mas sim, a falta de comunicação entre o Oriente e o Ocidente a respeito de sua autoridade divina.
                São eles: Hebreus, Tiago, 2 Pedro, 2 e 3 João, Judas e Apocalipse.
               
Hebreus: foi basicamente a anonimidade do autor que suscitou dúvidas. Por isso, o livro permaneceu sob suspeição para os cristãos do Oriente, que não sabiam que os crentes do Ocidente o haviam aceito como autorizado e inspirado.
                Outro fator que influenciou foi o fato de que os montanistas heréticos terem recorrido a Hebreus em apoio a algumas de suas concepções errôneas, o que fez demorar sua aceitação nos círculos ortodoxos.
                Ao redor do século IV, no entanto, sob a influência de Jerônimo e Agostinho, esse livro encontrou lugar permanente no cânon.

Tiago: sua veracidade e autoria foram desafiadas. Os primeiros leitores atestaram que era Tiago, irmão de Jesus (At 15 e Gl 1). Todavia, a igreja ocidental não teve acesso a esta informação. Também, houve a questão do aparente conflito com o ensino de Paulo sobre a justificação somente pela fé. No entanto, sua aceitação como canônico baseia-se na compreensão de sua compatibilidade essencial com os ensinos paulinos.

2 Pedro: foi a Carta que mais ocasionou dúvidas quanto à sua autenticidade. Isto se deveu à dessemelhança de estilo com a primeira Carta de Pedro. As diferenças, porém, podem ser explicadas facilmente, por causa do emprego de um escriba em 1 Pedro, o que não ocorreu em 2 Pedro (vide 1 Pe 5:12).

2 e 3 João: o fato do seu questionamento foi porque o escritor se identificou apenas como “o presbítero” e, além da anonimidade, sua circulação foi limitada. Porém, a semelhança de estilo e de mensagem com 1 João, que já havia sido aceita, mostrou ser óbvio que 2 e 3 João vieram também do apóstolo João.

Judas: a confiabilidade deste livro foi questionada por alguns. A contestação se centrava nas referências ao livro pseudepígrafo de Enoque (Jd 14, 15) e numa possível referência ao livro Assunção de Moisés (Jd 9). Porém, suas citações não são diferentes das citações feitas por Paulo de poetas não-cristãos (At 17:28; 1 Co 15:33; Tt 1:12). O que Judas fez foi citar um fragmento de verdade encravado naqueles livros e não dizer que eles teriam autoridade divina. Sua canonicidade foi reconhecida pelos primeiros pais da igreja (Ireneu, Clemente de Alexandria, Tertuliano). O Papiro Bodmer (P72), recentemente descoberto, confirma o uso de Judas ao lado de 2 Pedro, na igreja copta (igreja ortodoxa no Egito) do século III.

Apocalipse: A doutrina do Milenarismo (Ap 20) foi o ponto central da controvérsia, que durou até fins do século IV. Como os montanistas heréticos basearam seus ensinos heréticos no livro de Apocalipse, no século III, a aceitação definitiva desse livro acabou sofrendo uma demora. A partir do momento em que se tornou evidente que este livro estava sendo mal usado pelas seitas, embora tivesse sido escrito por intermédio de João (Ap 1:4; 22:8-9), e não dentre os hereges, assegurou-se o lugar definitivo no cânon sagrado.

RESUMO: Alguns pais da igreja haviam se posicionado contra esses livros, por causa da falta de comunicação, ou por causa de más interpretações desses livros antilegomena. A partir do momento em que a verdade passou a ser do conhecimento de todos, tais livros foram aceitos plena e definitivamente, passando para o cânon sagrado, da forma exata como haviam sido reconhecidos pelos cristãos primitivos desde o início.

3 - PSEUDEPÍGRAFOS: (significa: falsos escritos). Livros não-bíblicos rejeitados por todos.

                Durante os séculos II e III, numerosos livros espúrios e heréticos surgiram (escritos falsos). A corrente principal do Cristianismo seguia Eusébio, que os chamou de livros “totalmente absurdos e ímpios”.
                Esses livros tem apenas interesse histórico. O conteúdo deles resume-se em ensinos heréticos, eivados de erros gnósticos (seita filosófica que arrogava para si conhecimento especial dos mistérios divinos), docéticos (ensinavam a divindade de Cristo, mas negavam Sua humanidade, alegando que Ele só tinha a aparência de ser humano) e ascéticos (os monofisistas ascéticos ensinavam que Cristo tinha uma única natureza, uma fusão do divino com o humano).
                Tais livros revelavam desmedida fantasia religiosa. Evidenciavam uma curiosidade para descobrir mistérios não revelados nos livros canônicos (como onde esteve Jesus dos 12 aos 30 anos).
                Eles, em sua maior parte, não haviam sido aceitos pelos pais primitivos e ortodoxos da igreja, nem pelas igrejas, não sendo, portanto, considerados canônicos.
O número exato desses livros é difícil de apurar. Por volta do século XIX, Fótio havia relacionado cerca de 280 obras. Depois apareceram outras.

Alguns deles:

Evangelhos: O Evangelho de Tomé, O Evangelho dos ebionitas, O Evangelho de Pedro, O Proto-Evangelho de Tiago, O Evangelho dos egípcios, O Evangelho arábico da infância, O Evangelho de Nicodemos, O Evangelho do carpinteiro José, A História do carpinteiro José, O Passamento de Maria, O Evangelho da natividade de Maria, O Evangelho de um Pseudo-Mateus, Evangelho dos Doze, de Barnabé, de Bartolomeu, dos Hebreus, de Marcião, de André, de Matias, de Pedro, de Filipe.

Atos: Os Atos de Pedro, Os Atos de João, Os Atos de André, Os Atos de Tomé, Os Atos de Paulo, Atos de Matias, de Filipe, de Tadeu.

Epístolas: A Carta atribuída a nosso Senhor, A Carta perdida aos coríntios, As (Seis) Cartas de Paulo a Sêneca, A Carta de Paulo aos laodicenses (também pode ser considerado entre os apócrifos).

Apocalipses: de Pedro (também pode ser considerado entre os apócrifos), de Paulo, de Tomé, de Estêvão, Segundo Apocalipse de Tiago, Apocalipse de Messos, de Dositeu. (os 3 últimos foram descobertos em 1946, em Nag-Hammadi, no Egito).

Outras obras: Livro secreto de João, Tradições de Matias, Diálogo do Salvador. (também descobertos em 1946, em Nag-Hammadi, no Egito).

4 - APÓCRIFOS: (significa: escondidos ou duvidosos). Livros não-bíblicos aceitos por alguns, mas rejeitados por outros.

                Esses livros gozavam de grande estima pelo menos da parte de um pai da igreja. Tiveram, quando muito, o que Alexander Souter chamou de “canonicidade temporal e local”. Haviam sido aceitos por um número limitado de cristãos, durante um tempo limitado, mas nunca receberam um reconhecimento amplo ou permanente.
                Eram considerados mais importantes que os pseudepígrafos e faziam parte das bibliotecas devocionais e homiléticas das igrejas primitivas, pelas seguintes razões: revelam os ensinos da igreja do século II; fornecem documentação da aceitação dos 27 livros canônicos do N.T.; fornecem informações históricas a respeito da igreja primitiva, quanto à sua doutrina e liturgia.
               
São eles: Epístola do Pseudo-Barnabé; Epístola aos coríntios; Homilia antiga (chamada “Segunda epístola de Clemente); O pastor, de Hermas (foi o livro não-canônico mais popular da igreja primitiva); O Didaquê (ou “Ensino dos doze apóstolos”); Apocalipse de Pedro; Atos de Paulo e de Tecla; Carta aos laodicenses; Evangelho segundo os hebreus; Epístola de Policarpo aos filipenses; Sete epístolas de Inácio (este teria sido discípulo de João, mas não reivindica para si autoridade divina).

A SUFICIÊNCIA DA BÍBLIA (Sl 119:89-104; Lc 16:29-31)

Faz parte integrante da fé evangélica a convicção de que a igreja nada pode acrescentar à Bíblia (Dt 4:2, 12:32; Pv 30:6; Ec 3:14; Ap 22:18-19; 2 Pe 1:3; Jd 3) e de que todas as suas doutrinas devem ser testadas pela sua fidelidade às Escrituras (At 17:11).
Embora nos valendo da erudição dos expositores, nem por isso devemos aceitar deles, ou de quem quer que seja, qualquer opinião que esteja em conflito com o sentido claro da própria Bíblia (At 17:11) – pois cremos que esta nunca se contradiz.
Em última análise, devemos depender da unção do mesmo Espírito de Deus que inspirou os escritores (Jo 16:13; 1 Co 2:10-14; 1 Jo 2:27). Para tanto, havemos de <<permanecer Nele>>, a fim de sabermos o que é que nos diz o Deus que <<falou aos profetas>> (Jo 6:63; 2 Co 3:6).
“Toda escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.”
2 Timóteo 3:16-17

A AUTORIDADE SUPREMA DAS ESCRITURAS

Pergunta-se: Qual a maneira mais convincente de demonstrar a autoridade de um leão?
Resposta: solte-o e verás...
É assim com a Bíblia também...

A igreja primitiva recebia a Bíblia como a autoridade final. Gaussen diz:
                “Com exceção unicamente de Theodore de Mopsuestia, tem sido impossível encontrar, ao longo dos oito primeiros séculos do cristianismo, um único doutor que tenha negado a inspiração plena das Escrituras, a menos que fosse no seio das mais violentas heresias que têm atormentado a igreja cristã; isso equivale a dizer, entre os gnósticos, os maniqueístas, os anomistas e os maometanos”. L. Gaussen, Theopneustia (Chicago: The Bible Institute Colportage Ass’n n. D.) pág. 139 e segs. (Palestras em Teologia Sistemática – Henry Clarence Thiessen, pg. 45).
A autoridade suprema das Escrituras também é uma doutrina puritano-presbiteriana. A ela, os puritanos tiveram que apelar frequentemente na luta que foram obrigados a travar contra as imposições litúrgicas da Igreja Anglicana.

A Confissão de Fé de Westminster professa a referida doutrina em três parágrafos do seu primeiro capítulo. No quarto parágrafo, ela trata da origem ou fundamento da autoridade das Escrituras: “A autoridade da Escritura Sagrada, razão pela qual deve ser crida e obedecida, não depende do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas depende somente de Deus (a mesma verdade) que é o Seu Autor; tem, portanto, de ser recebida, porque é a Palavra de Deus”.
               
O décimo e último parágrafo desse capítulo confere às Escrituras (a voz do Espírito Santo) a palavra final para toda e qualquer questão religiosa, reconhecendo-a como supremo tribunal de recursos em matéria de fé e prática: “O Juiz Supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas têm de ser determinadas, e por quem serão examinados todos os decretos de concílios, todas as opiniões dos antigos escritores, todas as doutrinas de homens e opiniões particulares; o Juiz Supremo, em cuja sentença nos devemos firmar, não pode ser outro senão o Espírito Santo falando na Escritura”.

Mas, visto que Cristo nos fala agora pelo Seu Espírito por meio das Escrituras (Hb 1:1), e que as revelações da criação e da consciência não são nem perfeitas e nem suficientes à salvação do homem, por causa da queda, que corrompeu tanto uma como outra, a Palavra final, suficiente e autoritativa de Deus para esta dispensação são as Escrituras Sagradas.
O fato é que, por procederem de Deus, as Escrituras reivindicam atributos divinos: são perfeitas, fiéis, retas, puras, duram para sempre, verdadeiras, justas (Sl 19:7-9) e santas (2 Tm 3.15).  Cf. também Salmo 119:39, 43, 62, 75, 86, 89, 106, 137, 138, 142, 144, 160, 164, 172, Mateus 24:34; João 17:17; Tiago 1:18; Hebreus 4:12 e 1 Pedro 1:23, 25.

Que autoridade teria Paulo para exortar aos gálatas no sentido de rejeitarem qualquer evangelho que fosse além do Evangelho que ele lhes havia anunciado, ainda que viesse a ser pregado por anjos?
Só há uma resposta razoável: ele sabia que o Evangelho por ele anunciado não era segundo o homem; porque não o havia aprendido de homem algum, mas mediante a revelação de Jesus Cristo (Gl 1:8-12).
Jesus também atesta a autoridade suprema das Escrituras: pelo modo como a usa, para esclarecer qualquer controvérsia: "está escrito" (exemplos:                Mt 4:4, 6, 7, 10; etc.), e ao afirmar explicitamente a autoridade das mesmas, dizendo em João 10:35 que "a Escritura não pode falhar."

A fé reformado-puritana reconhece a autoridade de todo o conteúdo das Escrituras, e sua plena suficiência e suprema autoridade em matéria de fé e práticas eclesiásticas.
Tão importante foi a redescoberta destas doutrinas pelos reformadores (Reforma Protestante) que se pode afirmar que, da aplicação prática das mesmas, decorreu, em grande parte, a profunda reforma doutrinária, eclesiástica e litúrgica que deu origem às igrejas protestantes.
Todas as doutrinas foram submetidas à autoridade das Escrituras. Todos os elementos de culto, cerimônias e práticas eclesiásticas foram submetidos ao escrutínio da Palavra de Deus. A própria vida (trabalho, lazer, educação, casamento, etc.) foi avaliada pelo ensino suficiente e autoritativo das Escrituras. Muito entulho doutrinário teve que ser rejeitado. Muitas tradições e práticas religiosas acumuladas no curso dos séculos foram reprovadas quando submetidas ao teste da Suficiência e da Autoridade Suprema das Escrituras. E a profunda Reforma religiosa do século XVI foi assim empreendida.

CONCLUSÃO

Mas, muito tempo já se passou desde então. O evangelicalismo moderno recebeu, especialmente do século passado, um legado teológico, eclesiástico e litúrgico que precisa ser urgentemente submetido ao teste da doutrina reformada da Autoridade Suprema das Escrituras.
É tempo de reconsiderar as implicações desta doutrina. É tempo de reavaliar a nossa fé, nossas práticas eclesiásticas e nossas próprias vidas à luz desta doutrina. Afinal, admitimos que a Igreja reformada deve estar sempre se reformando — não pela conformação constante às últimas novidades, mas pelo retorno e conformação contínuos ao ensino das Escrituras.

Lema da Reforma:Eclésia Reformata Semper Reformanda” (a igreja deve sempre estar aberta para ser corrigida por Deus, arrepender-se dos seus pecados e se reformar, em conformidade com o ensino das Escrituras). (Ap 2:5, 16, 21; 3:3, 19).

No atual clima de relativismo, a opinião parece ser o único referencial para o que a pessoa deve crer ou praticar. Dentro desse contexto, o aborto e o homossexualismo são analisados apenas por critérios puramente pragmáticos. O fato de Deus ter revelado os limites da sexualidade humana e o respeito pela vida não é mais válido para o homem moderno. Ele não acredita que Deus tenha falado.
Entretanto, para nós evangélicos, que aceitamos a Bíblia como a Palavra de Deus, pesa a responsabilidade de levar essa convicção a sério. Não obstante, é triste notar que, também neste caso, a teoria está longe da prática.
Hoje em dia, infelizmente, supostas revelações místicas tem mais autoridade do que a clara exposição da Bíblia. As pessoas crêem em idéias jamais ensinadas pelos profetas, por Jesus ou pelos apóstolos: regressão psicológica, decreto, entre outras coisas que jamais foram ensinadas na Bíblia. Então, por que as praticam? [O motivo é] Por que funcionam? [O motivo é] Por que atraem as pessoas?
Vale aqui lembrarmos uma famosa frase de Lutero: "Qualquer ensinamento que não se enquadre nas Escrituras deve ser rejeitado, mesmo que faça chover milagres todos os dias".

“Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios”. (1 Tm 4:1 - A.C.F.)
“Porque se levantarão falsos cristos, e falsos profetas, e farão sinais e prodígios, para enganarem, se for possível, até os escolhidos”. (Mc 13:22 - A.C.F.)
Assumir a autoridade da Bíblia implica enfatizar aquilo que ela enfatiza. Em nome da relevância, muitos assimilam filosofias da época atual e saem em busca de textos fora de contexto para justificar suas práticas antibíblicas.

A partir do instante em que aceitamos a autoridade da Bíblia, somos chamados pela força da Palavra a nos submetermos à autoridade de Deus. Se Ele, o Criador, de fato Se revelou aos homens através de palavras, tal revelação tem a força de lei para as Suas criaturas.
Como Soberano do Universo, Deus tem o direito de exigir plena obediência às Suas ordens e fazer valer Sua autoridade através de justo julgamento. Deus, sendo Onisciente e Eterno, faz da Sua Palavra autoridade para todas as áreas da vida humana, sejam elas espirituais, morais, intelectuais e físicas.

Uma pregação teocêntrica enfatizará a mensagem da Bíblia. Certamente, ela não é popular. Nunca o foi. Se o crescimento numérico fosse o critério para a verdade, Jesus não teria tido muito sucesso na Sua vida terrena, pois até alguns dos Seus discípulos mais próximos O abandonaram quando Ele começou a expor todas as implicações do discipulado. Se cremos na Bíblia como a Palavra de Deus, devemos pregá-la, quer ouçam quer deixem de ouvir!!!

O povo de Deus abandona as águas cristalinas da verdade para beber nas cisternas furadas e apodrecidas do erro. O remédio de Deus parece ser mais amargo, porém é eficaz!

Sabendo que a nossa natureza pecaminosa nos impulsiona em direção ao erro e ao pecado, conhecendo o engano e a corrupção do nosso próprio coração, reconhecendo os dias difíceis pelos quais passa o evangelicalismo moderno (particularmente no Brasil), a ojeriza doutrinária, a exegese superficial e a ignorância histórica que em grande parte caracterizam o evangelicalismo moderno no nosso país, não temos o direito de assumir que nossa fé e práticas eclesiásticas sejam corretas, simplesmente por serem geralmente assim consideradas. É necessário submeter nossa fé e práticas eclesiásticas à Autoridade Suprema das Escrituras.
Assim fazendo, não é improvável que nós, à semelhança dos Reformadores, também tenhamos que rejeitar considerável entulho teológico, eclesiástico e litúrgico acumulados nos últimos séculos. Não é improvável que venhamos a nos surpreender, ao descobrir um evangelicalismo profundamente tradicionalista, subjetivo e racionalista. Mas não é improvável também que venhamos a presenciar uma nova e profunda reforma religiosa em nosso país.
Que assim seja!
Não que concordemos com tudo o que houve na Reforma Protestante. Até porque os batistas não são protestantes. A história Batista revela que esta denominação não é filha de Roma, pois não surgiu da Reforma.

Oh! quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia.
Tu, pelos teus mandamentos, me fazes mais sábio do que os meus inimigos; pois estão sempre comigo.
Tenho mais entendimento do que todos os meus mestres, porque os teus testemunhos são a minha meditação.
Entendo mais do que os antigos; porque guardo os teus preceitos.
Desviei os meus pés de todo caminho mau, para guardar a tua palavra.
Não me apartei dos teus juízos, pois tu me ensinaste.
Oh! quão doces são as tuas palavras ao meu paladar, mais doces do que o mel à minha boca.
Pelos teus mandamentos alcancei entendimento; por isso odeio todo falso caminho.
Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho.

(Salmos 119-97-105)

FONTES DE CONSULTAS


·         Pequena Enciclopédia Bíblia – Orlando Boyer – Ed. Vida.



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